Wad ben Naga (também conhecido como Wad Ban Naqa ou Wad Naga) é o nome de uma antiga cidade do Reino de Cuxe, em Meroé, no Sudão. O vilarejo está localizado na margem leste do rio Nilo, a cerca de 80 km rio acima de Meroé e a aproximadamente 40 km ao sudoeste de Chendi.

Wad ban Naqa
ود بانقا
Wad ban Naqa
Localização atual
Wad ban Naqa está localizado em: Sudão
Wad ban Naqa
Localização do sítio no Sudão
Coordenadas 16° 30′ 40″ N, 33° 06′ 44″ L
País Sudão
Região 120km ao note de Cartum
Localização margem oriental do Nilo
Dados históricos
Civilização Reino de Cuxe
Notas
Acesso público Não

História

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A área ainda é pouco explorada. O vestígio mais antigo conhecido no local é um grande palácio de tijolos de dois andares, construído pela rainha Amani-Xaquéto (no século I). A famosa pirâmide dessa rainha, no cemitério real de Meroé (identificada como BEG N 6), abrigava um tesouro de joias de ouro, descoberto no início do século XIX pelo caçador de tesouros italiano, Giuseppe Ferlini.[1]

Guiado por relatos dos trabalhadores locais sobre uma lenda de "40 ardeb" de ouro, Ferlini começou a "atacar" e vandalizar diversas pirâmides que, alguns anos antes, haviam sido encontradas em boas condições pelo explorador Frédéric Cailliaud.[2] Em Wad ben Naga, usando os desenhos e planos de Cailliaud, Ferlini destruiu a pirâmide “N6” da rainha núbia Candace Amani-Xaquéto, começando pelo topo, e finalmente encontrou seu tesouro, composto por dezenas de joias de ouro e prata. Hoje, essas joias estão em exibição nos museus de Munique e Berlim (Museu Egípcio).[3]

Já em 1844, uma expedição prussiana liderada por Karl Richard Lepsius descobriu, entre outros artefatos, uma base para barco, atualmente preservada no museu de Berlim.[4]

Em 1958, o arqueólogo francês Jean Vercoutter iniciou as primeiras escavações científicas na área, examinando quatro montículos, um grande edifício de planta quadrada, uma estrutura circular e dois pequenos templos. Ao sul do palácio de planta quadrada, residência da rainha Amani-Xaquéto, foi encontrado um edifício circular com 20 metros de diâmetro, cercado por um muro de tijolos de 3,70 metros de espessura e 5 metros de altura. Havia também um templo dedicado à deusa Ísis, que foi destruído. Próximo a ele, um pequeno templo com colunas em forma de Bes (divindade egípcia) pode ter sido uma "casa de nascimento divina" (mammisi), provavelmente construído por Natacamani e Amanitore (século I).[1][2]

No local, existem ainda restos de vários outros templos inexplorados, incluindo um dedicado à deusa Ísis. Tumuli (montes funerários) ao norte do palácio correspondem a enterros posteriores ao período meroítico. Novas escavações começaram em 2009, lideradas pelo Museu Nacional de Praga.[4]

Galeria

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Bibliografia

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  • Dietrich, Wildung (1997). Sudan: Ancient Kingdoms of the Nile. [S.l.: s.n.] 428 páginas. ISBN 978-2080136374  

Referências

  1. a b Wildung1997, p. 256.
  2. a b Franco, Cimmino (1996). Storia delle Piramidi. Milão: Rusconi. p. 416-7. ISBN 978-8818880168 
  3. «Galerie Photos : Le trésor de la candace Amanishakhéto - Neues Museum, Berlin (Allemagne)». www.bubastis.be. Consultado em 19 de outubro de 2024 
  4. a b «Société des Cultures Nubiennes - La Nubie historique et archéologique - Wad Ben Naga». nubie-international.fr. Consultado em 19 de outubro de 2024