A Wilson Sons é uma operadora integrada de serviços portuários, marítimos e de logística do Brasil, atuante no segmento de comércio marítimo nacional e internacional. Foi fundada em 1837 pelo inglês Edward Pellew Wilson na cidade de Salvador, Bahia.

Wilson Sons Limited
Atividade Agenciamento Marítimo, Logística,Construção Naval, Operação portuária, Terminais de Contêineres
Fundação 1837 (187 anos)
Fundador(es) Edward Pellew Wilson
Sede Brasil Rio de Janeiro, RJ
Presidente Fernando Salek
Vice-presidente Arnaldo Calbucci
Empregados 4.936[1]
Produtos Terminais de Contêineres, Serviços Portuários (Rebocagem), Embarcações e Bases de Apoio Offshore, Construção Naval, Centros Logísticos, Agenciamento Marítimo.
Divisões Serviços Marítimos, Portuários e Logísticos
Valor de mercado US$ 861.760.790,00 (2017)[2]
Lucro US$ 72,8 milhões(2017)
Website oficial www.wilsonsons.com.br

Fundação

editar

Em 1837, na cidade de Salvador (BA), Edward Pellew Wilson, em associação com seu irmão Fleetwood, fundou a Wilson, Sons & Company, voltada às atividades de navegação e comércio de carvão. A empresa dedicou-se ao transporte de carvão da Inglaterra e da América do Norte e estabeleceu representantes em vários países da América do Sul.

Trajetória

editar

No decorrer do século XIX a Wilson Sons passou por diversas etapas de expansão e desenvolvimento. Nos anos 1850 Edward II, filho primogênito deEdward Pellew Wilson, instalou em Recife (PE) a Wilson Sons, Brothers e Co., e em 1862 no Rio de Janeiro. Ainda naquela década a empresa participou de importantes acontecimentos que marcaram a história do Brasil: abasteceu de carvão as forças brasileiras na Bacia do Prata durante a Guerra do Paraguai e participou das obras da Ferrovia Great Western of Brazil (Rede Ferroviária Federal) e da construção do primeiro dique seco do país, na Baía de Guanabara (Rio de Janeiro). Na década de 1870, além dos negócios com carvão, a Wilson Sons passou a atuar como trading, envolvida nos negócios mais rentáveis do período, como a importação de manufaturas de algodão, lã, linho e seda. Na área de exportações, era responsável por 28% do fumo e derivados enviados para Europa e América do Norte e por 40% do açúcar branco e mascavo, além de comercializar coquilhos, ouro em pó, barras de prata e madeira. Também já havia se tornado importante prestadora de serviços de navegação, estiva e rebocagem.

Em 1889, com o advento do República no Brasil , iniciou-se uma fase de ajustes nos negócios, impulsionada pela mudança do cenário econômico no país. A indústria nacional começava a se desenvolver e a política cambial tornava-se cada vez mais desfavorável às operações de importação. Com isso, a Wilson Sons, que já era então a maior empresa de navegação do Brasil, teve seu controle vendido para a Ocean Group of Collieries, da família Davies, do País de Gales, com quem mantinha relações desde 1837. Edward Pellew, fundador da Wilson Sons, manteve apenas uma participação minoritária no Brasil e na Inglaterra.

Fusão com o Ocean Group of Collieries

editar

Em 1907 a Wilson Sons se fundiu com o Ocean Group of Collieries, dando origem à holding Ocean & Wilson Ltd., empresa de capital aberto na Bolsa de Valores de Londres, e se manteve focada na área de carvão, abastecendo os maiores consumidores brasileiros – navios da Marinha, ferrovias, companhias de gás, indústrias e a maioria de navios que aportavam no País.

Até o início dos anos 1950 a Wilson Sons se consolidou também como a maior trade company do Brasil, com uma extensa lista de representações, além de ampliar suas atividades para segmentos diferenciados, como a produção de sal. Porém, a partir daquela década dois fatores se somaram para inverter a linha de crescimento da empresa. De um lado, a aceleração do processo de industrialização brasileira impôs limites cada vez mais rígidos à importação de produtos com similares nacionais. De outro, o carvão foi gradativamente perdendo importância como matriz energética em todo o mundo, sendo substituído pelo petróleo.

Era Salomon

editar

Em 1954 o banqueiro inglês Walter Salomon, percebendo o potencial da empresa, convenceu um grupo de investidores a adquiri-la. Salomon veio ao Brasil para geri-la e redefiniu os negócios, concentrando-se em navegação e rebocadores. Durante toda a década seguinte Salomon promoveu mudanças profundas, tornando a Wilson Sons novamente rentável. Entre os anos de 1960 e 1970, no auge do milagre econômico brasileiro, a Wilson Sons voltou a expandir-se, adquirindo ativos junto aos principais portos brasileiros. Também se tornou mais agressiva no agenciamento e na indústria naval.

Esse crescimento foi sustentado pela decisão estratégica de renacionalizar a empresa, transferindo sua sede global de Londres para o Rio de Janeiro. Em 1987, quando Walter Salomon faleceu, a Wilson Sons já estava plenamente recuperada, com sete companhias operacionais ligadas à área de navegação, tecnologia e veículos, além de vários outros pequenos negócios.

No ano seguinte seu filho William Salomon assumiu o grupo e implementou uma segunda grande fase de expansão. O foco inicial foi a área de navegação, o que transformou a Wilson Sons na primeira empresa em rebocadores da América Latina.

Nos anos 1990, ao se reposicionar estrategicamente, o Grupo passou a desenvolver novos negócios e definiu sua participação em atividades de grande potencial de crescimento. Os investimentos foram direcionados a oportunidades relacionadas aos negócios tradicionais, fazendo surgir os segmentos de Logística, de Terminais e de Offshore.

Unificação e abertura de capital

editar

No ano de 2004 houve a unificação dos negócios: Wilson Sons Logística, Wilson Sons Terminais, Wilson Sons Agência Marítima, Wilson Sons Estaleiros e Wilson Sons Rebocadores. Em 2007 o Grupo abriu seu capital, garantindo assim a perpetuidade do negócio, sob as regras do mercado global.

Atualidade

editar

No decorrer de sua trajetória, a Wilson Sons transformou-se em um grupo sólido e diversificado, focado em prestação de serviços portuários, marítimos e logísticos terrestres e hoje é uma das maiores operadoras integradas de serviços marítimos, portuários e de logística do País. Além disso, a Wilson Sons tem fomentado suas ações em torno da Sustentabilidade, Memória e Responsabilidade Social por meio de projetos como o Criando Laços e o Centro de Memória Wilson Sons.

Referências

  1. [1] Relações com Investidores, Wilson Sons.
  2. [2] Página oficial da Wilson Sons.