Wolf Erlbruch

professor académico alemão

Wolf Erlbruch (Wuppertal, 30 de junho de 1948[1]11 de dezembro de 2022)[2] foi um ilustrador e escritor alemão de livros infantis. Seus livros combinam várias técnicas de ilustração, incluindo recorte, colagem, desenho e pintura. Seu estilo por vezes surrealista é amplamente copiado dentro e fora da Alemanha. Alguns de seus livros de histórias têm temas desafiadores, como a morte e o sentido da vida. Eles ganharam muitos prêmios, incluindo o Deutscher Jugendliteraturpreis em 1993 e 2003.

Wolf Erlbruch
Nascimento 30 de junho de 1948
Wuppertal
Morte 11 de dezembro de 2022 (74 anos)
Wuppertal (Alemanha)
Cidadania Alemanha
Ocupação escritor, ilustrador, professor universitário, escritor de literatura infantil, artista gráfico, libretista
Distinções
Empregador(a) Hochschule Düsseldorf, Universidade de Wuppertal

Erlbruch recebeu a Medalha Hans Christian Andersen em 2006 por sua "contribuição duradoura" como ilustrador infantil.[3][4] Em 2017, foi o primeiro alemão a ganhar o Prêmio Memorial Astrid Lindgren.[5][6]

Biografia

editar

Nascido em Wuppertal, Renânia do Norte-Vestfália, Erlbruch estudou design gráfico na Folkwang Hochschule em Essen de 1967 a 1974 e trabalhou como ilustrador para revistas como Stern e Esquire . Sua primeira tarefa como ilustrador de livros infantis veio em 1985, quando o editor de Wuppertal, Peter Hammer, o pediu para ilustrar Der Adler, der nicht fliegen wollte (A águia que não queria voar) de James Aggrey; O filho de Erlbruch, Leonard, acabara de nascer, e Erlbruch queria que ele pudesse dizer: "Olha, meu pai fez um livro infantil." Desde então, ele ilustrou e escreveu muitos livros e tornou-se professor de ilustração na Universidade de Wuppertal.[7]

Estilo

editar

Erlbruch aborda muitos tópicos adultos em livros infantis, embora nem sempre goste de ser caracterizado como um autor para crianças.  Alguns de seus livros têm notas autobiográficas, como seu Leonard (um "conto deliciosamente excêntrico"[8]), um livro parcialmente inspirado por seu filho de seis anos, Leonard (agora ele próprio um ilustrador[9]), sobre um menino que supera seu medo de cachorros tornando-se ele mesmo um cachorro.[7][10] Muitos dos personagens de seus livros, como a toupeira de Vom kleinen Maulwurf, der wissen wollte, wer ihm auf den Kopf gemacht hat (pt:A Toupeira Que Queria Saber Quem Lhe Fizera Aquilo Na Cabeça/ br:Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela), usam pequenos óculos pretos, como o próprio Erlbruch.[7] Ele é elogiado pela qualidade original e surreal de seu trabalho.[11] De acordo com Silke Schnettler, escrevendo no jornal alemão Die Welt, o "estilo Erlbruch", cujos personagens principais são distorcidos e às vezes desproporcionais, mas ainda assim realmente reconhecíveis, tornou-se amplamente imitado dentro e fora da Alemanha.[12]

A morte é um tema recorrente nos livros de Erlbruch. Ente, Tod und Tulpe (O Pato, A Morte e A Tulipa) (2008) apresenta um pato que se torna amigo da Morte, e em Ein Himmel für den kleinen Bären ("Um paraíso para o ursinho") um filhote de urso tenta encontrar seu avô recentemente falecido no paraíso dos ursos.

A moral de suas próprias histórias, sugeriu Erlbruch em 2003, é que as pessoas devem se olhar à distância e aceitar até o que não é tão bonito em si mesmas, mas o que é especial.[12]

Ilustrações

editar

Muitas das ilustrações de Erlbruch são feitas usando técnica mista e colagem.[12] Para A história da pequena toupeira, por exemplo, ele desenhou os personagens em papel de embrulho marrom e os colou em papel branco.[13]

Prêmios

editar

O prêmio bienal Hans Christian Andersen conferido pelo International Board on Books for Young People é o maior reconhecimento disponível para um escritor ou ilustrador de livros infantis. Erlbuch recebeu o prêmio de ilustração em 2006.[3][4]

Em 2003, recebeu o Prêmio Gutenberg da cidade de Leipzig por sua contribuição para as artes literárias, o prêmio cultural de sua cidade natal, Wuppertal, e um Deutscher Jugendliteraturpreis especial pelo conjunto da obra.

  • Deutscher Jugendliteraturpreis de livro ilustrado 1993, por Das Bärenwunder[7]
  • Zilveren Griffel 1998, A senhora Meier e o melro[14]
  • Zilveren Griffel 1999, Leonard[14]
  • Troisdorfer Bilderbuchpreis 2000, Das Neue ABC-Buch[15]
  • Prêmio Bologna Ragazzi 2000, Das Neue ABC-Buch[15]
  • Prêmio Gutenberg, Leipzig, 2003[12]
  • Deutscher Jugendliteraturpreis 2003, prêmio especial de ilustração[16]
  • Prêmio Vonder Heydt, Wuppertal, 2003[17]
  • Prêmio Bologna Ragazzi 2004, A Grande Questão[18]
  • Prêmio Memorial Astrid Lindgren, 2017[6]

Trabalhos publicados

editar

Como escritor

editar

Como ilustrador

editar

Referências

  1. Landeszeitung, Thüringische (12 de dezembro de 2022). «Illustrator Wolf Erlbruch gestorben». www.tlz.de (em alemão). Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  2. «Visão | Ilustrador alemão de livros infantis Wolf Erlbruch morre aos 74 anos». Visão. 12 de dezembro de 2022. Consultado em 12 de dezembro de 2022 
  3. a b "Hans Christian Andersen Awards" (top page). International Board on Books for Young People (IBBY). Retrieved 2010-01-03.
  4. a b «ibby.org». www.ibby.org. Consultado em 12 de dezembro de 2022 
  5. Platthaus, Andreas (5 de abril de 2017). «Astrid-Lindgren-Preis: Aus dem kleinen feinen Reingarnichts». Frankfurter Allgemeine Zeitung (em alemão). ISSN 0174-4909. Consultado em 5 de abril de 2017 
  6. a b «Wolf Erlbruch is the 2017 Astrid Lindgren Memorial Award laureate - ALMA». alma.se (em inglês). 2 de abril de 2017. Consultado em 5 de abril de 2017 
  7. a b c d Schnettler, Silke (1 de fevereiro de 2000). «Von Maulwürfen und Menschen: Ver-Rückt sein ist gut: Ein Besuch beim Kinderbuchzeichner und -autor Wolf Erlbruch». Die Welt (em alemão). Consultado em 3 de janeiro de 2010 
  8. «Book Review Holiday Special Section». Los Angeles Times. 3 de dezembro de 1995. p. 16 
  9. Kindermann, Klemens (1 de outubro de 2003). «Kinderbücher: Verführung zum Träumen». Der Spiegel (em alemão). Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  10. «Children's Books; Bookshelf». The New York Times. 21 de abril de 1996. Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  11. Catinchi, Philippe-Jean; Florence Noiville (16 de março de 2001). «Des images secrètes et riches de sens caché». Le Monde (em francês) 
  12. a b c d Schnettler, Silke (21 de março de 2003). «Der Vater des kleinen Maulwurfs: Buchmesse feiert den Zeichner Wolf Erlbruch». Die Welt (em alemão). Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  13. Duin, Lieke van (16 de abril de 1997). «Zwaarte en lichtheid bij Wolf Erlbruch». Trouw (em neerlandês). Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  14. a b Blankendaal, Stijntje (7 de outubro de 1999). «Eindelijk werd ik zelf bijziend». Trouw (em neerlandês). Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  15. a b «Deutschsprachige Kinder- und Jugendliteratur - Autoren und Illustratoren - Wolf Erlbruch». Goethe Institute. Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  16. «Sonderpreisträger von 1991 bis 2008». Deutsche Jugendliteraturpreis. Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  17. «Wuppertals Kulturpreis an Illustrator Prof. Wolf Erlbruch». uni-protokolle. 9 de dezembro de 2003. Consultado em 5 de janeiro de 2010 
  18. Derrien, Marie. «Radical Trends in French Picturebooks». The Lion and the Unicorn. 29 (2): 171–89. ISSN 0147-2593. Consultado em 5 de janeiro de 2010 
  19. «Children's Books; Bookshelf». The New York Times. 12 de outubro de 1997. Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  20. Nauta, Hans (6 de outubro de 1999). «De Indianen slapen, dus slapen de cowboys ook». Trouw (em neerlandês). Consultado em 3 de janeiro de 2010 
  21. Moe Mette (18 de março de 2004). «Rev. of Wolf Erlbruch, Om Natta, trans. by Anne Horn». Barnebokkritikk. Consultado em 4 de janeiro de 2010. Cópia arquivada em 24 de julho de 2011 
  22. «Duck, Death and the Tulip | Gecko Press». geckopress.com (em inglês). Consultado em 12 de março de 2021 
  23. «The King and the Sea | Gecko Press». geckopress.com (em inglês). Consultado em 12 de março de 2021 
  24. «Die besten 7 Kinderbücher für junge Leser». Focus (em alemão). 1996. Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  25. Bolle, Sonja (3 de setembro de 2006). «Kids read the darnedest things, After school or before bed, any time is the right time for reading new stories or classics to your children». Newsday. p. C23 
  26. McDonald, Maggie (19 de novembro de 1994). «And now for children's hour ...». New Scientist. Consultado em 4 de janeiro de 2010  (inscrição necessária)
  27. «So where is the bunny?». The Daily Telegraph. 7 de abril de 2001. Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  28. Boer, Peter de (29 de março de 2003). «Kunnen jullie toevallig een beer gebruiken?». Trouw (em neerlandês). Consultado em 4 de janeiro de 2010 
  29. Fenly, Leigh (4 de setembro de 2005). «A little bit o' rhyme will get you through the day». The San Diego Union-Tribune. Consultado em 25 de novembro de 2013 
  30. Wergeland, Kari (2 de abril de 2005). «A few poets know it: how to write verse that connects with kids». The Seattle Times. Consultado em 25 de novembro de 2013 

Ligações externas

editar