Xanthopan morgani
Xanthopan morgani (denominada popularmente, em inglês, de Morgan's sphinx[1] ou Darwin’s hawkmoth)[2][3] é uma mariposa, ou traça, noturna da família Sphingidae,[1] encontrada na região afro-tropical.[4] Foi classificada por Francis Walker, com a denominação de Macrosila morgani, em 1856[1] (com seus espécimes tipo coletados na região de Serra Leoa e República do Congo);[4] sendo, em 1903, colocado no gênero monotípico Xanthopan por Rothschild & Jordan.[1]
Xanthopan morgani | |||||||||||||||||||
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Ilustração de X. morgani, subespécie praedicta, polinizando a orquídea Angraecum sesquipedale, endêmica de Madagáscar. | |||||||||||||||||||
Fotografia de X. morgani, vista superior, com sua probóscide esticada.
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Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Xanthopan morgani (Walker, 1856)[1] | |||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||
Macrosila morgani Walker, 1856 Xanthopan morgani praedicta[1] |
Descrição
editarXanthopan morgani é uma mariposa, ou traça, de voo vigoroso, possuindo asas castanhas com envergadura máxima de pouco mais de 10 centímetros, podendo chegar a até 16 centímetros, sem grande dimorfismo sexual entre macho e fêmea. Possui similaridade com a maioria dos Sphingidae, embora apresente uma probóscide que pode atingir até 22 centímetros.[4]
Predição
editarEm janeiro de 1862 foi entregue ao naturalista inglês Charles Darwin, por James Bateman, um pacote de orquídeas. Em seguida, o filho de Bateman, Robert, mandou-lhe uma carta com suas denominações; incluindo a espécie Angraecum sesquipedale, proveniente de Madagáscar e endêmica daquela ilha. Darwin escreveu a um amigo de Kew, Joseph Dalton Hooker: "Acabo de receber uma caixa cheia do Sr. Bateman com as surpreendentes Angraecum sesquipedalia (sic), com um nectário de um pé de comprimento. Bons céus, qual inseto pode sugá-lo[?]"[4] No mesmo ano, ele sugeriu, na obra On the various contrivances by which British and foreign orchids are fertilised by insects, and on the good effects of intercrossing, que "em Madagáscar deve haver mariposas, ou traças, com probóscides capazes de extensão entre dez e onze polegadas" (25,4 a 27,9 centímetros).[3][4]
Alfred Russel Wallace, como Darwin, acreditava que a mariposa seria encontrada. Ele tinha medido o comprimento da probóscide de uma mariposa continental africana, Macrosila morgani Walker, e descobriu que ela tinha sete polegadas e meia de comprimento (19,5 cm). Wallace (em 1867) escreveu: "Que tal mariposa existe em Madagáscar, pode ser predito com segurança".[5]
Em 1903, a subespécie Xanthopan morgani praedicta (com o praedicta derivado de "predição") foi coletada nas florestas malgaxes por Rothschild & Jordan;[1][6] 21 anos após a morte de Darwin e 41 anos após ele citar a possível existência desta espécie na ilha e de, por essa crença, ser "ridicularizado por alguns entomologistas". Mas não foi até 1992, quase um século mais tarde, que observações foram feitas da mariposa alimentando-se da flor desta orquídea e transferindo seu pólen de uma planta para outra, com vídeo sendo feito na natureza, em 2004, e confirmado com estudos em cativeiro.[4]
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X. morgani praedicta.
Ligações externas
editarReferências
- ↑ a b c d e f g h i Savela, Markku. «Xanthopan» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 7 de fevereiro de 2017
- ↑ «Darwin's Moth (vídeo)» (em inglês). Public Broadcasting Service. 1 páginas. Consultado em 7 de fevereiro de 2017
- ↑ a b Jackson, John (29 de novembro de 2012). «"Good Heavens, what insect can suck it?"» (em inglês). Museu de História Natural de Londres. 1 páginas. Consultado em 7 de fevereiro de 2017
- ↑ a b c d e f Arditti, Joseph; Elliott, John; Kitching, Ian; Wasserthal, Lutz Thilo (julho de 2012). «'Good Heavens what insect can suck it'– Charles Darwin, Angraecum sesquipedale and Xanthopan morganii praedicta» (em inglês). Botanical Journal of the Linnean Society 169(3) (ResearchGate). pp. 403–432. Consultado em 7 de fevereiro de 2017
- ↑ Kritsky, Gene (1991). «Darwin's Madagascan Hawk Moth Prediction» (PDF) (em inglês). American Entomologist 37 (Internet Archive). pp. 206–210. Consultado em 7 de fevereiro de 2017
- ↑ JOLLY, Alison; OBERLÉ, Philippe; ALBIGNAC, Roland (1984). Key Environments: Madagascar (em inglês). [S.l.]: Pergamon Press Ltd. - Google Books. p. 83. 239 páginas. ISBN 0-08-028002-1. Consultado em 7 de fevereiro de 2017