Xanthophyceae é um agrupamento taxonómico de algas pertencentes ao filo Heterokontophyta que agrupa os organismos conhecidas por xantofíceas, algas verde-amarelas ou algas amarelo-esverdeadas. O taxon inclui um pequeno grupo de espécies, fundamentalmente das águas doces continentais e dos solos, embora se conheçam algumas espécies marinhas. Os pigmentos dos cloroplastos conferem-lhe uma característica coloração verde-amarelado. O grupo compreende cerca de 600 espécies, algumas das quais unicelulares, mas com a maioria agrupando-se em colónias.[2]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaXanthophyceae
algas verde-amarelas
Vaucheria sp. (microscopia óptica mostrando a estrutura reprodutiva).
Vaucheria sp. (microscopia óptica mostrando a estrutura reprodutiva).
Classificação científica
Domínio: Eukarya
Reino: Chromalveolata
(sem classif.) Supergrupo SAR
Filo: Heterokontophyta
Classe: Xanthophyceae
P.Allorge, 1930 emend. Fritsch, 1935
Ordens e géneros[1]
Sinónimos
Vaucheria sp.

Descrição

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A maioria das algas do grupo Xanthophyceae ocorre em formas unicelulares, por vezes flageladas, tendendo a agrupar-se em colónias de filamentos simples ou ramificados. Algumas espécies também podem ocorrem com o biótipo palmeloide, isto é como um conjunto de células imóveis e numerosas encerradas numa estrutura de mucilaginosa. Não formam colónias móveis, mas podem aparecer gâmetas ou zoósporos flagelados. As células são uninucleadas, embora existam formas cenocíticas.[1]

As células apresentam flagelos do tipo heteroconto, o mais longo do tipo mastigonemado ou pleuronemático, com mastigonemas em duas filas. A parede celular é constituída por celulose ou pectina, sendo que em alguns géneros é formada por peças em forma de «H» que se encaixam umas nas outras.

Os cloroplastos são em geral discoidais e apresentam-se em posição parietal. Apresentam DNA disposto em forma anelar. O número de membranas no cloroplasto é de 4, resultado de uma segunda endossimbiose entre dois microorganismos eucariontes, um heterotrófico e o outro autotrófico.

Armazenam lípidos e crisolaminarina (leucosina) como nutriente de reserva, mas também podem armazenar manitol e outros polissacáridos, nunca apresentam amido.

Estas algas apresentam clorofilas a e c, β-caroteno, xantofilas, diadinoxantina (verde-amarelada) e vaucherioxantina, mas nunca apresentam fucoxantina.

Os tilacoides agrupam-se de três em três. No género Tribonema há uma lamela periférica envolvente, mas estas estrutura pode estar ausente em outros géneros. O cloroplasto pode incluir um pirenóide.

A reprodução é por divisão celular e por fragmentação. Os esporos são móveis ou imóveis, sendo nalguns casos os zoósporos pluriflagelados. Nalguns casos são produzidos planosporos (zoósporos) ou aplanosporos. A reprodução sexual apenas se conhece em algumas espécies.

A maioria das espécies é unicelular, colonial ou cocoidal. Há um número considerável de espécie em que o talo é composto por sifões multinucleados, e umas poucas consistem de filamentos multinucleados e uma pequena minoria é flagelada ou amibóide.

Nas células flageladas o flagelo está inserido próximo do ápex da célula e não lateralmente. Nas células unicelulares flageladas está presente um típico aparelho fotorreceptor do tipo heterokontófito.[3]

Reprodução

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A reprodução destas algas está mal estudada. Conhecem-se casos de reprodução assexuada e sexuada em diversos géneros.

Foi observada reprodução sexual nos géneros Botrydium, Tribonema e  Vaucheria, sendo que nos dois primeiros géneros ambos os gâmetas são flagelados, enquanto que em Vaucheria a reprodução é por oogamia.

Foi observada reprodução assexual em alguns géneros, sendo que estes organismos se multiplicam por fragmentação, zoosporia e aplanosporia. Para além disso, alguns géneros apresentam capacidade de formar estruturas de resistência. Em alguns casos, as condições ambientais determinam se a alga se reproduz por zoosporia ou aplanospora.[4]

Classificação

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Nos modernos sistemas de classificação taxonómica as Xanthophyceae, apesar de subsistirem algumas dúvidas sobre a sua circunscrição taxonómica e sobre a filogenia de alguns táxons subordinados, são divididas, em função das suas estruturas reprodutivas, em duas ordens:

O posicionamento filogenético do agrupamento Xanthophyceae, como dos restantes grupos de protistas incluídos entre os Stramenopiles continua incerto. Com base em trabalhos recentes (2015-2016) sobre a filogenia dos eucariotas é possível estabelecer os seguinte cladograma:[5][6]

Khakista

Bolidophyceae Guillou & Chretiennot-Dinet 1999

Bacillariophyceae Haeckel 1878 (diatomáceas)

Phaeista
Hypogyrista

Dictyochophyceae Silva 1980 s.l.

Chrysista
Eustigmista

Pinguiophyceae Kawachi et al. 2002

Eustigmatophyceae Hibberd & Leedale 1971

Phagochrysia

Picophagea Cavalier-Smith 2006

Synchromophyceae Horn & Wilhelm 2007

Leukarachnion Geitler 1942

Chrysophyceae Pascher 1914 (algas-douradas)

Xanthophytina
Raphidoistia

Raphidophyceae s.l.

Fucistia

Phaeophyceae Hansgirg 1886 (algas castanhas)

Chrysomerophyceae Cavalier-Smith 1995

Phaeothamniophyceae Andersen & Bailey 1998 s.l.

Xanthophyceae Allorge 1930 emend. Fritsch 1935 (algas verde-amareladas)

Notas

  1. a b Adl, S.M. et al. (2012). The revised classification of eukaryotes. Journal of Eukaryotic Microbiology, 59(5), 429-514
  2. Ald, S.M. et al. (2007) Diversity, Nomenclature, and Taxonomy of Protists Arquivado em 2011-03-31 na Archive-It, Syst. Biol. 56(4), 684–689, DOI: 10.1080/10635150701494127.
  3. Lee, E., (2008). "Heterokontophyta, Xanthophyceae" in Phycology (413 - 422). New York: Cambridge University Press.
  4. Van den Hoeck, C., Mann, D. & Jahns, H. (1995). "Heterokontophyta: Class Xantophyceae" in Algae, an introduction to phycology. (123 - 129). USA, New York: Cambridge University Press.
  5. Ruggiero; et al. (2015), «Higher Level Classification of All Living Organisms», PLoS ONE, 10 (4), doi:10.1371/journal.pone.0119248 
  6. Silar, Philippe (2016), «Protistes Eucaryotes: Origine, Evolution et Biologie des Microbes Eucaryotes», HAL archives-ouvertes: 1–462 

Galeria

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Estruturas de Vaucheria: