Yan de Almeida Prado
João Fernando de Almeida Prado, mais conhecido como Yan de Almeida Prado, (Rio Claro, 8 de dezembro de 1898 - São Paulo, 23 de outubro de 1991) foi um intelectual, historiador, pintor e colecionador de obras de arte e primeiras edições de livros. Foi membro da Academia Paulista de Letras.[1]
Yan de Almeida Prado | |
---|---|
Nascimento | 8 de dezembro de 1898 |
Morte | 23 de outubro de 1991 |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | historiador, jornalista |
Pertencente a tradicional família paulista, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, com a exposição de alguns desenhos e ilustrações para a Klaxon e para a Revista de Antropofagia, talvez mais por troça que por comungar os ideais modernistas.[2] Depois divergiu dos autores mais consagrados, chegando a processar criminalmente, sem maiores consequências, em conjunto com Alcântara Machado, a ninguém menos que Oswald de Andrade.[3]
Posteriormente se destacou como historiador, com obras como Primeiros povoadores do Brasil (1935), Tomas Ender (1955), D.João VI e o início da classe dirigente no Brasil (1968), A grande Semana de Arte Moderna (1976) e Entradas e bandeiras (1986).[4][5]
Anticomunista, era considerado conservador e reacionário por alguns intelectuais e jornalistas de esquerda, como Ênio Silveira.[6]
Grande colecionador, vendeu e posteriormente doou o restante de sua coleção para a USP, foi embrião da coleção Brasiliana do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, constituído de documentos de 1640 a 1982, com ilustrações – mapas, plantas, escudos de armas, capitais, festões, religiosas –, manuscritos, documentos pessoais, documentos textuais, livros, cartas, postais, notas e documentos referentes à compra de vinho, gravuras, periódicos e fotos.[7]
Afamada também era a Pensão Humaitá, nome do grupo de intelectuais que se reuniam em almoços sempre acompanhados de grandes vinhos, na sua casa na esquina da Rua Humaitá com a Brigadeiro, incluindo várias personalidades, como Assis Chateaubriand, Júlio de Mesquita Filho, Monteiro Lobato, Pietro Maria Bardi, Ciccillo Matarazzo, João de Scantimburgo, que dedicou livro ao grupo, Tavares de Miranda e muitos outros.[8]
Referências
- ↑ «Yan de Almeida Prado». Academia Paulista de Letras. Consultado em 4 de novembro de 2013. Arquivado do original em 4 de março de 2016
- ↑ Aracy A. Amaral (1998). Artes plásticas na Semana de 22. [S.l.]: Editora 34. 184 páginas. ISBN 85-7326-117-X
- ↑ Fernando Jorge (2003). Vida, obra e época de Paulo Setúbal. [S.l.]: Geração Editorial. 278 páginas. ISBN 85-7509-101-8
- ↑ «Yan de Almeida Prado». IEB. Consultado em 4 de novembro de 2013
- ↑ Gilberto Freyre (14 de janeiro de 1979). «MESTRE YAN, O MALICIOSO». Folha S.Paulo/BVGF. Consultado em 5 de novembro de 2013. Arquivado do original em 5 de novembro de 2013
- ↑ Ênio Silveira (2002). Editando o Editor. [S.l.]: EDUSP. 55 páginas. ISBN 85-314-0054-6
- ↑ «Memória Paulista». FUNDASP. Consultado em 4 de novembro de 2013. Arquivado do original em 4 de março de 2016
- ↑ Paulo Victorino. «Yan de Almeida Prado». Pitoresco. Consultado em 4 de novembro de 2013. Arquivado do original em 5 de novembro de 2013
Bibliografia
editar- PRADO, J.F. de Almeida. Tomas Ender. Pintor austríaco no côrte de D. João VI no Rio de Janeiro. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1955;
- Scantimburgo, João de Memórias da Pensão Humaitá: crônica nostálgica da legendária casa de Yan de Almeida Prado, Companhia Editora Nacional, 1992 - 190 páginas;