Zona da Leopoldina
Zona da Leopoldina é uma região histórica da Zona Norte do Rio de Janeiro. Foi a primeira parte dessa região da cidade a ser loteada ordenadamente em meados de 1850 e também a primeira área a ganhar iluminação elétrica nos anos 10.
Tradicional, a região dos atuais bairros: São Cristóvão, Benfica, Caju, Manguinhos, Bonsucesso, Ramos, Olaria, Penha, Penha Circular, Vila da Penha, Brás de Pina, Vista Alegre, Cordovil, Parada de Lucas, Vigário Geral e Jardim América.
É a região mais antiga da Zona Norte carioca. Outros bairros tradicionais da Zona Norte, como Maracanã, Vila Isabel e Tijuca só começariam o mesmo processo a partir de 1875 enquanto Riachuelo, Méier, Engenho Novo e Marechal Hermes, a partir de 1901.
Construída no ainda no império, a ferrovia foi nomeada em homenagem a Maria Leopoldina, primeira imperatriz do Brasil. Próxima ao Centro do Rio e margeada pela baía de Guanabara, a região permaneceu até a década de 1960 como um próspero reduto de classe média e média alta, ainda que de fato nunca tenham sido bairros nobres tal como Flamengo, Rio Comprido e Glória eram nas décadas de 1930, 1940 e 1950. A partir de 1961, a mudança de Distrito Federal ocasionou um declínio socioeconômico na gestão da cidade e a consequentemente, uma vertiginosa expansão urbana na região, especialmente nas favelas ,criando o que hoje compõem os complexos da Maré, Vigário Geral e Morro do Alemão. Isto deteriorou a heterogeneidade desses bairros, ocasionando a mudança das famílias mais abastadas.[1] Assim reforçou-se a denominação de Subúrbio da Zona Norte, diferenciando a região das grandes favelas que surgiram e reduziu os diversos aspectos culturais e sociológicos da região. Esse fenômeno é também o estopim do rápido crescimento urbano e econômico que a Baixada de Jacarepaguá começou a vivenciar a partir da década de 1970 e também da supervalorização imobiliária da Grande Tijuca.
Correspondente a X e XI Regiões Administrativas do Rio de Janeiro, possui ainda o Fórum Regional da Leopoldina no bairro de Olaria. A região comemora seu aniversário na semana do dia 23 de outubro, a Semana de Ramos. [2]
Cultura
editarA história da cultura cinematográfica da região se confunde com a do Rio, rivalizando com outros espaços da cidade que também tiveram uma forte presença de salas de cinema em suas dinâmicas socioculturais e na paisagem construída dos bairros, tal como a Cinelândia, no Centro do Rio, e a Tijuca. Fizeram parte desta enorme história[3]:
- Cine Rosário: Inaugurado em 1938 com 1442 lugares. Mudou o nome em 1981 para Cine Ramos, reduzindo o número de lugares para 701. Em 1992 teve as atividades encerradas como cinema, passando a ter uso como boate (Trigonometria), Bingo e depois foi tombado pelo município do Rio em 1997.Aeroporto do Galeão visto da Igreja da Penha.jpg
- Cinema Santa Helena: inaugurado em 1942 com 1327 assentos e em 1974, mudou de nome para Cinema Olaria, fechado em 1997.
- Cinema São Geraldo: Inaugurado em 1949 com 328 lugares, fechado em 1991.
- Cinema Aleluia: inaugurado em 1943 e fechado em 1946, sem registro do número de lugares.
- Cinema São Pedro: Inaugurado em 1949 com 2531 lugares, reduzido para 2150 lugares em 1969 e fechado em 1974.
- Cinema Bim-Bam-Bum: Inaugurado em 1947, com 500 lugares e fechado em 1954.
- Cineminha São Joaquim: Inaugurado entre 1948 e 1950, sem registro do número de lugares e ano de fechamento.
- Cine Boy: Inaugurado em 1953, sem registro do número de lugares e ano de fechamento.
- Cine Nice Inaugurado em 1953, sem registro do número de lugares e ano de fechamento.
- Cinema Carmoly: Inaugurado em 1952, com 276 lugares, fechado em 1978
- Cinema Mauá: Inaugurado em 1952 com uma inovação na região, o ar refrigerado. Fechado em 1974
- Cinema Bonsucesso: Inaugurado em 1952, sem registro do número de lugares e ano de fechamento.
- Cinema Leopoldina: Inaugurado em 1954 com 1901 lugares, fechado em 1975.
- Cine Mello Penha: Inaugurado em 1956 com 1544 lugares, fechado em 1972
- Cinema Mello Bonsucesso: Inaugurado em 1960, fechado em 1972, sem registro do número de lugares.
- Cine Rio Palace: Inaugurado em 1962 com 2100 lugares, foi o primeiro do Rio de Janeiro a juntar atividades comerciais ao lazer do cinema. Com uma galeria de lojas junto de suas portas, antecipava em décadas o conceito de Galerias Comerciais com atrativos culturais e os Shoppings Centers. Foi avaliado como um dos cinemas com a maior tela de projeção do Brasil.[4]
- Cinema Aymore: Inaugurado em 1967 e fechado em 1968
- Top Cine Leopoldina, inaugurado em 1992 junto com um dos primeiros Shoppings Centers da região na Penha (Shopping Leopoldina), com 3 salas de exibição, fechadas em 2005.
Também fazem parte da cultura Leopoldinense, tradicionais nomes vinculados ao Samba:
Grande Zona da Leopoldina:
- São Cristóvão (Rio de Janeiro)
- Benfica (bairro do Rio de Janeiro)
- Manguinhos
- Bonsucesso
- Ramos
- Olaria
- Penha
- Penha Circular
- Brás de Pina
- Cordovil
- Parada de Lucas
- Vigário Geral
- Jardim América
- Vila da Penha
- Vila Kosmos
Desmembramentos (bairros criados com área dos bairros originais da Leopoldina):
Principais Logradouros
editar- Avenida dos Democráticos
- Avenida Brás de Pina
- Avenida Brasil
- Rodovia Washington Luís
- Avenida Vicente de Carvalho
- Avenida Paris
- Estrada do Itararé
- Estrada do Quitungo
- Linha Amarela
- Praça das Nações
- Praça do Carmo
- Largo do Bicão
- Largo da Penha
- Largo das 5 Bocas
- Rua Uranos
- Rua Leopoldo Bulhões
- Rua Cardoso de Moraes
- Rua Leopoldina Rêgo
- Rua Nicarágua
- Avenida Lobo Junior
- Rua Bento Cardoso
- Rua Itabira
- Rua Bulhões Marcial
- Rua Cordovil
- Estrada de Vigário Geral
- Rua Ibiapina
- Rua Guaporé
- Rua Conde de Agrolongo
- Rua Montevideo
- Avenida Meriti
- Avenida Itaóca
- Avenida Teixeira de Castro
- Rua Barreiros
- Rua Bariri
- Rua Quito
- Rua Irapuá
- Largo do Itararé
- Praça Panamericana
- Estrada do Porto Velho
- Avenida Arapogi
Referências
editar- ↑ http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-03-14/jovem-e-morto-e-cinco-pessoas-sao-baleadas-na-zona-da-leopoldina.html
- ↑ «Lei Ordinária». mail.camara.rj.gov.br. Consultado em 9 de julho de 2018
- ↑ Gomes Ferraz, Talitha (10 de outubro 2014). “Era como entrar numa catedral”: os cinemas de estação e a memória do consumo cinematográfico no subúrbio carioca da Leopoldina (1940-1980)1 (PDF). Congresso Internacional Comunicação e Consumo https://web.archive.org/web/20160918182130/http://www.espm.br/download/Anais_Comunicon_2014/gts/gt_sete/GT07_talitha_FERRAZ.pdf. Consultado em 9 de setembro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 18 de setembro de 2016 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ «[Cinemas Antigos] Cine Rosário (Ramos, RJ)». Cinema é Magia. 13 de junho de 2013. Consultado em 9 de setembro de 2016
- ↑ «Vi de Errado». Consultado em 23 de novembro de 2016