Zuara[1] (em árabe: زوارة; romaniz.: Zuwara(h); em berbere: ⵜⴰⵎⵓⵔⵜ ⵏ ⵡⴰⵜ ⵡⵉⵍⵍⵓⵍ; romaniz.: Tamurt n Wat Willul[2]) é uma cidade portuária do noroeste da Líbia, a capital do distrito de Nigatal Homs. Sua população é falante de um dialeto do ramo zenata das línguas berberes. Segundo censo de 2012, havia 42 722 residentes.[3]

Zuara

زوارة

  Cidade  
Localização
Zuara está localizado em: Líbia
Zuara
Localização de Zuara
Coordenadas 32° 56′ N, 12° 05′ L
País  Líbia
Região Tripolitânia
Distrito Nigatal Homs
Características geográficas
População total (2012) 42 722 hab.

História

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O assentamento foi mencionado pela primeira vez pelo viajante Altijani nos anos 1306-1309 como "Pequena Zuara" (Zwara al-saghirah).[4] Num manuel de navegação catalão de 1375 foi chamada Punta dar Zoyara.[5] A cidade é citada por Leão Africano no século XVI.[6] Mais tarde serviu como posto avançado ocidental da Líbia italiana (1912–1943), sendo o ponto final da agora extinta ferrovia italiana da Líbia que iniciou em Trípoli.[7] O seu porto artificial abriga uma frota de pesca motorizada.[8] Grãos, sal, cereais, sardinhas e esparto (cordas, sapatos e papel) são produtos locais.[9] Foi aqui que Gadafi proclamou a "Revolução Cultural" Líbia em 1973. Hoje, Zuara é local de retiro das elites de Trípoli.[10]

Guerra Civil Líbia

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 Ver artigo principal: Guerra Civil Líbia (2011)

Nas batalhas da Guerra Civil Líbia de 2011, a Al Jazira relatou que a cidade esteve sob controle de forças anti-Gadafi locais em 23 de fevereiro e perdida pelos lealistas.[11] Milhares de protestantes antigoverno, reunidos na praça de Zuara em 24 de fevereiro, repeliram uma tentativa do governo de retomar a cidade. Forças lealistas usaram as cidades pró-governo de Jumail e Ragdaline ao sul como bases para seus ataques à cidade.[12] Contudo, de março em diante, ela esteve em posse dos lealistas.[13] Em meio à ofensiva rebelde costeira de agosto, os rebeldes tomaram Zuara dia 18.[14] Em setembro, e após a queda do governo de Gadafi, Zuara foi a primeira cidade a democraticamente eleger seu conselho local.[15]

Referências

Bibliografia

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  • Buru, Mukhtar M.; Ghanem, Shukri Mohammed (1987). Planning and development in modern Libya. Trípoli: Society for Lybian Studies 
  • Coury, Ralph M. (1998). The Making of an Egyptian Arab Nationalist: The Early Years of Azzam Pasha, 1893-1936. Nova Iorque: Ithaca Press 
  • Enciclopédia brasileira mérito. XVI. São Paulo: Editôra Mérito S. A. 1967 
  • Mitchell, Terence Frederick (2009). Zuaran Berber (Libya): Grammar and Texts. Colônia: Rüdiger Köppe 
  • Netto, Andrei (2014). Bringing Down Gaddafi - On the Ground With the Libyan Rebels. Nova Iorque: St. Martin's Press 
  • Rousseau, M. A. (1853). «Voyage du Scheikh Et-Tidjani dans la régence de Tunis pendant les années 706, 707 et 708 de l'hégire (1306-1309)». Journal Asiatique 
  • Talbi, M. (1995). Bosworth, C.E.; Donzel, E. van; Heinrichs, W.P.; Lecomte, G., ed. The Encyclopaedia of Islam Vol. VIII NED-SAM. Leida: Brill 
  • Tinti, Peter; Reitano, Tuesday (2017). Migrant, Refugee, Smuggler, Savior. Oxford: Oxford University Press 
  • Willeitner, Joachim (2001). Libyen: Tripolitanien, Syrtebogen, Fezzan und die Kyrenaika. Ostfildern: DuMont Reiseverlag