Alexandre Órion
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Alexandre Orion[1] (nascido em 1978, em São Paulo) é um artista de rua, artista multimídia e muralista Brasileiro.
Alexandre Orion | |
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Nascimento | 1978 (47 anos) São Paulo, Brasil |
Residência | São Paulo, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Artista Plástico, Muralista, Artista Urbano |
Principais trabalhos | Metabiótica, Espólio, Murais |
Website | www.alexandreorion.com |
Biografia
editarAlexandre Orion[2][3] nasceu em 1978, é artista multimídia e muralista. Realizou exposições individuais e murais nas principais capitais do mundo. No Brasil suas obras foram exibidas em espaços como Pinacoteca do Estado de São Paulo, Itaú Cultural, Centro Cultural Banco do Brasil, Caixa Cultural e diversas unidades do SESC. Realizou exposições e possui obras em acervos na Foundation Cartier pour l’art contemporain, em Paris, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Itaú Cultural, no Deustche Bank e no Mad Museum, ambos em Nova York, no Milwaukee Museum, na Fundação Padre Anchieta, no Nelson-Atkins Museum of Art, no Spencer Museum of Art, entre outros.
Trabalhos
editarMetabiótica
editarEm Metabiótica[4], Alexandre Orion[5] escolhe um local da cidade, realiza uma pintura na parede e, com a câmera em punho, aguarda pelo momento em que as pessoas interagem espontaneamente com suas pinturas. Orion[6] atribui à intervenção urbana uma dimensão na vida real, e promove o encontro (ou o confronto) entre realidade e ficção dentro do campo fotográfico. É no momento decisivo de interação entre o pedestre e a imagem pintada que a fotografia de Metabiótica é gerada, contrapondo-se aos tradicionais quadros fotográficos que nos transmitem a falsa ideia de que tudo o que é fotográfico é real. Em Metabiótica a veracidade é posta em dúvida: as pinturas estão de fato nas paredes, as pessoas realmente passaram por ali e agiram espontaneamente, no entanto o que se vê nos sugere um tipo de montagem que não existiu. Pintura e fotografia dividem um mesmo ambiente, como dois organismos inseparáveis e incompatíveis entre si.
Espólio
editarEspólio[7] é um projeto desenvolvido por Orion em que utiliza a poluição da queima de combustível como matéria prima para suas obras. Através de 3 séries, o artista faz uma crítica ao modo de vida contemporâneo: Ossário, Polugrafia e Poluição sobre muros.
Ossário
editarOssário[8][9][10], série de intervenções realizadas em um túneis de São Paulo a partir de 2006. Durante 17 madrugadas, utilizando apenas retalhos de pano, removendo parte da grossa camada de poluição que impregnava as laterais do túnel. Limpando seletivamente a fuligem despejada pelos carros, Orion[11] fazia com que caveiras aparecessem nas paredes. O túnel foi transformado em catacumba. Mais de 3500 crânios desenhados a mão se amontoavam para nos lembrar que a mesma fuligem negra impregnada no túnel escurece também nossos pulmões e nossas vidas. Orion trouxe à tona o sítio arqueológico de nós mesmos. Durante cada madrugada de trabalho, ele experimentou o barulho ensurdecedor, a sensação sufocante do ar imóvel e as inúmeras abordagens policiais. Mas limpar não é crime. À medida que Orion avançava, ficava explícito o único modo de interromper a “limpeza” feita por ele, era limpar também. Semanas depois, equipes da prefeitura apareceram para remover apenas a fuligem da área ocupada pela intervenção. O restante do túnel permaneceu sujo. Como se nada tivesse acontecido, Orion continuou o trabalho até a prefeitura voltar. Desta vez, a lavagem foi completa. O crime era outro: censura. Depois da intervenção, todos os túneis da cidade foram limpos. Com assustadora rapidez, cada parede lavada tornou a ficar negra. A mensagem de Ossário já havia sido dada. De volta aos túneis, ele desenha os crânios e com os retalhos de pano que usa, recolhe a fuligem. Então, ele lava os panos, espera a fuligem decantar e a água evaporar até que reste apenas o pó negro expelido pelos escapamentos. Essa substância tóxica que parecia não ter utilidade é transformada em pigmento e usada nas obras da série Espólio.
Polugrafia
editarSérie de gravuras que utiliza uma técnica criada e batizada pelo artista de Polugrafia[12]: gravuras feitas com poluição. As obras são impressas diretamente nos escapamentos de caminhões, utilizando uma técnica inédita criada pelo artista após mais de 3 anos de pesquisa. O processo consiste na criação de uma estrutura metálica que carrega uma matriz com a imagem a ser impressa e uma tela de algodão onde a imagem será fixada. O equipamento é acoplado ao escapamento dos veículos durante períodos que variam entre um dia e uma semana. Conforme o veículo circula pela cidade, a fuligem produzida pela queima de combustível atravessa a matriz metálica e atinge o tecido imprimindo os retratos criados por Orion.
Poluição sobre muro
editarMurais[13][14] públicos realizados pelo artista. As pinturas dessa série utilizam como pigmento somente a fuligem coletada durante a intervenção Ossário. O subproduto coletado na intervenção se torna pigmento e retorna para o espaço público na forma de pintura. Em São Paulo, o mural Apreensão foi pintado no CEU Navegantes, no distrito do Grajaú (distrito de São Paulo).
Lampoonist
editarNeste projeto, ao mesclar a técnica publicitária à estética do graffiti, o artista dilui as fronteiras entre as linguagens e traz ambas para um único foco de discussão. Não se trata de apropriação, mas sim, de diluição, de justaposição para a criação de um novo repertório. As obras da série Lampoonist[15] são um híbrido entre marginal e oficial, entre informal e institucional. Criam uma ponte luminosa para a escrita sombria das ruas desfilar e, sem qualquer concessão, revelam a beleza dessa estética transgressora. Em sua busca conceitual, Orion utiliza as intrincadas formas das escritas marginais para apresentar de maneira cifrada palavras que referem-se ao mundo das artes, que definem características estéticas ou movimentos artísticos, tais como Kitsch, Naif e Rupestre.
Memo
editarMEMO resgata a técnica de pintura empregada por Orion no início de sua atividade artística, quando andava pelas ruas da cidade com a mochila carregada de sprays. Elas são, como Orion as chama, “autorretratos coletivos” dos inúmeros encontros que a rua lhe proporcionou. São a memória intersubjetiva do rosto, do outro como espelho de troca em que o artista reflete suas vivências na rua.
Zapping
editarZapping revela um incômodo visual, uma falta. Construídas em peças de PVC expandido recortadas, a cor turquesa aplicada como background resulta em um efeito similar – em técnica e conceito – ao do cromaqui de televisão: aquilo que se vê (ou que se escolhe ver) é sempre uma construção. O turquesa é usado em todas as peças propondo uma relação conceitual com a ausência, a abstração, a invisibilidade e, até mesmo, com a camuflagem e mimetismo. Como no cromaqui usado nos falsos cenários, o espectador pode preencher esse vazio, com a imagem mental que melhor lhe convier. O trabalho apresenta uma relação explícita com a velocidade e a repetição. Com imagens dispostas repetidamente quadro a quadro, Orion disseca o movimento à semelhança dos arquivos conhecidos como GIFs, amplamente utilizados nas redes sociais. Com isso, provoca uma reflexão sobre o frenesi e liquidez com o qual a sociedade contemporânea se relaciona com as imagens e com a identidade humana diante dos vínculos criados entre as pessoas nessas interfaces.
Murais
editarOrion é especialista na técnica de perspectiva forçada,[16][17] na qual a pintura, quando vistas de um local específico, se forma perfeitamente independente da superfície ser totalmente irregular. Tem murais em diversas capitais do mundo.
Publicações
editarOrion tem dois livros publicados: Metabiótica, Via das Artes, 2006[18] Espólio, Tela.tv, 2013[19]
Tem entrevistas e obras publicadas em mais de 10 línguas, por editoras internacionais como Thames and Hudson[20][21], Taschen[22], Éditions de la Martinière[23], Phaidon[24], Die Gestalten[25], Daab[26], Laurence King Publishers[27][28], Edelbra, Rotovision[29], Dokument Press, University of Toronto Press[30], Saraiva, Sigongart, Vivays Publishing[31], Tamesis, Eken Press[32] entre muitas outras.
Artigos publicados
editarArtigos em alemão: [35]
Artigos em sueco: [36]
Referências
editar- ↑ ALEXANDRE Órion. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: [1]. Acesso em: 24 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN 978-85-7979-060-7
- ↑ Site oficial, [2]
- ↑ Galeria de fotos, [3], Folha de S.Paulo, 05 de junho de 2015
- ↑ Agencia Estado, [4], Estadão, 08 de dezembro de 2006
- ↑ Endrigo Chiri Braz, [5], Revista Cult
- ↑ Eme Viegas, [6], Hypeness
- ↑ Divulgação, [7], Revista TRIP, 16 de setembro de 2014
- ↑ Gilberto Dimenstein, [8] Folha de S.Paulo, 04 de julho de 2007
- ↑ Mara Gama, [9] Folha de S.Paulo, 05 de junho de 2015
- ↑ Alexandre Orion, [10], Ossário, 03 de junho de 2006
- ↑ 1FOTO1HISTORIA, [11], AtravesTV, maio de 2018
- ↑ Alexandre Orion, [12], Polugrafia
- ↑ Divulgação, [13], Ig, 13 de novembro de 2013
- ↑ Alexandre Orion, [14] Arquivado em 26 de maio de 2018, no Wayback Machine., Poluição sobre muro
- ↑ Alexandre Orion, [15], Lampoonist
- ↑ Lindsey Bartlett, [16],Westword, 14 de outubro de 2016
- ↑ Alexandre Orion, [17], Murais
- ↑ Alexandre Orion, Metabiótica,[18] Via das Artes, 2006
- ↑ Alexandre Orion, Espólio,[19] Tela.tv, 2013
- ↑ Lost Art, [20], Graffiti Brasil, Thames and Hudson, 2005
- ↑ Ana Waclawek, [21], Graffiti and Street Art, Thames and Hudson, 2011
- ↑ Carlo McCormick, [22], Trespass: A History of Uncommissioned Urban Art, Taschen, 2015
- ↑ Marie Maertens et Timothée Chaillou Paul Ardenne, [23], 100 Artistes du Street Art, Éditions de la Martinière
- ↑ David Carrier, [24], Wild Art, Phaidon, 2013
- ↑ Maximiliano Ruiz, [25], Nuevo Mundo: Latin America Street Art, Die Gestalten, 2011
- ↑ Daab Books, [26], Wall Design, Daab, 2007
- ↑ Steven Heller, [27], 100 Ideas that Changed Graphic Design, Laurence King Publishers, 2014
- ↑ On Studio, [28], The Street Art Stencil Book, Laurence King Publishers, 2010
- ↑ Ric Blackshaw and Liz Farrelli, [29], Street Art - In the artist's own words, Rotovision
- ↑ Michael Marder, [30], The Event of the Thing: Derrida's Post-Deconstructive Realism, University of Toronto Press, 2009
- ↑ Diane Routex, [31], Crazy Photography, Vivays Publishing, 2012
- ↑ Agata Toromanoff, [32], Impossible Photography: Surreal Pictures that Challenge our Perception, Eken Press, 2018
- ↑ «ENGLISH . First he paints on walls. Then he bring his street images to life»
- ↑ «ENGLISH . Ossario»
- ↑ «GERMAN. Wenn Graffiti lebendig wird – Alexandre Orion» [ligação inativa]
- ↑ «SWEDISH . Omvänd graffitirengöring»