Amália dos Passos Figueiroa

Amália dos Passos Figueiroa (Porto Alegre, 31 de agosto de 1845 — Porto Alegre, 24 de setembro de 1878) foi uma poetisa e jornalista brasileira do século XIX.

Amália Figueiroa
Amália dos Passos Figueiroa
Nascimento 31 de agosto de 1845
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Morte 24 de setembro de 1878 (33 anos)
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Nacionalidade brasileira
Ocupação poetisa, jornalista
Escola/tradição romantismo

Biografia

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Família e juventude

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Filha do jornalista português Manuel dos Passos Figueiroa e da rio-grandense Ana Cândida da Rocha, Amália ficou orfã de pai aos quatro anos de idade.[1] A morte do pai, que já tinha setenta anos quando a filha nasceu, deixou marcas de tristeza na criança, que se tornou uma adolescente deprimida e melancólica[2]. Graças a sua delicadeza e sensibilidade, ainda jovem começou a escrever poemas líricos.[3]

Nascida em uma família amante das letras, Amália dos Passos Figueiroa foi irmã da também escritora Revocata dos Passos Figueiroa de Melo e tia materna das intelectuais Julieta de Melo Monteiro e Revocata Heloísa de Melo.[4]

Viagem ao Rio

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Aos vinte e quatro anos, Amália Figueiroa saiu de Porto Alegre pela primeira vez, viajando para o Rio de Janeiro acompanhada do irmão, José, engenheiro e professor da Escola Politécnica da cidade.

Na Corte Imperial, Amália teve a oportunidade de conviver com mais intelectuais brasileiros, dos quais alguns conheciam seu trabalham na imprensa gaúcha. Encorajada por eles, publicou suas poesias no jornal literário A Luz. Contudo, terminado o trabalho do irmão, Amália teve de regressar à cidade natal. A experiência no Rio de Janeiro fê-la sentir-se feliz, porém sua tristeza voltou à tona com as lembranças do passado.

Noivado e o Partenon Literário

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Um dia, em um sarau literário na casa de amigos, Amália conheceu o poeta e ourives Carlos Augusto Ferreira, por quem se apaixonou profundamente, tornando-o o centro de sua vida. Poucos meses depois, ocorreu o noivado. Ela passou então a sentir grande inspiração poética, pois pela primeira vez conheceu no íntimo a força do amor que cantava em seus poemas. Foi durante esta época de alegria e romance que Amália Figueiroa se tornou integrante da Sociedade Partenon Literário, publicando suas poesias na Revista da Sociedade e nos jornais porto-alegrenses, as quais foram bem aclamadas pela crítica e pelo público.

A poetisa não ficou limitada a poemas de amor: vivenciando a mobilização cívica durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), sentiu que fazia parte de uma pátria que lutava por sua soberania. Além disso, conscientizou-se das injustiças impostas aos escravos negros, engajando-se na campanha pelo abolicionismo do Partenon Literário, e lutou pelos direitos da mulher juntamente com Luciana de Abreu. No ano de 1872, Amália publicou o livro de poemas Crepúsculos[3], com prefácio de seu mestre Apolinário Porto Alegre[5].

O futuro de Amália lhe parecia muito feliz, até o dia em que D. Pedro II veio visitar Porto Alegre. Uma apresentação artística foi preparada para o imperador e sua esposa, D. Teresa Cristina, no Theatro São Pedro. Após a peça de teatro, seguiu-se com um recital de poesias, e Carlos Ferreira, noivo de Amália, subiu ao palco para declarar um poema em homenagem ao casal imperial. Admirado com o talento do jovem, D. Pedro II quis conhecê-lo pessoalmente e lhe propôs uma viagem de estudos no Rio de Janeiro, custeada pela Corte. Ferreira aceitou prontamente o convite, desistindo do noivado.

O abandono de Carlos Ferreira foi o segundo choque na vida de Amália — o primeiro foi a morte do pai dela. A poetisa então perdeu a esperança de encontrar novamente felicidade e passou a definhar física e emocionalmente, até chegar a um estado de alienação mental. Faleceu jovem, aos trinta e três anos, vítima de tuberculose.[3][5]

Em 1882, dois anos após sua morte, foram escolhidos dois poemas de Amália Figueiroa, As Duas Estrelas e Luz, para integrar a coleção Almanaque de Senhoras, editado em Lisboa, Portugal.

Homenagens

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Ver também

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Referências

  1. SPALDING, Walter. Construtores do Rio Grande. Livraria Sulina, Porto Alegre, 1969, 3 vol., 840pp.
  2. TERRA, Eloy. As ruas de Porto Alegre: Nomes de hoje e de ontem - Ruas de muita história. AGE editora.
  3. a b c FONTES, Rosa Ângela (org.). Logradouros públicos em Porto Alegre: presença feminina na denominação. Porto Alegre, Gráfica da UFRGS, 2007.
  4. O Partenon Literário e sua Obra. Edições Flama. Porto Alegre, 1976
  5. a b SPALDING, Walter. Itinerário da literatura Sul-rio-grandense, in Enciclopédia Rio-Grandense. Porto Alegre, 1956.

Ligações externas

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