Romantismo

movimento artístico
 Nota: Para amor, veja amor romântico.

O romantismo (também conhecido como movimento romântico ou definidor de uma era romântica) é um movimento artístico e intelectual que se originou na Europa no final do século XVIII. Na maior parte da Europa, atingiu o seu auge entre aproximadamente 1800 e 1850. O romantismo caracterizou-se pela ênfase na emoção e individualismo, bem como na glorificação do passado e da natureza, preferindo o medieval ao clássico. Ele foi em parte uma reação à Revolução Industrial[1] e à ideologia predominante da Era do Iluminismo, especialmente a racionalização científica da Natureza.[2] Foi incorporado mais fortemente nas artes visuais, na música e na literatura; também teve um grande impacto na historiografia,[3] na educação,[4] no xadrez, nas ciências sociais e nas ciências naturais.[5] Teve um efeito significativo e complexo na política: o pensamento romântico influenciou o conservadorismo, o liberalismo, o radicalismo e o nacionalismo.[6][7]

Caspar David Friedrich, Andarilho acima do Mar de Nevoeiro, 1818

O movimento enfatizou a emoção intensa como uma fonte autêntica de experiência estética. Concedeu uma nova importância às experiências de simpatia, admiração, admiração e terror, em parte ao naturalizar essas emoções como respostas ao "belo" e ao "sublime".[8][9] Os românticos enfatizaram a nobreza da arte popular e das práticas culturais antigas, mas também defenderam a política radical, o comportamento não convencional e a espontaneidade autêntica. Em contraste com o racionalismo e o classicismo do Iluminismo, o Romantismo reviveu o medievalismo e justapôs uma concepção pastoral de um passado europeu mais "autêntico" com uma visão altamente crítica das mudanças sociais recentes, incluindo a urbanização, provocadas pela Revolução Industrial .

Muitos ideais românticos foram articulados pela primeira vez por pensadores alemães no movimento Sturm und Drang, que elevou a intuição e o sentimentalismo acima do racionalismo iluminista.[10] Os acontecimentos e ideologias da Revolução Francesa também tiveram influência direta no movimento; muitos dos primeiros românticos em toda a Europa simpatizaram com os ideais e conquistas dos revolucionários franceses.[11] O romantismo celebrou as conquistas de indivíduos "heroicos"―especialmente artistas, que começaram a ser representados como líderes culturais (um luminar romântico, Percy Bysshe Shelley, descreveu os poetas como os "legisladores não reconhecidos do mundo" em sua "Defesa da Poesia"). O romantismo também priorizou a imaginação única e individual do artista acima das restrições da forma clássica. Na segunda metade do século XIX, o realismo surgiu como uma resposta ao romantismo e foi, de certa forma, uma reação contra ele. O romantismo sofreu um declínio geral durante este período, visto que foi ofuscado por novos movimentos culturais, sociais e políticos, muitos deles hostis às ilusões e preocupações percebidas dos românticos. No entanto, teve um impacto duradouro na civilização ocidental, e muitos artistas e pensadores "românticos", "neorromânticos" e "pós-românticos" criaram as suas obras mais duradouras após o fim da Era Romântica como tal.

Etimologia e desenvolvimento conceitual

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O conjunto de palavras com raiz "romana" nas diversas línguas europeias, como "romance" e "romanesco", tem uma história complicada. No século XVIII, as línguas europeias―nomeadamente o alemão, o inglês, o francês e o russo―utilizavam o termo "romance" no sentido de uma obra de ficção narrativa popular, como uma novela.[12] Este uso derivou do termo "línguas românicas", que se refere à linguagem vernácula (ou popular) em contraste com o latim formal.[12] A maioria desses romances assumiu a forma de "romance de cavalaria", contos de aventura, devoção e honra.[13]

O conceito de "romântico", nas palavras em inglês romantick e em alemão romantisch, ligadas assim aos romances medievais, surgiu antes do conceito de "romantismo" como uma escola literária definida; progressivamente no século XVIII, histórias de horror e amor passaram a se associar aos romances de cavalaria, formando sobre o termo uma conotação de gênero sentimental, e o campo semântico do adjetivo passou a indicar aquilo que tinha características de narrativa. E no século XVII, "Romantische" também foi uma palavra utilizada para se referir a pinturas de paisagem, evocando suas qualidades emotivas. Foi com a crítica literária de pensadores alemães no final do século XVIII que ganhou corpo o seu significado secundário de "crítico à civilização" ou à sociedade, ao mesmo tempo tornando-o uma categoria histórica-filosófica, em que se situava o "romântico" em contraposição ao "clássico" da Antiguidade. Enfim, passou a ser considerado um tipo distinto de gênero literário e artístico em geral.[14]

Considera-se que três obras declaradamente programáticas foram fundantes do romantismo no ano de 1798: O Pólen de Novalis; os Fragmentos de Friedrich Schlegel na revista Athenaeum, e as Baladas Líricas de Wordsworth e Coleridge.[15]

Apesar de chamados de "classicistas de Weimar", foram Wieland, Herder, Goethe e Schiller que lançaram o termo romantisch em uma grande discussão literária na Alemanha. Goethe afirma que fora ele e Schiller quem inventaram a distinção entre classicismo e romantismo e,[16] apesar de suas diversas críticas contra o romantismo em vida,[14] importantes obras de Goethe foram consideradas românticas ou serviram de plataforma inspiradora para o romantismo.[16]

Inicialmente, toda poesia de uma tradição que não derivava da clássica e que era a fim aos temas da cavalaria e do cristianismo era chamada de romântica, o que se encontra nos primeiros compêndios de história da literatura, como os de Johann Gottfried Eichhorn (1799) e de Friedrich Bouterwek (1801-1805). Este último utilizou o termo "altromantisch" para composições da Idade Média, e "neuromantisch" para autores da Renascença.[17] A distinção tipológica propriamente dita, que delimitava o romântico em contraste ao clássico, se iniciou com autores como Herder e Schiller, mas foi formulada principalmente com os irmãos Schlegel,[14][17] que expandiram o romantismo como uma tendência de espírito para além de somente uma categoria histórica.[18]

Friedrich Schlegel foi o mais influente teórico da arte romântica, avançando uma agenda literária que buscava dar ao romantismo um caráter universal e progressivo.[14] Com o termo "poesia romântica", é provável que se referisse a todas as artes, não apenas as literárias, e também há evidência de que nisso incluiria a música.[19] Ele escreveu no fragmento 116 da Athenaeum:[20]

"A poesia romântica é uma poesia progressiva e universal. Seu objetivo não é apenas reunir todas as espécies separadas de poesia e colocar a poesia em contato com a filosofia e a retórica. Ela tenta e deve misturar e fundir poesia e prosa, inspiração e crítica, a poesia da arte e a poesia da natureza (...) Outras poesias estão acabadas e já podem ser plenamente analisadas. A poesia romântica ainda está em estado de devir, essa é, de fato, a sua verdadeira essência: que deva estar sempre se tornando e nunca se encontra perfeita. Não pode ser esgotada por nenhuma teoria e apenas uma crítica divinatória ousaria tentar caracterizar seu ideal. Só ela é infinita, assim como só ela é livre."

Em 1797, havia escrito ao seu irmão August: "Mal posso enviar-lhe a minha explicação da palavra romântico (romantisch), porque ocuparia―125 páginas!".[21][16] Em sua obra pré-romântica, Schlegel já criticava o caráter de desencantamento do mundo que adveio com a racionalidade da cultura moderna, porém depois reconsiderou que essa racionalidade possibilitava a criação de uma nova literatura e de um olhar que considerasse o mistério, a magia e o encantamento da natureza. As características modernas como a fragmentação e o estar inacabado evocavam, segundo ele, um anseio constante por uma infinitude; para ele, a literatura romântica tem como marca principal a ironia, que, sinuosa ao provocar tensões e oscilações, aponta ao "senso de infinito" e ao desconhecido. Isso leva a poesia romântica a ser "fiel aos fatos e verdadeiro no reino do visível e cheia de significado secreto e relação com o invisível’". Em um fragmento, afirma que o texto romântico deve "tentar (...) encantar a mente".[22] Friedrich escreveu depois em seu ensaio de 1800 Gespräch über die Poesie ("Diálogo sobre Poesia"): "Procuro e encontro o romântico entre os modernos mais antigos, em Shakespeare, em Cervantes, na poesia italiana, naquela era de cavalaria, amor e fábula, do qual deriva o fenômeno e a própria palavra."[18][23]

August Schlegel tentou demonstrar que havia um tipo caracteristicamente moderno de poesia que não era influenciada pela Antiguidade. Ele descrevia a poesia romântica como universal, imutável e imortal, e que uma característica definidora era seu apelo ao cristianismo ao invés de uma orientação à mitologia clássica. August foi nisso muito influente e realizou palestras públicas entre 1798 e 1808, afirmando a existência de um discurso ou cultura romântica. Seu conceito de "moderno" abrangia desde autores da Idade Média como Dante e Petrarca, até aos mais modernos em sentido estrito, incluindo Shakespeare, Milton, Rousseau e Goethe. O romantismo foi delimitado por ele com uma relação de contraste, e, por defender o potencial coesivo do cristianismo, acabou por infundir um teor psicológico e espiritual à estética romântica, de anseio pelo infinito.[14]

 
Anne-Louis Girodet de Roussy-Trioson, Ossian recebendo os fantasmas dos heróis franceses (1800–02). Musée national de Malmaison et Bois-Préau, Château de Malmaison

Mas houve outras influências não clássicas formadoras do romantismo para além do foco sobre a Idade Média e o cristianismo, e uma grande contribuição e característica definidora do romantismo a partir desses expoentes foi também a divulgação do exótico. Isso adveio com as visões historicistas dos Schlegel, Herder e Goethe, os quais buscaram a literatura e tradições nacionais de outros países que não se originaram de fontes clássicas gregas. Assim, valorizou-se o folclore de baladas, poetas provençais, sagas mitológicas como a dos Nibelungos e a Edda e textos em vernáculo romântico, que influenciaram todo o corpo de produções românticas.[24][25] Na fase do Sturm und Drang de Goethe, por exemplo, o wertherismo propagou uma onda de ossianismo na Europa, em que as narrativas de Ossian por James Macpherson serviam de contrapeso a Homero; ao mesmo tempo, o wertherismo promoveu ondas de Rousseau e Shakespeare.[26] O romantismo teve papel importante no reconhecimento do valor de produções do Oriente, como em traduções de obras sânscritas.[24][27]

A dicotomia de clássico-romântico foi posteriormente popularizada pela Madame de Staël na década de 1810 e se difundiu pela França, Itália, Espanha, Portugal, Polônia, Rússia e Inglaterra. A "poesia da perfeição" clássica foi oposta ao estilo fragmentário, progressivo e ilimitado sem uma conclusão polida. Apoiadores como Stendhal, na década de 1820, defenderiam o romantismo como presente em todos os tempos: um eterno impulso renovador e imaginativo em contraste a um eterno tradicionalismo.[28]

No início do século XIX, seus autores não se chamavam de românticos; eles frequentemente referiam a si mesmos como uma "escola" diferente, ou "nova escola".[29] Friedrich Schlegel e Novalis faziam menção à sua visão de mundo usando o verbo "romantizar" (em alemão: romantisieren),[30][31] cuja criação geralmente é creditada a Novalis.[32] Ele escreveu num fragmento em 1800:[33]

"O mundo deve ser romantizado. Assim, pode-se encontrar o significado original novamente. Romantizar nada mais é do que uma exponenciação qualitativa. Nessa operação, o eu inferior é identificado com um eu superior. Assim como nós mesmos somos, como tal, uma série de potências qualitativas. Esta operação é ainda totalmente desconhecida. Ao dar ao comum um significado superior, ao ordinário um olhar misterioso, ao conhecido a dignidade do desconhecido, ao finito a aparência do infinito, assim eu o romantizo―A operação para o superior, desconhecido, místico, infinito é invertida―isto será logaritmizado por meio dessa conexão―Ela assume uma expressão familiar. Filosofia romântica. Lingua romana. Alternando elevação e rebaixamento."

Mas Novalis já fizera uso também em 1798 da forma substantiva die Romantik para uma ciência própria desse espírito romântico, tal qual outras ciências como a física. Esse substantivo foi utilizado em 1804 por Jean Paul Richter para caracterizar alguns escritores. Em 1808, Voss e Baggesen chamariam outros escritores de Romantiker com tom de insulto, enquanto Brentano e Arnim assumiriam vocalmente esse título.[16] Ludwig Tieck, em carta de 1813, ressente ser chamado de "chefe da assim chamada Escola Romântica".[16]

 
William Blake, Albion Ergueu-se, 1794–95

O historiador literário Bouterwek menciona em 1819: "a nova escola que, por falta de outro nome, pode ser chamada de romântica", talvez o primeiro reconhecimento explícito de um especialista aos "Romantiker" como um grupo literário definido à parte;[34] pouco depois, um crítico de arte francês também denominaria a nova escola de "Escola Romântica" em referência a pintores. O termo ganhou aderência por volta dessa época em diversos países para se referir também a outros artistas como músicos, além de filósofos e cientistas.[35] Mas em direção à metade do século XIX, ganhou conotação negativa, com o romantismo sendo considerado por vezes reacionário. Passou a ser objeto de diversas sátiras, como por Heinrich Heine, que escreveu em 1836 o livro A Escola Romântica.[29] Em 1824, a Academia Francesa tomara a medida totalmente ineficaz de emitir um decreto condenando o romantismo na literatura.[36] Diferentes tendências que interpretavam o significado do romantismo tanto de forma positiva quanto negativa continuariam no século XIX, até ser universalmente reconhecido em seu valor histórico e conceitual como um campo estético e filosófico por estudos acadêmicos a partir do início do século XX.[14]

O início do romantismo inglês é frequentemente demarcado com o prefácio às Baladas Líricas escrito em 1800 por Wordsworth, mas não se pode negar as contribuições anteriores de William Blake.[14] Em 1811, Coleridge deu palestras que popularizaram a distinção clássico-romântico de Schlegel.[17] Já o início do romantismo francês é mais dificilmente identificado de forma consensual, muitos admitindo a data de 1830 com o escândalo em torno do Hernani de Victor Hugo, devido ao seu caráter de manifesto.[14]

Contexto histórico

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A Revolução Belga, por Gustaf Wappersde Wappers, nos Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica.

O culto à natureza e à imaginação já havia começado com os escoceses no século XIII, quando surgiram as primeiras histórias de cavaleiros e donzelas, em verso. Nessa época, as narrativas eram chamadas de romance, palavra que deriva do advérbio latino romanice,[nota 1] que significa "na língua de Roma".[37]

Algumas características típicas do romantismo já podem ser rastreadas nas obras de Isabella di Morra, que se separou da poesia amorosa petrarquista do século XVI, afligida pela solidão a que foi forçada e que a acompanhará até sua morte trágica.[38]

A origem do que viria a ser conhecido como "romantismo", no entanto, fora plantada no século XVII, quando o "espírito clássico" começaria a ser contestado na Grã-Bretanha.[nota 2]

O romantismo surgiu na Europa em uma época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíam sistemas de governo despóticos e surgia o liberalismo político (não confundir com o liberalismo econômico do século XX). No campo social imperava o inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição.

Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu nascimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage.

O romantismo surge inicialmente naquela que futuramente seria a Alemanha e na Inglaterra. Na Alemanha, o romantismo, teria, inclusive, fundamental importância na unificação germânica com o movimento Sturm und Drang. Depois, foi avançado pelo romantismo inicial de Jena (Frühromantik).

O romantismo viria a se manifestar de forma bastante variada nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao realismo.

No Brasil, o romantismo coincidiu com a Independência política do Brasil em 1822, com o Primeiro reinado, com a Guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista.

Características

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Segundo Jacques Barzun, existiram três gerações de artistas românticos. A primeira emergiu entre 1790-1800, a segunda na década de 1820, e a terceira mais tarde nesse mesmo século.[39]

  • 1.ª geração — As características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo, o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro. Também destacam-se o nacionalismo, presente da coletânea de textos e documentos de caráter fundacional e que remetam para o nascimento de uma nação, fato atribuído à época medieval, a idealização do mundo e da mulher e a depressão por essa mesma idealização não se materializar, assim como a fuga da realidade e o escapismo. A mulher era uma musa, ela era amada e desejada mas não era tocada.
  • 2.ª geração — Posteriormente também seriam notados o pessimismo e um certo gosto pela morte, religiosidade e naturalismo. A mulher era alcançada mas a felicidade não era atingida.
  • 3.ª geração — Seria a fase de transição para outra corrente literária, o realismo, a qual denuncia os vícios e males da sociedade, mesmo que o faça de forma enfatizada e irônica (vide Eça de Queirós), com o intuito de pôr a descoberto realidades desconhecidas que revelam fragilidades. A mulher era idealizada e acessível.

Individualismo

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Os românticos libertam-se da necessidade de seguir formas reais de intuito humano, abrindo espaço para a manifestação da individualidade, muitas vezes definida por emoções e sentimentos.

Subjetivismo

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O romancista trata dos assuntos de forma pessoal, de acordo com sua opinião sobre o mundo. O subjetivismo pode ser notado através do uso de verbos na primeira pessoa. Trata-se sempre de uma opinião parcelada, dada por um indivíduo que baseia sua perspectiva naquilo que as suas sensações captam. Com plena liberdade de criar, o artista romântico não se acanha em expor suas emoções pessoais, em fazer delas a temática sempre retomada em sua obra.

Idealização

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Empolgado pela imaginação, o autor idealiza temas, exagerando em algumas de suas características. Dessa forma, a mulher é vista como uma virgem frágil, o índio é visto como herói nacional e a noção de pátria também é idealizada.

Sentimentalismo exacerbado

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Praticamente todos os poemas românticos apresentam sentimentalismo já que essa escola literária é movida através da emoção, sendo as mais comuns a saudade, a tristeza e a desilusão. Os poemas expressam o sentimento do poeta, suas emoções e são como o relato sobre uma vida.

O romântico analisa e expressa a realidade por meio dos sentimentos. E acredita que só sentimentalmente se consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do indivíduo relatado. Emoção acima de tudo.

Egocentrismo

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Como o nome já diz, é a colocação do ego no centro de tudo. Vários artistas românticos colocam, em seus poemas e textos, os seus sentimentos acima de tudo, destacando-os na obra. Pode-se dizer, talvez, que o egocentrismo é um subjetivismo exagerado.

Natureza interagindo com o eu lírico

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A natureza, no romantismo, expressa aquilo que o eu-lírico está sentindo no momento narrado. A natureza pode estar presente desde as estações do ano, como formas de passagens, à tempestades, ou dias de muito sol. Diferentemente do Arcadismo, por exemplo, que a natureza é mera paisagem. No romantismo, a natureza interage com o eu-lírico. A natureza funciona quase como a expressão mais pura do estado de espírito do poeta.

Grotesco e sublime

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Há a fusão do belo e do feio, diferentemente do arcadismo, que visa a idealização do personagem principal, tornando-o a imagem da perfeição. Como exemplo, temos o conto de A Bela e a Fera, no qual uma jovem idealizada, se apaixona por uma criatura horrenda.

Medievalismo

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Alguns românticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua língua e de seu próprio país. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel à pátria um ótimo modo de retratar as culturas de seu país. Esses poemas passam-se em eras medievais e retratavam grandes guerras e batalhas.

Indianismo

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É o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os brasileiros não tinham um cavaleiro para idealizar, os escritores adotaram o indígena como o ícone para a origem nacional e o colocam como um herói. O indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques Rousseau), segundo o qual a sociedade corrompe o homem e o homem perfeito seria o índigena, que não tinha nenhum contato com a sociedade europeia.

Byronismo

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Inspirado na vida e na obra de Lord Byron, um poeta inglês. Estilo de vida boémio, voltado para vícios, bebida, fumo, podendo estar representado no personagem ou na própria vida do autor romântico. O byronismo é caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo pessimismo, pela angústia.

Romantismo nas belas-artes

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 Ver artigo principal: Pintura do romantismo
 
A Liberdade Guiando o Povo, por Eugène Delacroix, no Museu do Louvre.

Segundo Giulio Carlo Argan na sua obra Arte moderna, o romantismo e o neoclassicismo são simplesmente duas faces de uma mesma moeda. Enquanto o neoclássico busca um ideal sublime, objetivando o mundo, o romântico faz o mesmo, embora tenda a subjetivar o mundo exterior. Os dois movimentos estão interligados, portanto, pela idealização da realidade (mesmo que com resultados diversos).

As primeiras manifestações românticas na pintura ocorreram quando Francisco Goya passou a pintar depois de começar a perder a audição. Um quadro de temática neoclássica como Saturno Devorando um Filho, por exemplo, apresenta uma série de emoções para o espectador que o fazem se sentir inseguro e angustiado. Goya cria um jogo de luz-e-sombra, linhas de composição diagonais e pinceladas "grosseiras" de forma a acentuar a situação dramática representada. Apesar de Goya ter sido um acadêmico, o romantismo somente chegaria à Academia mais tarde.

O francês Eugène Delacroix é considerado um pintor romântico por excelência. Sua tela A Liberdade Guiando o Povo reúne o vigor e o ideal românticos em uma obra que estrutura-se em um turbilhão de formas. O tema são os revolucionários de 1830 guiados pelo espírito da Liberdade (retratados aqui por uma mulher carregando a bandeira da França). O artista coloca-se metaforicamente como um revolucionário ao se retratar em um personagem da turba, apesar de olhar com uma certa reserva para os acontecimentos (refletindo a influência burguesa no romantismo). Esta é provavelmente a obra romântica mais conhecida.

A busca pelo exótico, pelo inóspito e pelo selvagem formaria outra característica fundamental do romantismo. Exaltavam-se as sensações extremas, os paraísos artificiais, a natureza em seu aspecto mais bruto. Lançar-se em "aventuras" ao embarcar em navios com destino aos polos, por exemplo, tornou-se uma forma de inspiração para alguns artistas. O pintor inglês William Turner refletiu este espírito em obras como Mar em tempestade onde o retrato de um fenômeno da Natureza é usado como forma de atingir os sentimentos supracitados.

Géricault é outro dos grandes nomes do romantismo na pintura.[40] A sua obra A Jangada da Medusa, pintada por volta de 1819, com a mistura entre os elementos barrocos, o naturalismo e o dramatismo pessoal das personagens, é uma das mais célebres pinturas do movimento romântico.[41]

Romantismo na literatura

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Goethe na Itália por Johann Heinrich Wilhelm Tischbein, no Städel.

O romantismo surge na literatura quando os escritores trocam o mecenato aristocrático pelo editor, precisando assim cativar um público leitor. Esse público estará entre os pequenos burgueses, que não estavam ligados aos valores literários clássicos e, por isso, apreciariam mais a emoção do que a sutileza das formas do período anterior. A história do romantismo literário é bastante controversa.

Em primeiro lugar, as manifestações em poesia e prosa popular na Inglaterra são os primeiros antecedentes, embora sejam consideradas "pré-românticas" em sentido lato. Os autores ingleses mais conhecidos desse pré-romantismo "extra-oficial" são William Blake (cujo misticismo latente em The Marriage of Heaven and Hell - O Casamento do Céu e Inferno, 1793 atravessará o romantismo até o simbolismo) e Edward Young (cujos Night Thoughts - Pensamentos Noturnos, 1742, re-editados por Blake em 1795, influenciarão o ultrarromantismo), ao lado de James Thomson, William Cowper e Robert Burns. O romantismo "oficial" é reconhecido nas figuras de Coleridge e Wordsworth (Lyrical Ballads - Baladas Líricas, 1798), fundadores; Lord Byron (Childe Harold's Pilgrimage, Peregrinação de Childe Harold, 1818), Shelley (Hymn to Intellectual Beauty - Hino à Beleza Intelectual, 1817) e Keats (Endymion, 1817), após o Romantismo de Jena.

Em segundo lugar, os alemães procuraram renovar sua literatura através do retorno à natureza e à essência humana, com assídua recorrência ao "pré-romantismo extra-oficial" da Inglaterra. Esses escritores alemães formaram os movimentos Empfindsamkeit ("Sentimentalismo") e Sturm und Drang ("Tempestade e Ímpeto"), donde surge então, mergulhado no sentimentalismo, o pré-romantismo "oficial", isto é, conforme as convenções historiográficas. Goethe (Die Leiden des Jungen Werther - Os Sofrimentos do Jovem Werther, 1774), Schiller (An die Freude - "Ode à Alegria", 1785) e Herder (Auszug aus einem Briefwechsel über Ossian und die Lieder alter Völker - "Extrato da correspondência sobre Ossian e as canções dos povos antigos", 1773) formam a Tríade. Alguns jovens alemães, como Schegel e Novalis, com novos ideais artísticos, afirmam que a literatura, enquanto arte literária, precisa expressar não só o sentimento como também o pensamento, fundidos na ironia e na auto-reflexão. Era o "romantismo de Jena", o único romantismo autêntico em nível internacional.

Em terceiro lugar, a difusão europeia do romantismo tomou como românticas as formas pré-românticas da Inglaterra e da Alemanha, privilegiando, portanto, apenas o sentimentalismo em detrimento da complicada reflexão do romantismo de Jena. Por isso, mundialmente, o romantismo é uma extensão do pré-romantismo. Assim, na França, destacam-se Stendhal, Hugo e Musset; na Itália Leopardi e Alessandro Manzoni; em Portugal Garrett e Herculano; na Espanha Espronceda e Zorilla.

Tendo o liberalismo como referência ideológica, o romantismo renega as formas rígidas da literatura, como versos de métrica exata. O romance se torna o gênero narrativo preferencial, em oposição à epopeia. É a superação da retórica, tão valorizada pelos clássicos.

Os aspectos fundamentais da temática romântica são o historicismo e o individualismo. O historicismo está representado nas obras de Walter Scott (Inglaterra), Vitor Hugo (França), Almeida Garrett (Portugal), José de Alencar (Brasil), entre tantos outros. São resgates históricos apaixonados e saudosos ou observações sobre o momento histórico que atravessava-se àquela altura, como no caso de Balzac ou Stendhal (ambos franceses).

A outra vertente, focada no individualismo, traz consigo o culto do egocentrismo, vazado de melancolia e pessimismo (Mal do século). Pelo apego ao intimismo e a valores extremados, foram chamados de ultrarromânticos. Esses escritores como Byron, Alfred de Musset e Álvares de Azevedo beberam do Sturm und Drang alemão, perpetuando as fontes sentimentais.

O romantismo é um movimento que vai contra o avanço da modernidade em termos da intensa racionalização e mecanização. É uma crítica à perda das perspectivas que fogem àquelas correlacionadas à razão. Por parte o romantismo nos mostra como bases de vida o amor e a liberdade.

Romantismo na música

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 Ver artigo principal: Música do romantismo

As primeiras evidências do romantismo na música aparecem com Beethoven. Suas sinfonias, a partir da terceira, revelam uma música com temática profundamente pessoal e interiorizada, assim como algumas de suas sonatas para piano também, entre as quais é possível citar a Sonata Patética.

Outros compositores como Chopin, Tchaikovski, Felix Mendelssohn, Liszt, Grieg e Brahms levaram ainda mais adiante o ideal romântico de Beethoven, deixando o rigor formal do classicismo para escreverem músicas mais de acordo com suas emoções.

Na ópera, os compositores mais notáveis foram Verdi e Wagner. O primeiro procurou escrever óperas, em sua maioria, com conteúdo épico ou patriótico — entre as quais as óperas Nabucco, Les vêpres siciliennes, I Lombardi nella Prima Crociata — embora tenha escrito também algumas óperas baseadas em histórias de amor como La Traviata; O segundo enfocava histórias mitológicas germânicas, caso da tetralogia do Anel do Nibelungo e outras óperas como Tristão e Isolda e O Holandês Voador, ou sagas medievais como Tannhäuser, Lohengrin e Parsifal. Mais tarde na Itália o romantismo na ópera se desenvolveu ainda mais com Puccini.

Romantismo além das artes

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Ciências

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O movimento romântico afetou a maioria dos aspectos da vida intelectual, e o romantismo e a ciência tiveram uma ligação poderosa, especialmente no período 1800-1840. Muitos cientistas foram influenciados por versões da Naturphilosophie de Johann Gottlieb Fichte, Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling e Georg Wilhelm Friedrich Hegel e outros, e sem abandonar o empirismo buscaram no seu trabalho descobrir o que tendiam a acreditar ser uma Natureza unificada e orgânica. O cientista inglês Sir Humphry Davy, um proeminente pensador romântico, disse que compreender a natureza exigia "uma atitude de admiração, amor e adoração, [...] uma resposta pessoal".[42] Ele acreditava que o conhecimento só era alcançável por quem realmente apreciava e respeitava a natureza. O autoentendimento foi um aspecto importante do romantismo. Tinha menos a ver com provar que o homem era capaz de compreender a natureza (através do seu intelecto em desenvolvimento) e, portanto, de controlá-la, e mais a ver com o apelo emocional de se conectar com a natureza e entendê-la através de uma coexistência harmoniosa.[43]

Historiografia

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A escrita da história foi fortemente, e muitos diriam prejudicialmente, influenciada pelo romantismo.[44] Na Inglaterra, Thomas Carlyle foi um ensaísta altamente influente que se tornou historiador; ele inventou e exemplificou a frase "adoração de heróis",[45] esbanjando elogios em grande parte acríticos a líderes fortes como Oliver Cromwell, Frederico, o Grande e Napoleão. O nacionalismo romântico teve um efeito amplamente negativo na escrita da história no século XIX, pois cada nação tendia a produzir a sua própria versão da história, e a atitude crítica, até mesmo o cinismo, dos historiadores anteriores foi frequentemente substituída por uma tendência para criar histórias românticas. com heróis e vilões claramente distintos.[46]

Teologia

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Para isolar a teologia do cientificismo ou do reducionismo na ciência, os teólogos alemães pós-iluministas do século XIX desenvolveram uma concepção modernista ou assim chamada liberal do cristianismo, liderada por Friedrich Schleiermacher e Albrecht Ritschl. Eles adotaram a abordagem romântica de enraizar a religião no mundo interior do espírito humano, de modo que é o sentimento ou a sensibilidade de uma pessoa sobre questões espirituais que compreende a religião.[47]

Romantismo em Portugal

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 Ver artigo principal: Romantismo em Portugal

Teve como marco inicial a publicação do poema "Camões", de Almeida Garrett, em 1825, e durou cerca de 40 anos terminando por volta de 1865 com a Questão Coimbrã.

A primeira geração do romantismo em Portugal vai de 1825 a 1840. Seus principais autores são Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Antônio Feliciano de Castilho. A segunda geração, ultrarromântica, de 1840 a 1860 e tem como principais autores, Camilo Castelo Branco e Soares de Passos. A terceira geração, pré-realista, de 1860 a 1870, aproximadamente, teve como principais autores Júlio Dinis e João de Deus.

Romantismo no Brasil

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 Ver artigo principal: Romantismo no Brasil

De acordo com o tema principal, os romances no Brasil podem ser classificados como indianistas, urbanos ou históricos e regionalistas.

No romance indianista, o índio era o foco da literatura, pois era considerado uma autêntica expressão da nacionalidade, e era altamente idealizado. Como um símbolo da pureza e da inocência, representava o homem não corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos. Junto com tudo isso, o indianismo expressava os costumes e a linguagem indígenas, cujo retrato fez de certos romances excelentes documentos históricos.

Os romances urbanos tratam da vida na capital e relatam as particularidades da vida cotidiana da burguesia, cujos membros se identificavam com os personagens. Os romances faziam sempre uma crítica à sociedade através de situações corriqueiras, como o casamento por interesse ou a ascensão social a qualquer preço.

Por fim, o romance regionalista propunha uma construção de texto que valorizasse as diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais que afastavam o povo brasileiro da Europa, e caracterizava-os como uma nação. Os romances regionalistas criavam um vasto panorama do Brasil, representando a forma de vida e individualidade da população de cada parte do país. A preferência dos autores era por regiões afastadas de centros urbanos, pois estes estavam sempre em contato com a Europa, além de o espaço físico afetar suas condições de vida.

A primeira geração (nacionalista–indianista) era voltada para a natureza, o regresso ao passado histórico e ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre. Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do romantismo no Brasil. Obras: Suspiros Poéticos e Saudades. Gonçalves Dias foi o mais significativo poeta romântico brasileiro. Obras: Canção do exílio e I-Juca-Pirama. Araújo Porto Alegre fundou com os outros dois a Revista Niterói-Brasiliense.

Entre as principais características da primeira geração romântica no Brasil estão: o nacionalismo ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo (linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo, o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e sentimentalismo.

A segunda geração, também conhecida como Byroniana e Ultrarromantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.

Entre seus principais autores estão Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire e Pedro de Calasans. Álvares de Azevedo fazia parte da sociedade epicuréia destinada a repetir no Brasil a existência boêmia de Byron. Obras: Pálida à Luz, Soneto, Lembranças de Morrer, Noite na Taverna. Casimiro de Abreu escreveu As Primaveras, Poesia e amor, etc. Fagundes Varela, embora byroniano, já tinha em sua poesia algumas características da terceira geração do romantismo. Junqueira Freire, com estilo dividido entre a homossexualidade e a heterossexualidade, demonstrava as idiossincrasias da religião católica do século XIX.

Já as principais características da segunda geração foram o profundo subjetivismo, o egocentrismo, o individualismo, a evasão na morte, o saudosismo (lamentação) — em Casimiro de Abreu, por exemplo, o pessimismo, o sentimento de angústia, o sofrimento amoroso, o desespero, o satanismo e a fuga da realidade.

Por fim há a terceira geração, conhecida também como geração Condoreira, simbolizada pelo condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas, ou hugoniana, referente ao escritor francês Victor Hugo, grande pensador do social e influenciador dessa geração.

Os destaques desta geração foram Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto. Castro Alves, denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo representante dessa geração com obras como "Espumas Flutuantes" e "Navio Negreiro". Sousândrade não foi um poeta muito influente, mas tem uma pequena importância pelo descritivismo de suas obras. Tobias Barreto é famoso pelos seus poemas românticos.

As principais características são o erotismo, a mulher vista com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada.

Essas três gerações citadas acima apenas se aplicam para a poesia romântica, pois a prosa no Brasil não foi marcada por gerações, e sim por estilos de textos — indianista, urbano ou regional — que aconteceram todos simultaneamente.

No país, entretanto, o romantismo perdurará até à década de 1880. Com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, por Machado de Assis, em 1881, ocorre formalmente a passagem para o período realista.

Principais escritores românticos brasileiros

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Demais artes

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Apesar da produção literária ser predominantemente romântica, vive-se no país neste período um grande incentivo ao academicismo e ao neoclassicismo. O neoclássico foi o estilo oficial do Império do Brasil recém-proclamado e o grande centro das artes no país é a Escola Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, lar do neoclassicismo no Brasil, sob influência direta da Missão francesa trazida pelo príncipe-regente D. João VI. Principais características: subjetivismo, evasão, erotismo, senso de mistério e religiosidade.

Ver também

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Notas

  1. A palavra romanice foi utilizada, então, para definir um tipo de poema épico.
  2. Filósofos como John Locke passariam a refutar as ideias de Descartes (o conhecimento se dá pela razão) e a defender que a compreensão do mundo só é possível por meio dos sentidos.

Referências

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Bibliografia

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Ligações externas

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