Câmara Municipal de São Paulo

Órgão legislativo do município de São Paulo, no Brasil
(Redirecionado de Câmara de São Paulo)

Câmara Municipal de São Paulo é o órgão legislativo do município de São Paulo, no Brasil. Desde a 11ª Legislatura (1993-1997), é composto por 55 vereadores, número máximo estabelecido pela Constituição de 1988. Considerada a maior casa legislativa municipal do Brasil, foi criada em 1560 e é também uma das mais antigas. Sua sede atual, conhecida como "Palácio Anchieta", fica no centro da cidade, no Viaduto Jacareí nº 100, e foi inaugurada em 7 de setembro de 1969.[3]

Câmara Municipal de São Paulo
Brasão de armas ou logo
Tipo
Tipo
Liderança
Presidente
Ricardo Teixeira, UNIÃO
desde 1º de janeiro de 2025
Fabio Riva, MDB
Estrutura
Assentos 55 vereadores
Grupos políticos
Governo e base aliada (41)[nota 1]

Oposição (14)

Eleições
Sistema proporcional de lista aberta.
Última eleição
06 de outubro de 2024
Local de reunião
Palácio Anchieta, São Paulo (SP)
Website
saopaulo.sp.leg.br

História

editar

Século XVI e XVII

editar

A criação da Câmara, importante marco da história da cidade de São Paulo, se deu por ato régio quando da criação da Vila de São Paulo de Piratininga, por ordem do governador-geral Mem de Sá, em 1560. As reuniões do Concelho, na época ocasionais, se davam na residência de um dos vereadores, uma vez que o paço municipal só viria a ser construído em 1575.[4] Assim como em todo o Império Português, o funcionamento da Câmara era objeto de correições periódicas em que juízes togados examinavam a documentação e aferiam o cumprimento das Ordenações Manuelinas (depois de 1618, as Ordenações Filipinas).

De acordo com a tradição ibérica, as antigas Câmaras exerciam, simultaneamente, os três poderes, legislativo, executivo e judiciário, conforme as Ordenações Filipinas, Título LXVI (Dos Vereadores):

Aos Vereadores pertence ter carrego [cargo] de todo o regimento da terra e das obras do Concelho, e de tudo o que poderem saber, e entender, porque a terra e os moradores della possam bem viver, e nisto hão de trabalhar. E se souberem que se fazem na terra malfeitorias, ou que não he guardada pela Justiça, como deve, requererão aos Juízes, que olhem por isso. E se o fazer não quizerem, façam-no saber ao Corregedor da Comarca, ou a Nós.

As Atas da Câmara

editar

As atas da Câmara são fontes importantes para reconstruir a história da cidade, e estão hoje no Arquivo Histórico Municipal Washington Luís. Foram traduzidas e publicadas no começo do século XX pelo então prefeito Washington Luís. O tomo mais antigo sobrevivente é de 1562, como explica Taunay (1920):

De 1560 data, pois, a vida municipal de que deveriam constar os primeiros documentos comprobatórios se do arquivo da Câmara, não houvesse desaparecido o primeiro tomo das Atas, em época em que não é possível fixar, diz o Sr. Manuel Alves de Souza, um dos tradutores desses papéis de tão difícil leitura. Leu-o Azevedo Marques e Cândido Mendes de Almeida também o percorreu pouco antes de 1880. Não há 40 anos, ainda, foi subtraído o tão precioso livro... após uma permanência de mais de três séculos no arquivo paulistano.[5]

Para o período mais próximo da fundação do povoamento de José de Anchieta, há as Actas de Santo André da Borda do Campo, levadas à Piratininga em 1560. Como os primeiros habitantes de São Paulo de Piratininga, uma vila isolada no planalto, não tinham grande educação formal, os manuscritos são de difícil leitura e interpretação:

À primeira vista nem parecem as Atas da Câmara de São Paulo quinhentistas, escritas não em português, mas em idioma lusitaniforme, áspero e grosseiro, em que a grafia extravagante das palavras se une à confusão dos conceitos, às ambuiguidades da frase, à ausência de pontuação senão, frequentemente de termos indispensáveis à oração. Percorre-se toda a escala de atentados à gramática num estilo (?) bárbaro e tão cheio de vícios que torna os documentos de penosa leitura.[5]

Já no século XIX, com a riqueza do café, vê-se algumas demonstrações de ostentação, como as capas dos tomos das atas com as letras folheadas a ouro.

Período imperial

editar
 
Palacete da sede em 1862 em fotografia de Militão Augusto de Azevedo.

Já no período imperial, já sob a Constituição de 1824 e Lei de 1 de outubro de 1828, as primeiras eleições para vereador em São Paulo ocorreram em 1 de fevereiro de 1829, e a primeira sessão realizada no dia 22, presidida pelo juiz de fora da comarca. Os nove vereadores eleitos para o período 1829-1830 foram: sargento-mor José Manoel da Luz, presidente; alferes, José Manoel da França; capitão Antonio Bernardes Bueno da Veiga que, por ser idoso e doente, pediu escusas, sendo substituído pelo suplente, Pe. Ildefonso Xavier Ferreira; tenente Joaquim Antônio Alves Alvim; Cândido Gonçalves Gomide; capitão Francisco Mariano Galvão Bueno; sargento-mor Antônio Cardoso Nogueira.[6]

Período republicano

editar

Proclamada a República, a Câmara foi dissolvida pelo Ato n 26 de 10 de janeiro de 1890, e nomeado um Conselho de Intendência Municipal. Os vereadores depostos drs. Francisco de Penaforte Mendes de Almeida, José Evaristo Alves da Cruz e Vicente Ferreira da Silva[7] consignaram protesto contra o ato de dissolução da Câmara "por ser um golpe no regime municipal, fundamento e origem das liberdades políticas do cidadão".[6] No dia 13 foram empossados no Conselho de Intendência Antônio Pais de Barros, Cândido Franco de Lacerda, Dr. Clementino de Souza e Castro, Dr. José Álvares Rubião Júnior, João Batista de Melo Oliveira, Joaquim Paião, José Hipólito da Silva Dutra, Dr. Luís Anhaia Melo e Manoel Lopes de Oliveira.[8]

Lista de presidentes da Câmara Municipal de São Paulo desde 1891

editar
Nome Período Partido político Notas
1 Carlos Augusto Garcia Ferreira 15 de dezembro de 1891-31 de dezembro de 1891 PRP
2 Pedro Vicente de Azevedo 29 de setembro de 1892-7 de janeiro de 1896 PRP, PRF
3 Antônio Proost Rodovalho 7 de janeiro de 1899-7 de janeiro de 1902 PRP, PRF
4 Manoel Joaquim de Albuquerque Lins 7 de janeiro de 1899-7 de janeiro de 1902 PRP
5 José Getúlio Monteiro 7 de janeiro de 1902-15 de janeiro de 1908 PRP
6 Manoel Corrêa Dias 15 de janeiro de 1908-15 de janeiro de 1911 PRP
7 Gabriel Dias da Silva 15 de janeiro de 1911-15 de janeiro de 1914 PRP
8 Raymundo da Silva Duprat 15 de janeiro de 1914-9 de fevereiro de 1924 PRP
9 Raphael Archanjo Gurgel 23 de fevereiro de 1924-15 de janeiro de 1926 PRP
10 Luiz Antonio Pereira da Fonseca 15 de janeiro de 1926-18 de outubro de 1930 PRP
11 Francisco Machado de Campos 9 de julho de 1936-19 de novembro de 1937 PC
12 José Adriano Marrey Júnior 1 de janeiro de 1948-1 de janeiro de 1949 PSP
13 Waldemar Teixeira Pinto 1 de janeiro de 1949-1 de janeiro de 1950 PSP
14 José Adriano Marrey Júnior 1 de janeiro de 1950-1 de janeiro de 1951 PSP
15 André Nunes Júnior 1 de janeiro de 1951-1 de janeiro de 1953 PSP, PTB
16 Cantídio Nogueira Sampaio 1 de janeiro de 1953-1 de janeiro de 1954 PSP
17 William Salem 1 de janeiro de 1954-1 de janeiro de 1956 PSP
18 Elias Shammass 1 de janeiro de 1956-1 de janeiro de 1958 PSP
19 André Nunes Júnior 1 de janeiro de 1958-1 de janeiro de 1959 PTB
20 William Salem 1 de janeiro de 1959-1 de janeiro de 1960 PSP
21 Marcos Mélega 1 de janeiro de 1960-1 de janeiro de 1961 UDN
22 Manoel Martins de Figueiredo Ferraz 1 de janeiro de 1961-1 de janeiro de 1962 PSP
23 Antônio Hélio Xavier de Mendonça 1 de janeiro de 1962-1 de janeiro de 1964 PSP
24 Luiz Domingues de Castro 1 de janeiro de 1964-1 de janeiro de 1965 PSD
25 Manoel Martins de Figueiredo Ferraz 1 de janeiro de 1965-16 de janeiro de 1969 PSP, ARENA
26 Benedicto Rocha 22 de janeiro de 1969-1 de fevereiro de 1969 ARENA
27 José Maria Marin 1 de fevereiro de 1969-1 de fevereiro de 1970 ARENA
28 Armando Simões Netto 1 de fevereiro de 1970-1 de fevereiro de 1971 ARENA
29 João Carlos de Souza Meirelles 1 de fevereiro de 1971-25 de fevereiro de 1971 ARENA
30 Armando Simões Netto 26 de fevereiro de 1971-5 de março de 1971 ARENA
31 Paulo Soares Cintra 12 de março de 1971-20 de agosto de 1971 ARENA
32 João Carlos de Souza Meirelles 20 de agosto de 1971-20 de agosto de 1971 ARENA
33 Samir Achôa 20 de agosto de 1971-23 de agosto de 1971 MDB
34 Paulo Soares Cintra 23 de agosto de 1971-2 de fevereiro de 1972 ARENA
35 Carlos Eduardo Sampaio Dória 4 de fevereiro de 1972-31 de janeiro de 1973 ARENA
36 João Brasil Vita 31 de janeiro de 1973-1 de fevereiro de 1975 ARENA
37 Carlos Eduardo Sampaio Dória 31 de janeiro de 1973-1 de fevereiro de 1975 ARENA
38 Roberto Cardoso Alves 1 de fevereiro de 1977-1 de fevereiro de 1979 MDB
39 Eurípedes Sales 1 de fevereiro de 1979-1 de fevereiro de 1981 MDB, sp, PDT
40 Paulo Rui de Oliveira 1 de fevereiro de 1981-1 de fevereiro de 1983 sp, PDS
41 Francisco Altino Lima 1 de fevereiro de 1983-1 de fevereiro de 1985 PMDB
42 Marcos Ribeiro de Mendonça 1 de fevereiro de 1985-1 de fevereiro de 1987 PMDB
43 Antonio Sampaio 1 de fevereiro de 1987-1 de janeiro de 1989 PDS
44 Eduardo Matarazzo Suplicy 1 de janeiro de 1989-1 de janeiro de 1991 PT
45 Arnaldo de Abreu Madeira 1 de janeiro de 1991-1 de janeiro de 1992 PSDB
46 Paulo Seiti Kobayashi 1 de janeiro de 1992-1 de janeiro de 1993 PSDB
47 Antonio Sampaio 1 de janeiro de 1993-20 de dezembro de 1993 PDS, PPR
48 Osvaldo Giannotti 22 de dezembro de 1993-1 de janeiro de 1994 PPR
49 Miguel Colasuonno 1 de janeiro de 1994-1 de janeiro de 1996 PPR, PPB
50 João Brasil Vita 1 de janeiro de 1996-1 de janeiro de 1997 PPB
51 Nello Rodolpho Giongo Filho 1 de janeiro de 1997-1 de janeiro de 1999 PPB
52 Armando Mellão Neto 1 de janeiro de 1999-1 de janeiro de 2001 PPB, sp, PMDB
53 José Eduardo Martins Cardozo 1 de janeiro de 2001-1 de janeiro de 2003 PT
54 Arselino Tatto 1 de janeiro de 2003-1 de janeiro de 2005 PT
55 José Roberto Nazello de Alvarenga Tripoli 1 de janeiro de 2005-1 de janeiro de 2007 PSDB, sp, PV
56 Antonio Carlos Rodrigues 1 de janeiro de 2007-1 de janeiro de 2011 PR
57 José Police Neto 1 de janeiro de 2011-1 de janeiro de 2013 PSDB, sp, PSD
58 José Américo Ascêncio Dias 1 de janeiro de 2013-1 de janeiro de 2015 PT
59 Antonio Donato Madormo 1 de janeiro de 2015-1 de janeiro de 2017 PT
60 Milton Leite da Silva 1 de janeiro de 2017-1 de janeiro de 2019 DEM
61 Eduardo Tuma 1 de janeiro de 2019-1 de janeiro de 2021 PSDB
62 Milton Leite da Silva 1 de janeiro de 2021-1 de janeiro de 2025 DEM, UNIÃO
63 Ricardo Teixeira 1 de janeiro de 2025- UNIÃO

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo

Composição

editar

Eleição

editar

Os vereadores são eleitos por meio de sistema proporcional de lista aberta. As vagas são distribuídas pelos partidos proporcionalmente ao total de votos para vereador de cada partido (somando os votos em legenda e os votos nominais em todos os candidatos do partido). Cada bancada partidária é então ocupada pelos candidatos de acordo com a ordem dos mais votados do partido. A última eleição ocorreu em 06 de outubro de 2025, com o seguinte resultado:

Partido ou federação Câmara Municipal de São Paulo[9]
Votos % Assentos % de assentos +/–[10]
Federação

Brasil da Esperança

PT 771.092 13,30% 8 14,55%  
PV 49.834 0,86% 1 1,82%  
PCdoB 31.367 0,54% 0 0%  
Total 852.293 14,70% 9 16,37%  
UNIÃO [nota 2] 698.045 12,04% 7 12,73%  
MDB 679.422 11,72% 7 12,73%   5
PL 662.936 11,44% 7 12,73%   5
Federação

PSOL REDE

PSOL 602.035 10,39% 6 10,91%  
REDE 48.025 0,83% 1 1,82%   1
Total 650.060 11,22% 7 12,74%   1
PODE[nota 3] 544.082 9,39% 6 10,91%   2
PP 355.445 6,13% 4 7,27%   3
PSD 300.464 5,18% 3 5,45%  
PSB 243.502 4,20% 2 3,64%  
Republicanos 202.858 3,50% 2 3,64%   2
NOVO 142.809 2,46% 1 1,82%   1
PRTB 130.784 2,26% 0 0%  
Solidariedade[nota 4] 72.735 1,25% 0 0%   1
PDT 62.810 1,08% 0 0%  
Federação

PSDB Cidadania

PSDB 48.649 0,84% 0 0%   8
Cidadania 3.633 0,06% 0 0%  
Total 52.282 0,90% 0 0%   8
PRD[nota 5] 51.350 0,89% 0 0%   4
Avante 40.271 0,69% 0 0%  
UP 14.074 0,24% 0 0%  
MOBILIZA 10.979 0,19% 0 0%  
PSTU 6.096 0,11% 0 0%  
DC 5.821 0,10% 0 0%  
PCO 1.029 0,02% 0 0%  
PMB 919 0,02% 0 0%  
PCB 903 0,02% 0 0%  
Agir 240 0,01% 0 0%  
→ Votos Validos 5.796.633 85,58% 55 100%
→ Votos brancos/nulos 976.954 14,43%
→ Anulados
Total 6.773.587
Abstenção
Total de inscritos 100%

Vereadores em exercício

editar

Os mandatos da 18ª Legislatura iniciaram em 1º de janeiro de 2025 e expiram em 31 de dezembro de 2028. A seguir está a lista dos vereadores em exercício com os nomes registrados na Câmara, o partido ao qual são filiados e a quantidade de votos que receberam na eleição de 2024.

Candidato(a) Partido Votação Notas[9]
Total %
Lucas Pavanato PL 161.386 2,78%
Ana Carolina Oliveira PODE 129.563 2,24%
Dr. Murilo Lima PP 113.820 1,96%
Sargento Nantes 112.484 1,94%
Amanda Paschoal PSOL 108.654 1,87%
Rubinho Nunes UNIÃO 101.549 1,75%
Luna Zarattini PT 100.921 1,74%
Luana Alves PSOL 83.262 1,44%
Dra. Sandra Tadeu PL 74.511 1,29%
Pastora Sandra Alves UNIÃO 74.192 1,28%
Silvão Leite 63.988 1,10%
Isac Félix PL 62.275 1,07%
Zoe Martinez 60.272 1,04%
Rodrigo Goulart PSD 58.715 1,01%
Danilo do Posto de Saúde PODE 58.676 1,01%
Gabriel Abreu 58.581 1,01%
Edir Sales PSD 58.190 1,00%
Alessandro Guedes PT 58.183 1,00%
Celso Giannazi PSOL 57.789 1,00%
Cris Monteiro NOVO 56.904 0,98%
Silvinho UNIÃO 53.453 0,92%
Thammy Miranda PSD 50.234 0,87%
Nabil Bonduki PT 49.540 0,85%
Janaina Paschoal PP 48.893 0,84%
Fabio Riva MDB 44.627 0,77%
Major Palumbo PP 43.455 0,75%
Rute Costa PL 43.090 0,74%
Sidney Cruz MDB 42.988 0,74%
George Hato 42.837 0,74%
Sansão Pereira REP 42.229 0,73%
André Santos 41.379 0,71%
Hélio Rodrigues PT 40.753 0,70%
Amanda Vettorazzo UNIÃO 40.144 0,69%
Marcelo Messias MDB 40.079 0,69%
Marina Bragante REDE 39.147 0,68%
Tripoli PV 39.039 0,67%
Simone Ganem PODE 38.540 0,66%
Sandra Santana MDB 38.326 0,66%
João Jorge 36.296 0,63%
Ely Teruel 35.622 0,61%
Professor Toninho Vespoli PSOL 34.735 0,60%
Sílvia da Bancada Feminista 34.537 0,60%
Sonaira Fernandes PL 33.957 0,59%
Dr. Milton Ferreira PODE 33.493 0,58%
João Ananias PT 33.225 0,57%
Kenji Palumbo PODE 32.495 0,56%
Ricardo Teixeira UNIÃO 31.566 0,54%
Jair Tatto PT 30.905 0,53%
Eliseu Gabriel PSB 30.706 0,53%
Dheison PT 30.575 0,53%
Senival Moura 30.480 0,53%
Renata Falzoni PSB 30.206 0,52%
Keit Lima PSOL 27.769 0,48%
Adrilles Jorge UNIÃO 25.038 0,43%
Gilberto Nascimento PL 22.306 0,38%

Outras pessoas que chegaram a exercer mandato na 19ª Legislatura

editar

Além dos vereadores atualmente em exercício, os seguintes candidatos chegaram a assumir um mandato na Câmara durante a 18ª Legislatura:

Renúncias e perdas de mandato

editar

Vereadores que deixaram de ter mandato, seja por renúncia, falecimento ou cassação.

Candidato(a) Partido Votação Notas
Porcentagem Total
Licenciados
editar

Vereadores que entraram em licença temporária por razões pessoais, ou em licença indeterminada para assumir outros cargos.

Candidato(a) Partido Votação Notas
Porcentagem Total
Suplentes
editar

Suplentes que chegaram a assumir um lugar na Câmara Municipal, em geral para cobrir licenças de outros vereadores, e depois voltaram à suplência.

Candidato(a) Partido Votação Notas
Porcentagem Total

Lideranças de blocos e partidos

editar

Os partidos representados na Câmara podem se agrupar em blocos ou permanecer independentes. Cada bloco ou partido isolado pode indicar uma liderança. Além disso, o prefeito de São Paulo pode indicar uma liderança de Governo. A composição atual de blocos e lideranças é a seguinte:[11]

Partido ou bloco Vereadores Líder Vice-líder
PT 8 Senival Moura
UNIÃO 7 Silvão Leite
MDB 7 Marcelo Messias
PL 7 Sonaira Fernandes
PODE 6 Danilo do Posto de Saúde
PSOL 6 Toninho Vespoli
PP 4 Dr. Murilo Lima
PSD 3 Thammy Miranda
Republicanos 2 Sansão Pereira
PSB 2 Eliseu Gabriel
NOVO 1 Cris Monteiro
PV 1 Roberto Tripoli
REDE 1 Marina Bragante
Governo n/a Fabio Riva (MDB) André Santos (Republicanos)

Mesa Diretora e Corregedoria

editar

Mesa Diretora

editar

A Mesa Diretora dirige os trabalhos legislativos e os serviços administrativos da Câmara. O presidente e o 1º vice-presidente não podem fazer parte de nenhuma Comissão Permanente. Os membros da Mesa são eleitos a cada ano no dia 15 de dezembro e tomam posse no dia 1º de janeiro do ano seguinte.[12]

Composição da Mesa Diretora (2025)

editar
Cargo Parlamentar
Presidente Ricardo Teixeira (UNIÃO)
1ª Vice-Presidente João Jorge (MDB)
2º Vice-Presidente Isac Félix (PL)
1º Secretário Hélio Rodrigues (PT)
2º Secretário Dr. Milton Ferreira (PODE)
1º Suplente Edir Sales (PSD)
2º Suplente Major Palumbo (PP)

Corregedoria

editar

A Corregedoria é responsável por observar preceitos de ética e decoro parlamentar dos vereadores. É a instância que recebe e apura as denúncias contra vereadores que atentarem contra esses preceitos, e define as sanções cabíveis. Sanções mais brandas são aplicadas por deliberação da maioria dos membros da Corregedoria. Nos casos de suspensão temporária de mandato, é necessário aprovação de 3/5 do Plenário da Câmara; nos casos de perda de mandato, é necessária uma maioria de 2/3 do Plenário. A Corregedoria é composta do corregedor geral, eleito a cada dia 15 de dezembro, e outros 6 membros, indicados pelos partidos de maneira proporcional às bancadas partidárias.[13]

Composição da Corregedoria (2025)

editar
Cargo Parlamentar
Corregedor-Geral Rubinho Nunes (UNIÃO)
Membros Alessandro Guedes (PT)
Aurélio Nomura (PSD)
Gilberto Nascimento Jr (PL)
Luana Alves (PSOL)
Marlon Luz (MDB)
Sansão Pereira (Republicanos)

Comissões

editar

Comissões Permanentes

editar

As Comissões Permanentes têm caráter técnico-legislativo e têm a competência de analisar, promover estudos e pesquisas, realizar audiências públicas, fiscalizar e convocar responsáveis pela administração direta ou indireta para prestar informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições, emitir pareceres e votar projetos submetidos à sua análise.[14]

A Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa tem importância especial, pois deve opinar sobre o aspecto constitucional, legal e regimental de todas as proposições, que só poderão continuar a tramitar na Câmara depois desse parecer.[15] A Comissão de Finanças e Orçamento também é particularmente importante, pois por ela passam, além dos projetos relacionados a tributos, as leis orçamentárias do município, os créditos adicionais à prefeitura e as contas anuais do prefeito, da Mesa Diretora da Câmara e do Tribunal de Contas do Município.[16] Essas duas comissões têm 9 membros cada, enquanto as demais são temáticas e possuem 7 membros.

Comissão Membros Presidente Vice-presidente
Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa 9
Comissão de Finanças e Orçamento 9
Comissão de Administração Pública 7
Comissão de Educação, Cultura e Esportes 7
Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente 7
Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher 7
Comissão de Trânsito, Transporte, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia 7

Comissões Extraordinárias

editar

As Comissões Extraordinárias promovem estudos e debates nas respectivas áreas de atuação, além de avaliar e promover políticas públicas nesses assuntos. Não emitem pareceres sobre projetos legislativos, servindo mais como espaços de discussão e fiscalização.[14]

Comissão Membros Presidente Vice-presidente

Comissões Parlamentares de Inquérito

editar

As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) se destinam à apuração de fato determinado ou denúncia, em matéria de interesse do Município, sempre que essa apuração exigir, além dos poderes das Comissões Permanentes, poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.[14] Devido à pandemia de COVID-19, as CPI instaladas em março de 2021 ficaram suspensas até setembro, quando de fato começaram as atividades. As CPI instaladas na 19ª legislatura são:

Comissão Membros Instalação Encerramento Presidente Vice-presidente Relator Assunto

Controvérsias

editar

Defesa da escravidão indígena

editar

A Câmara Municipal de São Paulo e a Igreja Católica foram duas instituições que se estabeleceram na vila de São Paulo de Piratininga a partir do século XVI com o objetivo de garantir a tradição e a viabilidade da colonização portuguesa no planalto paulista.[17]

Todavia, durante o Brasil Colônia, uma característica da Câmara Municipal que a diferenciava da Igreja Católica eram os conflitos entre as duas instituições sobre a situação dos indígenas,[17] litígio que era acirrado pela ambiguidade como a Coroa portuguesa tratava a questão.[18][19]

Enquanto a Câmara Municipal de São Paulo servia como instrumento de defesa do direito de exploração do trabalho indígena por meio da escravidão dos indígenas, chamados na época de "negros da terra", portanto, fortemente comprometida com a afirmação dos interesses das elites locais paulistanas, que tinha bandeirantes escravistas entre seus membros;[18] a Igreja Católica, representada principalmente pela presença da Companhia de Jesus, posicionava-se contrária à escravização indígena.[19][20]

A oposição dos jesuítas a essa escravização não se dava por questões humanitárias, mas pelo fato dela ter interesse na conversão das populações nativas ao cristianismo por meio da catequese, o que produziu uma aculturação que destruiu culturas. Por este motivo, durante o período colonial, foram comuns os conflitos entre os vereadores escravistas e os clérigos catequistas envolvendo o status jurídico dos indígenas.[19][20]

Supersalários

editar

Em março de 1999, veio à público uma reportagem da Folha de S.Paulo que relatava que a Câmara Municipal de São Paulo pagava supersalários a seus vereadores, assessores parlamentares e demais funcionários. Presidida pelo vereador Armando Mellão Neto (PPB), vinculado ao então prefeito Celso Pitta (PPB), foi noticiado que ela pagava a vários assessores parlamentares no cargo de diretor um salário líquido em torno de R$ 14 mil, em uma época em que o teto do funcionalismo, que era remuneração total do Presidente da República, estava no valor de R$ 8 500,00 (oito mil e quinhentos reais),[21] enquanto o salário mínimo no período era de R$ 130,00 (cento e trinta reais).[22][23]

O valor exagerado também se aplicava à verba de gabinete destinada a cada vereador para a contratação de assessores, pois a verba dos vereadores paulistanos na época era de R$ 93 mil. Ocorre que, em 1999, a Câmara dos Deputados estabelecia o limite de R$ 20 mil de verba para os deputados federais contratam assessores, enquanto que o Senado Federal impunha o limite de R$ 51 mil de verba de gabinete para seus senadores.[21]

Na época, o valor alto destinado para verba de gabinete dos vereadores atraiu desconfiança da opinião pública paulistana pelo fato de que havia uma investigação para apurar denúncias de que vereadores ficavam ilegalmente com parte do salário pago aos seus funcionários, ilegalidade conhecida posteriormente como rachadinha.[21]

Acusação de perseguição a religiosos por meio de CPI

editar

Em janeiro de 2024, a CNN Brasil noticiou que a Câmara de Vereadores paulistana iria instalar uma CPI sobre as ONGs que atuavam no Centro de São Paulo com o propósito de investigar a atuação do padre Júlio Lancellotti que distribui alimentos para moradores de rua na Cracolândia.[24]

De acordo com o autor do requerimento de abertura da CPI, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), vinculado ao MBL, inicialmente seriam investigadas duas organizações: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar), vinculado à Pastoral do Menor e a Craco Resiste; além de citar que um dos primeiros convocados para depor seria o padre Júlio Lancellotti, afirmando: “Ele capitaneia tudo isso, então ele é uma figura que vai ser convocada tão logo a CPI seja instalada”.[24] Ainda segundo esse vereador, o requerimento desta CPI teria obtido 25 assinaturas, número superior ao mínimo considerando que uma CPI necessita de 1/3 (um terço) de assinaturas dos vereadores para ser instaurada,[25] ou seja, bastavam 19 vereadores assinarem. Todavia, a imprensa da época somente conseguiu identificar 22 vereadores das 24 assinaturas existentes no requerimento.[26]

Parte dos vereadores classificam essa CPI como um ato de perseguição ao padre Júlio Lancellotti, com o próprio padre Lancellotti afirmando que apesar de considerar legítima a abertura de CPI's, ele afirmou não pertencer a nenhuma organização da sociedade civil (OSC) e que as ações da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo estão submetidas à Arquidiocese de São Paulo.[24] A Arquidiocese de São Paulo publicou nota repudiando a referida CPI e informando que “acompanha com perplexidade” a tentativa de sua abertura para investigar o padre Júlio Lancellotti, além de questionar a coincidência dessa exploração política do tema da cracolândia em um ano de eleições municipais.[27]

Sobre esse episódio, o jurista André Jorgetto afirma que, apesar da Câmara Municipal possuir poderes investigatórios fundamentais em um estado de direito, esta CPI poderia ser um possível caso de abuso de autoridade em que se faz uso da imagem pública do padre, conhecido por fornecer comida a moradores de rua como bode expiatório do problema da cracolândia em um ato com motivação exclusivamente política.[28] Enquanto o cientista político Cláudio Gonçalves Couto, professor da FGV-SP, classifica esse caso como uma manifestação de aporofobia e que essa comissão parlamentar deveria se chamar de "CPI da Infâmia".[29]

Diante da repercussão do caso na opinião pública, até o dia 4 de janeiro de 2024, quatro vereadores dos subscritores originais do requerimento decidiram retirar suas assinaturas: Sidney Cruz (Solidariedade), Sandra Tadeu (União Brasil), Thammy Miranda (PL) e Xexéu Tripoli (PSDB).[30][31]

Ver também

editar

Notas

  1. Não há divisão formalizada entre base e oposição. Por acordo informal, as discussões para votação em Plenário são divididas em tempos iguais para oposição e base, sendo que PT e PSOL tem metade do tempo da oposição cada um, e todos os outros partidos dividem o tempo alocado para a base[1][2]
  2. Formado em 2021 pela fusão do DEM e PSL
  3. Em 2023, incorporou o PSC
  4. Em 2023 incorpou o PROS
  5. Formado em 2023 pela fusão do Patriota e do PTB

Referências

  1. «Notas taquigráficas – 4ª Sessão Extraodrinária». Câmara Municipal de São Paulo. Consultado em 31 de março de 2021 
  2. «Notas taquigráficas – 5ª Sessão Extraodrinária». Câmara Municipal de São Paulo. Consultado em 31 de março de 2021 
  3. http://www.camara.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=349:camara-municipal-de-sao-paulo-450-anos-de-historia&catid=6:conheca-a-camara&Itemid=20
  4. TAUNAY, A. d'E. São Paulo nos Primeiros Anos. São Paulo: Paz e Terra, 2004. Publicação original de 1920. Página 42.
  5. a b TAUNAY, A. d'E.. São Paulo nos Primeiros Anos. São Paulo: Paz e Terra, 2004 Publicação original de 1920. Página 21.
  6. a b AMARAL, A. B., Dicionário de História de São Paulo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006. pp.653-4, verbete "Vereadores Municipais".
  7. Não confundir com o filósofo brasileiro, homônimo.
  8. AMARAL, A. B., Dicionário de História de São Paulo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006. pp.206, verbete "Conselho de Intendência Municipal".
  9. a b «Resultados – TSE: Votação de partidos para São Paulo (SP)». Resultados – TSE. Consultado em 8 de outubro de 2024 
  10. «Apuração SP». G1 SP. Consultado em 8 de outubro de 2024 
  11. «COMPOSIÇÃO DAS BANCADAS DA 18ª LEGISLATURA» (PDF). Câmara Municipal de São Paulo. 9 de abril de 2024 
  12. «Regimento Interno da Câmara Municipal de São Paulo». app-plpconsulta-prd.azurewebsites.net. Consultado em 7 de janeiro de 2022 
  13. «RESOLUÇÃO 7/03» (PDF). Cria a Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo, estabelece regras relativas a deveres, ética e decoro parlamentar e dá outras providências. 
  14. a b c «Comissões». Câmara Municipal de São Paulo. Consultado em 13 de março de 2021 
  15. «Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa». Câmara Municipal de São Paulo. Consultado em 13 de março de 2021 
  16. «Comissão de Finanças e Orçamento». Câmara Municipal de São Paulo. Consultado em 5 de maio de 2021 
  17. a b Ludmila Gomide Freitas (2022). «"SEM PREJUÍZO DOS DITOS ÍNDIOS": A CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO E A PROMOÇÃO DOS INTERESSES LOCAIS (1628-1696)». Revista Ars Historica. Consultado em 6 de janeiro de 2024 
  18. a b Ubirajara de Farias Prestes Filho (2012). «Câmara Municipal de São Paulo: 450 Anos de História» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo. Consultado em 6 de janeiro de 2024 
  19. a b c John Manuel Monteiro (1994). Negros da Terra: Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras 
  20. a b Ludmila Gomide Freitas (2006). «A Câmara Municipal da vila de São Paulo e a Escravidão Indígena no século XVII (1628-1696)». Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 6 de janeiro de 2024 
  21. a b c Lucio Vaz (21 de março de 1999). «Câmara de SP paga supersalários; vereador tem mais verba que senador». Folha de S.Paulo. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  22. «Valores do Salário Mínimo Nacional desde sua instituição até o dia de hoje». OAB de São Paulo. 3 de março de 2008. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  23. «Salário mínimo nominal e necessário». DIEESE. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  24. a b c Renata Souza e Manoela Carlucci (3 de janeiro de 2024). «Câmara de SP deve instalar CPI das ONGs que vai investigar atuação do padre Júlio Lacellotti na Cracolândia». CNN Brasil. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  25. Secretaria Geral Parlamentar da CMSP (2023). «REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO» (PDF). Câmara Municipal de São Paulo. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  26. Rodrigo Rodrigues (4 de janeiro de 2024). «Veja quem são os vereadores de SP que assinaram pedido de CPI contra ONGs e padre Júlio Lancellotti na Câmara; PSDB lidera lista». G1. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  27. Daniel Mello (4 de janeiro de 2024). «Arquidiocese se diz perplexa sobre CPI contra padre Julio Lacellotti». Agência Brasil. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  28. André Jorgetto (4 de janeiro de 2024). «Possível crime de abuso de autoridade em curso contra o padre Júlio Lancellotti». Conjur. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  29. «Couto: Comissão contra padre Júlio deveria se chamar 'CPI da Infâmia'». UOL. 4 de janeiro de 2024. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  30. Manoela Carlucci e Maria Clara Matos (4 de janeiro de 2024). «Quatro vereadores decidem retirar assinaturas de CPI que tem Padre Júlio Lancellotti como alvo». CNN Brasil. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  31. «Vereadores se dizem enganados e retiram apoio de CPI que mira padre Lancelotti». UOL. 4 de janeiro de 2024. Consultado em 5 de janeiro de 2024 

Ligações externas

editar