Catacalo Tarcaniota
Catacalo Tarcaniota (em grego: Κατακαλών Ταρχανειώτες; romaniz.: Katakalón Tarchaneiótes), mencionado na obra de Nicéforo Briênio, o Jovem como Catacalo Catacalos (em grego: Κατακαλών Κατακαλος; romaniz.: Katakalón Katakalos),[1] foi um oficial bizantino do século XI, ativo durante os reinados de Miguel VII Ducas (r. 1071–1078), Nicéforo III Botaniates (r. 1078–1081) e Aleixo I Comneno (r. 1081–1118).
Catacalo Tarcaniota | |
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Nacionalidade | Império Bizantino |
Ocupação | Governador e general |
Título | |
Religião | Ortodoxia Oriental |
Aparece pela primeira vez em 1074, quando substitui seu pai como duque de Antioquia e enfrenta a revolta de Filareto Bracâmio, embora sem sucesso. Anos depois, como catepano de Adrianópolis (atual Edirne), inicialmente confronta a revolta de Nicéforo Briênio, o Velho, mas acaba por aliar-se com ele e participa da batalha de Calávrita. Em 1094, participou do Concílio de Constantinopla, e em 1095, defendeu Adrianópolis durante uma invasão cumana.
Biografia
editarCatacalo Tarcaniota era filho de José Tarcaniota, duque de Antioquia.[2] Foi citado pela primeira vez em 1074, ano da morte de seu pai, de sua ascensão como duque[3][4] e da revolta de Filareto Bracâmio. Catacalo tentou confrontar os rebeldes, mas foi incapaz de pará-los, e Filareto conseguiu reunir grandes contingentes armênios e outros soldados num grande exército, que usou para expandir seus domínios às custas das cidades do Império Bizantino.[1]
Em 1078, como catepano de Adrianópolis (atual Edirne), opôs-se a sublevação de Nicéforo Briênio, o Velho e seu irmão João Briênio, e escreveu para o imperador Miguel VII e seu ministro Niceforitzes solicitando tropas para suprimi-la. Ele não recebeu assistência, e teve que resistir sozinho aos rebeldes por vários dias. Ciente de que se arriscava por um propósito pequeno, aliou-se a João Briênio e juntou-se à rebelião. Esta aliança foi selada pela curopalatissa Ana, mãe dos Briênios, que arranjou o casamento entre Helena, a irmã de Catacalo, e o filho de João Briênio. Neste mesmo ano, Catacalo comandou a ala esquerda do exército de Nicéforo Briênio, que era composta por 3 000 cavaleiros da Trácia e Macedônia, durante a batalha de Calávrita contra Aleixo Comneno e as tropas leais ao novo imperador, Nicéforo III Botaniates.[1][5][6][7]
Segundo um selo seu datado de 1085, Catacalo foi um curopalata, e segundo Nicéforo Briênio, o Jovem, em data desconhecida assumiu a função de magistro. Em 1093, Teofilacto de Ácrida enviou-lhe duas carta, uma discutindo atitudes para a fortuna, e a outra com uma pequena moeda, como na Parábola dos Talentos. Há uma terceira carta enviada a um Tarcaniota, mas é incerto que seja para Catacalo. Em 1094, participou do concílio convocado por Aleixo I Comneno (r. 1081–1118) em Blaquerna para deliberar sobre a veneração de ícones. Segundo a lista de presentes, Catacalo era um senador. Em 1095, durante uma invasão dos cumanos, Catacalo e o então cegado Nicéforo Briênio, o Velho foram incumbidos com a defesa de Adrianópolis.[1]
Catacalo Tarcaniota foi amplamente elogiado nas fontes que fizeram-lhe referência. Segundo Teofilacto de Ácrida, Catacalo Tarcaniota era o mestre mais ilustre, enquanto segundo Nicéforo Briênio, o Jovem era um homem distinto por seu modo de vida, sua educação e sua habilidade em assuntos militares. Segundo o mesmo autor, enquanto ainda jovem, Catacalo era mais sábio que qualquer outro e mais prudente.[1]
Ver também
editar
Precedido por José Tarcaniota |
Duque de Antioquia 1074 |
Sucedido por Isaac Comneno |
Referências
- ↑ a b c d e «Katakalon Tarchaneiotes, doux of Antioch M / L XI» (em inglês). Consultado em 17 de novembro de 2014
- ↑ «Chapter 33. TARCHANEIOTES» (em inglês). Consultado em 17 de novembro de 2014
- ↑ Norwich 1997, p. 238.
- ↑ Kazhdan 1991, p. 2011.
- ↑ Birkenmeier 2002, p. 57–58.
- ↑ Haldon 2001, p. 128–129.
- ↑ Tobias 1979, p. 200–201.
Bibliografia
editar- Birkenmeier, John W. (2002). The Development of the Komnenian Army: 1081–1180. Leida: Brill Academic Publishers. ISBN 90-04-11710-5
- Haldon, John F. (2001). The Byzantine Wars: Battles and Campaigns of the Byzantine Era (em inglês). Stroud, Gloucestershire: Tempus Publishing. ISBN 0-7524-1795-9
- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Norwich, John Julius (1997). A Short History of Byzantium. Nova Iorque: Vintage Books. ISBN 978-0-67-977269-9