João Briênio
José Briênio (em grego: Ιωάννης Βρυέννιος; romaniz.: Ioánnes Bryénnios; m. 1178) foi um general bizantino do século XI, ativo durante o reinado do imperador Miguel VII Ducas (r. 1071–1078). Aparece pela primeira vez em 1077, quando instigou uma revolta contra o imperador e seu ministro Niceforitzes e persuadiu seu irmão Nicéforo Briênio, o Velho a participar. Nicéforo, aclamado imperador em Adrianópolis, nomeou João como curopalata e doméstico das escolas. Mais adiante no mesmo ano, liderou um grande exército contra Heracleia Perinto, que foi saqueada, e Constantinopla.
José Briênio | |
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Nacionalidade | Império Bizantino |
Ocupação | Governador |
Título | |
Religião | Ortodoxia Oriental |
Os danos causados pelo exército invasor obrigou Leão a retirar-se para Atira, onde foi derrotado por Roussel de Bailleul e Aleixo Comneno. No ano seguinte, recrutou mais aliados ao exército de seu irmão e atacou Cízico, onde novamente foi derrotado. Sitiou Constantinopla uma segunda vez e tempos depois participou da batalha de Calávrita. Foi capturado com seu irmão e foi assassinado por um varegue que havia mutilado no ano anterior.
Bibliografia
editarJosé Briênio é mencionado pela primeira vez em 1077, embora segundo um selo seu de data anterior, talvez de 1070, foi nomeado como vesta e segundo Nicéforo Briênio, o Jovem, como magistro. Em 1077, por um desafeto com Miguel VII Ducas (r. 1071–1078) e seu ministro Niceforitzes, instigou complôs contra eles. Ele iniciou uma rebelião e persuadiu seu irmão Nicéforo Briênio, a participar, porém ele inicialmente relutou a aceitar. Quando Miguel VII nomeou Nicéforo Basilaces para sucedê-lo como duque de Dirráquio, Nicéforo partiu para Adrianópolis e foi proclamado imperador. Lá, José foi vítima duma tentativa de assassinato fracassada, encabeçada por um varegue, a mando de Niceforitzes. O assassino foi punido com a perda do nariz.[1]
Mais adiante no mesmo ano, João encontrou-se com seu irmão em Trajanópolis, onde estava estacionado com uma grande força de francos e tropas macedônicas. Para economizar tempo, trouxe consigo as insígnias imperiais - uma charrete vermelha, um manto púrpura e sapatos vermelhos. Ali, Nicéforo nomeou João como curopalata e doméstico das escolas e enviou-o contra Constantinopla com um considerável exército, que incluía efetivos pechenegues e alguns oficiais. No caminho ele atacou, pilhou e capturou Heracleia Perinto, cujos habitantes mantiveram-se leais ao imperador.[1]
Ao chegar na capital, acampou em Cosmídio e tentou tomar o controle da cidade, porém, ao perceber que seria impossível, sitiou-a. Foi atacado pelo exército defensor liderado por Aleixo Comneno e Constâncio Ducas, que venceu os invasores. Frustrados, os sitiantes queimaram casas vazias fora dos muros, perdendo o apoio popular. Ao falhar no controle da disciplina, João retirou-se: cruzou a Ponte de São Pantaleão, acampou ao longo do estreito de modo que Miguel VII e os cidadãos pudessem vê-los e ordenou que cada companhia aclamasse seu irmão. Isso causou mais destruição, e com a aproximação do inverno, preferiu partir para Atira, onde permaneceu com duas unidades e enviou o resto para invernar. Ali, foi derrotado por um exército de varegues comandado por Roussel de Bailleul e Aleixo Comneno, e suas forças dispersaram. Ele foi obrigado a fugir para Raidestos.[1]
Em 1078, João convenceu o catepano Catacalo Tarcaniota a juntar-se a rebelião. Esta aliança foi celada pelo casamento entre Helena, a irmã de Catacalo, e o filho de João Briênio. Mais adiante, recrutou muitas tropas ocidentais para a causa de seu irmão e atacou Cízico, onde foi derrotado por Roussel. Um novo cerco foi realizado à Constantinopla, mas também falhou. Como desculpa para uma retirada, João investiu contra os pechenegues invasores, derrotou-os e forçou-os a fazer um acordo militar.[1] Na decisiva batalha de Calávrita, que pôs fim à rebelião, João comandou a ala direita, composta por 5 000 efetivos e compreendia mercenários francos, a cavalaria tessália, o Heteria, e os regimentos maniácatas (descendentes dos veteranos da campanha de Jorge Maniaces na Sicília e Itália).[2][3][4] Os irmãos Briênios foram capturados,[5][6] e João foi morto no Grande Palácio pelo varegue que ele mutilou em Adrianópolis no ano anterior.[1]
Somente uma descrição sobre ele sobreviveu, e advém da obra de Nicéforo Briênio, o Jovem. Segundo Nicéforo, João foi um homem gentil e mais sociável que qualquer um. Além desta, sabe-se, pelo Escilitzes de Madrid, que durante sua derrota em Atira foram confiscadas suas carruagens verdes.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f «Ioannes Bryennios, brother of usurper Nikephoros M / L XI» (em inglês). Consultado em 21 de novembro de 2014
- ↑ Birkenmeier 2002, p. 57–58.
- ↑ Haldon 2001, p. 128–129.
- ↑ Tobias 1979, p. 200–201.
- ↑ Tobias 1979, p. 209–211.
- ↑ Haldon 2001, p. 130.
Bibliografia
editar- Birkenmeier, John W. (2002). The Development of the Komnenian Army: 1081–1180. Leida: Brill Academic Publishers. ISBN 90-04-11710-5
- Haldon, John F. (2001). The Byzantine Wars: Battles and Campaigns of the Byzantine Era (em inglês). Stroud, Gloucestershire: Tempus Publishing. ISBN 0-7524-1795-9