Cine Brasília
O Cine Brasília é um tradicional cinema brasileiro, situado na entrequadra EQS 106/107[1] de Brasília, no Distrito Federal, compondo o Lúcio Costa idealizou como Quadra Modelo. Representa hoje um raridade: os cinemas fora dos shoppings e grandes complexos culturais; os cinemas de rua.
Cine Brasília | |
---|---|
Uso atual | Sala de cinema |
Localização | EQS 106/107, AE s/nº - Asa Sul, Brasília, DF |
Inauguração | 22 de abril de 1960 (64 anos) |
Salas de exibição | 1 |
Capacidade | 606 assentos |
Página oficial | http://www.cultura.df.gov.br/nossa-cultura/cine-brasilia.html |
O prédio foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com calculo estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo[2][3] e construído pela Novacap, que logo o arrendou para a Companhia Cinematográfica Luiz Severiano Ribeiro. Foi inaugurado em 22 de abril de 1960, durante os festejos de inauguração da capital brasileira, e serve desde o início até hoje como a sede do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro[4][5]
O cinema foi inaugurado um dia depois da cidade (Brasília) e iria contar com a presença do presidente JK, mas devido ao atraso nas homenagens ao Cardeal Cerejeiras essa função foi assumida por Israel Pinheiro, que procedeu ao corte da fita inaugural, dando início a primeira sessão de cinema no Cine Brasília que contou com os filmes norte-americanos Anáguas a bordo (1959) e A Canoa Furou (1959) com cinema lotado.[6] Juscelino chegou acompanhado de sua esposa e filhas, mas participou brevemente pois havia ainda outros compromissos a participar. Além dos filmes, houve apresentação de quatro orquestras: Sinfônica de Belo Horizonte, Teatro Municipal de São Paulo, Teatro Municipal do Rio de Janeiro e Sinfônica Brasileira[7]
Já havia na cidade outros dois cinemas, mas ambos eram localizados na Cidade Livre, e nenhum tinha o conforto e a sofisticação do Cine Brasília. No início tinha a função de entreter os trabalhadores que foram trabalhar na capital,[8] mas devido a sua localização acabou atendendo ao público das asas sul e norte.
Em 1975 passou por uma grande reforma, e foi reaberto em 7 de julho de 1976, exibindo os filmes A Pedra da Riqueza, de Vladimir Carvalho e Lição de Amor, de Eduardo Escorel. Além de sua programação cinematográfica, realiza exposições de arte, cursos, seminários e outros eventos. Tem uma capacidade de 606[9] assentos (originalmente 1.200) e uma tela de 14 x 6,30 metros.
A outra grande reforma foi concluída em 2013 e o cinema passou por obras estruturais, troca das poltronas, do telão, do sistema de ar condicionado, adaptação para acessibilidade. Tudo isso foi entregue ao público para o 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.[10]
Apesar de já ter exibido filmes comerciais por longo período, principalmente durante o tempo em que ficou arrendado para a iniciativa privada, com o tempo passou a valorizar a exibição de produções nacionais, e produções internacionais, que em sua maioria são oriundas de embaixadas de países com uma cinematografia rara e original.
O cinema hoje faz parte dos espaços culturais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal - SECEC[11] e exibe filmes que fogem do mainstream e trabalha a perspectiva de formação de plateia e enriquecimento da cultura nacional[9].
Projetos
editarEm parceria com as secretarias de Educação e Cultura o Cine Brasília abraça dois projetos:
Concertos Didáticos: apresentação da Orquestra Sinfônica de Brasília para os alunos da rede pública de ensino do DF.[12]
Escola vai ao cinema: o cinema faz uma sessão cinema toda semana para uma média de 500 alunos da rede pública de ensino.[13]
Tombamento
editarO Cine Brasília faz parte daquilo que chamamos de três instâncias de tombamento: pela UNESCO - Lista do patrimônio Mundial Inscrição nº 445 de 1987, pelo Governo do Distrito Federal - Decreto nº 10.829 de 1987[14] (Tombamento Distrital) e pelo IPHAN - Portaria nº 314 de 1992[15] (Tombamento Federal).[16]
Referências
- ↑ «Decreto 28519 de 07/12/2007» (PDF). www.tc.df.gov.br. Consultado em 10 de agosto de 2020
- ↑ «Niemeyer e Joaquim Cardozo: uma parceria mágica entre arquiteto e engenheiro». EBC. Consultado em 29 de dezembro de 2018
- ↑ «Joaquim Cardozo». Museu Virtual de Brasília. Consultado em 17 de janeiro de 2016
- ↑ «Brasília 50 anos» (PDF). VEJA. Consultado em 19 de janeiro de 2014
- ↑ «PINI Web - O engenheiro da poesia». 1 de agosto de 1998. Consultado em 25 de outubro de 2008. Cópia arquivada em 1 de agosto de 2010
- ↑ Tamanini, L. Fernando (Lourenço Fernando), 1923- (2003). Brasília : memória da construção. v. 1 2 ed. Brasília, DF: Projecto Editorial. p. 344. 360 páginas. OCLC 61763212
- ↑ Tamanini, L. Fernando (Lourenço Fernando), 1923- (2003). Brasília : memória da construção. V. 1 2 ed. Brasília, DF: Projecto Editorial. p. 345. 360 páginas. OCLC 61763212
- ↑ Brasília, Agência. «Cine Brasília: a história da cidade contada na telona». Agência Brasília. Consultado em 10 de agosto de 2020
- ↑ a b «Cine Brasília». Consultado em 10 de agosto de 2020
- ↑ Brasília, Agência. «Festival de Brasília do Cinema Brasileiro reuniu 27 mil pessoas». Agência Brasília. Consultado em 11 de agosto de 2020
- ↑ «SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA». Consultado em 11 de agosto de 2020
- ↑ «Dedicado ao Dia das Crianças, Concerto Didático lota o Cine Brasília». Consultado em 10 de setembro de 2020. Cópia arquivada em 15 de outubro de 2019
- ↑ «Escola vai ao cinema – Agência Brasília». www.agenciabrasilia.df.gov.br. Consultado em 10 de setembro de 2020
- ↑ «Decreto 10829 de 14/10/1987». www.sinj.df.gov.br. Consultado em 10 de agosto de 2020
- ↑ IPHAN. «28/11/2011». www.iphan.gov.br. Consultado em 10 de agosto de 2020[ligação inativa]
- ↑ ASCOM IPHAN (28 de novembro de 2011). «Iphan-DF realiza seminário sobre a Unidade de Vizinhança de Brasília». Consultado em 9 de agosto de 2020[ligação inativa]