O Festival de Brasília, Festbrasília, oficialmente Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, é um festival de cinema brasileiro sediado em Brasília, no histórico Cine Brasília, sendo o mais antigo do gênero no país[1]. Surgiu por iniciativa do professor de cinema da Universidade de Brasília, Paulo Emílio Sales Gomes[2], em 1965, e é promovido pelo governo do Distrito Federal anualmente. Em suas duas primeiras edições o evento se chamou Semana do Cinema Brasileiro. Uma das regras que o diferencia de outros festivais é que os filmes, tanto de longa ou curta metragem, devem ser inéditos e preferencialmente, não ter sido premiados em qualquer outro festival nacional.

Festival de Brasília
Festival de Brasília
Informações gerais
Local Cine Brasília
Fundação 1965
Data do festival 30 de novembro a 7 de dezembro de 2024
Idioma Internacional
Website oficial

O principal prêmio do festival é o Troféu Candango, cujo nome faz homenagem aos brasilienses. Adicionalmente há o Troféu Câmara Legislativa do Distrito Federal, Prêmio Canal Brasil de Incentivo ao Curta-Metragem, Prêmio Exibição TV Brasil, Prêmio Abraccine, Prêmio ABCV e Prêmio Saruê, além de premiação em dinheiro.

História

editar
 
Abertura do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro com a apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, sob a regência do maestro Cláudio Cohen e o violinista Benjamin Schmid.

Professores de cinema da Universidade de Brasília como Jean Claude Bernardet, Vladimir Carvalho, encabeçados por Paulo Sales Gomes tiveram a ideia de iniciar a 1ª Semana do Cinema Brasileiro, evento que ocorreu entre 15 e 22 de novembro de 1965. Dois fatores podem ter propiciado a criação do festival: o surgimento do Cinema Novo e o projeto de Darcy Ribeiro para a Universidade de Brasília, que deveria deixar o academicismo de lado, usando a ciência para transformar o país. Devido ao recrudescimento da censura do Regime Militar, teve três edições canceladas: 1972, 1973 e 1974.

Festival de Brasília e o regime militar

editar

Criado no tempo do regime militar, o festival era tido, nos primeiros anos, como uma ilha onde cineastas, artistas e produtores podiam se expressar livremente. No entanto, com a promulgação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em 1968, a censura dos militares atingiu a cena cinematográfica, o que causou incômodo entre os produtores culturais.

O cineasta Vladimir Carvalho é um dos que tiveram obras censuradas e cortadas pelo regime. O longa País de São Saruê foi tirado da programação em 1971, mesmo depois de ter sido aprovado pela comissão de seleção, e a censura só o liberou em 1979, quando ganhou o Prêmio Especial do Júri pelo Festival de Brasília.

Com depoimentos reais, o filme retrata a vida de lavradores, garimpeiros do sertão nordestino, e denuncia a exploração dos trabalhadores pelos donos de terra — motivo que levou à proibição de ser projetado durante boa parte da década de 1970.

Depois de alguns infelizes episódios, em sinal de protesto, os idealizadores do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro o suspenderam de 1972 a 1974. O evento retornou à cena cultural brasiliense com a oitava edição, em 1975.

Filmes premiados

editar
 
Em 1976, o filme de Cacá Diégues Xica da Silva levou o Candango de Melhor Filme, de Melhor Diretor e de Melhor Atriz para Zezé Motta.

Atores premiados

editar

Ver também

editar

Referências

  1. a b «Brasília abre mais antigo festival de cinema do país». Portal Correio. Consultado em 25 de setembro de 2013. Arquivado do original em 28 de setembro de 2013 
  2. a b «1º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro». Consultado em 24 de setembro de 2013 
  3. Tavares, Jamila (3 de outubro de 2011). «'Hoje', de Tata Amaral, vence o Festival de Cinema de Brasília». G1. Consultado em 27 de abril de 2013 
  4. «Premiação do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro». 45º Festival de Brasília. Consultado em 24 de setembro de 2013 
  5. «Drama dirigido por viúva de Glauber Rocha vence Festival de Cinema de Brasília». Folha de S. Paulo. Consultado em 25 de setembro de 2013 
  6. «Vencedor do festival 2014» 
  7. «PREMIAÇÃO CONSAGRA 'BIG JATO' E 'PARA MINHA AMADA MORTA'». Arquivado do original em 26 de setembro de 2015 
  8. Luzia Garonce (24 de setembro de 2019). «Filme 'Temporada' é grande vencedor do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro». G1. Consultado em 25 de maio de 2019 
  9. Luzia Garonce (1 de dezembro de 2019). «'A febre', de Maya Da-Rin, é grande vencedor do 52º Festival de Cinema de Brasília; DF leva 16 prêmios». G1. Consultado em 13 de dezembro de 2019 
  10. BRANDÃO, MYRNA SILVEIRA (11 de novembro de 2022). «Festival de Brasília 2020 anuncia vencedores». CadernoB. Consultado em 8 de fevereiro de 2023 
  11. «'Saudade do Futuro' é o grande vencedor da 54ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro». G1. 15 de dezembro de 2021. Consultado em 12 de janeiro de 2024 
  12. «'A Invenção do Outro' é o grande vencedor da 55ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro». G1. 21 de novembro de 2022. Consultado em 12 de janeiro de 2024 
  13. «Mais um Dia, Zona Norte é o grande vencedor do Festival de Brasília». Agência Brasil. 17 de dezembro de 2023. Consultado em 12 de janeiro de 2024 

Ligações externas

editar
  Este artigo sobre cinema é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.