Dêmades
Dêmades (ca. 380 a.C. – 319 a.C.) foi um orador e diplomata ateniense. Nasceu numa família humilde e ascendeu até se tornar um político de influência, através dos seus discursos poderosos e de uma enorme perspicácia para entender a vontade do povo.
Logo após a destruição de Tebas por Alexandre, este enviou mensageiros a Atenas demandando a entrega de dez líderes políticos que haviam se oposto a ele; os mais proeminentes destes líderes eram Demóstenes e Licurgo.[1] Phocion, cognominado "o Bom", lembrou os sacrifícios de Leos e Jacinto,[Nota 1] lembrando que os homens deviam aceitar a morte com alegria, para salvar seu país de desastre, e chamou de covardes os que não queriam entregar suas vidas pela sua cidade.[2] Em seguida discursaram Demóstenes e Dêmades, este influenciado por um suborno de cinco talentos dos partidários de Demóstenes, e conseguiram evitar o sacrifício.[3] Uma delegação foi enviada a Alexandre, liderada por Dêmades, incluindo um pedido de ajuda a favor dos refugiados tebanos, para que Atenas pudesse dar refúgio a eles.[4] Dêmades teve sucesso nesta missão por causa da eloquência de suas palavras, e conseguiu que Alexandre perdoasse os homens, e atendesse às outras demandas dos atenienses.[5]
Cláudio Eliano conta que Dêmades propôs à Assembleia de Atenas que Alexandre fosse deificado, tornando-se o décimo-terceiro deus. Em uma atitude elogiada por Eliano, a Assembleia não aceitou esta impiedade, e ainda multou Dêmades em cem talentos.[6]
A opinião de Pausânias sobre Dêmades é ainda mais crítica que Eliano: Pausânias o classifica como traidor. Após a derrota dos gregos em Lamia,[Nota 2][7] em que Leóstenes morreu,[8] Antípatro, para voltar logo para a Ásia, queria fazer logo a paz com gregos, sem se importar se Atenas e o resto da Grécia permanecessem livres.[7] Dêmades e outros traidores de Atenas, porém, o convenceram a não ser gentil com os gregos, e, ao colocar medo nos atenienses, foram a causa de guarnições macedônias serem colocadas em Atenas e na maioria das outras cidades.[7]
Notas e referências
Notas
Referências
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVII, 15.1
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVII, 15.2
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVII, 15.3
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVII, 15.4
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVII, 15.5
- ↑ Cláudio Eliano, Varia Historia, Livro V, Capítulo XII, Que Demades foi multado, por fazer um decreto que tornaria Alexadre um deus
- ↑ a b c Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 7.10.4
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVIII, 13.5