Zero (banda)
Zero (estilizado ZERØ) é uma banda de rock brasileira formada em 1983 em São Paulo com base no Rio de Janeiro desde 1998, considerada a maior precursora do movimento New Romantic no Brasil.[1][2]
Zero | |
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Informação geral | |
Origem | São Paulo, SP |
País | Brasil |
Gênero(s) | Pós-punk, new wave, rock alternativo, art rock |
Período em atividade | 1983 – 1989, 1998 – presente |
Gravadora(s) | CBS, EMI, Sony, Voiceprint Records |
Integrantes | Guilherme Isnard Fabiano Matos Rigel Romeu Elísio Neto Nivaldo Ramos |
Ex-integrantes | Fabio Golfetti Cláudio Souza Alberto "Beto" Birger Gilles Eduar Nelson Coelho Eduardo Amarante Ricardo "Rick" Villas-Boas Alfred "Freddy" Haiat Athos Costa Malcolm Oakley Sérgio Naciffe João Paulo "JP" Mendonça Vitor Vidaut Yan França Eliza Schinner Jorge Pescara Gustavo Wermelinger Daniel Viana Caius Marins |
Página oficial | bandazero |
História
editarPrimeira formação e "Heróis" (1983–1985)
editarO Zero surgiu das cinzas do Ultimato (anteriormente conhecido como Lux), uma banda de punk jazz/no wave instrumental formada em São Paulo em 1978 (e rebatizada para Ultimato em 1981) por Fabio Golfetti, Alberto "Beto" Birger, Cláudio Souza, Gilles Eduar e Nelson Coelho. O futuro vocalista Guilherme Isnard, que recentemente havia deixado sua banda anterior, o Voluntários da Pátria, foi introduzido ao Ultimato por seu amigo Luiz Antônio Ribas, dono da extinta gravadora independente Underground Discos e Artes; Isnard então decidiu-se juntar à banda, e conversou com seus integrantes sobre acrescentar letras às suas canções. Seu estilo musical acabou por mudar para um "art rock com pegada pós-punk", nas palavras de Isnard,[3] e em 1983 se reorganizaram como Zero. Seu primeiro lançamento foi o single "Heróis", que saiu pela CBS Records em 1985.
Mudanças na formação, Passos no Escuro e Carne Humana (1985–1987)
editarEm 1985, a banda participou do primeiro álbum da cantora May East, Remota Batucada, na faixa "Caim e Abel" — porém também sofreria uma grande reestruturação em sua formação no mesmo ano, com todos os seus membros menos Isnard saindo. Muitos de seus ex-membros começariam seus próprios projetos: Fabio Golfetti e Cláudio Souza formaram a influente banda de rock psicodélico Violeta de Outono, Beto Birger compôs o Nau com Vange Leonel, Gilles Eduar foi para o Grupo Luni e Nelson Coelho criou o Dialeto[4].
Juntou-se a Isnard, então, a formação "clássica" da banda: Alfred "Freddy" Haiat (ex-Degradée e irmão do guitarrista do Metrô Alec Haiat) no teclado, Ricardo "Rick" Villas-Boas no baixo, Eduardo Amarante (ex-Agentss e Azul 29) na guitarra e Athos Costa na bateria. Seu primeiro grande lançamento de estúdio foi o extended play Passos no Escuro, pela EMI; foi um sucesso de vendas, ganhando um Disco de Ouro pela ABPD.[5] O EP gerou os sucessos "Formosa" e "Agora Eu Sei", o último contando com uma participação especial do vocalista do RPM Paulo Ricardo providenciando vocais adicionais.[6]
Em 1987, Athos Costa deixou a banda e foi substituído pelo também ex-Azul 29 Malcolm Oakley. A banda então começou a trabalhar em seu primeiro álbum de estúdio, Carne Humana, que gerou os também populares singles "Quimeras" e "A Luta e o Prazer". No mesmo ano abriram shows da turnê Break Every Rule deTina Turner em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Separação (1989)
editarCitando sua falta de interesse em continuar com a banda, Guilherme Isnard anunciou que o Zero estava chegando ao fim em 1989.[7] Ele então passou a trabalhar em outros projetos, entre eles a banda cover do Roxy Music e de Bryan Ferry Roxy Nights e interpretou standards do Jazz e do Samba Canção como Guillaume Isnard e os Psicofônicos. Após uma apresentação com o cantor Miltinho em 1992, voltou a morar no Rio de Janeiro e parou de cantar até 1997, quando decidiu retomar a carreira.
Rick Villas-Boas mudou-se temporariamente para a Holanda antes de voltar ao Brasil; Eduardo Amarante mudou-se para Salvador; Malcolm Oakley tornou-se publicitário; e Freddy Haiat administra sua empresa de fabricação e importação de instrumentos musicais com seu irmão Alec.
Reunião (1998–)
editarIsnard reuniu-se à formação clássica do Zero para um show celebrando o 15º aniversário da banda em 1998; seria apenas por um dia, mas a resposta dos fãs foi tão positiva que acabaram por anunciar uma reunião definitiva. Seu primeiro lançamento após o hiato (porém com uma formação levemente diferente — Sérgio Naciffe entrou como baterista, Jorge Pescara[1][3] no baixo e chapman stick e JP Mendonça como um tecladista adicional) foi a compilação Electro Acústico, que saiu em 2000 pela Sony e continha regravações acústicas de algumas das canções antigas da banda, mais três faixas inéditas. Contou com a participação especial de Andrea Dutra do Arranco de Varsóvia, Philippe Seabra do Plebe Rude e Bruno Gouveia do Biquini Cavadão.
Em 2003, para celebrar o 20º aniversário da banda, a EMI lançou Obra Completa, uma combinação de Passos no Escuro e Carne Humana em apenas um CD.
Em 2004, a Voiceprint Records lançou Dias Melhores, uma compilação de demos até então jamais lançados e outros materiais antigos gravados pela banda entre 1984 e 1985.
Em 2004 o Zero sofreu mais uma mudança em sua formação, com a entrada de Yan França na guitarra, Eliza Schinner no baixo e Fabiano Matos na bateria, substituído por Vitor Vidaut em 2007; em 30 de agosto do mesmo ano, lançaram às próprias custas seu primeiro álbum de inéditas desde 1987, Quinto Elemento, com Jorge Pescara assumindo o baixo. Demos preliminares de cada uma das canções foram disponibilizadas para escuta no perfil oficial do Myspace da banda.[8]
Mais reuniões da formação clássica da banda aconteceriam em 2012,[9][10] quando tocaram ao vivo seus dois primeiros lançamentos na íntegra, e em 2013, para shows celebrando o 30º aniversário do Zero; à época, Isnard anunciou que um DVD de sua performance em tais shows seria lançado,[11] mas até então o plano não se concretizou.
Em 2017 Guilherme estreou uma nova formação do Zero em Nova Friburgo com Nivaldo Ramos no baixo, Daniel Viana na guitarra, Gustavo Wermelinger na bateria e Caius Marins no teclado. Em 2018, gravaram ao vivo o EP Audioarena Originals - Guilherme Isnard e Zero no especial com exibição no Canal BIS e Multishow. A banda voltou aos grandes palcos como o do Circo Voador, mas desfez-se à véspera do show de comemoração dos 35 anos com participação de Kiko Zambianchi e Paulo Ricardo, pela conveniência logística de organizar uma banda com músicos paulistas.
A partir de 2020, o Zero conta com Fabiano Matos na bateria, Elisio Neto na guitarra, Rigel Romeu no teclado e Nivaldo Ramos que se manteve no baixo. Em outubro de 2020, lançaram Quando Esse Mal Passar[12], o primeiro single do próximo álbum, composta por Elísio e Isnard durante o confinamento na pandemia de COVID-19.
Formação
editarMembros atuais
editar- Guilherme Isnard — vocais (1983–)
- Fabiano Matos — bateria (2004–2005, 2020–)
- Rigel Romeu — teclado (2020–)
- Elísio Neto — guitarra (2020–)
- Nivaldo Ramos — baixo (2017–)
Ex-membros
editar- Fabio Golfetti — guitarra (1983–1985)
- Cláudio Souza — bateria, percussão (1983–1985)
- Alberto "Beto" Birger — baixo (1983–1985)
- Gilles Eduar — saxofone (1983–1984)
- Nelson Coelho — guitarra (1983–1985)
- Eduardo Amarante — guitarra (1985–1989, 1998–2006, 2012, 2013)
- Ricardo "Rick" Villas-Boas — baixo (1985–1989, 1998–2006, 2012, 2013)
- Alfred "Freddy" Haiat — teclado (1985–1989, 1998–2006, 2012, 2013)
- Athos Costa — bateria (1985–1987, 1998–2000, 2012, 2013)
- Malcolm Oakley — bateria (1987–1989, 2012)
- Sérgio Naciffe — bateria (2000–2006)
- João Paulo "JP" Mendonça — teclado (2000)
- Vitor Vidaut — bateria (2007)
- Yan França — guitarra (2004–2007)
- Eliza Schinner — baixo (2004–2005)
- Jorge Pescara — baixo e touchguitar (2000–2007, 2012)
- Gustavo Wermelinger — bateria (2017–2019)
- Daniel Viana — guitarra (2017–2019)
- Caius Marins — Teclado (2017–2019)
Discografia
editarParticipações
editar- 1985: May East - Remota Batucada - vocal e saxofone na faixa “Caim e Abel”[13]
- 1985: Metrô - Olhar - vocal na faixa "Tudo Pode Mudar"
- 1986: Vinícius Cantuária - Nu Brasil - vocal na faixa "Mais um ou Mais"[14]
Álbuns de estúdio
editar- 1987: Carne Humana
- 2007: Quinto Elemento
Álbuns ao vivo
editar- 2018: AudioArena Originals: Guilherme Isnard e Zero[15]
Extended plays
editar- 1985: Passos no Escuro
Singles
editar- 1985: "Heróis"
- 1985: "Agora Eu Sei"[16]
- 1985: "Formosa"
- 1987: "Quimeras"
- 1987: "A Luta e o Prazer"
- 2020: "Quando Esse Mal Passar"[12]
Compilações
editar- 1985: Os Intocáveis[17]
- 1987: Show Rock[18]
- 1988: Armação Ilimitada Vol.2 - Quimeras[19]
- 1998: Sucessos Inesquecíveis Pop - Agora Eu Sei[20]
- 1998: Rock Brasil 1 - Agora Eu Sei[21]
- 2000: Electro Acústico
- 2001: Para Sempre Pop Rock - A Luta e o Prazer[22]
- 2003: Obra Completa
- 2004: Dias Melhores
Referências
editar- ↑ a b «Zero - Discografia». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 22 de junho de 2013
- ↑ Mofo – ZERO
- ↑ a b Entrepistas – Entrevista com Guilherme Isnard, 2003
- ↑ «Whiplash - Dialeto»
- ↑ Ricardo Alexandre (2002). «Dias de Luta: O Rock e o Brasil dos Anos 80». Google Books. Consultado em 26 de abril de 2013
- ↑ Luiz André Alzer, Mariana Claudino. «Almanaque Anos 80: Lembranças e Curiosidades de uma Década Muito Divertida». Google Books. Consultado em 26 de abril de 2013
- ↑ Saiba por onde anda Guilherme Isnard, vocalista da banda ZERØ
- ↑ Zero no Myspace
- ↑ Zero: banda tocará dois primeiros álbuns na íntegra
- ↑ Ponto Zero
- ↑ Zero: entrevista com o vocalista Guilherme Isnard
- ↑ a b «Whiplash - Quando Esse Mal Passar»
- ↑ «Discogs - May East - Remota Batucada»
- ↑ «Discogs - Vinicius Cantuária - Nu Brasil»
- ↑ «ONErpm: AudioArena Originals: Guilherme Isnard e Zero»
- ↑ «Discogs: Zero - Agora Eu Sei»
- ↑ «Discogs: Os Intocáveis»
- ↑ «Discogs: Show Rock»
- ↑ «Discogs: Armação Ilimitada vol.2»
- ↑ «Discogs: Pop»
- ↑ «Discogs: Rock Brasil»
- ↑ «Discogs: Para Sempre Pop Rock»