Eleições estaduais em Alagoas em 1978

As eleições estaduais em Alagoas em 1978 ocorreram sob as regras do Pacote de Abril: em 1º de setembro, a ARENA elegeu o governador Guilherme Palmeira, o vice-governador Teobaldo Barbosa e o senador Arnon de Melo por via indireta. A fase seguinte sobreveio em 15 de novembro, tal como nos outros estados brasileiros e nela o partido governista elegeu o senador Luís Cavalcanti e obteve maioria dentre os sete deputados federais e vinte e um estaduais que foram eleitos.[1][2][3][4][nota 1]

1974 Brasil 1982
Eleições estaduais em  Alagoas em 1978
1º de setembro de 1978
(Eleição indireta)
15 de novembro de 1978
(Eleição direta)


Candidato Guilherme Palmeira


Partido ARENA


Natural de Maceió, AL


Vice Teobaldo Barbosa
Votos 162
Porcentagem 78,64%

Natural de Maceió e advogado graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1963, Guilherme Palmeira é filho de Rui Palmeira e irmão de Vladimir Palmeira. Eleito deputado estadual pela ARENA em 1966, 1970 e 1974 afastando-se para ocupar a Secretaria de Indústria e Comércio no governo Divaldo Suruagy de quem recebeu apoio para chegar ao Palácio dos Martírios.[nota 2]

Com a renúncia de Guilherme Palmeira para disputar o pleito de 1982 foi efetivado o vice-governador Teobaldo Barbosa. Natural de São José da Laje ele é advogado pela Universidade Federal de Alagoas e ingressou na UDN em 1947 chegando a secretário do diretório estadual. Oficial de gabinete do governador Arnon de Melo, foi eleito vereador em Maceió em 1954 e 1958 e deputado estadual em 1962, 1966 e 1970 tendo optado pela ARENA após o bipartidarismo do Regime Militar de 1964 elegendo-se deputado federal em 1974.

No tocante ao Senado Federal estava em curso o mandato de Teotônio Vilela um político originário da UDN que filiou-se à ARENA, mesmo caminho adotado por Arnon de Melo e Luís Cavalcanti que renovaram os mandatos. Arnon de Melo é advogado formado em 1933 na Universidade Federal do Rio de Janeiro e também jornalista sendo eleito governador de Alagoas para cinco anos de mandato em 1950 e após militar no PDC foi eleito senador em 1962 reelegendo-se pela ARENA em 1970 e cuja morte em 1983 levou à efetivação de Carlos Lyra. Sobre Luís Cavalcanti, o mesmo ingressou na carreira militar em 1937 na Escola Militar do Realengo chegando a General de brigada do Exército Brasileiro. Auxiliar do governador Arnon de Melo foi eleito deputado federal em 1958 e 1966, governador de Alagoas em 1960 e senador em 1970. Merece registro o fato de Guilherme Palmeira nomear Fernando Collor prefeito de Maceió em 1979 permitindo ao filho de Arnon de Melo iniciar uma carreira política que o elegeria presidente da República em 1989.

Em virtude da reordenação partidária feita no governo João Figueiredo os governistas de Alagoas aderiram ao PDS enquanto a oposição teve o PMDB como principal destino.

Resultado da eleição para governador

editar

O Colégio Eleitoral de Alagoas possuía 206 membros (188 da ARENA e 18 do MDB). Houve 43 ausências (20,87%) e uma abstenção (0,49%) dentre os aptos a votar.

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Guilherme Palmeira
ARENA
Teobaldo Barbosa
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
162
78,64%
Fontes:[1]
  Eleito

Resultado da eleição para senador

editar

Mandato biônico de oito anos

editar

A eleição para senador biônico permitiu a recondução de levou à vitória de Arnon de Melo à cadeira para a qual foi eleito pelo voto direto em 1970.

Candidatos a senador da República
Candidatos a suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Arnon de Melo
ARENA
João Lúcio da Silva
ARENA
Carlos Lyra
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
159
77,18%
Fontes:[1][5][6][7][8][nota 3]
  Eleito

Mandato direto de oito anos

editar

Conforme o Tribunal Superior Eleitoral foram apurados 347.431 votos nominais (84,31%), 30.256 votos em branco (7,34%) e 34.399 votos nulos (8,35%) resultando no comparecimento de 412.086 eleitores.

Candidatos a senador da República
Candidatos a suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
José Moura Rocha
MDB
Francisco de Melo
MDB
Pedro Marinho Muniz Falcão
MDB
-
MDB (sem coligação)
157.703
45,39%
Luís Cavalcanti
ARENA
[nota 4]
-
[nota 5]
-
-
ARENA (em sublegenda)
117.302
33,76%
Rubens Vilar
ARENA
[nota 4]
-
[nota 5]
-
-
ARENA (em sublegenda)
51.402
14,80%
José Sampaio
ARENA
[nota 4]
-
[nota 5]
-
-
ARENA (em sublegenda)
21.024
6,05%
Vinicius Cansanção
MDB
[nota 6]
-
[nota 7]
-
-
MDB (renunciou)
[9]
[10]
Fontes:[1][8]
  Eleito

Deputados federais eleitos

editar

São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.

Representação eleita

  ARENA: 5
  MDB: 2

Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Divaldo Suruagy ARENA 102.108 São Luís do Quitunde   Alagoas
José Costa MDB 54.522 Palmeira dos Índios   Alagoas
Mendonça Neto MDB 26.789 Rio Novo   Minas Gerais
Antônio Ferreira ARENA 18.983 Desterro   Paraíba
Albérico Cordeiro ARENA 18.047 Pilar   Alagoas
Geraldo Bulhões ARENA 15.144 Santana do Ipanema   Alagoas
Murilo Mendes ARENA 14.751 Maceió   Alagoas
Fontes:[1][11][12]

Deputados estaduais eleitos

editar

As vinte e uma cadeiras da Assembleia Legislativa de Alagoas foram assim distribuídas: quatorze para a ARENA e sete para o MDB.

Representação eleita

  ARENA: 14
  MDB: 7

Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
João Rodrigues Sampaio Filho ARENA 15.663 7,60% Maceió   Alagoas
José Tavares ARENA 14.635 7,10% Junqueiro   Alagoas
Tarcísio de Jesus ARENA 13.747 6,67% Maceió   Alagoas
Nelson Costa ARENA 13.136 6,37% Piaçabuçu   Alagoas
José Bandeira de Medeiros ARENA 12.326 5,98% Delmiro Gouveia   Alagoas
Agripino Alexandre dos Santos MDB 11.884 5,76% Maceió   Alagoas
Manoel Afonso MDB 11.881 5,76% Maceió   Alagoas
Alcides Falcão MDB 11.834 5,74% Ouricuri   Pernambuco
Elísio Sávio dos Anjos Maia ARENA 10.773 5,22% Pão de Açúcar   Alagoas
Hélio Nogueira Lopes ARENA 9.893 4,80% Penedo   Alagoas
Emílio Silva ARENA 9.874 4,79% Palmeira dos Índios   Alagoas
Francisco José Galindo Pimentel MDB 9.525 4,62% Marechal Deodoro   Alagoas
Renan Calheiros MDB 9.503 4,61% Murici   Alagoas
Afrânio Vergetti MDB 8.787 4,26% União dos Palmares   Alagoas
Edson Tenório de Almeida Lins ARENA 8.155 3,95% São José da Tapera   Alagoas
Alexandre Milito Filho ARENA 8.012 3,88% Campo Alegre   Alagoas
Alcides dos Santos Andrade MDB 7.755 3,76% Penedo   Alagoas
Walter Pitombo Laranjeiras ARENA 7.680 3,72% Neópolis   Sergipe
Osvaldo Gomes de Barros ARENA 7.609 3,69% Passo de Camaragibe   Alagoas
José Duarte Marques ARENA 7.540 3,65% Coruripe   Alagoas
Roberto Vilas Torres ARENA 7.458 3,61% Maceió   Alagoas
Fontes:[1]

Notas

  1. Nos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima o pleito serviu apenas para a escolha de deputados federais não havendo eleições em Fernando de Noronha. Por outro lado, a Lei n.º 6.091 permitiu aos alagoanos residentes no Distrito Federal votarem para senador, deputado federal e deputado estadual em 1978, remetendo às urnas ao estado de origem.
  2. Atualmente denominado Palácio República dos Palmares.
  3. Quando um partido lançasse candidatura única a senador (regra sob medida para os "biônicos") seus suplentes seriam escolhidos em escrutínio separado respeitado o número de votos para definir a posição dos reservas na chapa.
  4. a b c Embora José de Moura Rocha tenha sido o candidato mais votado, a ARENA elegeu Luís Cavalcanti graças aos 189.728 votos (54,61%) obtidos por suas sublegendas, contra 157.703 (45,39%) dados ao candidato do MDB.
  5. a b c Se a convenção partidária indicar três candidatos em sublegenda e um deles for eleito, os demais servirão como suplentes de senador, por ordem de votação.
  6. Alegando falta de apoio partidário e divergências com seu companheiro de chapa, Vinicius Cansanção renunciou à sua candidatura a senador. Através de sua secretaria judiciária, o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas aponta que a renúncia aconteceu em 28 de agosto de 1978.
  7. Por conta dessa intercorrência, o MDB rearranjou sua chapa, indicando dois suplentes de senador para integrar a mesma.

Referências

  1. a b c d e f BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1978». Consultado em 4 de setembro de 2022 
  2. BRASIL. Presidência da República. «Ato Institucional Número Três». Consultado em 8 de junho de 2018 
  3. BRASIL. Presidência da República. «Pacote de Abril». Consultado em 8 de junho de 2018 
  4. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 6.091 de 15/08/1974». Consultado em 8 de junho de 2018 
  5. Redação (1 de setembro de 1978). «Menos de dez mil votos elegeram 22 senadores. Primeiro Caderno, Política e Governo – p. 04». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 8 de junho de 2018 
  6. BRASIL. Presidência da República. «Decreto-lei nº. 1.541 de 14/04/1977». Consultado em 8 de junho de 2018 
  7. BRASIL. Presidência da República. «Decreto-lei nº. 1.543 de 14/04/1977». Consultado em 8 de junho de 2018 
  8. a b BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 6.534 de 23/05/1978». Consultado em 8 de junho de 2018 
  9. Redação (17 de julho de 1978). «Freire lançado a vice. Nacional – p. A-2». bndigital.bn.gov.br. Diário de Pernambuco. Consultado em 29 de dezembro de 2023 
  10. Redação (12 de setembro de 1978). «Candidato ao Senado pretende renunciar. Regional – p. E-5». bndigital.bn.gov.br. Diário de Pernambuco. Consultado em 29 de dezembro de 2023 
  11. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Página oficial». Consultado em 30 de abril de 2024 
  12. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 5 de agosto de 2015