Estação Ferroviária de Paradela
A Estação Ferroviária de Paradela, igualmente conhecida como de Paradela - Sever do Vouga, foi uma gare da Linha do Linha do Vouga, que servia as localidades de Sever do Vouga e Paradela, no Distrito de Aveiro, em Portugal.
Paradela | |||
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Administração: | Infraestruturas de Portugal (norte)[1] | ||
Linha(s): | Linha do Vouga (PK 71,936) | ||
Altitude: | 84.50 m (a.n.m) | ||
Coordenadas: | 40°42′13.92″N × 8°21′37.39″W (=+40.70387;−8.36039) | ||
| |||
Município: | ![]() | ||
Serviços: | sem serviços | ||
Encerramento: | 1 de janeiro de 1990 (há 35 anos) |
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Descrição
editarEste interface situa-se na localidade epónima, distando de 4,8 km (com desnível acumulado de +273−68 m) da sede de concelho que nominalmente serve.[2]
A superfície dos carris (plano de rolamento) da estação ferroviária de Paradela ao PK 71+900 situava-se à altitude de 8450 cm acima do nível médio das águas do mar.[3] O edifício de passageiros situa-se do lado sudeste da via (lado direito do sentido ascendente, para Viseu).[4][5]
História
editarPlaneamento e inauguração
editarEm 11 de Julho de 1889, Francisco Palha foi autorizado a construir uma via férrea de via estreita entre Espinho e Torre de Eita, transitando, entre outras localidades, por Sever do Vouga.[6] Nos finais do Século, o traçado foi alterado de forma a terminar em Viseu, tendo permanecido a passagem por Sever do Vouga, que se considerava que seria uma das localidades mais importantes a serem servidas por aquele caminho de ferro.[7]
Esta interface estava no troço entre Foz do Rio Mau e Ribeiradio, que entrou ao serviço em 4 de Novembro de 1913.[8] A Linha do Vouga foi construída pela Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger.[9]
Nos horários de 1939, esta interface aparecia com o nome de Paradela.[10]
Um diploma publicado no Diário do Governo n.º 119, II Série, de 25 de Maio de 1951, aprovou o projecto para uma passagem inferior rodoviária no PK 72,134.08.[11]
Transição para a CP
editarEm 1 de Janeiro de 1947, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses passou a explorar a Linha do Vouga.[12]
Encerramento e recuperação
editarO lanço da Linha do Vouga entre Sernada do Vouga e Viseu (incl. Paradela) foi encerrado em 2 de Janeiro de 1990, pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses.[13]
Após o encerramento, o edifício da estação ficou em estado de ruína[14], até que em Maio de 2011 o Conselho de Administração da Sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro autorizou a adjudicação da empreitada para a recuperação da antiga Estação, ao consórcio Arada, Lda., Manindustria, Lda., e Preligaz Lda., por cerca de 238 mil euros.[15] Esta intervenção teria uma duração de cerca de 5 meses, e tinha como objectivo a reconversão do antigo edifício num pólo de apoio à ecopista da Linha do Vouga, albergando balneários, uma loja de aluguer de bicicletas com capacidade para pequenas reparações, e um centro de interpretação ambiental com restaurante e esplanada.[15] A Rede Ferroviária Nacional cedeu o edifício à Câmara Municipal de Sever por cerca de 40 mil euros, tendo a cerimónia de entrega decorrido no dia 13 de Julho de 2012.[14]
Ver também
editarReferências
- ↑ Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
- ↑ OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância rodoviária». Consultado em 9 de junho de 2022
- ↑ Linha do Vale do Vouga. Companhia Portugueza para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro: s.l., s.d. (Mapa e tabela de distâncias e altitudes.)
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1225). 1 de Janeiro de 1939. p. 43-48. Consultado em 24 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ CORDEIRO, Xavier (6 de Janeiro de 1950). «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1489). p. 743. Consultado em 23 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ SOUSA, José Fernando de (16 de Dezembro de 1933). «As Linhas do Vale do Vouga e o seu Congresso Ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1104). p. 643-646. Consultado em 24 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 24 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1240). 16 de Agosto de 1939. p. 398. Consultado em 24 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 64 (1525). 1 de Julho de 1951. p. 194-196. Consultado em 24 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ AGUILAR, Busquets de (1 de Junho de 1949). «A Evolução História dos Transportes Terrestres em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1475). p. 383-393. Consultado em 24 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «CP encerra nove troços ferroviários». Diário de Lisboa. Ano 69 (23150). Lisboa: Renascença Gráfica. 3 de Janeiro de 1990. p. 17. Consultado em 16 de Janeiro de 2021 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
- ↑ a b COSTA, Zulay (14 de Julho de 2012). «Estação de Paradela renasce para apoiar ecopista». Jornal de Notícias
- ↑ a b SILVA, José (10 de Maio de 2011). «Sever do Vouga: Adjudicada recuperação da antiga estação de Paradela». Diário de Aveiro. Consultado em 24 de Março de 2015
Leitura recomendada
editar- SILVA, José; RIBEIRO, Manuel (2007). Os Comboios em Portugal. Volume III 1.ª ed. Lisboa: Terramar - Editores, Distribuidores e Livreiros, Lda. 203 páginas. ISBN 978-972-710-408-6