Genelo Anzevaci
Genelo Anzevaci (em armênio: Գնել Անձևացի; romaniz.: Gnel Anjewacʼi; m. 374) foi um nobre armênio (nacarar) do século IV da família Anzevaci, ativo no reinado de Papa (r. 370–374).
Genelo Anzevaci | |
---|---|
Morte | 374 |
Etnia | Armênio |
Religião | Catolicismo armênio |
Nome
editarGenelo (Genelus) é a forma latina do armênio Guenel (Գնել, Gnel), que derivou do verbo gneay (գնեայ), "comprar".[1]
Vida
editarGenelo nasceu em data incerta ao longo do século IV e era naapetes (chefe) de seu clã, a família Anzevaci. No rescaldo da Batalha de Ganzaca de 371, que opôs um exército aliado armeno-romano liderado pelos generais Terêncio e Musel I e as tropas invasoras do xainxá Sapor II (r. 309–379), Cílaces foi designado para proteger a fronteira em Ganzaca com 30 mil lanceiros sob seu comando. Nessa posição, recebeu emissários de Sapor e lhes prometeu trair o rei Papa (r. 370–374) em troca de ricos presentes. Genelo foi um dos nobres que foram contra essa traição e secretamente informou o rei das maquinações de Cílaces. Papa ordenou que Cílaces deixasse os 30 mil lanceiros sob seu comando com Genelo e retornasse à capital.[2] Moisés de Corene afirmou que Genelo recebeu o ofício de asparapetes, mas essa informação é improvável, haja vista ela ter sido uma posição hereditária da família Mamicônio.[3]
Genelo reaparece anos depois, em 374, mas as fontes divergem a respeito de seu destino. Segundo Fausto, participou no banquete oferecido a Papa pelos romanos, onde o rei foi assassinado. Ao tomar ciência do ocorrido, Genelo atacou um dos legionários que golpeou o rei e o matou, mas logo em seguida foi atingido no crânio na altura dos olhos pela espada de Terêncio e morreu.[4] Moisés de Corene, por sua vez, alegou que Papa decidiu rebelar-se contra Valente (r. 364–378) (anacronicamente referido como Teodósio I, r. 378-395), que o ajudou anos antes a ascender, após tomar ciência de distúrbios no Império Romano. Para tal, expulsou o general Terêncio, que fugiu com suas tropas, mas recebeu ordens de retornar e contornar a situação. Terêncio atacou o acampamento de Papa de surpresa e matou muitos soldados, provocando a fuga de outros. Genelo impôs resistência aos atacantes, mas Terêncio o matou cortando sua cabeça ao meio e prendeu Papa, que foi levado acorrentado ao imperador e foi executado.[5]
Referências
- ↑ Ačaṙyan 1942–1962, p. 477.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 196 (V.vi.208).
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 373.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 214 (V.xxxii.237).
- ↑ Moisés de Corene 1978, p. 300-301.
Bibliografia
editar- Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Պապ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
- Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachussetes: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard
- Moisés de Corene (1978). Thomson, Robert W., ed. History of the Armenians. Cambrígia, Massachusetts; Londres: Harvard University Press