Henrique Rupp Júnior

político brasileiro

Henrique Rupp Júnior (Joinville, 27 de março de 1880Florianópolis, 21 de junho de 1959) foi um advogado, jornalista, empresário e político brasileiro.[1]

Henrique Rupp Júnior
Henrique Rupp Júnior
Nascimento 27 de março de 1880
Joinville
Morte 21 de junho de 1959 (79 anos)
Florianópolis
Nacionalidade Brasileiro
Cidadania Brasil
Ocupação político

Filho de Henrique Rupp e de Ema Rupp, ambos naturais da Alemanha. Seu pai foi um importante líder político na Cidade de Campos Novos, tendo sido grande proprietário rural e participante ativo no conflito que culminou na Guerra do Contestado, foi também Vereador e Prefeito desta mesma cidade por duas vezes (1893 a 1898 e de 1911 a 1913) além de Deputado Estadual na 1ª legislatura (1896 — 1897), 3ª legislatura (1898 — 1900) e 5ª legislatura (1904 1906).

Henrique Rupp Júnior faz parte de uma tradicional família de políticos, sendo genro de Oswaldo Bulção Vianna, Deputado Estadual em Santa Catarina 1ª legislatura (1947 — 1951) e 2ª legislatura (1951 — 1955), avô materno de Antônio Henrique Bulcão Viana, Deputado Estadual em Santa Catarina na 8ª legislatura (1975 — 1979), 9ª legislatura (1979 — 1983) e 10ª legislatura (1983 — 1987) e Prefeito de Florianópolis de 1990 a 1993, tio do Deputado Federal por Santa Catarina Waldemar Rupp (39º e 40º legislaturas).

Realizou os estudos iniciais no Ginásio Catarinense, em Florianópolis (SC) e fez o Curso de Humanidades no Ginásio Nossa Senhora da Conceição, em São Leopoldo (RS).

Bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Porto Alegre e, em sua vida universitária, fundou o jornal “A Justiça”, órgão oficial da Federação dos Estudantes do Rio Grande do Sul. Formou-se em 1907, numa turma que ficou conhecida como a “geração de 1907”, cujos membros tiveram grade destaque nas suas áreas profissionais, dentre os quais estava Getúlio Vargas.

De volta ao estado natal, fundou o jornal A Vanguarda. Trabalhou como redator no jornal “O Dia” no período de 1908 a 1910. Em maio de 1915 fundou em Florianópolis o jornal “O Estado”, jornal de maior circulação à época, que dirigiria até 1917. Este mesmo jornal permaneceu sendo um dos principais meios de comunicação do estado de Santa Catarina até o ano de 2009.

Henrique Rupp Júnior foi deputado à Assembléia Legislativa de Santa Catarina na 6ª legislatura (1907 – 1909), na 10ª legislatura (1919 – 1921) e na 11ª (1922 - 1924). Foi o 30º e o 33º Prefeito da Cidade de Florianópolis e Deputado Federal entre 1935 e 1937 quando se instaurou o Estado Novo e foram suprimidos os órgãos legislativos do país.

Em 03/05/1920 funda em conjunto com o seu irmão José Rupp a Empresa Construtora e Colonizadora Oeste Catarinense, recebendo do Estado de Santa Catarina diversas glebas de terra para exploração e colonização, totalizando mais de 2,7 bilhões de metros quadrados, localizadas entre os Rios Chapecó, Antas e Uruguai, área equivalente a 11 091 colônias de 25 hectares, tamanho médio dos lotes coloniais vendidos aos agricultores. Tais concessões de terras deveram-se a um contrato firmado com o Governo Estadual que garantia à empresa uma contrapartida de 10 000m2 de terra para cada metro linear de estrada que a empresa construiu, ligando Erval Velho à Campos Novos, com 80,8 quilômetros de extensão.

Foi um ativo participante da Revolução de 1930 em seu estado, sendo um dos organizadores da Aliança Liberal em Santa Catarina e presidente da Legião Republicana Catarinense, que tinha como meta integrar-se numa futura legião nacional e difundir os princípios da revolução vitoriosa que culminou com a ascensão de Getúlio Vargas como chefe do “Governo Provisório” em 03/11/1930. No pleito de 1930, Rupp Junior foi candidato à Senador Federal pelo Partido Republicano Catarinense.

Para concorrer às eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, realizadas em maio de 1933, a Legião Republicana uniu-se ao Partido Republicano Catarinense, formando a Coligação Republicana por Santa Catarina, em cuja legenda elegeu-se Adolfo Konder, ficando Rupp Júnior com a primeira suplência. Depois desse período Rupp Júnior aderiu ao Partido Republicano, do qual se tornou membro de destaque.

Em 1934, o PR congregou antigos políticos catarinenses, formando a legenda Reação Republicana — que Rupp Júnior liderou ao lado de Adolfo Konder e do interventor no estado (Governador) Aristiliano Ramos — para concorrer às eleições de outubro. Nesse pleito, Rupp Júnior elegeu-se deputado federal por Santa Catarina, assumindo o mandato em maio de 1935 e exercendo-o até novembro de 1937, quando o Estado Novo fechou o congresso nacional.

Com a desagregação do Estado Novo, ao qual fez oposição, e a redemocratização do país, participou em abril de 1945 — juntamente com Adolfo Konder, Aristiliano Ramos e outros — da fundação da União Democrática Nacional (UDN). Concorreu no pleito suplementar de janeiro de 1947 a deputado federal na legenda da UDN, mas obteve a primeira suplência, não chegando a exercer o mandato.

Enquanto Prefeito de Florianópolis, foi responsável por definir o local onde seria erguida a ponte pênsil “Hercílio Luz”, viabilizando a transferência cemitério municipal do local onde é a cabeceira da ponte para Itacorubi, criando o Cemitério São Francisco de Assis. Para isso, foi necessário negociar a desapropriação com o proprietário do terreno, Sr. Antônio Amaro da Costa, empresário que possuía um estaleiro, barcos e a padaria Catharinense.

O Sr. Costa aceitou se desfazer do terreno em troca de 6.511.465 metros quadrados de terra à beira-mar no norte da ilha, onde atualmente localiza-se toda a praia e o bairro de Jurerê.

24 anos após a desapropriação, Rupp e o seu genro Oswaldo Bulcão Viana prestaram serviços jurídicos a viúva de Amaro da Costa, Maria Ferreira e receberam a título de honorários as terras, cuja titularidade foi transferira para Rupp e Bulcão Vianna em 12 de outubro de 1951, tendo sido vendida posteriormente à Anito Zeno Petry.

Foi juntamente com José Artur Boiteux, Henrique Fontes, Gil Costa e Nereu Ramos um dos fundadores da Faculdade de Direito de Santa Catarina, que nos seus primeiros anos de atividade funcionou no 2º andar do prédio onde mantinha o seu escritório particular, na Rua Felipe Schmidt, nº 2, esquina com a Praça 15 de Novembro em Florianópolis, além de ter sido seu diretor e professor catedrático de Direito Comercial, Direito Marítimo e Falências.

Advogado conceituado, trabalhou no início de sua carreira como promotor público no município de Curitibanos (SC). Foi ainda chefe de polícia, diretor da Sociedade Colonizadora Hanseática e fundador do jornal vespertino "A Pátria".

Faleceu em Florianópolis, em 21 de junho de 1959.

Vida Pessoal

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Era casado com Maria Assunção Rupp, com quem teve seis filhos: Aracy Rupp (Aracy Rupp Bulcão Viana), Eloá Rupp (Eloá Rupp Gonzaga), Maria Perpétua Rupp (Maria Rupp Negrão), Henrique Manoel Assumpção Rupp, Lauro Rupp e Abelardo Rupp.

Referências

Bibliografia

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  • Piazza, Walter: Dicionário Político Catarinense. Florianópolis: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1985.
  • Piazza, Walter: Dicionário Político Catarinense. Florianópolis: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1994. 714 p.
  • Piazza, Walter: O Poder Legislativo Catarinense: das suas raízes aos nossos dias 1834-1984. Florianópolis: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1984. 800 p.
  • STOETERAU, Lígia de Oliveira. A Trajetória do Poder Legislativo Catarinense. Florianópolis: IOESC, 2000. 446 p.
  • WILL, Fábio. O Ensino Secundário no Internato no Ginásio e Colégio Catarinense de Florianópolis: A prática Jesuítica alemã no Colégio Catarinense na 1ª Era Vargas. 2013. 96 f. TCC (Graduação) - Curso de História, Departamento de História, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNDMxNDg=>. Acesso em: 23 out. 2018.
  • MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA. Biografia Henrique Rupp Júnior. 2020. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/biografia/375-Henrique_Rupp_Junior>. Acesso em: 08 de dezembro de 2020.
  • O DIA: Orgão do Partido Republicano Catharinense. Florianópolis, 11 set. 1908.
  • ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SANTA CATARINA. Centro de Memória. Arquivos das Legislaturas: de 1835 a 2018.
  • CORRÊA, Carlos Humberto. Um Estado Entre Duas Repúblicas: a Revolução de 30 e a Política de Santa Catarina até 35. Florianópolis: Editora da UFSC, 1994. 259 p.
  • CPDOC. Fundação Getúlio Vargas. Verbete: RUPP JÚNIOR, Henrique. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNDMxNzc=>. Acesso em: 1 ago. 2017.
  • ESCOLAS. Escola de Educação Básica Henrique Rupp Junior. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNDMxMTk=>. Acesso em: 23 out. 2018.
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  • NUNES, Karla Leonora Dahse. Santa Catarina no caminho da Revolução de Trinta: memórias de combates (1929-1931). 2009. 379 f. Tese (Doutorado) - Curso de Programa de Pós-graduação em História, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. Disponível em: <http://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/rNDMxNjQ=>. Acesso em: 23 out. 2018.


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