Jogo de Damas (Abel Manta)
Jogo de Damas é uma pintura a óleo sobre tela do artista português do Modernismo Abel Manta (1888-1982) e que está atualmente no Museu do Chiado, em Lisboa.
Jogo de Damas | |
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(Imagem no artigo do Autor) | |
Autor | Abel Manta |
Data | 1927 |
Técnica | Pintura a óleo sobre tela |
Dimensões | 106 cm × 116 cm |
Localização | Museu do Chiado, Lisboa |
A pintura representa um casal sentado a uma mesa redonda de tampo branco a jogar às damas, numa sala bem iluminada, estando os dois vestidos de modo casual. A obra foi adquirida pelo Estado em 1930.[1]
Descrição
editarEm frente um do outro, olhando ambos para o tabuleiro, um casal joga às damas. De costas, o homem está vestido de castanho, com a a cabeça baixa, concentrado no jogo, e à sua frente, uma jovem mulher vestida com uma blusa azul, fixando também o tabuleiro, senta-se mais descontraída num cadeirão verde, tendo o braço esquerdo apoiado na cadeira e a face encostada à outra mão, cujo cotovelo assenta no tampo branco (mármore?) da mesa. Em fundo, alguns planos descontínuos (outras pinturas no suporte?) e o chão ladrilhado de branco e salmão.[1]
A composição angulosa das figuras que se desenvolvem em volta da elipse do tampo da mesa, a cuja curvatura corresponde o espaldar de uma cadeira, define um espaço intimista onde é reconhecível a mulher do artista, a pintora Clementina Carneiro de Moura. A perspectiva da cena é dada de um plano relativamente alto que permite aprofundar o espaço obliquamente em relação ao plano da tela com uma certa tensão construtiva.[2]
Apreciação
editarPara Pedro Lapa, será na pintura Os Jogadores de cartas (imagem ao lado) de Paul Cézanne que Abel Manta se inspirou. A gama cromática clara, oscilando entre os rosas e os cinzas, terá relação com a pintura a fresco que o artista praticou e ensinou. O xadrez do tabuleiro parece encontrar eco no do chão, tornando as figuras humanas em peças de um outro jogo, o da própria pintura, que se afirma na representação naturalista. Às silhuetas das cabeças formadas por linhas rectas quebradas ou à geometrização abstracta do fundo e do chão, responde a sombra da mesa criada por uma luz natural sobre as coxas da senhora, ou a da gola do vestido, como situações próprias de um Naturalismo recalcado, mas básico, sob um Modernismo como efeito de estilo.[2]
Referências
editarLigação externa
editar- Página oficial do Museu do Chiado [3]