Língua crioula da Martinica

A língua crioula da Martinica[2] é uma das línguas crioulas de base léxica francesa - embora com influências do inglês e espanhol, em decorrência de ocupações anteriores. Contém ainda palavras de origem africana e indígena (aruaque). Sintaxe, gramática e conjugação verbal são baseadas no modelo de línguas da África Ocidental. É falada, na Martinica, por cerca de 418 mil pessoas (2001), e também por membros da diáspora martinicana.[1]

Língua crioula da Martinica
Falado(a) em: Martinica
Total de falantes: 418.000 na Martinica (2001)[1]
Família: Crioulos de base francesa
 Língua crioula antilhana
  Língua crioula da Martinica
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

História e características

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Tornou-se uma língua ao longo do tempo e está em constante mudança, sob a influência do francês, do inglês americano e dos dialetos anglófonos das ilhas vizinhas.

É muito parecida com as línguas crioulas de Guadalupe, da Guiana Francesa e do Haiti, bem como dos crioulos falados nas ilhas ex-francófonas (Dominica e Santa Lúcia). Às vezes, as línguas crioulas da Martinica, da Dominica, de Maria Galante, das Ilhas dos Santos, de São Bartolomeu, Granada, Guadalupe e Santa Lúcia são considerados como uma única língua — língua crioula antilhana.[3]

G.E.R.E.C

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O G.E.R.E.C - Groupe d'Études et de Recherches en Espace Créolophone foi fundado em 1975 pelo linguista martinicano Jean Bernabé (1942-2017) e reúne pesquisadores que trabalham com a língua, a cultura e a população crioula da Martinica, Guadalupe, Guiana Francesa etc., com um olhar específico sobre as línguas crioulas com base léxica derivada do francês e da área francófona. O principal trabalho do G.E.R.E.C foi desenvolver, a partir de 1976, a escrita do crioulo, incluindo uma família de padrões de ortografia.

Sistemas ortográficos

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Como a maioria dos crioulos antilhanos, o crioulo da Martinica é sempre escrito usando o alfabeto latino. Existem vários tipos de ortografias. As ortografias etimológicas, e as ortografias fonéticas-fonológicas.[4]

Exemplo

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No século XIX, Lafcádio Hearn registrou alguns contos da tradição oral que circulavam na ilha de Martinica à época. O exemplo abaixo é o início do conto Companheiro Coelho na bacia do rei e se encontra no livro Contos Crioulos II, publicado em 2001, com a transcrição em crioulo martinicano e traduzido em francês:

Compè Lapin adans bassin li roi[5] Compère Lapin dans le bassin du roi Companheiro Coelho na bacia do rei
Yonne jou, Compè Lapin ka passé dans jàdin le roi, y ouè le roi ka baigné cò li. Y di comm ca, - y ké fai le roi yonne méchancété. tou lé jou quand le roi té vini pou baigné, y ka trouvé bassin là sale et tout plein laboue. Le roi pa save ca ki té ka fé méchanceté-là. Un jour, Compère Lapin passa dans le jardin du roi, il vit le roi qui se baignait. il dit ainsi : « je vais faire au roi une méchante farce ». tous les jours quand le roi venait pour se baigner, il trouvait le bassin sale et tout plein de boue. Le roi ne savait pas qui lui faisait cette méchante farce. Um dia, o Companheiro Coelho passou pelo jardim do rei e viu o rei tomando banho. Então ele disse: "Vou fazer uma brincadeira maldosa com o rei!" Todos os dias quando o rei vinha tomar banho, ele encontrava a bacia suja e cheia de lama. O rei não sabia quem estava pregando essa brincadeira maldosa nele.

Referências

  1. a b «Martinique» (em inglês). Ethnologue. Consultado em 22 de setembro de 2016 
  2. «Guide de conversation français/créole (Martinique et Guadeloupe)» (em inglês). Consultado em 17 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 13 de abril de 2010 
  3. «Communiquer en créole martiniquais» (em francês). Consultado em 17 de fevereiro de 2015 
  4. «Quelques principes élémentaires pour écrire en créoles martiniquais et guadeloupéen par J-P. Arsaye» (PDF) (em francês). Consultado em 23 de setembro de 2016 
  5. Hearn, Lafcardio (2001). Contes Créoles (II). Matouri: Ibis Rouge. p. 42-43. ISBN 2 - 84450 - 121 - 4 

Ligações externas

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Dicionários

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