Gonzaguinha
Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1945 – Renascença ou Marmeleiro,[nota 1] 29 de abril de 1991), mais conhecido como Gonzaguinha, foi um cantor e compositor brasileiro.[3]
Gonzaguinha | |
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Cantor Gonzaguinha em 1988 | |
Informação geral | |
Nome completo | Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior |
Também conhecido(a) como | Gonzaguinha |
Nascimento | 22 de setembro de 1945 |
Local de nascimento | Rio de Janeiro, DF |
Morte | 29 de abril de 1991 (45 anos) |
Local de morte | entre Renascença e Marmeleiro,[nota 1] PR |
Nacionalidade | brasileiro |
Gênero(s) | MPB samba jazz fusion rock progressivo |
Ocupação(ões) | cantor e compositor |
Progenitores | Pai: Luiz Gonzaga |
Filho(a)(s) | Daniel Gonzaga Amora Pêra Mariana Gonzaga |
Instrumento(s) | vocal, violão |
Período em atividade | 1970–1991 |
Outras ocupações | Formou-se em economia, mas nunca exerceu a profissão. |
Gravadora(s) | EMI-Odeon/RCA |
Biografia
editarGonzaguinha era filho registrado, mas não biológico,[4][5] do cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga e de Odaleia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil.[6]
Compôs a primeira canção "Lembranças da Primavera" aos 14 anos, e em 1961, com 16 anos, foi morar no bairro de Cocotá, na ilha do Governador, com o pai para estudar. Mais tarde, estudou Economia na Universidade Cândido Mendes. Na casa do psiquiatra Aluízio Porto Carrero conheceu e se tornou amigo de Ivan Lins. Conheceu também a primeira mulher, Ângela, com quem teve 2 filhos: Daniel e Fernanda. Teve depois uma filha com a atriz Sandra Pêra, a atriz e cantora Amora Pêra. Foi nessa convivência na casa do psiquiatra, que fundou o Movimento Artístico Universitário (MAU), com Aldir Blanc, Ivan Lins, Márcio Proença, Paulo Emílio e César Costa Filho. Tal movimento teve importante papel na música popular do Brasil nos anos 70 e em 1971 resultou no programa na TV Globo Som Livre Exportação.
Caracterizado por uma postura de crítica à ditadura, foi visado pelo DOPS. Assim, das 72 canções mostradas a esse órgão, 54 foram censuradas, entre as quais o primeiro sucesso, Comportamento Geral. Neste início de carreira, a apresentação agressiva e pouco agradável aos olhos dos meios de comunicação valeu-lhe o apelido de "cantor rancor", com canções ásperas, como Piada Infeliz e Erva.
Com o começo da abertura política, na segunda metade da década de 1970, começou a modificar o discurso e a compor canções de tom mais aprazível para o público da época, como: Recado, Começaria Tudo Outra Vez, Explode Coração, Espere por Mim Morena, Grito de Alerta, Sangrando, Eu Apenas Queria que Você Soubesse, Caminhos do Coração, O Que É o que É, Feliz, Mamão com Mel e Lindo Lago do Amor, também temas de reggae, como Nem o Pobre nem o Rei.
As composições foram gravadas por muitos dos grandes intérpretes da MPB, como Gal Costa, Maria Bethânia, Zizi Possi, Simone, Alcione, Elis Regina (Redescobrir ou Ciranda de Pedra), Fagner, e Joanna. Dentre estas, destaca-se Simone com os grandes sucessos de Sangrando, Mulher, e daí e Começaria tudo outra vez, Da maior liberdade, É, Petúnia Resedá.
Em 1975, dispensou os empresários e tornou-se um artista independente, o que fez em 1986 fundar o selo Moleque, pelo qual chegou a gravar dois trabalhos.
Nos últimos doze anos de vida, Gonzaguinha viveu em Belo Horizonte com a segunda mulher Louise Margarete Martins (Lelete) e a filha deles, a caçula Mariana.[7]
Discografia
editarÁlbuns de estúdio
editar- 1973: Luiz Gonzaga Jr., EMI/Odeon;
- 1974: Luiz Gonzaga Jr., EMI/Odeon;
- 1975: Plano de Vôo (álbum de Gonzaguinha) , EMI/Odeon;
- 1976: Começaria Tudo Outra Vez, EMI/Odeon;
- 1977: Moleque Gonzaguinha, EMI/Odeon;
- 1978: Recado (álbum de Gonzaguinha), EMI/Odeon;
- 1979: Gonzaguinha da Vida, EMI/Odeon;
- 1980: De Volta ao Começo (álbum de Gonzaguinha), EMI/Odeon;
- 1981: Coisa Mais Maior de Grande - Pessoa, EMI/Odeon;
- 1982: Caminhos do Coração (álbum de Gonzaguinha) , EMI;
- 1983: "Alô, alô Brasil", EMI/Odeon;
- 1984: Grávido, EMI/Odeon;
- 1985: Olho de Lince (Trabalho de Parto), EMI/Odeon;
- 1988: Corações Marginais, Moleque/WEA;
- 1990: Luizinho de Gonzagão Gonzaga Gonzaguinha, WEA/Moleque;
- 1990: É, Capitol-EMI Music;
- 2001: Luiz Gonzaga Jr., Universal Music.
Álbuns ao vivo
editar- 1978: Marlene E Gonzaguinha Ao Vivo (1978), Discobertas/Disco Voador;
- 1981: A vida do viajante. Com Luiz Gonzaga, EMI/Odeon;
- 1987: Geral, EMI/Odeon;
- 1993: Cavaleiro solitário, Som Livre;
Coletâneas
editar- 1991: Gonzagão & Gonzaguinha-Juntos, com Luiz Gonzaga, BMG/Ariola;
- 1994: A viagem de Gonzagão e Gonzaguinha, com Luiz Gonzaga, EMI/Odeon;
- 1994: O talento de Gonzaguinha, EMI/Odeon.
- 2004: Perfil, - Som Livre.
Tributo
editar- 2001: Simples Saudade, BMG Brasil.
- 2015: Presente, Universal.
Morte
editarGonzaguinha morreu aos 45 anos em 29 de abril de 1991, vítima de um acidente automobilístico. Ao regressar de uma apresentação em Pato Branco, no Paraná por uma rodovia no sudoeste daquele estado, colidiu seu Monza contra uma camionete Ford F-4000. O acidente ocorreu por volta de 7h20 da manhã entre as cidades de Renascença e Marmeleiro. Gonzaguinha estava se dirigindo para Foz do Iguaçu, de onde seguiria de avião para Florianópolis, onde tinha um show agendado. No carro estavam também seu empresário e o dono de uma empresa de produções artísticas, que ficaram gravemente feridos.[1][2]
Homenagens
editarEm 2017, Gonzaguinha foi tema do carnaval da Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, com o enredo "É! O Moleque desceu o São Carlos, pegou um sonho e partiu com a Estácio!".[8] A Estácio era a escola de coração do cantor, nascido no Morro de São Carlos, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro.
A escola de samba Império Serrano escolheu como enredo para seu desfile no Grupo Especial em 2019, o sucesso de Gonzaguinha O Que é, o Que é?, usando a canção também como o samba-enredo, num recurso inédito no carnaval carioca.[9]
Notas e referências
Notas
Referências
- ↑ a b «Há 25 anos morria o cantor Gonzaguinha, próximo a Marmeleiro - Jornal de Beltrão». www.jornaldebeltrao.com.br. Consultado em 28 de abril de 2021
- ↑ a b «Folha de S.Paulo». acervo.folha.uol.com.br. 30 de abril de 1991. Consultado em 3 de outubro de 2017
- ↑ «Gonzaguinha». Dicionário Calvin da MPB. Consultado em 12 de Julho de 2015
- ↑ Pinto, José Neumani. «Belo e comovente, mas com falha de verossimilhança». Consultado em 18 de janeiro de 2013
- ↑ Plínio Fraga (9 de dezembro de 2012). «Herdeiros de Gonzagão se aproximam e superam divergências». O Globo. Consultado em 5 de março de 2017
- ↑ Diário do Nordeste, Globo, consultado em 18 de janeiro de 2013.
- ↑ «Biografia_Maturidade». Página oficial do artista. Consultado em 7 de outubro de 2014. Arquivado do original em 25 de janeiro de 2013
- ↑ «Estácio de Sá homenageia Gonzaguinha». G1. 24 de fevereiro de 2017. Consultado em 27 de fevereiro de 2017
- ↑ Dia, O. «Império Serrano escolhe música de Gonzaguinha como enredo para Carnaval 2019 | O Dia na Folia | O Dia». odia.ig.com.br. Consultado em 28 de abril de 2021
Bibliografia
editar- Euclides Amaral. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010.
- Regina Echeverria. Gonzaguinha e Gonzagão – Uma história brasileira. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
- Ricardo Cravo Albin. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
Ligações externas
editar- «Gonzaga jr», MPB net, Músicos