Mitrídates III da Ibéria
Mitrídates III (em latim: Mithridates; em georgiano: Μιθριδάτης; romaniz.: Mithridátes) foi um príncipe da dinastia cosroida que tornar-se-ia rei (mepe) do Reino da Ibéria de 365 a 380. Entre 370 a 378, sua autoridade foi desafiada por seu primo Sauromaces II, que foi instalado como rei de parte dos territórios ibéricos pelo Império Romano.
Mitrídates III | |
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Mepe do Reino da Ibéria | |
Reinado | 365-380 |
Antecessor(a) | Aspacures II |
Sucessor(a) | Aspacures III |
Descendência | Aspacures III |
Dinastia | cosroida |
Pai | Aspacures II |
Nome
editarMitridates (Μιθριδάτης, Mithridátes) é uma das variações em grego (as demais são Meerdates [Meherdates], Mitradates [Μιθραδάτης, Mithradátes] e Meredates [Μερεδατης]) do antropônimo persa antigo Mitradata (*Miθra-dāta-), "dado por Mitra".[1][2] O nome foi registrado como Mirdate (Mihrdāt) em parta (𐭌𐭕𐭓𐭃𐭕), persa médio e armênio (Միհրդատ), mtrdt em aramaico[3] e persa novo como Merdade (mehrdâd).[4]
Vida
editarMitrídates era filho de Aspacures II e neto de Meribanes III (r. 284–361). Em 363, no rescaldo da Paz de Nísibis assinada pelo Império Romano e o Império Sassânida, seu primo Sauromaces II foi deposto e Aspacures II foi instalado em seu lugar.[5] Aspacures faleceu em 365 e foi sucedido por Mitrídates.[6] A intervenção sassânida no Cáucaso acabou atraindo uma resposta romana e, mais tarde, em 370, o imperador Valente (r. 364–378) enviou a décima segunda legião - cerca de 12 mil homens - sob o comando de Terêncio, que restaurou Sauromaces nas províncias ocidentais do Reino da Ibéria, adjacentes à Armênia e Lázica, enquanto Mitrídates foi autorizado a manter o controle da parte nordeste do reino. O acordo não foi reconhecido pelo xainxá Sapor II (r. 309–379), que o considerou motivo para guerra, e retomou as hostilidades contra o Império Romano no início de 371.[7] Em 378, em decorrência da Batalha de Adrianópolis que vitimou Valente, os romanos abandonaram Sauromaces e a Ibéria submeteu-se, inteira ou quase, à suserania sassânida.[8] Em 380, Mitrídates foi sucedido por seu filho Aspacures III (r. 380–394).[6]
Referências
- ↑ Hinz 1975, p. 167.
- ↑ Tavernier 2007, p. 249.
- ↑ Schmitt 1996, p. 167.
- ↑ Kia 2016, p. 350.
- ↑ Toumanoff 1969, p. 21.
- ↑ a b Toumanoff 1969, p. 27.
- ↑ Lenski 2002, p. 175.
- ↑ Toumanoff 1963, p. 460-461.
Bibliografia
editar- Hinz, Walther (1975). «*miθradāta». Altiranisches Sprachgut der Nebenüberlieferungen (Göttinger Orientforschungen, Reihe III, Iranica; 3. Viesbade: Otto Harrassowitz
- Kia, Mehrdad (2016). The Persian Empire: A Historical Encyclopedia [2 volumes]. Santa Bárbara: ABC-CLIO. ISBN 978-1610693912
- Lenski, Noel Emmanuel (2002). Failure of Empire: Valens and the Roman State in the Fourth Century A.D. Berkeley, Los Angeles e Londres: Imprensa da Universidade da Califórnia
- Schmitt, Rüdiger (1996). «Parthische Sprach- und Namenüberlieferung aus arsakidischer Zeit». In: Wiesehöfer, Josef. Das Partherreich und Seine Zeugnisse. Estugarda: Franz Steiner
- Tavernier, Jan (2007). «4.2.1109. *Miθradāta-». Iranica in the Achaemenid Period (ca. 550–330 B.C.): Lexicon of Old Iranian Proper Names and Loanwords, Attested in Non-Iranian Texts. Lovaina e Paris: Peeters Publishers
- Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press
- Toumanoff, Cyril (1969). «Chronology of the Early Kings of Iberia». Traditio 25. 25