Natália Nunes

escritora portuguesa

Maria Natália Paiva Nunes (Socorro, Lisboa, 18 de novembro de 1921Ericeira, Mafra, 13 de fevereiro de 2018) foi uma escritora, tradutora e ensaísta portuguesa.

Natália Nunes
Nome completo Maria Natália Paiva Nunes
Nascimento 18 de novembro de 1921
Socorro, Lisboa, Portugal
Morte 13 de fevereiro de 2018 (96 anos)
Ericeira, Mafra, Portugal
Cônjuge Rómulo de Carvalho
Prémios Prémio da Associação Portuguesa de Arquivistas e Documentalistas (1977)
Género literário Romance, teatro
Movimento literário Pós-modernismo
Magnum opus As batalhas que nós perdemos

Biografia

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Nasceu a 18 de novembro de 1921, na freguesia do Socorro, em Lisboa, e era filha de António Ferreira Nunes, funcionário público, natural de Oliveira de Frades, e de Adelina de Paiva, natural de Lisboa (freguesia de São Nicolau).[1]

Licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas, formou-se posteriormente como Bibliotecária-Arquivista, exercendo funções no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e na Escola Superior de Belas Artes.

Estreou-se literariamente em 1952, com a obra Horas Vivas: Memórias da Minha Infância. Colaborou em diversas publicações, como o jornal Diário Popular e as revistas Seara Nova e Vértice, por exemplo.

A crítica assinala-lhe um “sentido do intimismo e do confessional, do mistério e da solidão, herdado em grande parte da geração presencista” [2], acrescentando-lhe a ”temática feminina e de intervenção social, já próxima do neo-realismo” [2], sendo considerada como "um dos mais típicos casos de revolta contra a ética repressora da liberdade feminina burguesa” [3]. Entre as suas obras de ficção, destacam-se os romances Autobiografia Duma Mulher Romântica e Assembleia de Mulheres.

A 16 de junho de 1945, casou em Lisboa, 8.ª Conservatória do Registo Civil, com António Gedeão (Rómulo Vasco da Gama Carvalho), de quem teve uma filha, a também escritora Cristina Carvalho.[1]

Em 1965 integrou a última Direcção da Sociedade Portuguesa de Escritores e no biénio 1978-79 da Direcção da Associação Portuguesa de Escritores[4].

Morreu a 13 de fevereiro de 2018, aos 96 anos de idade, na Ericeira.[5]

Principais publicações

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Entre as suas obras encontram-se: [6]

Ficção

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  • 1955 - Autobiografia de uma Mulher Romântica, romance, (reeditado em 1966)
  • 1957 - A Mosca Verde e Outros Contos
  • 1960 - Regresso ao Caos, romance
  • 1964 - Assembleia de Mulheres, romance (reeditado em 1997)
  • 1967 - O Caso de Zulmira L. , novela
  • 1967 - Ao Menos um Hipopótamo, conto (com desenho de Lima de Freitas e introdução de José Saramago)
  • 1970 - A Nuvem. Estória de Amor
  • 1973 - As batalhas que nós perdemos
  • 1985 - Da Natureza das Coisas (contos)
  • 1992 - As Velhas Senhoras e Outros Contos
  • 1996 - Louca por Sapatos (conto incluído em Contuário Cem)
  • 1997 - Vénus Turbulenta, romance

Teatro

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  • 1970 - Cabeça de Abóbora

Memórias e Viagens

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  • 1952 - Horas Vivas: Memórias da Minha Infância
  • 1956 - Uma portuguesa em Paris
  • 1981 - Memórias da Escola Antiga

Ensaios

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  • 1954 - Apontamentos sobre o pensamento ético de Dostoievski, in Vértice nº134
  • 1955 - A metafísica de Húmus de Raul Brandão, in Vértice nº146
  • 1956 - Da criação e organização de um instituto de Ciências Pedagógicas, in Vértice nº159
  • 1958 - Frei Pantaleão de Aveiro e os judeus, in Vértice nº179-179
  • 1960 - Uma colecção documental histórica de incomensurável valor, in Seara Nova
  • 1974 - As Batalhas que Nós Perdemos, Estudos sobre as obras de Augusto Abelaira, José Cardoso Pires e Raul Brandão
  • 1976 - Confrarias, Irmandades, Mordomias. Inventário e estudo da informação histórica contida em Livros de Registo Paroquial Existentes no Arquivo Nacional da Torre do Tombo
  • 1997 - A Ressurreição das Florestas, Estudos sobre a obra de ficção de Carlos Oliveira
  • 2001 - Carácter humanístico e filosófico da Poesia de António Gedeão, in Pedra Filosofal – Rómulo de Carvalho / António Gedeão
  • 2004 - Notas Introdutórias a Obra Completa de António Gedeão
  • 2006 - Apontamentos para um estudo da assinatura do poeta António Gedeão, in António é o meu nome

Traduções

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  • 1960/61 - Dostoievsky, Obras Completas, vol. I, II e IV, Edit. Aguilar, Rio de Janeiro;
  • 1960/61 - L. Tolstoi, Obras Completas, vol. I e II, Edit. Aguilar, Rio de Janeiro;
  • 1964 - Konstantin Simonov, Não se Nasce Soldado, Ed. Arcádia;
  • 1966 - Elsa Triolet, Jamais, Portugália Ed.;
  • 1967 - Violette Leduc, A Bastarda, Portugália Ed.;
  • 1968 - Balzac, Pequenas misérias da vida conjugal, Portugália Ed.;
  • 1968 - Roger Portal, Os Eslavos. Povos e Nações, Ed. Cosmos.

Referências

  1. a b «Livro de transcrições de casamentos da 8.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (20-05-1945 a 29-09-1945)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. fls. 243 e 243v, assento 243 
  2. a b Dicionário de Literatura Portuguesa, Org e Dir. de Álvaro Manuel Machado, Ed. Presença, 1996, Lisboa
  3. História da Literatura Portuguesa, de António José Saraiva e Óscar Lopes, Porto Ed., 17ª ed., 2010
  4. «Natália Nunes». Escritores on line. Consultado em 8 de Março de 2018 
  5. Morreu a escritora Natália Nunes, autora do romance “Assembleia de Mulheres”, Expresso 13.02.2018
  6. «Obras de Natália Nunes presentes no catalogo da Biblioteca Nacional de Portugal». catalogo.bnportugal.gov.pt. Consultado em 22 de outubro de 2024