O Matador (livro)
O matador é um livro da escritora brasileira Patrícia Melo, publicado em 1995,[1] que lhe valeu prêmios internacionais, Deux Océans, na França (1996), e Deutscher Krimi Preis (1998), na Alemanha, além da aclamação de público e crítica no Brasil. [2] Também em 1996, a autora foi indicada, pelo mesmo romance, ao prêmio Prix Femina, na França. O matador foi publicado na França (Albin Michel, 1996), Itália (Feltrinelli, 1996), Inglaterra (Bloomsbury, 1997), Espanha (Ediciones B, 1997), Holanda (Wereldbibliotek, 1997), Noruega (Aschenhoug, 1998), obtendo repercussão considerável. [3]
O matador | |||||||
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Autor(es) | Patrícia Melo | ||||||
Idioma | Português | ||||||
País | ![]() | ||||||
Gênero | Romance policial Romance de formação | ||||||
Editora | Companhia das Letras | ||||||
Formato | Capa em cartão | ||||||
Lançamento | 1995 (Companhia das Letras) 2009 (Rocco) | ||||||
Páginas | 240 (Rocco) | ||||||
ISBN | 9788532524928 | ||||||
Cronologia | |||||||
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Trata-se do segundo livro da autora, em que se mostram as raízes da violência urbana [4] [5] com uma prosa ágil, vigor narrativo, controle sobre o texto, ironia, visão ácida, criação de personagens aparentemente incoerentes e ao mesmo tempo banais e estranhos.
O romance foi indicado com leitura obrigatória para o PEIES - Programa de Ingresso ao Ensino Superior - da Universidade Federal de Santa Maria, nas provas envolvendo a disciplina de Literatura do terceiro ano do ensino médio, no período em que o PEIES esteve em vigor [6] [7] e esteve também na lista das obras indicadas para o vestibular de 2011. [8] A mesma obra foi indicada para o concurso vestibular da Universidade Federal de Rondônia.[9]
O Matador foi adaptado para o cinema em 2003, com o título O Homem do Ano, com roteiro de Rubem Fonseca. [10] [11] "Ressalvadas as mudanças necessárias para a adaptação, o filme prefere a imagem e as ações aos pensamentos e às divagações das personagens, de maneira a manter a construção identitária de um sujeito fragmentado, por meio do olhar da câmera, na perspectiva do protagonista."[12]
Em 2009 o livro foi relançado, desta vez pela editora Rocco.
Enredo
editarConta a história de um jovem, Máiquel , um vendedor de carros usados, que mora na periferia de sua cidade e que perde uma aposta em um jogo de futebol. Por isso, ele deve pintar o seu cabelo de castanho aloirado. Com essa atitude - sentindo que algo havia se transformado em si, a sua autoestima melhora -, hostilizado, ridicularizado, inicialmente, por Suel, o protagonista do romance inicia uma série de ocorrências que o transformam em um criminoso brutal, apesar disso, tornando-se querido entre os vizinhos e, até certo ponto, obtendo a simpatia da própria polícia. Alguns homens economicamente poderosos da região passam a dar proteção para Máiquel desde que ele lhes preste alguns "serviços", como matar o responsável pelo estupro da filha do dr. Carvalho. A narrativa acompanha a ascensão de Máiquel, mas também apresenta a sua derrocada - as mesmas pessoas que lhe apoiaram para matar, afastaram-se quando ele precisou de ajuda, tornando-se seus inimigos.[13]
Apesar da grande violência verbal - feita em primeira pessoa [14]-, marcada pela linguagem coloquial, pelo uso de gíria, não falta humor. Misturam-se propagandas, cenas televisivas, notícias de jornais, música popular - o apartamento de Máiquel é uma grande desordem, a televisão está quase sempre ligada, assim como o rádio do seu carro. [15]
Referências
- ↑ Policial, Literatura (25 de março de 2015). «O Matador, de Patricia Melo». Literatura Policial. Consultado em 9 de fevereiro de 2019
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Patrícia Melo». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 8 de fevereiro de 2019
- ↑ DAS LETRAS. Patrícia Mello. Disponível em http://dasletras.com/patricia-melo/ 08 de fevereiro de 2019.
- ↑ Johnen, Thomas (2009): "A violência no romance O Matador de Patrícia Melo", in: Living between Fear and Expectation - Conference May 12-14 2009: Abstracts and Conference Proceedings. Stockholm: Latinamerika-Institut (Stockholm Papers in Latin American Studies) (13pp.), disponível online (Fulltext): "http://urn.kb.se/resolve?urn=urn:nbn:se:su:diva-29321
- ↑ «Literatura e Autoritarismo - Dossiê Literatura de Minorias e Margens da História». w3.ufsm.br. Consultado em 8 de fevereiro de 2019
- ↑ «Lista de Livros do Vestibular | Vestibular de Inverno 2011 | Vestibular 2011». www.vestibulandoweb.com.br. Consultado em 8 de fevereiro de 2019
- ↑ VESTIBULAR 1. Mais Livros de Leitura obrigatória ou recomendada. Disponível em https://vestibular1.com.br/noticias/noticias-de-vestibular/mais-livros-de-leitura-obrigatoria-ou-recomendada/ 08 de fevereiro de 2019.
- ↑ COPERVES. UFSM. Leituras mínimas obrigatórias. Disponível em https://www.coperves.ufsm.br/concursos/vestibular_2011/arquivos/Leituras_M%C3%ADnimas_Obrigat%C3%B3rias.pdf 08 de fevereiro de 2019.
- ↑ Rondônia, Tudo (14 de julho de 2008). «Unir divulga indicações de leitura para o Vestibular 2009». Tudo Rondônia - Independente!. Consultado em 8 de fevereiro de 2019
- ↑ DANTAS, Geyzon Bezerra. "De Matador a Homem do Ano: civilização e barbárie nos (des) caminhos da adaptação da literatura para o cinema brasileiro. Disponível em http://www.cchla.ufpb.br/ppgl/wp-content/uploads/2012/11/images_Zonda.pdf 08 de fevereiro de 2019.
- ↑ Muller, Vanessa; Piccinin, Fabiana (6 de outubro de 2012). «O real e a contundência: considerações sobre a estética realista em O homem do ano». Revista Graphos. 14 (1). ISSN 1516-1536
- ↑ MOREIRA, Anamaria et. al. "O Matador, de Patricia Melo, e a sua adaptação cinematográfica, O Homem do Ano: a formação identitária de um assassino". Disc. Scientia. Série Letras, Artes, Comunicação. Santa Maria, v. 9, n.1, p.79-91, 2008.
- ↑ «Glaucia Mirian Silva Vaz: O matador-herói: exercício de identidades no romance O Matador, de Patrícia Melo- nº 48 Espéculo (UCM)». webs.ucm.es. Consultado em 9 de fevereiro de 2019
- ↑ Pereira, Maria de Fátima da Silva (11 de maio de 2005). «O narrador na fronteira entre deixar e apagar marcas: um estudo sobre O matador de Patricia Melo»
- ↑ «Prograd - Maquinações». www.uel.br. Consultado em 9 de fevereiro de 2019