Obelisco Bendegó
O obelisco Bendegó é um monumento localizado na Estação Ferroviária do Jacurici, um povoado do município de Itiúba, no estado brasileiro da Bahia. O obelisco foi instalado para celebrar a expedição de transporte do Meteorito de Bendegó, durante o Segundo Império.
Obelisco Bendegó | |
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Marco Barão de Guahy, no Jacuricy | |
Patrocinador | Marinha do Brasil |
Material | alvenaria com ornamentos de placas de metal |
Local atual | pátio da Estação Ferroviária do Jacurici, Itiúba Bahia |
Data de instalação | 16 de maio de 1888 (136 anos) |
História
editarO monumento, do gênero arquitetônico de obelisco, foi feito pela Marinha do Brasil em 1888 em celebração aos feitos pela engenharia da expedição para remoção do Meteorito do Bendegó, o maior meteorito encontrado no Brasil.
Em face disso, o obelisco foi construído na estação ferroviária, via pela qual o meteorito foi transportado para uma curta exposição em Salvador e, em seguida, para o Rio de Janeiro para integrar o acervo do Museu Nacional[1][2][3][nota 1].
Em junho de 1888, a Revista de Engenharia noticia:
"O lugar onde embarcou com o meteorolitho na estrada de ferro ficou assinalado com um marco de pedra. Este marco que tomou o nome do Barão de Guahy, em homenagem ao serviço prestado por elle á Sociedade de Geographia, tem a forma de um obelisco de quatro metros de altura, de uma só peça de granito branco, assente sobre uma base de porphiro."[4]
A Revista de Engenharia cita que houve uma missa de inauguração do monumento, e que foi depositada em sua sua fundação uma caixa contendo uma cópia do termo de inauguração; um exemplar de um boletim da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, que trazia memórias do transporte do meteorito; e diversos jornais que noticiavam o decreto da Lei Áurea, que extinguia a escravidão no Brasil[5], a qual foi promulgada apenas três dias antes da instalação do obelisco.
O obelisco contém placas de identificação em bronze com o grifo do Arsenal de Marinha. Constam as seguintes inscrições, que mencionam figuras políticas e engenheiros que contribuíram para o transporte do meteorito, conforme o português corrente na época:
- Placa voltada para a frente da estação: "No anno de 1888 neste lugar embarcou com destino ao Muzeu Nacional o meteorolitho Bendegó, descoberto nessa província em 1784".
- "O Barão de Guahy fez as despezas com o transporte do meteorolitho Bendegó para o Muzeu Nacional"
- "S.G.R. Visconde de Paranaguá Presidente 1888"
- "Je. Carlos de Carvalho, chefe da Comissão encarregada de transportar o meteoritho Bendegó para o Muzeu Nacional"
- "D.P.II."
- "Cons°. Rodrigo Augusto da Silva, Ministro d'Agricultura 1888"
Na mídia
editarO documentário Cuitá, a pedra do Bendegó (2002) trata sobre a interpretação mística que a população sertaneja da Bahia atribui ainda hoje à retirada do meteorito Bendegó de seu lugar de origem.
Ver também
editar- Obelisco de Dom Pedro II, instalado no ponto de partida do meteorito de Bendegó.
Ligações externas
editarNotas
- ↑ Vale mencionar que também foi construído um obelisco no próprio local onde foi encontrado o meteorito, mas que foi destruído pela população local devido a crendices a populares atribuírem a causa da seca que assolou a região à remoção do objeto. O monumento do local era conhecido como Obelisco de D. Pedro II.
Referências
- ↑ Carvalho, Wilton Pinto de. Os Meteoritos e a História do Bendegó. Salvador: W. P. de Carvalho, 1995.
- ↑ Vidal, Nei (1945). Breve notícia sobre os meteoritos brasileiros (Bendegó). Revista do Museu Nacional. Rio de Janeiro: Museu Nacional. Abril, p. 4-7.
- ↑ DUNLOP. C. J. Rio Antigo. Volume I. Rio de Janeiro; Grafica Laemmert Ltda, 1955
- ↑ «O meteorolitho Bendegó». Revista de Engenharia. 187: 131. 14 de junho de 1888. Consultado em 12 de agosto de 2022
- ↑ «O meteorolitho Bendegó». Revista de Engenharia. 187: 132. 14 de junho de 1888. Consultado em 12 de agosto de 2022