Obelisco de Dom Pedro II
O obelisco de Dom Pedro II foi um monumento construído na zona rural do município de Monte Santo, no estado brasileiro da Bahia. Sua inauguração ocorreu em 7 de setembro de 1887, durante o Segundo Império.
Obelisco de Dom Pedro II | |
---|---|
Patrocinador | Marinha do Brasil |
Material | alvenaria com ornamentos de placas de metal |
Local original | demolido |
Local atual | Monte Santo, Bahia |
Data de instalação | 07 de setembro de 1887 (137 anos) |
Seu objetivo era celebrar o ponto de partida da expedição do Meteorito de Bendegó, o maior descoberto no Brasil com 5 360 quilos, para o Rio de Janeiro.
História
editarO monumento, do gênero arquitetônico de obelisco, foi feito pela Marinha do Brasil em 1887 como marco do local onde caiu o Meteorito do Bendegó e do ponto de partida da expedição realizada para transportá-lo para o Museu Nacional no Rio de Janeiro.
A Comissão que realizou a expedição foi chefiada pelo engenheiro José Carlos de Carvalho e contou com engenheiros civis e trabalhadores locais que participaram da empreitada.
A Revista da Sociedade Brasileira de Geographia cita telegrama que avisa que a Comissão chegou à localidade onde estava o meteorito em 6 de setembro de 1887, iniciando os trabalhos para o transporte no dia seguinte (dia da Independência do Brasil):
Chegamos a Bendegó no dia 06: inauguramos os trabalhos no dia 7. Assistiram as autoridades de Monte Santo. Assentámos a primeira pedra para marco do lugar onde cahio o meteorolitho, e denominamos este marco Pedro II, lavrando o competente termo. Tirámos photografias. No dia 9 começamos a suspender o meteorolitho e a explorar os caminhos".[1]
O Relatório da Comissão, publicado no ano seguinte, cita que na fundação do obelisco foi depositada uma caixa de ferro contendo o Termo de Inauguração do monumento e um exemplar do Boletim da Sociedade Brasileira de Geografia, contendo um memorial sobre o meteorito [2].
O obelisco foi descrito, no mesmo documento, como um pilar em forma de pirâmide triangular, assentado sobre uma base de pedras brutas. Foram instaladas placas em homenagem ao imperador e aos participantes da expedição, com as seguintes inscrições:
- Face leste:
"Pedro II, Bendegó 1887"
- Face sul:
"D. Isabel, regente - Sociedade de Geographia do Rio do Janeiro, presidente Visconde de Paranaguá"
- Face norte:
"Rodrigo Silva, Ministro da Agricultura; Commissão: José Carlos de Carvalho; engenheiros: Vicente José de Carvalho e Humberto Saraiva Antunes"[2]
Controvérsias
editarAfirma-se que o obelisco foi destruído pela população local, devido a crença popular de que a remoção do meteorito causou a seca que assolou a região pouco depois.[3]
Na mídia
editarO documentário Cuitá, a pedra do Bendegó (2002) trata sobre a interpretação mística que a população sertaneja da Bahia atribui ainda hoje à retirada do meteorito Bendegó de seu lugar de origem.
Ver também
editarReferências
editar- ↑ «O meteorolitho de Bendegó». Sociedade Brasileira de Geographia/Republicado por Hemeroteca Digital Brasileira. Revista da Sociedade Brasileira de Geographia. 3º boletim: p. 214-215. 1887. Consultado em 15 de agosto de 2022
- ↑ a b Carvalho, J.C. (1888). Meteorito de Bendegó. Relatório apresentado ao Ministério da Agricultura, Commercio e Obras Públicas (PDF). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. p. 20
- ↑ Braga, J. (2018). «A pedra que veio lá do infinito: o meteorito de Bendegó e o Museu Nacional». Concinnitas (n.34): 159. Consultado em 15 de agosto de 2022