Operação Dani
A Operação Dani (em hebraico: מבצע דני, Mivtza Dani, também "Danny") foi uma ofensiva militar israelense lançada no final da primeira trégua da Guerra Árabe-Israelense de 1948. Os objetivos eram capturar o território a leste de Tel Aviv e depois avançar para o interior e alcançar a população e as forças judaicas em Jerusalém. As principais forças que lutaram contra as FDI foram a Legião Árabe e os irregulares palestinos.[1]
Operação Dani | |||
---|---|---|---|
Guerra árabe-israelense de 1948 | |||
O estrategicamente importante aeroporto de Lida após sua captura pelas FDI em julho de 1948.
| |||
Data | 9-19 de julho de 1948 | ||
Local | Leste de Tel Aviv | ||
Desfecho | As FDI capturam Ramla, Lida e aldeias vizinhas. Fracasso em ao capturar Latrun | ||
Beligerantes | |||
| |||
Comandantes | |||
| |||
Forças | |||
| |||
Baixas | |||
|
Ocorreu de 9 a 19 de julho de 1948, sendo lançada ao final da primeira trégua. Em 10 de julho, Glubb Pasha ordenou que as tropas defensoras da Legião Árabe "tomassem providências... para uma guerra falsa"; em alusão à fase inicial da Frente Ocidental em 1939-40.[2]
O comandante da operação era Yigal Allon e seu vice era Yitzhak Rabin. A força total era de cerca de 6.000 soldados.[3]
Nome
editarA operação recebeu o nome do oficial do Palmach Daniel "Dani" Mass, que havia tombado em 16 de janeiro de 1948, enquanto comandava uma ação de socorro conhecida como "Comboio dos 35".
Objetivos
editarA primeira fase da Operação Dani consistia em capturar as cidades de Lida e Ramla, localizadas na estrada para Jerusalém, a sudeste de Tel Aviv. Ramla foi um dos principais obstáculos bloqueando o transporte judaico.[4] Desde o início da guerra, os milicianos de Lida e Ramla atacaram o tráfego judeu nas estradas próximas.[5] Ramla tornou-se um ponto focal para bloquear o transporte judaico, forçando o tráfego de Jerusalém a Tel Aviv em um desvio ao sul.[4]
A segunda fase era capturar o forte em Latrun e romper Ramallah. A operação foi realizada sob o comando do Palmach utilizando a Brigada Yiftach, a Brigada Harel, a 8ª Brigada Blindada e dois batalhões das brigadas Kiryati e Alexandroni.
Lida e Ramla
editarEm 9 de julho, unidades da Brigada Yiftach começaram a se aproximar de Ramla pelo sul. Ao mesmo tempo, tropas de outras brigadas começaram a atacar aldeias ao norte de Lydda. Capturadas em um movimento de pinça e com apenas uma presença simbólica da Legião Árabe, as duas cidades foram capturadas no dia seguinte. Isso colocou o aeroporto de Lydda e a estratégica estação ferroviária de Ramla em mãos israelenses. Dois dias após a captura de Lydda e Ramla, apenas algumas centenas dos 50.000 a 70.000 residentes permaneceram nas duas cidades.
Latrun
editarA segunda fase da operação falhou após vários ataques custosos às posições da Legião Árabe em Latrun e a ameaça de um cessar-fogo imposto pela ONU.[6]
Baixas
editarO Palmach registra os nomes de noventa e um de seus membros mortos durante esta operação. Quarenta e quatro foram mortos em Khirbet Kurikur em 18 de julho de 1948. Sete foram mortos na captura de Lydda.[7]
-
Yitzhak Sadeh (à esquerda) e Yigal Allon, 1948
-
8ª Brigada Blindada captura o Aeroporto de Lida, 1948.
-
A Brigada Yiftach antes do ataque a Lida e Ramla, 1948.
-
Lida após a conquista, 1948
-
Estrada de Tel Aviv a Jerusalém
Comunidades árabes palestinas capturadas
editarNome | Data | Forças defensoras | Brigada | População |
---|---|---|---|---|
Dayr Tarif | 9 de julho de 1948 | Legião Árabe | 8ª Brigada Blindada Brigada Kiryati |
1.750 |
Al-Tira | 10 de julho de 1948 | n/a | Brigada Alexandroni 8ª Brigada Blindada |
1.290 |
Daniyal | 10 de julho de 1948 | n/a | Brigada Yiftach | 410 |
Kharruba | 10 de julho de 1948 | n/a | Brigada Yiftach | 170 |
Al-Barriyya | 9–10 de julho de 1948 | n/a | n/a | 510 |
'Innaba | 10 de julho de 1948 | 200 aldeões | Brigada Yiftach 8ª Brigada Blindada |
1.420 |
Jimzu | 10 de julho de 1948 | n/a | Brigada Yiftach | 1.150 |
Rantiya | 10 de julho de 1948 | n/a | 8ª Brigada Blindada 3º Batalhão, Brigada Alexandroni |
590 |
Lida | 11 de julho de 1948 | n/a | 3º Batalhão, Brigada Yiftach | ver Ramla |
Al-Jura | 11 de julho de 1948 | n/a | n/a | 420 |
Al-Muzayri'a | 12 de julho de 1948 | n/a | n/a | 1.160 |
Ramla | 12 de julho de 1948 | A Legião Árabe recuou | Brigada Kiryati | 50–70.000 combinados com Lida incluindo 15.000 refugiados de Jafa |
Majdal Yaba | 12 de julho de 1948 | Exército Iraquiano | 2º Batalhão, Brigada Alexandroni | 1.520 |
Al-Haditha | 12 de julho de 1948 | n/a | n/a | 760 |
Abu al-Fadl | 12–13 de julho de 1948 | n/a | n/a | 510 |
Suba, Jerusalem | 12–13 de julho de 1948 | "sem sangue" | Brigada Har'el | 620 |
Khirbat al-Lawz | 13–14 de julho de 1948 | n/a | Brigada Har'el | 450 |
Sar'a | 13–14 de julho de 1948 | Forças egípcias | 4º Batalhão, Brigada Har'el | 340 |
Sataf | 13–14 de julho de 1948 | n/a | Brigada Har'el | 540 |
Al-Maliha | 14–16 de julho de 1948 | Irregulares egípcios Milícia palestina |
Irgun Juventude Palmach |
1.940 |
Al-Burj | 15 de julho de 1948 | Legião Árabe | n/a | 480 |
Kh al-Buwayra | Meados de julho de 1948 | n/a | n/a | 190 |
Salbit | 15–16 de julho de 1948 | Legião Árabe | 2nd Battalion, Kiryati Brigade | 510 |
Bayt Nabala | 15–16 de julho de 1948 | Legião Árabe 150-200 homens |
n/a | 2.310 |
Bir Ma'in | 15–16 de julho de 1948 | Legião Árabe | Brigada Yiftach 1º & 2º Batalhões |
510 |
Barfiliya | 15–16 de julho de 1948 | n/a | Brigadas Givati e Kiryati 8ª Brigada Blindada |
730 |
Kasla | 16 de julho de 1948 | n/a | Brigada Har'el | 280 |
Dayr 'Amr Fazenda dos Meninos | 16 de julho de 1948 | none | 4º Batalhão, Brigada Har'el | 10 |
Ishwa' | 16 de julho de 1948 | n/a | 4º Batalhão, Brigada Har'el | 620 |
Artuf | 17–18 de julho de 1948 | Milícia palestina sob comando egípcio |
4º Batalhão, Brigada Har'el | 350 |
Islin | 18 de julho de 1948 | n/a | n/a | 260 |
Shilta | 18 de julho de 1948 | Legião Árabe | 1º Batalhão, Brigada Yiftach perdeu 44 homens e recuou |
100 |
Fontes:
|
Unidades
editar- Comandante-Geral: Yigal Allon
- Comandante da 8ª Brigada Blindada: Yitzhak Sadeh[8]
- Brigada Alexandroni
- Brigada Kiryati (dois batalhões)
- Comandante da Brigada Yiftach: Mula Cohen [9]
Ver também
editarReferências
- ↑ Herzog, Chaim (1982). The Arab-Israeli Wars: War and Peace in the Middle East (em inglês). Londres: Arms and Armour Press. p. 80. ISBN 0-85368-367-0.
Um golpe contra a Legião Árabe foi a essência da Operação 'Danny' planejada como a principal ofensiva israelense a ser montada na retomada das hostilidades.
- ↑ Morris, Benny (2008). 1948: A History of the First Arab-Israeli War (em inglês). New Haven, Connecticut: Yale University Press. p. 287. ISBN 978-0300145243. OCLC 402826490
- ↑ Kimche, Jon; Kimche, David (1960). A Clash of Destinies: The Arab-Jewish War and the Founding of the State of Israel (em inglês). Londres: Frederick A. Praeger. ISBN 978-1258510633. LCCN 60-6996. OCLC 1348948
- ↑ a b Golan, Arnon (1º de outubro de 2003). «Lydda and Ramle: from Palestinian-Arab to Israeli towns, 1948-67». Taylor & Francis, Ltd. Middle Eastern Studies (em inglês). Vol. 39 (Nº 4): pg. 121-139. doi:10.1080/00263200412331301817. Consultado em 6 de junho de 2023
- ↑ Morris, Benny (2008). 1948: A History of the First Arab-Israeli War. New Haven, Connecticut: Yale University Press. p. 424. ISBN 978-0300145243. OCLC 402826490
- ↑ Herzog, Chaim (1982). The Arab-Israeli Wars: War and Peace in the Middle East (em inglês). Londres: Arms and Armour Press. p. 82. ISBN 0-85368-367-0
- ↑ «Memorialization». Palmach: The Elite Strike Force of the Haganah (em inglês). Consultado em 6 de junho de 2023. Arquivado do original em 1 de junho de 2012
- ↑ Herzog, Chaim (1982). The Arab-Israeli Wars: War and Peace in the Middle East (em inglês). Londres: Arms and Armour Press. p. 80. ISBN 0-85368-367-0.
Um golpe contra a Legião Árabe foi a essência da Operação 'Danny' planejada como a principal ofensiva israelense a ser montada na retomada das hostilidades.
- ↑ Dayan, Moshe (1976). Story of My Life (em inglês). Nova York: William Morrow and Company, Inc. p. 103. ISBN 978-0688030766