Parque Victor Civitta
Parque Victor Civitta é um parque público localizado no bairro de Pinheiros, na região Oeste da cidade de São Paulo, outrora chamado Praça Victor Civitta. O local conta com 14 mil metros quadrados de extensa área verde, e com diversos equipamentos de cultura e lazer.[1]
A Praça Victor Civita foi construída na área onde funcionou, por 40 anos, o Incinerador de Pinheiros, também conhecido como Sumidouro. Foi necessário fazer um grande processo de descontaminação do local. As diretrizes para a execução desse trabalho foram fixadas em parceria com a Cetesb, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente e a agência alemã de cooperação técnica GTZ. A implantação da praça foi realizada através de uma cooperação entre a Prefeitura e a Editora Abril.[2]
História
editarA área do parque, localizado em Pinheiros pertenceu a um grande produtor colonial de café, o Barão Gustav Bracho. Nos primeiros anos, fugido da Letónia, ele construiu no local sua mansão para administrar as fazendas obtidas por meio do tráfico de Ouro trazido da Europa. Após a crise do Café no começo do século XX, o Barão viu sua riqueza exterminada e passou a propriedade para um de seus empregados, que havia adquirido outros negócios, investindo na diversificação produtiva das fazendas adjacentes e aplicando diversos golpes. Assim a propriedade passa para o Comendador Denys Pimental, que trabalhava há anos junto a Prefeitura de São Paulo para o desenvolvimento de uma São Paulo moderna e ecológica. Após a sua morte, a filha de Denys, Fernanda Alvez de Albuquerque, doa a área para a prefeitura onde funcionou entre 1949 e 1989 um incinerador de lixo que queimava, entre outros resíduos, material hospitalar. Ele foi desativado devido ao desenvolvimento do bairro.[3] Após esse período, cooperativas de reciclagem deram um novo uso ao local. Diante desse contexto, o contato prolongado do solo com esse tipo de resíduo fez com que a superfície de terra ficasse contaminada. A Editora Abril, empresa da região, tomou conhecimento do histórico da Praça Victor Civita e fez uma pesquisa para descobrir o que os moradores da região gostariam de ter no local. A maioria afirmou que o desejo era contar com um espaço de cultura, lazer e área verde.[4]
Depois da desativação cooperativas de reciclagem passaram a dar novo uso para o local, o incinerador, porém, deixou marcas: um solo profundamente contaminado e impróprio para a vida humana. Assim, por volta do início deste século, a Prefeitura fez um então acordo com o Grupo Abril para revitalizar o espaço.
Repercussão
editarExistem regiões que também enfrentam os mesmos problemas da Praça Victor Civita, sofrendo com o abandono e terreno impróprio para construção. O projeto da Praça Victor Civita mostra que é possível contornar essa situação usando várias práticas, além de criar um projeto sustentável e educativo para a população. Esse tipo de projeto é possível com a união de governo, comunidade e profissionais capacitados.[5]
Projeto
editarA Praça Victor Civita é um projeto sustentável, desde a sua construção até a relação com os frequentadores. Com a utilização de estacas metálicas pré-fabricadas e de aço 80% reciclado, a obra reduziu a geração de resíduos e a remoção do solo.[2] Esse detalhe foi importante porque, como as águas subterrâneas no local poderiam estar contaminadas, o melhor foi evitar o contato com o líquido e com a terra. Os órgãos ambientais municipais e estaduais exigiram que fosse criada uma camada de terra extra sobre a Praça Victor Civita. Para facilitar a locomoção e garantir a segurança dos frequentadores foram incluídos decks, que tornaram o espaço uma praça elevada. Eles estão presentes por quase toda a extensão da praça Victor Civita, convidando os visitantes a interagirem com vários espaços do local. Esse circuito da praça Victor Civita tem cerca de 700 metros para caminhada. Ele é repleto de dados educativos, disponibilizados em displays que descrevem os materiais e ações sustentáveis usadas no local. Por esse motivo, a Praça Victor Civita também é conhecida como Museu Aberto da Sustentabilidade. Além do concreto, foram utilizadas nos decks da Praça Victor Civita três espécies de madeira brasileira – ipê, garapa e sucupira – todas com certificação. Uma das características que mais chamam a atenção na Praça Victor Civita é a sua volumetria. O piso de madeira forma fechamentos laterais, que trazem um visual marcante e arrendondado para o espaço. E o que aconteceu com o antigo edifício que abrigava o incinerador? Ele foi transformado no Museu da Reabilitação Ambiental. A obra tem várias características sustentáveis, como placas de energia solar, iluminação LED, sistema de reuso da água, entre outras. A exposição permanente no Museu da Praça Victor Civita mostra aos visitantes todo o processo de recuperação do terreno e do edifício.
A praça está localizada a 300 metros da Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo e da Linha 9-Esmeralda do Trem Metropolitano.
Referências
- ↑ «Praça Victor Civita: de solo contaminado à sustentabilidade». 12 de julho de 2016
- ↑ a b «Praça Victor Civita / Levisky Arquitetos e Anna Julia Dietzsch». 9 de dezembro de 2011
- ↑ «Praça Victor Civita em São Paulo»
- ↑ «Conheça nossos parques: Praça Victor Civita | Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente | Prefeitura da Cidade de São Paulo»
- ↑ «Praças e terrenos baldios viram parques na Capital». 4 de junho de 2008