O Pyrus bourgaeana, comummente conhecida como catapereiro[1][2], é uma espécie vegetal de porte arbóreo e espermatófita que pertencente ao género Pyrus, à família das rosáceas e ao tipo fisionómico dos fanerófitos.[3]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaCatapereiro
Flores de Pyrus bourgaeana
Flores de Pyrus bourgaeana
Classificação científica
Reino: Plantae
Superdivisão: Spermatophyta
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Subclasse: Rosidae
Ordem: Rosales
Família: Rosaceae
Género: Pyrus
Espécie: P. bourgaeana
Nome binomial
'''Pyrus bourgaeana'''
Decaisne, 1871
Fruto (pera) e folhas de Pyrus bourgaeana
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Nomes comuns

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Além de «catapereiro», esta espécie dá ainda pelos seguintes nomes comuns:

  • carapeteiro[3][2];
  • pereira-brava [4][2](também grafado pereiro-bravo[2]) (não confundir com as espécies Pyrus cordata e Pyrus communis, que também dão por este nome comum);
  • cachapirro [5] (também grafado cachipirro[3]);
  • escalheiro-manso[6][2] (não confundir com a espécie Pyrus cordata, que também dá por este nome comum);
  • escalheiro-preto[2];
  • pilriteiro-negro [7] (não confundir com a espécie Viburnum tinus, que consigo partilha este nome comum);
  • e escambroeiro[8] (não confundir com as espécies Pyrus cordata e Rhamnus cathartica, que consigo partilham este nome comum).

Regionalmente, no Alentejo, é ainda conhecido como saramenheiro[3] no Alto Alentejo e como seraminheiro[3] no Baixo Alentejo.

Distribuição

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Encontra-se principalmente nas partes ocidentais e central da Península Ibérica, sendo rara no terço norte, e no noroeste de África (Marrocos).[9][2]

Portugal

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Trata-se de uma espécie autóctone do território português[3], nomeadamente de Portugal Continental, marcando presença em todo o território, salvo nas zonas do Noroeste.[2]

Ecologia

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Trata-se de uma espécie ruderal[2], pelo que pulula nas orlas de hortas, caminhos e devesas.[9]

Também medra em ambientes de bosque mediterrânico, matagais abertos, montados, charnecas sáfaras e bouças baldias.[3] Prosa bem em terrenos pedregosos e privilegia terrenos nas cercanias de cursos de água, mesmo tratando-se de linhas de água temporárias.[3]

Taxonomia

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O nome aceite é Pyrus bourgaeana (Decaisne 1871-72).

Outros nomes:

  • Pyrus communis raça bourgaeana (Decaisne) Ascherson & Graebner, sin. Mitteleur. 1906
  • Pyrus communis subsp. bourgaeana (Decaisne) Nyman, 1878
  • Pyrus communis var. bourgaeana (Decaisne) Laguna, 1890

Heterotipos:

  • Pyrus communis raça mariana (Willkomm) Ascherson & Graebner, Syn. Mitteleur 1906
  • Pyrus communis subsp. mamorensis (Trabut) Maire, 1980
  • Pyrus communis subsp. mariana (Willkomm) Ascherson & Graebner, Syn. Mitteleur. Fl. 6(2): 64 1906
  • Pyrus communis var. brevipetiolata Coutinho 1913
  • Pyrus communis var. longipetiolata Coutinho 1913
  • Pyrus communis var. mariana Willkomm 1852
  • Pyrus communis var. marianica Willkomm ex Rivas Goday 1959, nom. inval.
  • Pyrus communis var. subrotundata Coutinho, Fl. Portugal 290 (1913)
  • Pyrus mamorensis Trabut 1916
  • Pyrus mamorensis var. brevipes Emberger & Maire 1932
  • Pyrus mamorensis var. eumamorensis Maire 1932, nom. inval.
  • Pyrus marianica Rivas Goday 1956, nom. nud.

Descrição

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O catapereiro é uma árvore de pequeno porte, caducifólia, por vezes arbustivo, com ramos espinhosos e em disposição aberta.[9] As folhas são ovais, dentadas e apresentam um pecíolo grande.[9]

Prefere solos siliciosos, frescos e húmidos e clima temperado, embora se adapte bem a condições de frio e gelo.

Floresce de fevereiro a marços e as suas flores apresentam-se me grupos de umbelas, com cinco sépalas e cinco pétalas brancas ou suavemente rosadas, com numerosos estames.[9]

O fruto é carnudo, em forma de pera quase esférica e com polpa farinhenta. A sua maturação tem lugar no outono. Uma vez caídos da árvore, os frutos são consumidos por diversos mamíferos selvagens (carnívoros, ungulados e lagomorfos) que por vezes atuam como dispersores das sementes.

Distinção com Pyrus cordata

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Apesar de semelhantes, as duas espécies distinguem-se na medida em que a Pyrus bourgaeana tem pedúnculos frutíferos mais grossos e rígidos e o cálice do fruto é permanente.[10]

O seu principal uso é para base de enxertia de outras árvores de fruto nas zonas onde se encontra. Os frutos são de sabor muito áspero e normalmente não são consumidos. A sua madeira é apreciada.

Referências

  1. «catapereiro». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  2. a b c d e f g h i «Jardim Botânico UTAD | Espécie Pyrus bourgaeana». Jardim Botânico UTAD. Consultado em 24 de março de 2023 
  3. a b c d e f g h «Pyrus bourgaeana | Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 24 de março de 2023 
  4. «pereira-brava». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  5. «cachapirro». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  6. «escalheiro-manso». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  7. «pilriteiro-negro». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  8. «escambroeiro». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  9. a b c d e «Pyrus bourgaeana | Flora Vascular - Toda la información detallada sobre la Flora Vascular | - Especie: Pyrus bourgaeana | BioScripts.net». www.floravascular.com. Consultado em 24 de março de 2023 
  10. «Pyrus cordata | Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 8 de março de 2023 
  • Texto inicialmente baseado na tradução do artigo «Pyrus bourgaeana» na Wikipédia em castelhano (acessado nesta versão).
  • Tormo Molina, Rafael. «El piruétano». Plantas en Extremadura (em espanhol). Universidade da Estremadura. Consultado em 26 de outubro de 2010 
  • «Pyrus bourgaeana» Verifique valor |url= (ajuda). hvr.utad.pt. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Flora Digital de Portugal. 2007. Consultado em 26 de outubro de 2010 [ligação inativa]
  • J. A. Devesa. 1995. Vegetación y flora de Extremadura. Ed. Univérsitas, Badajoz, 773 pp., ISBN 84-88938-03-9
  • J.M. Fedriani, M. Delibes (2009) Seed dispersal in the Iberian pear Pyrus bourgaeana: a role for infrequent mutualists. Ecoscience 16: 211-221
  • J. M. Fedriani, M. Delibes (2009) Functional diversity in fruit-frugivore interactions: a field experiment with Mediterranean mammals. Ecography 32: 983-992
  • M. García Rollá. 1985. Claves de la flora de España Vol.II. Ed. Mundi-Prensa
  • M. Peinado Lorca, S. Rivas-Martinez (1987) La vegetación de España. Colección Aula abierta
  • B. Valdés, S. Talavera, E. Fernández-Galiano. 1987. Flora vascular de Andalucía occidental Vol.2. Ed. Kepres Editora