Ribeirão da Onça
O ribeirão da Onça (ou corrégo da Onça) é um curso de água brasileiro, afluente da margem esquerda do rio das Velhas e subafluente do rio São Francisco.[2][3] A bacia hidrográfica do ribeirão é famosa pelo represamento que originou a lagoa artificial da Pampulha, reconhecida internacionalmente pelo patrimônio histórico e arquitetônico do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, Patrimônio Mundial da UNESCO.[4]
Córrego da Onça | |
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Córrego São João, Ribeirão do Cabral, Córrego Sarandi, Ribeirão da Pampulha | |
A bacia do córrego da Onça é uma das principais bacias hidrográficas de Belo Horizonte. | |
Comprimento | 38,7[1] km |
Nascente | bairro Cinco, Contagem[2] |
Foz | rio das Velhas, Belo Horizonte[3] |
Altitude da foz | 680[3] m |
País(es) | Brasil |
O curso de água principal nasce em Contagem e atravessa Belo Horizonte, percorrendo cerca de 38,7 quilômetros[1] até a sua foz no rio das Velhas, onde está o limite entre os municípios de Belo Horizonte e Santa Luzia. Ao longo do percurso, recebe os nomes de córrego São João, ribeirão do Cabral, córrego Sarandi, ribeirão da Pampulha e ribeirão da Onça.[2][3]
O ribeirão da Onça está altamente degradado, por causa de assoreamento e lançamento de esgotos dos municípios de Contagem e Belo Horizonte.[1] Dados de 2005 revelaram que as águas da bacia hidrográfica do rio das Velhas tinham péssima qualidade, de acordo com classificação do Conselho Nacional do Meio Ambiente.[5] O governo estadual vem realizando medidas para melhoria da qualidade das águas da bacia, como a implantação de estações de tratamento como a ETAF Pampulha, a ETE Onça,[6][7] e a ETE Arrudas,[8] para melhorar a qualidade das águas dos ribeirões da Onça e Arrudas, os tributários mais poluídos do rio das Velhas.[9]
Bacia Hidrográfica
editarA bacia hidrográfica do ribeirão da Onça drena uma área de aproximadmente 212 quilômetros quadrados,[1] na porção centro-norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, área com grande adensamento populacional.[1] A bacia compreende parte dos municípios de Contagem e Belo Horizonte.[1]
O curso de água principal da bacia do ribeirão da Onça nasce no município de Contagem, mais especificamente numa mata dentro do Centro Industrial de Contagem,[10] próximo ao bairro Monte Castelo, a uma cota altimétrica aproximada de 960 metros em relação ao nível do mar.[2] Depois, atravessa Contagem e passa pelo município de Belo Horizonte, percorrendo aproximadamente 38,7[1] quilômetros desde a nascente até desaguar no rio das Velhas.[3]
Ao longo do leito principal, o curso de água recebe diferentes nomes:
- Córrego São João, em sua nascente, localizada no Centro Industrial de Contagem[2]
- Ribeirão do Cabral, após atravessar a rodovia BR-040 e a avenida Severino Ballesteros Rodrigues, ainda em Contagem[2]
- Córrego Sarandi, após atravessar o limite do município de Belo Horizonte, até desaguar na lagoa artificial da Pampulha[11]
- Ribeirão da Pampulha, desde a barragem da Pampulha até a confluência com o ribeirão da Cachoeirinha, próximo ao bairro São Paulo[3]
- Ribeirão da Onça, desde a confluência com o ribeirão da Cachoeirinha até a foz no rio das Velhas[3]
Segundo estudos de vazão da Universidade Federal de Viçosa e do Instituto Mineiro de Gestão das Águas, o ribeirão da Onça deságua no rio das Velhas a uma vazão média calculada de aproximadamente 2,97 metros cúbicos por segundo. Os mesmos estudos indicam que a vazão mínima Q7,10[nota 1] medida na foz é de aproximadamente 0,333 metros cúbicos por segundo.[12]
Qualidade da água
editarA Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) é responsável pelo saneamento básico de toda a região que compreende a bacia do ribeirão da Onça. A companhia construiu duas estações de tratamento de efluentes, que estão atualmente em operação.[6][7]
Estação de Tratamento de Efluentes Pampulha
editarA Estação de Tratamento de Efluentes da Pampulha (ETAF Pampulha) foi construída com o propósito de despoluir as águas da Lagoa da Pampulha. Os recursos para recuperação da qualidade das águas superficiais da bacia do ribeirão da Onça foram investidos pela COPASA desde 2002 para implentar tanto a ETAF Pampulha, quanto a ETE Onça.[6]
Estação de Tratamento de Esgoto Onça
editarA Estação de Tratamento de Esgoto do Ribeirão da Onça (ETE Onça), localizada no bairro Ribeiro de Abreu (região norte de Belo Horizonte) e inaugurada em 2006, tem capacidade para tratar 1,8 mil litros de esgoto por segundo, o que corresponde a 155 milhões de litros diariamente.[7]
Notas
- ↑ Q7,10 é a vazão medida num período de 7 dias de duração e com 10 anos de tempo de recorrência. Resolução do CONAMA 357/2005.
Referências
editar- ↑ a b c d e f g IGAM (2016), p. 36
- ↑ a b c d e f IBGE (1981), Contagem (SE-23-Z-C-V-4)
- ↑ a b c d e f g IBGE (1979), Belo Horizonte (SE-23-Z-C-VI-3)
- ↑ Rodrigues (2016)
- ↑ SEMAD (2008)
- ↑ a b c COPASA (2015)
- ↑ a b c CMBH (2010)
- ↑ COPASA (2012)
- ↑ Parreiras (2017)
- ↑ Vianna (2017)
- ↑ Lima (2016), p. 4
- ↑ UFV, IGAM (2019)
Bibliografia
editar- IBGE (1981). Contagem (SE-23-Z-C-V-4) (Mapa) 1ª ed. [1:50 000]. Carta do Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cópia arquivada em 11 de outubro de 2006
- IBGE; Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais (1979). Belo Horizonte (SE-23-Z-C-VI-3) (Mapa) 1ª ed. [1:50 000]. Carta do Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cópia arquivada em 11 de outubro de 2006
- Rodrigues, Leo (17 de julho de 2016). «Unesco reconhece a Pampulha como Patrimônio Mundial da Humanidade». Agência Brasil EBC. Cópia arquivada em 20 de julho de 2016
- Vianna, Nayara (31 de agosto de 2017). «Criação de parque para preservar nascente do Sarandi». Prefeitura de Contagem. Cópia arquivada em 4 de setembro de 2017
- Lima, Geisiane; Assis, Natália; Ibrahim, Elizabeth (novembro de 2016). Diagnóstico dos córregos de influência direta da Lagoa da Pampulha com base nos requisitos do Código Florestal Brasileiro por meio da utilização das ferramentas do SIG (pdf). VII Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. Campina Grande - PB: Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais. Cópia arquivada (PDF) em 19 de setembro de 2019
- IGAM (2016). «Contrato de Gestão IGAM nº 002/2012 - Ato Convocatório nº 008/2016» (PDF). Agência Peixe Vivo. Cópia arquivada (PDF) em 19 de setembro de 2019
- COPASA (2015). «Copasa integra o Comitê Gestor do Conjunto Moderno da Pampulha». Companhia de Saneamento de Minas Gerais. Cópia arquivada em 19 de setembro de 2019
- COPASA (2012). «ETE Arrudas». Companhia de Saneamento de Minas Gerais. Cópia arquivada em 19 de setembro de 2019
- CMBH (26 de janeiro de 2010). «Inaugurada 2ª Estação de Tratamento de Esgoto no Ribeirão do Onça». Câmara Municipal de Belo Horizonte. Cópia arquivada em 19 de setembro de 2019
- UFV; IGAM (2018). «Estudo de Regionalização de Vazão da UFV & IGAM». Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Consultado em 19 de setembro de 2019
- SEMAD (2008). «Governo de Minas prioriza ações na Bacia do rio das Velhas». Governo do Estado de Minas Gerais. Cópia arquivada em 19 de setembro de 2019
- Parreiras, Mateus (4 de junho de 2017). «Moradores de BH são os que mais contribuem para a poluição do Rio das Velhas». Estado de Minas. Cópia arquivada em 4 de junho de 2017
- Manuelzão (2013). A Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça (PDF). [S.l.]: Manuelzão, UFMG. Consultado em 19 de setembro de 2013