Sapajus macrocephalus
Macaco-prego-de-cabeça-grande (Sapajus macrocephalus) é uma espécie de macaco-prego que ocorre no Brasil, Colômbia, Equador e Peru.[1] Sua ocorrência vai desde o alto rio Amazonas, no leste do Equador e Peru, até o sudeste da Colômbia, oeste do Brasil e centro-norte e nordeste da Bolívia.[2] Provavelmente, é substituído por Sapajus apella na bacia este do rio Madeira, ao norte, na bacia do rio Orinoco e no interflúvio dos rio Solimões e alto rio Negro,[3] e no centro e leste da Colômbia.[2] Habita florestas úmidas de terras baixas, incluindo a mata de igapó, florestas montana até 1800 m de altitude.[3] Já foi considerado subespécie de Sapajus apella.[4][1][5] Entretanto, a definição como espécie inclui outras subespécies de macacos-pregos, e tem como sinônimos:[3]
- Simia fatuellus
- Cebus fatuellus peruanus
- Cebus apella peruanus
- Cebus apella maranonis
- Cebus pallidus
- Cebus apella pallidus
- Cebus libidinosus juruanus
- Cebus apella magnus
Sapajus macrocephalus | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Sapajus macrocephalus (Spix, 1823) | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Os machos têm entre 37,5 e 45,5 cm de comprimento, com a cauda tendo entre 42,5 e 49 cm, e pesam entre 2,9 e 4,6 kg. As fêmeas são um pouco menores, tendo entre 39,5 e 40,9 cm, com uma cauda de até 42 cm, e pesam entre 1,3 e 3,4 kg. A coloração varia desde cinza-amarronzado até o marrom escuro.[3] A testa é escura, mas não varia muito em indivíduos muito escuros, e pode ocorrer a presença de margens de cor branca na face, e uma faixa branca que vai desde a orelha aos olhos. Três formas de coloração são reconhecidas: na Colômbia, os indivíduos possuem coloração marrom avermelhado; no Peru, são uniformemente marrons, e no Brasil, marrom avermelhado. O topete é frequentemente ausente, principalmente nas populações do Peru.[3]
Alimenta-se de frutos, folhas, insetos e pequenos vertebrados. Frutos de plantas das famílias Moraceae e Arecaceae são particularmente importantes em sua dieta.[3] Os grupos possuem entre 8 e 14 indivíduos, com um macho alfa e um ou mais machos subordinados, e quatro fêmeas adultas; e ocupam um território de cerca de 80 hectares.[3] Passam cerca de 50% do tempo forrageando pequenos vertebrados, e costumam descansar entre 30 e 60 minutos ao meio-dia. A gestação dura cerca de 153 dias e o ciclo estral é de cerca de 22 dias.[3]
É caçado e já foi extinto localmente em algumas regiões do Peru e Equador, mas possui distribuição ampla, e ocorre em muitas unidades de conservação remotas no oeste da Amazônia.[3] Ocorre no Parque Nacional da Serra do Divisor, no Acre; no Parque Nacional de Manú, no Peru; no Parque Nacional Yasuni, no Equador; e no Parque Nacional Natural El Tuparro, na Colômbia.[1] No Equador, é classificado como "quase ameaçado".[3]
Referências
- ↑ a b c d Rylands, A. B., Boubli, J.-P., Mittermeier, R. A., Stevenson, P., Palacios, E. & de la Torre, S. (2008). Cebus macrocephalus (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 16 de junho de 2013..
- ↑ a b Ruiz-García, Manuel; Maria Ignacia Castillo; Nicolás Lichilín-Ortiz; Myreya Pinedo-Castro (2012) "[ Molecular Relationships and Classification of Several Tufted Capuchin Lineages (Cebus apella , Cebus xanthosternos and Cebus nigritus , Cebidae), by Means of Mitochondrial Cytochrome Oxidase II Gene Sequence}"; Folia Primatologica 83 (2): 100-125.
- ↑ a b c d e f g h i j Anthony B. Rylands, Russell A. Mittermeier, Bruna M. Bezerra, Fernanda P. Paim & Helder L. Queiroz (2013). «Family Cebidae (Squirrel Monkeys and Capuchins)». In: Mittermeier, R.; Rylands, A.B.; Wilson, D. E. Handbook of the Mammals of the World - Volume 3. [S.l.]: Lynx. 952 páginas. ISBN 978-84-96553-89-7
- ↑ Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494
- ↑ Lynch Alfaro, J.W.; Silva, J.S. & Rylands, A.B. (2012). «How Different Are Robust and Gracile Capuchin Monkeys? An Argument for the Use of Sapajus and Cebus». American Journal of Primatology: 1–14. doi:10.1002/ajp.222007