Taifa de Albarracín
Reis taifas de Albarracín |
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Dinastia Banu Razine (1012-1069)
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A taifa de Albarracín ou de Sala foi um pequeno reino de taifa estabelecido em torno do município de Albarracín (Aragão) e da sua serra pela dinastia berbere dos Banu Razine[3]— pertencente à tribo dos huaras — chegados à Península Ibérica com a conquista de Tárique e estabelecidos em Córdoba no século VIII.
Século XI
editarOriginalmente, a linhagem berbere dos Banu Razine, assentaram-se na corte do Emirado de Córdova, para posteriormente assentar-se entre a serra de Albarracín os Montes Universales. Nesta região estabeleceram um senhorio que, nem sempre submetidos ao domínio de Córdova, afiançou-se como taifa independente com a chegada ao poder de Abu Maomé Hudail ibne Alasla ibne Razine ao redor de 1010, por causa da decomposição do Califado de Córdova; se bem que nominalmente reconheciam-se súditos dos efêmeros califas durante a fitna de alandalus Hixame II e Solimão Almostaim, quem reconheceu os domínios de Hudail ibne Razine.
A taifa de Albarracín ocupava aproximadamente a parte de sudoeste da atual província de Teruel, e os seus domínios estenderam-se até Calamocha e Pancrudo a norte, Gúdar e Jarque a leste, Camarena de la Sierra e Teruel ao sudeste, e Castielfabib a sul; ocupando as bacias do rio Alfambra, o Guadalaviar e o alto Jiloca para norte até Monreal del Campo e Poyo del Cid.
Hudail e os seus descentes, os Banu Razine, dominaram a taifa até a sua extinção, embora o primeiro monarca de Albarracín devesse de se enfrentar com as ambições dos Tuíbidas e Hudidas de Saragoça, que pretenderam anexar o pequeno reino. Apesar da prosperidade e firmeza de Hudail para estender a sua taifa na primeira metade do século XI, certas fontes aludem à sua excessiva dureza e até mesmo crueldade. O certo é que a Taifa de Albarracín assentou-se durante trinta anos numa encruzilhada política muito complicada, entre as poderosas taifas de Saragoça e Toledo e próxima e relacionada à desejada taifa de Valência.
Hudail I foi sucedido por Abedal Maleque em 1045, que se viu obrigado a pagar párias a Afonso VI de Leão e Castela para manter a sua autonomia até 1086, ano em que, com a derrota do rei castelhano-leonês na Batalha de Zalaca, Abedal Maleque deixou de lhe pagar párias. Contudo, em 1090 chegaria El Cid a estas terras, às que fez tributárias. Frente da negativa de Abedal Maleque a pagar as párias ao Campeador, este decidiu conquistar Albarracín e unir a sua mesnada as tropas de Abedal Maleque com o objeto de aunar forças para assediar Valência em 1094.
Mas sem finalizar o seu apoio ao Cid no assédio de Valência, Abedal Maleque passou a unir-se aos almorávidas com objeto de reconquistá-la para o islão, somando-se à iniciativa de outros aliados, como os reis taifas de Lérida, Tortosa ou Alpuente. Por esta razão Abedal Maleque foi atacado e derrotado pelo Cid em Quart.
Abedal Maleque foi sucedido por Iáia Haxim Daulá[1] em 1103, derrocado pelo governador almorávida de Valência Abu Abedalá Maomé ibne Fátima em abril de 1104,[4] com o que a Taifa de Albarracín perdia a sua independência no contexto do período das primeiras taifas. A partir de então, os Banu Razin mudaram-se para Valência.
Século XII
editarUns sessenta anos depois, por volta de 1170, Abu Abedalá Maomé ibne Sade ibne Mardanis, conhecido pela alcunha de Rei Lobo, traspassou o território ao Senhor de Estella, Pedro Ruiz de Azagra, possivelmente fruto do pagamento pelos serviços prestados pelo rei de Navarra. Deste jeito foi estabelecido o senhorio de Santa María de Aben Razin (Senhorio de Albarracín), um território soberano encravado entre o Reino de Castela e o Reino de Aragão em mãos de um feudatário do Reino de Navarra.
Bibliografia
editar- BOSCH VILÁ, Jacinto (1959), Albarracín musulmán. El reino de Taifas de los Beni Razín, hasta la constitución del señorío cristiano, Em: Almagro, Martín, Historia de Albarracín y su sierra, Tomo II, Parte Primera, Teruel, IET Consejo Superior de Investigaciones Científicas ISBN 978-84-00-00985-4 e ISBN 84-00-00985-1
- MARTOS QUESADA, Juan, «Los reinos de Taifas en el siglo XI», em Ana I. Carrasco, Juan Martos e Juan A. Souto, Al-Andalus, Madrid, Istmo (Historia de España. Historia medieval, VI), 2009, pp. 147–272. ISBN 978-84-7090-431-8
Referências
- ↑ a b Biografia de Yahya
- ↑ Juan Martos Quesada, "Los reinos de Taifas en el siglo XI", op. cit., 2009, pág. 191.
- ↑ Cfr. pag 449 de Luis Suárez Fernández. Historia de España antigua y media. Ed. Rialp, 1976 - 667 páginas
- ↑ Jacinto Bosch Vilá. Los almorávides. Granada Universidade, 1990 ISBN 84-338-1069-3 pág. 166.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Taifa de Albarracín», especificamente desta versão.
Ligações externas
editar- «Emires ou reis da taifa de Albarracín» (em espanhol)
- «História da Taifa de Albarracín» (PDF) (em espanhol)
- «História de Albarracín, ver a parte do Albarracín muçulmano» (PDF) (em espanhol)
- «Mapa e ficha da Taifa de Albarracín.» (em espanhol)