Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa
Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa é um filme brasileiro de longa-metragem de 2013, dirigido por Gustavo Galvão e produzido pela 400 Filmes, com roteiro original de Gustavo Galvão, Cristiane Oliveira e Bernardo Scartezini[1]. No elenco, estão Vinícius Ferreira, Marat Descartes, Leonardo Medeiros, Maria Manoella, Catarina Accioly e Mário Bortolotto, entre outros. A estreia no circuito comercial brasileiro ocorreu em 14 de agosto de 2014[2].
Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa | |
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Pôster oficial do filme. | |
Brasil 2013 • cor • 96 min | |
Gênero | drama |
Direção | Gustavo Galvão |
Produção | Gustavo Galvão |
Roteiro | Bernardo Scartezini Cristiane Oliveira Gustavo Galvão |
Elenco | Vinícius Ferreira Marat Descartes Leonardo Medeiros Maria Manoella Catarina Accioly Mário Bortolotto Klarah Lobato Luma Le Roy Juliana Drummond Vanise Carneiro Larissa Salgado Chico Sant’Anna |
Música | Ivo Perelman Matthew Shipp Mat Maneri Sirius Quartet |
Diretor de fotografia | André Carvalheira |
Direção de arte | Valeria Verba |
Figurino | Cláudia Wiltgen |
Edição | Marcius Barbieri |
Companhia(s) produtora(s) | 400 Filmes |
Distribuição | independente |
Lançamento | 14 de agosto de 2014 |
Idioma | português |
Sinopse
editarPedro fugiu de casa, pegou a estrada e não sabe para onde ir. Lucas também não, mas a estrada é seu palco. Eles têm mais de 30 anos e levam apenas a roupa do corpo. Depois de se conhecerem numa lanchonete de beira de estrada, em Minas Gerais, os dois percorrem o interior do Brasil em busca de uma dose violenta de qualquer coisa[3].
Elenco
editarVinícius Ferreira – Pedro
Marat Descartes – Lucas
Leonardo Medeiros – Jesus
Maria Manoella – Beatriz
Catarina Accioly – Virgínia
Mário Bortolotto – Major
Klarah Lobato – Janaína
Luma Le Roy – Suely
Juliana Drummond – Prostituta
Vanise Carneiro – Prostituta
Jones de Abreu – Fernando
Larissa Salgado – Melissa
Chico Sant'Anna – Síndico
O título
editarA inspiração para o título Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa veio da tradução de Claudio Willer para um trecho de Uivo, poema-manifesto de Allen Ginsberg que jogou luz na chamada geração beatnik. O original, de 1956, começa assim: “I saw the best minds of my generation, destroyed by madness, starving hysterical naked, dragging themselves through the negro streets at dawn looking for an angry fix”[4]. A versão de Willer, publicada pela L&PM, em 1984, é assim: “Eu vi os expoentes da minha geração destruídos pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus, arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca de uma dose violenta de qualquer coisa”[5].
Produção
editarAs filmagens aconteceram entre 23 de junho e 24 de julho de 2012. No período, a equipe percorreu 13 cidades de Goiás, Minas Gerais e do Distrito Federal: Brasília, Brazlândia, Gama, São Sebastião e Sobradinho (DF); Planaltina, Luziânia, Formosa, Valparaíso e Cristalina (GO); Ouro Preto, Patrocínio e Serra do Salitre (MG). A trama faz a ponte entre Brasília e Ouro Preto, que simbolizam dois períodos distintos da História do Brasil (o moderno e o colonial, respectivamente). À exceção destas duas cidades, as demais foram filmadas de forma a simular os locais por onde passam os personagens na ficção (em especial Lavras, Montes Claros e Varginha, em Minas Gerais).
O lançamento no circuito de festivais ocorreu em 22 de setembro de 2013, no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro[6], onde o filme recebeu o Troféu Câmara Legislativa de Melhor Trilha Sonora. A trilha original foi produzida pelo sax tenor paulista Ivo Perelman[7], que é radicado nos Estados Unidos desde 1981 e a executou em conjunto com outros três grandes nomes da vanguarda norte-americana: Matthew Shipp (piano), Mat Maneri (viola, violino) e Sirius Quartet (quarteto de cordas). Também chamam atenção na trilha sonora o grupo de rock peruano Los Saicos (Demolición) e o candomblé pop do pernambucano Otto (Condom Black), além de um funk composto por Judaz Mallet, MC Gi e André Arvigo (Funk do Nóia) e duas peças instrumentais de Assis Medeiros.
O filme teve distribuição independente e estreou no circuito comercial brasileiro em 14 de agosto de 2014, em nove cidades[8]. Posteriormente, chegou a mais oito cidades brasileiras, totalizando 17 cidades.
Prêmios
editar- 2013: 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (Mostra Brasília) - Troféu Câmara Legislativa de Melhor Trilha Sonora
- 2015: 11º Prêmio FIESP/SESI-SP de Cinema - Prêmio de Melhor Ator Coadjuvante (para Marat Descartes)[9]
Imprensa
editarCom o lançamento no circuito comercial, em agosto de 2014, o filme recebeu boas críticas na imprensa brasileira, inclusive a cotação máxima do jornal O Globo[10]. Em sua crítica, Rodrigo Fonseca lembra da inspiração beatnik para a trama, mas destaca a conexão da mesma com a realidade brasileira contemporânea e com as influências do cinema marginal brasileiro. "Pedro e Lucas erram pela tela embalados no sax seco de Ivo Perelman (destaque da trilha sonora), vivendo peripécias banais num cenário onde a macheza tornou-se impotente frente à desesperança. Ao filmá-lo, Galvão disseca um Brasil em coma"[11].
A releitura do cinema marginal também foi destacada por Alexandre Agabiti Fernandez, na Folha de S. Paulo: "O segundo longa do brasiliense Gustavo Galvão põe em cena o périplo de dois rapazes em uma atmosfera tensa e delirante. A narrativa desregrada, com vários experimentos formais, e os personagens anárquicos ou desesperados aproximam o filme de algumas produções do cinema marginal, vertente criativa da produção brasileira surgida no fim dos anos 1960"[12][13].
Em seu texto para a Zero Hora, Daniel Feix cita rapidamente o movimento beatnik como uma referência do diretor e enfatiza que Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa se enquadra como "um típico exemplar do novíssimo cinema nacional, este que é praticado em grande parte por realizadores jovens que não querem saber de concessões"[14]. E da mesma forma que João Lanari Bo o fizera no artigo para o Correio Braziliense, Feix não deixou de destacar as relações dos personagens com a capital federal: "É de Brasília que o protagonista quer escapar, dado que se presta a correlações as mais diversas"[15].
Ligações externas
editarUma Dose Violenta de Qualquer Coisa no Internet Movie Database.
Página oficial no Facebook.
Referências
- ↑ «Portal Exibidor -». www.exibidor.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «Itaú Cinemas - "Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa", de Gustavo Galvão, estreia dia 14 de agosto». www.itaucinemas.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «43ª Mostra Internacional de Cinema - Filme - Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa». 43.mostra.org. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ http://www.poets.org/poetsorg/poem/howl-parts-i-ii
- ↑ http://www.lpm.com.br/site/default.asp?Template=../livros/layout_produto.asp&CategoriaID=152905&ID=481946
- ↑ http://www.imdb.com/title/tt3169538/releaseinfo?ref_=tt_ql_9
- ↑ http://www.allmusic.com/album/a-violent-dose-of-anything-mw0002582691/releases
- ↑ AdoroCinema, Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa, consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «"O Lobo Atrás da Porta" é eleito a melhor ficção do Prêmio Fiesp/SESI-SP | Revista de Cinema». Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «No caminho da desesperança»http://rioshow.oglobo.globo.com/cinema/eventos/criticas-profissionais/uma-dose-violenta-de-qualquer-coisa-10995.aspx
- ↑ http://rioshow.oglobo.globo.com/cinema/eventos/criticas-profissionais/uma-dose-violenta-de-qualquer-coisa-10995.aspx
- ↑ http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/08/1499865-critica-tenso-e-delirante-longa-brasiliense-lembra-cinema-marginal.shtml
- ↑ «Tenso e delirante, longa brasiliense lembra cinema marginal»
- ↑ «Road movie brasileiro "Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa" aborda liberdade»
- ↑ «Estrada da libertação Road movie brasileiro "Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa" aborda liberdade» line feed character character in
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