Vila Cruzeiro
A Vila Cruzeiro é uma favela localizada no bairro da Penha, Zona da Leopoldina, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.[1]
História
editarEssa favela surgiu no século XIX e os primeiros moradores eram escravos fugidos que ficavam no local sob a proteção de um padre abolicionista da Igreja da Penha. Até hoje, as terras onde fica a favela são de propriedade da igreja.
Hoje, o predomínio dos afro-descendentes está presente em toda parte: no samba, no futebol e até nos salões de beleza. Apesar da falta de informações mais precisas, pode-se estimar que boa parte dos 70 mil residentes de Vila Cruzeiro e Parque Proletário (segundo estimava da associação de moradores) sejam negros.
“ | Em finais do século 19, um certo padre Ricardo, republicano e abolicionista, capelão da irmandade da Penha, costumava abrigar em sua casa escravos fugidos das redondezas. O lugar terminou conhecido como Quilombo da Penha. | ” |
Alberto conta, ainda, que expressões da cultura negra sempre foram fortes na Penha e em suas comunidades.
“ | A capoeira continua sendo tradicional desde o século XIX até hoje. E um dos grupos mais fortes de Folia de Reis na cidade, que saía nos anos 1950, era daqui da região, entre Vila Cruzeiro e Merindiba. | ” |
Outro fator que demonstra uma expressão da cultura negra na comunidade é a escola mirim Petizes da Penha.
Uma outra coisa que caracteriza a Vila Cruzeiro é o Campo do Ordem e Progresso, um campo de futebol que é umas das formas de lazer do local. Esse campo foi criado por volta dos anos 1950 por um morador antigo célebre chamado Sebastião Benedito. No Campo do Ordem e Progresso, surgiu o jogador de futebol Adriano Leite Ribeiro, mais conhecido como Adriano Imperador. Adriano, até hoje, frequenta a comunidade onde nasceu, cresceu e tem muitos amigos.[2]
No campo Ordem e Progresso, situava-se o espaço Criança Esperança, projeto este que foi substituído pelo projeto IBISS.
Unidade de Polícia Pacificadora
editarA Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) inaugurou, em 28 de agosto de 2012, a 27° Unidade de Polícia Pacificadora, a do Complexo da Penha. Com um total de 520 policiais militares que passaram a patrulhar a comunidade Vila Cruzeiro, a iniciativa completou o cinturão de segurança dos complexos da Penha e do Alemão.[3]
Chacina da Vila Cruzeiro
editarEm 24 de maio de 2022 ocorreu a Chacina da Vila Cruzeiro, quando 23 pessoas foram mortas durante uma operação conjunta do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal[4]. Foi a segunda operação policial mais letal da cidade do Rio de Janeiro, atrás apenas da Chacina do Jacarezinho, ocorrida um ano antes[5].
Ligações externas
editarReferências
- ↑ tiago.frederico. «Polícia faz operação em favelas do Complexo da Penha | Rio de Janeiro | O Dia». odia.ig.com.br. Consultado em 26 de setembro de 2022
- ↑ IG (31 de maio de 2010). «Adriano terá de explicar à polícia relação com traficantes». Consultado em 23 de novembro de 2010
- ↑ BAND. «Traficantes invadiram casas no Complexo do Alemão, denuncia morador». Consultado em 26 de novembro de 2010
- ↑ «Vila Cruzeiro: o que se sabe sobre operação policial que deixou mais de 20 mortos no Rio». BBC News Brasil. Consultado em 15 de outubro de 2024
- ↑ Dia, O. (25 de maio de 2022). «Quem são os mortos na megaoperação na Vila Cruzeiro, a segunda mais letal da história do Rio | Rio de Janeiro». O Dia. Consultado em 15 de outubro de 2024