Francisco Mendonça de Carvalho
Francisco Mendonça de Carvalho (Porto, 7 de dezembro de 1882 — Lisboa, 31 de maio de 1953), foi um ator e empresário português.[1]
Francisco Mendonça de Carvalho | |
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Nascimento | 7 de dezembro de 1882 Porto |
Morte | 31 de maio de 1953 Lisboa |
Sepultamento | Cemitério do Alto de São João |
Cidadania | Portugal, Reino de Portugal |
Cônjuge | Maria Matos |
Filho(a)(s) | Maria Helena Matos |
Ocupação | ator, empresário |
Biografia
editarNascido a 7 de dezembro de 1882 na Rua de Santa Catarina, freguesia de Santo Ildefonso da Baixa do Porto, era filho do marceneiro João Maria de Carvalho e de sua esposa, Eugénia Augusta Baptista, ambos naturais da freguesia da Sé de Viseu.[2]
Pouco se sabe sobre a sua juventude. Estreou-se como ator profissional no Teatro de Santo Tirso, depois de ter passado por vários teatros amadores do Norte de Portugal. Mais tarde mudar-se-á para Lisboa, onde, já escriturado no Teatro Nacional D. Maria II, conhece Maria Matos, com quem inicia um relacionamento e de cuja união nasce a sua única filha, Maria Helena Matos, a 6 de novembro de 1910.[1]
Contraiu matrimónio civil a 4 de maio de 1911 com Maria Matos, com quem irá fundar na mesma década, por volta de 1914/15, a Companhia Maria Matos-Mendonça de Carvalho, que obteve grandes sucessos. Em 1912 é escriturado no Teatro Gymnasio, onde será empresário juntamente com a mulher, estreando-se a 6 de dezembro com a peça A menina do chocolate. Participou de centenas de peças, destacando-se em: O Camões do Rossio, A conspiradora, Não largues a Amélia, Chuva de filhos, O crime da Avenida 33, Soror Mariana, La donna é mobile, Primo Basílio, O Senhor Roubado, O afilhado da madrinha, O conde barão, Os fidalgos da casa mourisca, Uma velha que tinha um gato, A sagrada família, A lenda dos sete cravos, Zázá, O amor... é o diabo, entre muitas outras, variando entre os géneros de drama, comédia, opereta, ópera cómica, revista, farsa e vaudeville. Passou depois pela Companhia José Ricardo, Empresa José Loureiro, Companhia da Comédia, Companhia Portuguesa de Revistas, Grande Companhia Dramática Portuguesa e Empresa Piero Bernardon.[1][3][4]
No Cinema Português, participou no filme mudo Rainha Depois de Morta (1910), de Carlos Santos, onde representou Álvaro Gonçalves e nos filmes O Costa do Castelo (1943), de Arthur Duarte, onde representou "Dr. Simão" e A Menina da Rádio (1944), também de Arthur Duarte, onde representou o "Diretor do posto de rádio".[5][6]
Divorciou-se em 1947, reformando-se no mesmo ano. Apresentou-se ao público pela última vez com a peça A noite de 16 de Janeiro, drama judicial de Ayn Rand, tradução de Fernando Santos e Almeida Amaral, em cena no Teatro Apolo de 22 de novembro a 14 de dezembro de 1947, onde representou ao lado da filha Maria Helena, Lucília Simões, Eunice Muñoz, Igrejas Caeiro, etc., o personagem "James Chandler".[1][3]
Faleceu no primeiro andar esquerdo do número 78 da Rua Marquês Sá da Bandeira, freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, onde residia, a 31 de maio de 1953, aos 70 anos de idade, vítima de uremia crónica. Encontra-se sepultado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.[7]
Filmografia
editarAno | Filme | Personagem | Referências |
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1910 | Rainha Depois de Morta | Álvaro Gonçalves | [6] |
1943 | O Costa do Castelo | Dr. Simão | |
1944 | A Menina da Rádio | Diretor do posto de rádio |
Referências
- ↑ a b c d «CETbase: Ficha de Mendonça de Carvalho». ww3.fl.ul.pt. CETbase: Teatro em Portugal. 27 de novembro de 1998
- ↑ «Livro de registo de baptismos da Paróquia de Santo Ildefonso (1883)». pesquisa.adporto.arquivos.pt. Arquivo Distrital do Porto. p. 3
- ↑ a b «Livro de registo de casamentos da 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (01-04-1911 a 17-08-1911)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 61, assento 59
- ↑ «A Rua da mulher de teatro Maria Matos». Toponímia de Lisboa. Câmara Municipal de Lisboa. 25 de fevereiro de 2015
- ↑ «Mendonça de Carvalho». IMDb
- ↑ a b Nascimento, Guilherme; Oliveira, Marco; Lopes, Frederico. «Mendonça de Carvalho». CinePT - Cinema Português
- ↑ «Livro de registo de óbitos da 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (17-03-1953 a 01-07-1953)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 388, assento 695