Gaúcho
Um gaúcho é um cavaleiro habilidoso, reputado por ser corajoso e indisciplinado. A figura do gaúcho é um símbolo popular da Argentina, Paraguai,[1] Uruguai, Rio Grande do Sul no Brasil, parte sul da Bolívia,[2] e sul da Patagônia chilena.[3] Os gaúchos se tornaram muito admirados e renomados em lendas, folclore e literatura e se tornaram uma parte importante de sua tradição cultural regional. Começando no final do século XIX, após o apogeu dos gaúchos, eles foram celebrados por escritores sul-americanos.
De acordo com o Diccionario de la lengua española, em seu sentido histórico, um gaúcho era um "mestiço que, nos séculos XVIII e XIX, habitou a Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul no Brasil, e era um cavaleiro migratório e adepto do trabalho com gado".[4] Na Argentina e no Uruguai hoje, gaúcho pode se referir a qualquer "pessoa do campo, experiente na pecuária tradicional".[4] Como os gaúchos históricos tinham fama de serem corajosos, embora indisciplinados, a palavra também é aplicada metaforicamente para significar "nobre, corajoso e generoso", mas também "alguém que é hábil em truques sutis, astuto".[4] Em português, a palavra gaúcho significa "um habitante das planícies do Rio Grande do Sul ou dos pampas da Argentina de ascendência europeia e indígena americana que se dedica a laçar e criar gado e cavalos"; gaúcho também adquiriu um significado metonímico no Brasil, significando qualquer pessoa, mesmo morador urbano, que seja cidadão do estado do Rio Grande do Sul.[5][6]
Origem
editarUm estudo genético realizado pela FAPESP revelou que os gaúchos brasileiros dos pampas são descendentes de uma mistura de europeus e de indígenas, mas com algumas peculiaridades. O estudo apontou que os ancestrais europeus dos gaúchos seriam principalmente espanhóis, e não portugueses, como é mais comum em outras partes do Brasil.[7]
Isso porque a região dos pampas foi, por muito tempo, disputada entre Portugal e Espanha e só foi transferida da Espanha para Portugal em 1750. O estudo também revelou um alto grau de ancestralidade indígena nos gaúchos pelo lado materno (52% de linhagens ameríndias), maior do que a dos brasileiros em geral. O estudo também detectou 11% de linhagens africanas pelo lado materno. Dessa forma, os gaúchos da Campanha são fruto sobretudo da miscigenação entre homens ibéricos com mulheres indígenas e, em menor medida, com africanas.[8]
A região dos pampas não sofreu influência das significativas imigrações açoriana, alemã e italiana que marcaram a paisagem étnica de outras regiões do Rio Grande do Sul.[9] O antropólogo Darcy Ribeiro escreveu que os gaúchos dos pampas "surgem da transfiguração étnica das populações mestiças de varões espanhóis e lusitanos com mulheres guarani".[10] Em decorrência da miscigenação étnica, o português falado na região dos pampas absorveu muitas expressões espanholas, indígenas e algumas africanas.[11]
Etimologia
editarO termo originou-se na região conhecida como Patagonia no sul da Argentina, e região Pampeana, mas como fonte escrita originou-se na chamada Banda Oriental, um território correspondente ao que são o Uruguai e o Rio Grande do Sul atuais, encontrada pela primeira vez escrita num documento oficial da administração espanhola em 1771, numa comunicação do comandante de Maldonado, Dom Pablo Carbonell ao virrey Juan José Vértiz: "Muy señor mío; haviendo noticia quie algunos gahuchos se havian dejado ver a la Sierra mande a los tenientes de Milicias Dn Jph Picolomini y Dn Clemente Puebla, pasasen a dicha Sierra con una Partida de 34 hombres..." Em 1780, em um documento de Montevidéu "que el expresado Díaz no consentirá en dicha estancia que se abriguen ningunos contrabandistas, bagamundos u ociosos que aqui se conocen por Gauchos." (8 de agosto de 1780). Guanches ou Guanchos gentílico dos habitantes das ilhas Canárias na fundação de Montevidéu. Gaúcho foi o Guancho fugido de Montevidéu. Quando o Rei da Espanha mandou casais de agricultores das ilhas Canárias povoarem a recém-fundada Montevidéu, eles transplantaram a palavra pela qual identificavam os habitantes autóctones das ilhas: guanches, ou guanchos. Foi esta a origem da palavra gaúcho, com pequena distorção de pronúncia: guanches ou guanchos.
Existem várias teorias conflitantes sobre a origem do termo "gaúcho". O vocábulo pode ter derivado do quíchua (idioma ameríndio andino) ou de árabe "chaucho" (um tipo de chicote para controlar manadas de animais). Além disso, abundam hipóteses sobre o assunto. Um registro de seu uso se deu por volta de 1816, durante a independência da Argentina, com o qual se denominavam os índios nômades de pele escura, os gaúchos ou "charruas" (daí o chá - chimarrão, infusão de erva-mate verde seca e moída, tomada com água quente em cuia de cabaça ou porongo, sorvida por uma bomba de bambu ou metal), cavaleiros que domavam e cavalgavam "em pelo" os animais selvagens desgarrados das estâncias espanholas, que procriavam nos pampas argentinos.[carece de fontes]
Segundo Barbosa Lessa, em seu livro Rodeio dos Ventos, publicado pela Editora Mercado Aberto, 2a edição, o primeiro registro da palavra se deu em 1787, quando o matemático português Dr. José de Saldanha participava da comissão demarcadora de limites Brasil-Uruguai. Em uma nota de rodapé do seu relatório de trabalho, o luso teria anotado a expressão usada pelos da terra para referir-se àqueles índios cavaleiros.
História
editarGuanches ou Guanchos gentílico dos habitantes das ilhas Canárias na fundação de Montevidéu. Gaúcho foi o Guancho fugido de Montevidéu. Quando o Rei da Espanha mandou casais de agricultores das ilhas Canárias povoarem a recém-fundada Montevidéu (1724), eles transplantaram a palavra pela qual identificavam os habitantes autóctones das ilhas: guanches, ou guanchos. Foi esta a origem da palavra gaúcho, com pequena distorção de pronúncia: guanches ou guanchos. Próximo ao rio Cebollatí no Uruguai, foi formada uma espécie de republiqueta fortificada gaúcha de contrabandistas canários como uma forma de defesa das tropas de Portugal e Espanha.
Em Rocha e toda a área da lagoa Mirim e Bagé (agora no Brasil), seria a zona de origem dos gaúchos. Os gaúchos (fugidos) da fronteira Portugal - Espanha não eram guanchos, eles eram gaúchos usando a descrição de pessoas de hábitos nômades, ciganos, moradores em barracas ou tendas, brancos pobres, de miscigenação moura, vinda da Espanha - fugidos que viraram índios ou índios aculturados pelas Missões que não possuíam terras e vendiam sua força de trabalho a criadores de gado nas regiões de ocorrência de campos naturais do vale da lagoa Mirim, entre os quais o pampa, planície do vale do rio da Prata e com pequena ocorrência no oeste do estado do Rio Grande do Sul, limitada, a oeste, pela cordilheira dos Andes.
O gentílico "gaúcho" foi aplicado aos habitantes da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul na época do Império Brasileiro, por motivos políticos, para identificá-los como beligerantes até o final da Guerra dos Farrapos, sendo adotado posteriormente pelos próprios habitantes por ocasião da pacificação de Caxias, quando incorporou muitos soldados gaúchos ao Exército ao final do Confronto, sendo Manuel Luís Osório um gaúcho que participou da Guerra do Paraguai e é patrono da arma de Cavalaria do Exército Brasileiro, quando valores culturais tomaram outro significado patriótico, os cavaleiros mouros se notabilizaram na Guerra ou Confronto com o Paraguai. Também importante para adoção dessa cultura viva para representação do estado do Rio Grande do Sul é a influência do nativismo argentino, que no final do século XIX expressa a construção de uma das maiores culturas se não a maior do Brasil.
Na Argentina, o poema épico Martín Fierro, de José Hernández,seria escrita em Santana do Livramento no RS. A pátria gaúcha onde ele aprende a palavra gaúcha do uruguaio Lussich (livro deo Treis Gaúchos Orientales - 1872) e dos próprios rio-grandenses, exemplifica a utilização do elemento gaúcho como o símbolo da tradição nacional da Argentina, uruguaia e brasileira em contradição com a opressão simbolizada pela europeização. Martín Fierro, o herói do poema, é um "gaúcho" recrutado a força pelo exército argentino, abandona seu posto e se torna um fugitivo caçado.
Os gaúchos apreciam mostrar-se como grandes cavaleiros e o cavalo do gaúcho, especialmente o cavalo crioulo, "era tudo o que ele possuía neste mundo". Durante as guerras do século XIX, que ocorreram na região, atualmente conhecida como Cone Sul, as cavalarias de todos os países eram compostas quase que inteiramente por bravos cavaleiros gaúchos.
Música
editarExistem vários ritmos que fazem parte da folclore riograndense, mas a maioria deles são variações de danças de salão centro-europeias populares no século XIX. Esses ritmos, derivados da valsa, do xote, da polca e da mazurca, foram adaptados para vaneira, vaneirão, chamamé, milonga, rancheira, xote, polonaise e chimarrita, entre outras.
O único ritmo riograndense é o bugio, criado pelo gaiteiro Wenceslau da Silva Gomes, o Neneca Gomes, em 1928, na região de São Francisco de Assis. Inspirado no ronco dos bugios, macacos que habitam as matas do Sul da América, o ritmo foi banido por algum tempo por ser considerado obsceno, mas em tempos atuais é mantido em todo o estado, onde hoje se realiza um festival "nativista" conhecido como "O Ronco do Bugio".
A partir de 1970, com a criação da Califórnia da Canção Nativa em Uruguaiana, começaram a surgir os festivais, que serviram de incentivo para músicos e compositores lançarem novos estilos, popularmente chamados de "música nativista". Essa música é formada por ritmos preexistentes, especialmente a milonga e o chamamé, porém com canções mais elaboradas e com letras dedicadas especialmente ao estado do Rio Grande do Sul e ao estado de Santa Catarina, como em letras de Teixeirinha com a música "Santa Catarina", Elton Saldanha com as músicas "Herdeiro do Contestado" e "Linda Terra Santa Catarina", João Luiz Correia com a música "Bailando com as Galegas" e o grupo Musical Terceira Dimensão com a música "Vou pra Santa catarina".
Vestimenta ou indumentária
editarOs gaúchos usam roupas de origem indígena (poncho, lenço colorado, pala, e chiripá), europeia (camisa, chapéu, guaiaca e bota, assim como a indumentária feminina) e túrquica (bombacha), além de outros instrumentos autóctones como o tirador, todas adaptadas ao ambiente pampeano. Uma grande parcela da população gaúcha rural, assim como de cidades de pequeno porte, mantém o uso das vestimentas tradicionais, pois são as mais adaptadas à vida campeira. A bombacha é muito utilizada nas regiões da campanha, da fronteira oeste e dos campos de cima da serra. Nas cidades maiores é possível perceber alguns gaúchos pilchados, sendo estes em sua maioria integrantes de grupos tradicionalistas ou independentistas/separatistas, ou simples mantenedores da cultura passada por seus ancestrais. Os avios do chimarrão (apetrechos usados para a preparação e consumo da erva-mate, na forma tradicional), assim como os utensílios de encilha tradicionais para o cavalo (incluindo as esporas do cavaleiro), juntamente com as vestimentas, perfazem a definição de pilcha em um sentido estrito. O chimarrão é amplamente consumido pelos gaúchos em todas as estações do ano. Nos dias mais frios, não raro, se vê uma variedade chamada "mate doce", onde se usa mel e cascas de bergamota, geralmente, para temperar o mate. Os gaúchos que saem a morar em outros estados do Brasil ou no exterior tendem a realçar seu "gauchismo", como forma de autoidentificação.
Palavras e expressões regionalistas: o falar gaúcho
editarO modo de falar do Rio Grande do Sul e algumas partes de Santa Catarina e Paraná (especialmente o oeste destes estados), a exemplo do de outras partes do Brasil, possui expressões próprias, diferenciadas da linguagem padrão brasileira. Muitas dessas expressões são compartilhadas pelas populações dos países vizinhos da bacia do rio da Prata- Argentina e Uruguai. É grande a influência do castelhano no sotaque e no léxico gaúchos. Convencionou-se chamar o modo de falar do gaúcho de "dialeto gaúcho", ou "dialeto guasca", na sua nomenclatura tradicional. Muito do falar hodierno do gaúcho deriva de uma antiga língua crioula entre o castelhano e o português, com influência guarani, charrúa e até algumas palavras em língua quéchua (como china e guampa), que é exemplificada no filme Anahy de las Misiones, de 1998. Com a imposição do uso do português, tal como ocorreu com o nheengatu, do Norte brasileiro, esta língua desapareceu. As migrações mais recentes de italianos e alemães deixaram alguma influência em palavras e expressões gaúchas como "cuca" - bolo tradicional, de origem germânica, de Kuchen (bolo em alemão) - e "é vero" ("é verdade", de è vero em italiano). Existem diversos livros e dicionários que colecionam palavras e expressões gaúchas. Recentemente, um projeto chamado Tchepédia,[12] busca reunir estas expressões de forma colaborativa online.
O uso do gentílico "gaúcho" como sinônimo de sul-rio-grandense surgiu após o movimento literário romântico e regionalista de fins do século XIX e início do século XX, quando as raízes dos habitantes locais começaram a ser investigadas e valorizadas. No Uruguai e na Argentina, se usa o termo "gaucho" como sinônimo de trabalhador rural, sendo esta considerada a cultura nacional por excelência em ambos os países. Os estados de Santa Catarina e Paraná, em especial, concentram uma grande quantidade de descendentes recentes de gaúchos, em geral ligados à atividade rural, que procuram mantém as tradições gaúchas através de Centros de Tradições Gaúchas, que mantêm certa influência sobre a cultura de muitos destes lugares. Uma grande quantidade de gaúchos ultimamente tem migrado para a região Sudeste do Brasil.
Na numismática
editarO gaúcho foi representado no anverso e no reverso da cédula de 5 000 cruzeiros reais em 1993,[13] que como um todo fazia unicamente referências à cultura do Rio Grande do Sul: além da gaúcho, mostrava o interior das ruínas da igreja de São Miguel das Missões e a captura do gado, com os acessórios usados pelo gaúcho na lida: boleadeira, relho, guampa e esporas.[14]
Ver também
editarReferências
- ↑ «Folklore Paraguayo» [Paraguayan Folklore]. Ministerio de Relaciones Exteriores del Paraguay (em espanhol). 22 de agosto de 2022. Consultado em 17 de julho de 2024
- ↑ Tribuno, El. «El Tribuno». El Tribuno
- ↑ Fuller 2014; Holmes, "Nomad Cowboys"; Slatta 1990, p. 31.
- ↑ a b c DLE, "gaucho, gaucha".
- ↑ Dicionário Online Priberam de Português, "gaúcho".
- ↑ Oliven 2000, p. 129.
- ↑ MARRERO, Andrea (2006). Estudo genético dos Gaúchos: Dinâmica populacional do Sul do Brasil (PDF) (Tese de Doutorado). Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
- ↑ ZORZETTO, Ricardo (Abril 2007). «O DNA dos Pampas: Além de espanhóis, índios guaranis e charruas estão entre os ancestrais dos gaúchos». Revista Pesquisa FAPESP. 134 ed. Consultado em 13 de fevereiro de 2018
- ↑ «Regiões Culturais: A Construção de Identidades no Rio Grande do Sul e Sua Manifestação na Paisagem Gaúcha». 2007. Consultado em 19 de dezembro de 2014
- ↑ RIBEIRO, Darcy (1995) [1995]. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido do Brasil (PDF) 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras. 480 páginas. ISBN 9788571644519. Formato PDF. Acervo digital do Portal IPHI. Consultado em 13 de fevereiro de 2018
- ↑ Gaúcho, o Dialeto Crioulo Rio-Grandense
- ↑ «Tchepédia». 30 de agosto de 2014. Consultado em 30 de agosto de 2014 [ligação inativa]
- ↑ «Cédulas emitidas pelo Banco Central do Brasil - Padrão Monetário: Cruzeiro Real». Museu de Valores do Banco Central do Brasil. Consultado em 12 de agosto de 2015
- ↑ «Cédulas emitidas pelo Banco Central do Brasil - CRUZEIRO REAL - CR$ 5.000,00 (Gaúcho)». Museu de Valores do Banco Central do Brasil. Consultado em 12 de agosto de 2015
Bibliografia
editar- Adamovsky, Ezequiel (2014). «La cuarta función del criollismo y las luchas por la definición del origen y el color del ethnos argentino (desde las primeras novelas gauchescas hasta c. 1940)» (PDF). Boletín del Instituto de Historia Argentina y Americana "Dr. Emilio Ravignani" (em espanhol). 41 (2): 50–92. Consultado em 2 de março de 2022
- Adelman, Jeremy (Maio de 1993). «Review». Cambridge University Press. Journal of Latin American Studies. 25 (2): 401–402. JSTOR 158174. doi:10.1017/S0022216X0000482X
- Arnoldi, Henry; Hernández, Isabel (1986). Amor tirano: antología del cancionero tradicional amoroso de Argentina (em espanhol). [S.l.]: Ediciones del Sol. ISBN 9789509413030
- Arrigucci, Davi Jr. (1999). «De la fama y de la infamia: Borges en el contexto literario latinoamericano» (PDF). São Paulo: Departamento de Letras Modernas, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. Cuadernos de Recienvenido (em espanhol). 10: 19–55. ISSN 1413-8255. Cópia arquivada (PDF) em 21 de dezembro de 2018
- Assunção, Fernando O. (1991). Pilchas criollas: usos y costumbres del gaucho (em espanhol). Buenos Aires: Emecé. ISBN 978-950-04-1121-9
- Assunção, Fernando O. (2006). Historia del gaucho: el gaucho, ser y quehacer (em espanhol). [S.l.]: Claridad. ISBN 978-950-620-205-7
- Assunção, Fernando O. (2011). Historia del gaucho. El gaucho: ser y quehacer (em espanhol) Kindle ed. Buenos Aires: Editorial Claridad. ISBN 978-1-61860-020-2
- Bastia, Tanja; vom Hau, Matthias (2014). «Migration, Race and Nationhood in Argentina». Journal of Ethnic and Migration Studies. 40 (3): 475–492. doi:10.1080/1369183X.2013.782153. Consultado em 23 de fevereiro de 2022
- Bornholdt, Luciano Campelo (2010). «What is a Gaúcho? intersections between state, identities and domination in southern Brazil». (Con)textos: Revista d'Antropologia i Investigació Social. 4: 23–41. ISSN 2013-0864. Consultado em 5 de março de 2022
- Chasteen, John Charles (1991). «Background to Civil War: The Process of Land Tenure in Brazil's Southern Borderland, 1801-1893». The Hispanic American Historical Review. 71 (4): 737–760. JSTOR 2515762. doi:10.2307/2515762
- Christison, David (1882). «The Gauchos of San Jorge, Central Uruguay». Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland. The Journal of the Anthropological Institute of Great Britain and Ireland. 11: 34–52. JSTOR 2841497. doi:10.2307/2841497
- Collier, Simon (Maio de 1988). «Review». Cambridge University Press. Journal of Latin American Studies. 20 (1): 208–210. JSTOR 157342. doi:10.1017/S0022216X00002613
- Cunninghame Graham, Robert Bontine (1914). El Río de la Plata (em espanhol). London: Wertheimer, Lea y Cía
- Darwin, Charles (1845). Journal of researches into the natural history and geology of the countries visited during the voyage of H.M.S. Beagle round the world under the command of Capt. Fitz Roy, R.N. 2 ed. London: John Murray. Consultado em 1 de março de 2022
- DeLaney, Jeane (1996). «Making Sense of Modernity: Changing Attitudes toward the Immigrant and the Gaucho in Turn-Of-The-Century Argentina». Cambridge University Press. Comparative Studies in Society and History. 38 (3): 434–459. JSTOR 179228. doi:10.1017/S0010417500020016
- Duncan Baretta, Silvio R.; Markoff, John (1978). «Civilization and Barbarism: Cattle Frontiers in Latin America». Comparative Studies in Society and History. 20 (4): 587–620. JSTOR 178563. doi:10.1017/S0010417500012561
- Escandón, Alfredo (2019). Linguistic practices and the linguistic landscape along the U.S.-Mexico border: Translanguaging in Tijuana (PDF) (PhD diss.). University of Southampton. Consultado em 13 de agosto de 2022
- Fuller, Alexandra (26 de novembro de 2014). «For Patagonian Ranchers, a Family Gathering Means Barbecue and Rodeo». National Geographic. National Geographic Society. Consultado em 1 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 23 de março de 2021
- «gaucho, gaucha». Diccionario de la lengua española (em espanhol) 23rd ed. Real Academia Española. Cópia arquivada em 25 de março de 2021
- «gaúcho». Dicionário Online Priberam de Português. Priberam. Cópia arquivada em 18 de fevereiro de 2021
- Garavaglia, Juan Carlos (2003). «Gauchos: identidad, identidades». América: Cahiers du CRICCAL (em espanhol). 30 (Mémoire et culture en Amérique latine, V.1): 143–151. doi:10.3406/ameri.2003.1615
- Gibson, H. (1892). «The Gauchos». Notes and Queries (Eighth Series). 1. London: John C. Francis. Consultado em 13 de agosto de 2022
- Goebel, Michael (2010). «Gauchos, Gringos and Gallegos: the assimilation of Italian and Spanish immigrants in the making of modern Uruguay 1880-1930». Oxford University Press. Past & Present. 208 (208): 191–229. JSTOR 40783317. doi:10.1093/pastj/gtp037
- Goodrich, Diana Sorensen (1998). «La construcción de los mitos nacionales en la Argentina del centenario». Revista de Crítica Literaria Latinoamericana (em espanhol). 24 (47): 147–166. JSTOR 4530971. doi:10.2307/4530971
- Groussac, Paul (1893). Popular Customs and Beliefs of the Argentine Provinces. Chicago: Donohue, Hennebery & Co. Consultado em 10 de agosto de 2022
- Groussac, Paul (1904). «A propósito de americanismos». El viaje intelectual: impresiones de naturaleza y arte (em espanhol). 1a ser. Madrid: Victoriano Suárez. Consultado em 9 de agosto de 2022
- Guazzelli, Dante Guimaraens (2019). «ENTRE APLAUSOS E DENÚNCIAS: AS ENTIDADES DE ADVOGADOS GAÚCHOS E A INSTALAÇÃO DA DITADURA CIVIL-MILITAR (1964-1966)». Projeto História. 66: 44–80. doi:10.23925/2176-2767.2019v66p44-80
- Holmes, Lauren (n.d.). «Nomad Cowboys: A Glimpse into the Life of the Chilean Gauchos». The Aston Martin Magazine. Photography by Helen Cathcart. Aston Martin. Consultado em 1 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 24 de março de 2021
- Hollinger, Frances C. (1928). The Gaucho (MA diss.). University of Kansas. Consultado em 8 de agosto de 2022
- Huberman, Ariana (2011). Gauchos and Foreigners: Glossing Culture and Identity in the Argentine Countryside. Lanham, MD: Lexington Books. ISBN 9780739149065
- Hudson, William Henry (1895). The Naturalist in La Plata. London: Chapman & Hall
- Hudson, William Henry (1918). Far Away and Long Ago: A History of My Early Life. New York: E.P. Dutton and Company
- Lacasagne, Pablo (2009). «El gaucho en Uruguay y su contribución a la literatura» (PDF). Medellín: Escuela Interamericana de Bibliotecología, Universidad de Antioquia. Revista Interamericana de Bibliotecología (em espanhol). 32 (1): 173–191. eISSN 2538-9866
- Lacoste, Pablo (2003). «La crisis argentina y la prosperidad chilena: una mirada desde Sarmiento, Hernández y Borges». Si Somos Americanos. 5 (4): 137–149. Consultado em 7 de março de 2022
- Lehmann-Nitsche, R. (1928). «Le mot 'Gaucho': Son origine gitane». Journal de la Société des américanistes (em francês). 20 (nouvelle série): 103–5. JSTOR 24720065. doi:10.3406/jsa.1928.3642
- Love, Joseph L. (1996). «Review: Heroes on Horseback. A Life and Times of the Last Gaucho Caudillos by John Charles Chasteen». Cambridge University Press. The Americas. 52 (4): 565–567. JSTOR 1008485. doi:10.2307/1008485
- Lynch, John (agosto de 1984). «Review». Duke University Press. The Hispanic American Historical Review. 64 (3): 586–587. JSTOR 2514963. doi:10.2307/2514963
- Mansilla, Lucio V. (1877). Una escursión a los indios ranqueles. Col: Colección de autores españoles.t. XXXVIII-XXXIX (em espanhol). 2. Leipzig: Brockhaus. Consultado em 21 de fevereiro de 2022
- Marrero, Andrea Rita; Bravi, Claudio; Stuart, Steven; Long, Jeffrey C.; das Neves Leite, Fábio Pereira; Kommers, Tricia; Carvalho, Claudia M.B.; Junho Pena, Sergio Danilo; Ruiz-Linares, Andres; Salzano, Francisco Mauro; Bortolini, Maria Cátira (2007). «Pre- and Post-Columbian Gene and Cultural Continuity: The Case of the Gaucho from Southern Brazil». Human Heredity. 64 (3): 160–171. JSTOR 48506785. PMID 17536210. doi:10.1159/000102989
- Miller, Elbert E. (1979). «The Frontier and the Development of Argentine Culture». Pan American Institute of Geography and History. Revista Geográfica. 90 (90): 183–198. JSTOR 40992369
- Monsma, Karl; Dorneles Fernandes, Valéria (2013). «Fragile Liberty: The Enslavement of Free People in the Borderlands of Brazil and Uruguay, 1846-1866». Luso-Brazilian Review. 50 (1 Special Issue: Brazilian Slavery and its Legacies): 7–25. JSTOR 43905251. doi:10.1353/lbr.2013.0003
- Nahum, Benjamín (1968). «La estancia alambrada» (PDF). In: Rama, Ángel. Enciclopedia Uruguaya: Historia Ilustrada de la Civilización Uruguaya (em espanhol). 24. Montevideo: Editores Reunidos y Editorial Arca. Consultado em 12 de março de 2022
- Nichols, Madaline W. (1941). «The Historic Gaucho». The Hispanic American Historical Review. 21 (3): 417–424. JSTOR 2507331. doi:10.2307/2507331
- Olea Franco, Rafael (1990). «Lugones y el mito gauchesco. Un capítulo de historia cultural argentina». El Colegio de México. Nueva Revista de Filología Hispánica (em espanhol). 38 (1): 307–331. JSTOR 40298997. doi:10.24201/nrfh.v38i1.783
- Oliven, Ruben George (2000). «"The Largest Popular Culture Movement in the Western World": Intellectuals and Gaúcho Traditionalism in Brazil». Wiley for the American Anthropological Association. American Ethnologist. 21 (1): 128–146. JSTOR 647129. doi:10.1525/ae.2000.27.1.128
- Paullada, Stephen (1961). «Some Observations on the word Gaucho». New Mexico Quarterly. 31 (2). Consultado em 8 de agosto de 2022
- Plesch, Melanie (2013). «Demonizing and redeeming the gaucho: social conflict, xenophobia and the invention of Argentine national music». Patterns of Prejudice. 47 (4–5): 337–358. doi:10.1080/0031322X.2013.845425
- Reber, Vera Blinn (Julho de 1984). «Review». Cambridge University Press. The Americas. 41 (1): 140–141. JSTOR 1006958. doi:10.2307/1006958
- Rein, Raanan (2021). «Review: El gaucho indómito. De Martín Fierro a Perón, el emblema imposible de una nación desgarrada by Ezequiel Adamovsky». Iberoamericana. 76: 341–343. JSTOR 27091932
- Rocha, T.A.; Bonilha, A.L.D.L. (2008). «Formação das enfermeiras para a parturição: implantação de um hospital universitário na década de 80». Escola Anna Nery. 12 (4): 651–7. doi:10.1590/S1414-81452008000400007 . hdl:10183/85880
- Rock, David (2000). «State-Building and Political Systems in Nineteenth-Century Argentina and Uruguay». Oxford University Press. Past & Present. 167 (May): 176–202. JSTOR 651257. doi:10.1093/past/167.1.176
- Rodríguez Molas, Ricardo (1964). «El Gaucho Rioplatense: Origen, Desarrollo y Marginalidad Social». Source: Journal of Inter-American Studies (em espanhol). 6 (1): 69–89. JSTOR 164930. doi:10.2307/164930
- Rona, José Pedro (1964). «Gaucho: cruce fonético de español y portugués». Revista de Antropologia (em espanhol). 12 (1/2): 87–98. JSTOR 41615766. doi:10.11606/2179-0892.ra.1964.110738
- Ruiza, Miguel; Fernández, Tomás; Tamaro, Elena (2004). «Biografia de Leopoldo Lugones». Biografías y Vidas. La enciclopedia biográfica en línea (em espanhol). Barcelona. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2021
- Saint-Hilaire, Augustin (1887). Voyage a Rio-Grande do Sul (Brésil). Orléans: H. Herluison. Consultado em 15 de agosto de 2022
- Salvatore, Richard D. (1994). «Stories of Proletarianization in Rural Argentina, 1820 - 1860». Center for Latin American and Caribbean Studies, University of Michigan. Dispositio. 19 (46, Subaltern studies in the Americas): 197–216. JSTOR 41491513
- Sarmiento, Domingo Faustino (2008) [1865]. El Chacho: último caudillo de la montonera de los llanos (em espanhol). Barcelona: Lingkua. ISBN 9788498973518
- Slatta, Richard W. (1980a). «Rural Criminality and Social Conflict in Nineteenth-Century Buenos Aires Province». The Hispanic American Historical Review. 60 (3): 450–472. JSTOR 2513269. doi:10.2307/2513269
- Slatta, Richard W. (1980b). «Gaúcho and gaucho: comparative sócio-economic and demographic change in Rio Grande do Sul and Buenos Aires Province, 1869-1920». Estudos Ibero-Americanos. 6 (2): 191–202. doi:10.15448/1980-864X.1980.2.30624
- Slatta, Richard W. (1986). «The Demise of the Gaucho and the Rise of Equestrian Sport in Argentina». University of Illinois Press. Journal of Sport History. 13 (2, Special Issue: Hispanic American Sports): 97–110. JSTOR 43611541
- Slatta, Richard W. (1990). Cowboys of the Americas. New Haven, CT: Yale University Press. ISBN 9780300045291. OCLC 1029032712
- Slatta, Richard W. (1992) [1983]. Gauchos and the Vanishing Frontier. Lincoln and London: University of Nebraska Press. ISBN 978-0-8032-9215-4
- Slatta, Richard W.; Auld, Ku'ulani; Melrose, Maile (2004). «Cradle of Hawaiʻi's Paniolo». Montana Historical Society. Montana: The Magazine of Western History. 54 (2): 2–19. JSTOR 4520605
- Solberg, Carl (1974). «Farm Workers and the Myth of Export-Led Development in Argentina». Cambridge University Press. The Americas. 31 (2): 121–138. JSTOR 980634. doi:10.2307/980634
- Shumway, Nicolas (1993). The Invention of Argentina. Berkeley; Los Angeles; London: University of California Press. ISBN 978-0-520-08284-7
- Trinidad, Zunilda. «Ricardo Rojas (1882–1957)». todo-argentina.net (em espanhol). Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2020
- Trifilo, S. Samuel (1964). «The Gaucho: His Changing Image». Pacific Historical Review. 33 (4): 395–403. JSTOR 3636040. doi:10.2307/3636040
- Vidal, Emeric Essex (1820). Picturesque illustrations of Buenos Ayres and Monte Video, consisting of twenty-four views: accompanied with descriptions of the scenery and of the costumes, manners, &c. of the inhabitants of those cities and their environs. London: R. Ackermann. Consultado em 28 de fevereiro de 2022
- Walker, John (1970). «Robert Bontine Cunninghame Graham: Gaucho Apologist and Costumbrist of the Pampa». Hispania. 53 (1): 102–107. JSTOR 338719. doi:10.2307/338719