João Brandão Ferreira
João José Brandão Ferreira MSMM • MPCE • (23 de setembro de 1953) é um militar piloto-aviador português que atualmente é instrutor de voo na OMNI. Além da sua carreira militar, é também escritor de vários livros e artigos, tendo já publicado mais de 200 artigos e efetuado mais de 100 conferências. É ainda autor de vários livros entre eles A Evolução do Conceito Estratégico Ultramarino Português e A Inserção das Forças Armadas na Sociedade, sendo o seu livro mais conhecido Em Nome da Pátria.[1][2]
Tenente-Coronel da Força Aérea João Brandão Ferreira MPCE • MSMM • | |
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Dados pessoais | |
Nome completo | João José Brandão Ferreira |
Nascimento | 23 de setembro de 1953 Algés,Oeiras |
Nacionalidade | português |
Vida militar | |
Força | Força Aérea Portuguesa |
Hierarquia | Tenente-Coronel |
Função | Piloto-Aviador |
Comandos | 2º Comandante da Base Aérea Nº. 11 Chefe da Repartição de Logística do Comando Operacional da Força Aérea |
Honrarias | Cavaleiro da Ordem Equestre e Militar de São Miguel da Ala |
É sócio efetivo da Revista Militar, Sociedade Histórica para a Independência de Portugal, Sociedade de Geografia, Associação da Força Aérea Portuguesa, Amigos de Olivença, sócio auxiliar da Liga dos Combatentes, membro da Comissão Cientifica da Comissão Portuguesa de História Militar; membro efectivo da Academia de Marinha; foi Presidente da Direcção do Movimento 10 de Junho - associação patriótica de intervenção cívica e sócio fundador e membro da direcção da Associação Cristóvão Colon.
É académico honorário da Academia Portuguesa da História.
Biografia
editarInfância e Adolescência
editarJoão José Brandão Ferreira nasceu em casa de seus pais, a 23 de Setembro de 1953, em Algés.
Filho de António Augusto Ferreira, piloto do Rio e Barra de Lisboa e de Fernanda Isilda do Nascimento Brandão Ferreira, foi filho único de uma família de classe média de Algés.
Na infância, frequentou o externato D.Luís em Algés, onde fez o ensino primário.
Entrou no Liceu Nacional de Oeiras, onde concluiu o Curso Geral dos Liceus, matriculado na alínea F(ciências).
Carreira Militar
editarEm 1971, ingressa na Academia Militar no curso de Aeronáutica Militar e termina o curso em 1974, poucos meses após o 25 de Abril. Fez posteriormente o ano de tirocínio nos Estados Unidos de 5 de Janeiro de 1975 a Junho de 1976, onde tirou o curso de "Undergraduate Pilot Training".
Posteriormente, e regressado dos Estados Unidos, foi colocado na Base Aérea N.º 5 (Monte Real), onde tirou o curso de Caça em F-86 e foi Piloto operacional no mesmo avião a partir de 8 de Julho de 1976.
Em 1978, foi colocado como instrutor de Cessna T-37 na Esquadra 102 "Panchos". Escreve, no mesmo ano, o seu primeiro artigo na Revista "Mais Alto".[3]
Em 1980, aquando a sua promoção a Capitão, casou e teve, posteriormente, um filho desse casamento. Voltou aos EUA para a Universidade da Califórnia do Sul, e pelo intermédio da Força Aérea norte-americana, fez o curso de "Flight Safety Officer Course", de prevenção de acidentes.[4]
Para a promoção a Oficial Superior, fez o curso geral de Guerra Aérea de 1982 a 1983, no IAESFA (Sintra).
Foi posteriormente, instrutor durante três anos, na Academia da Força Aérea, responsável por toda a Formação Militar dos cadetes e pelo programa de ensino de liderança, acumulando com as funções de instrutor de voo dos aviões Cessna T-37 e Fournier RF-10.
Após os três anos como instrutor na Academia da Força Aérea, foi colocado de novo na Base Aérea N.º5, em Monte Real, frequentou o curso de qualificação em LTV A-7P Corsair II vindo, mais tarde, a comandar uma das esquadras existentes, a Esquadra 302 "Falcões", de 1986 a 1988.
Em 1987, acabou por se divorciar do seu primeiro casamento e acabou por voltar a casar um ano depois, tendo posteriormente, um filho do segundo casamento. No mesmo ano, fez um Mestrado em Estratégia pelo ISCSP.
Depois de regressado a Monte Real, foi colocado na Base Aérea N.º 1, em Sintra.
Acumulou, posteriormente, ampla experiência como oficial de Estado-Maior (na Força Aérea, Direcção Geral de Política de Defesa Nacional e EMGFA, em áreas tão diferentes como operações, política de defesa, assuntos internacionais, planeamento estratégico, etc.).[5]
Em 1992, foi 2.º Comandante da Base Aérea N.º 11, em Beja.
Foi Adido de Defesa na República da Guiné-Bissau, Senegal e Guiné-Conakri de 1996 a 1997.[6]
Carreira na aviação civil e intervenções públicas
editarA 4 de Fevereiro de 1999 passou à reserva no posto de Tenente-Coronel, sendo na altura Chefe da Repartição de Logística do Comando Operacional da Força Aérea. Em 2004 entrou na reforma.
A partir da passagem à reserva, foi piloto em companhias de aviação "charter" tendo voado o L-1011 TriStar, Airbus A-320 e Boeing 757 e Boeing 767.
Nos tempos livres tem sido instrutor de voo em escolas de aviação, totalizando mais de 10.500 horas de voo em outros aviões como o Chipmunk, Cessna T-41 Mescalero,T-37,Northrop T-38 Talon, F-86 Sabre, Fournier RF-10 ,Vought A-7 Corsair II(A7P), Cessna Skymaster (FTB),C-152/172, Grob A/C,TB-9 e TB-20, para além dos acima mencionados.
Foi de 1997 a 2007, Instrutor na Escola de Aviação AWA (Aeronautical Web Academy).
Ao longo da sua carreira, fez cerca de uma dezena de cursos de âmbito Técnico-profissional. É sócio efectivo da Revista Militar, Sociedade Histórica para a Independência de Portugal, Sociedade de Geografia, Associação da Força Aérea Portuguesa, Amigos de Olivença, sócio auxiliar da Liga dos Combatentes, membro da Comissão Cientifica da Comissão Portuguesa de História Militar e é, também, membro efectivo da Academia de Marinha;[5] foi Presidente da Direção do Movimento 10 de Junho - associação patriótica de intervenção cívica e sócio fundador e membro da direcção da Associação Cristóvão Colon. É académico honorário da Academia Portuguesa da História.[7]
A 15 de outubro de 2007, participou no programa da RTP Prós e Contras sobre a Guerra do Ultramar, defendendo a legitimidade da guerra e do território ultramarino ser, de facto, Portugal. Também a 19 de março de 2012, participou no mesmo programa, Prós e Contras, acusando o Governo na altura da extinção dos feriados, de lesar a identidade nacional e que seria uma ideia absurda que não traria nenhuma vantagem.[7]
Foi Diretor de Instrução da AWA de 2010 a 2019.
Processo de Difamação com Manuel Alegre
editarFoi também processado por Manuel Alegre por difamações estando em causa um artigo publicado no jornal "O Diabo" e no seu blog "O Adamastor", tendo Brandão Ferreira reiterado em julgamento a tese que Manuel Alegre cometeu, aos microfones da rádio Voz da Liberdade, em Argel, traição à pátria, ao incitar os militares portugueses a desertar, ao conviver com os líderes dos movimentos de libertação de Angola, Moçambique e Guiné e ao ajudá-los na guerrilha contra as tropas portuguesas no Ultramar, e tal configurar na sua opinião um crime de Traição à Pátria. Ganhou o processo em primeira instância e no Tribunal da Relação de Lisboa. Um segundo acórdão foi desfavorável ao arguido.[8][9][10][11][12]
Livros
editarDurante toda a sua vida profissional foi colaborador de quase todas as revistas militares portuguesas e de alguns jornais, tendo já publicado cerca de 1200 artigos e efetuado mais de 100 conferências. Escreve também no semanário "O Diabo".[13]
Foi autor de vários livros como Afonso de Albuquerque o Chefe Militar, o Diplomata e o Estadista, As Ilhas Selvagens Disputadas no Jogo Geoestratégico, Guerra de África 1961-1974 e Em Nome da Pátria, sendo este último re-lançado em terceira edição em Setembro de 2019, o seu livro de maior sucesso.[13][14]
A 25 de Junho de 2019, decorreu a sessão cultural intitulada “Antártida - Investigação científica portuguesa e logística” organizada pela Academia de Marinha, onde foi orador.[15]
Ver também
editarReferências
- ↑ Mota, Francisco Teixeira da. «Relação de Lisboa ressuscita delito de opinião». PÚBLICO. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ «Mais Sobre: Joao Jose Brandao Ferreira - Correio da Manhã». www.cmjornal.pt. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ «Revista Militar». www.revistamilitar.pt. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ «O Adamastor». novoadamastor.blogspot.com. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ a b «APRESENTAÇÃO E LANÇAMENTO DO LIVRO». Academia de Marinha. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ «Livros e textos da autoria de Brandão Ferreira, TenCor PilAv». ultramar.terraweb.biz. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ a b «Blogger: Perfil do usuário: Adamastor». www.blogger.com. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ «Brandão Ferreira absolvido do crime de difamação - DN». www.dn.pt. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ «Julgamento - Manuel Alegre - Brandão Ferreira». www.forumdefesa.com. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ «Tenente-coronel absolvido do crime de difamação contra Manuel Alegre - JN». www.jn.pt. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ «Processo por difamação de Manuel Alegre começa hoje». Notícias ao Minuto. 15 de janeiro de 2014. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ José (24 de janeiro de 2014). «portadaloja: O ofendido Alegre esquecido da Liberdade de Expressão». portadaloja. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ a b «João José Brandão Ferreira | Wook». www.wook.pt. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ Ferreira, João José Brandão (30 de agosto de 2019). Em Nome da Pátria. [S.l.]: Leya. ISBN 978-989-660-647-3
- ↑ «A investigação portuguesa na Antártida - sessão cultural na Academia de Marinha». PROPOLAR. Consultado em 7 de março de 2020