Piton de la Fournaise (tradução do francês significaria Pico da Fornalha) é um vulcão em escudo na parte oriental da ilha de Reunião, departamento ultramarino da França.
É presentemente um dos mais ativos vulcões do mundo, em conjunto com o Kīlauea (no Arquipélago Havaiano) (Oceano Pacífico), o Stromboli e o Etna (Itália) e o Monte Érebo (Antártica). Uma erupção recente iniciou-se em agosto de 2006 e terminou em janeiro de 2007. O vulcão teve nova erupção em fevereiro de 2007, e em 21 de setembro de 2008. Mais recentemente, uma erupção aconteceu em 9 de dezembro de 2010 e durou dois dias.
O Piton de la Fournaise é conhecido localmente como le Volcan (O Vulcão), e é uma atração turística importante da ilha de Reunião, existindo caminhos marcados mas cujo acesso é regulamentado para evitar acidentes pessoais.
A frequência das erupções e escoadas renova constantemente a topografia da montanha e das suas vertentes, e mantêm as paisagens sob o domínio mineral. A flora adapta-se, com a colonização vegetal a começar logo que a lava arrefece. Os líquenes são em geral os primeiros a instalar-se, seguidos dos fetos.
A primeira ascensão da qual há relato escrito foi feita pelo cavaleiro Andoche Dolnet de Palmaroux, em 21 de setembro de 1751 A descrição dos lugares é fraca, mas segundo o registo, há relato da vista de uma só cratera vulcânica.
Uma outra expedição, de outubro de 1768, levou à descoberta do passo de Bellecombe, do nome do governador da ilha de então, que participou na expedição. Conhecem-se desta dois registos, um detalhado e escrito por um dos principais protagonistas, o intendente do rei, Honoré de Crémont e publicado em 1770 e no qual a chegada ao cume é relatada assim:
A outra, mais sumária e menos elogiosa para M. de Crémont, transcrita por Bory de Saint-Vincent nas suas memórias de viagem :
As primeiras expedições de caráter científico são as de 1771 e 1772 por Philibert Commerson (1727-1773) acompanhado por Lislet Geoffroy(1755-1836), este último ainda com menos de 17 anos.
O intendente do rei, Honoré de Crémont, fez outra vez parte da primeira equipa de 15 pessoas que partiu de Baril(na atual comuna de Saint-Philippe).
Só há registo destas visitas em documentos dispersos (notas, croquis, correspondência e coleções) pois Commerson morreu em 1773 sem ter nada publicado. Escreveu ao seu cunhado, o cura Beau:
Lislet relata igualmente:
Em 1791, uma explosão no cume rebenta, seguida de uma enorme coluna vertical de fumo negro, que cobre a região. Uma expedição organizada por Alexis Bert na qual participam Jean-Joseph Patu de Rosemont (1767-1818) e Joseph Hubert (1747-1825) vai até o vulcão. Bert atinge o cume em 29 de julho e constata a formação de uma cratera de colapso:
Só em 1801 com a expedição Baudin é que uma verdadeira missão de reconhecimento geral sob a direção de Jean-Baptiste Bory de Saint-Vincent (1778-1846), então com apenas 23 anos, visita o Piton de la Fournaise. A partida para a primeira ascensão foi em Piton Sainte-Rose em 25 de outubro. Bory, Jouvancourt e seus companheiros passam por Bois-Blanc, o Rempart de Bois-Blanc até ao Trou Caron, juntando-se ao pé do piton de Crac onde instalam um acampamento, exploram a planície des Osmondes. Bory atinge em 28 de outubro de 1801 à uma hora da tarde o "Mamelon central" que, situado entre a cratera Bory e o Dolomieu, marcava então o cume do vulcão e corresponde a um cone eruptivo de 1766. Uma erupção ocorre nesse momento sob os pés dos visitantes na cratera Dolomieu:
Bory vai de novo ao cume da Fournaise (sempre em erupção na cratera Dolomieu) em 20 de novembro de 1801. A partir daí faz descrições topográficas completas, uma síntese das observações anteriores, desenhos que ficariam célebres e tenta explicar os fenómenos vulcânicos.