Teodoro II da Arménia

 Nota: Para outros significados, veja Teodoro II.

Teodoro II da Arménia(PE) ou Armênia,(PB) Թորոս Ա em arménio, Toros por transliteração (morto em 6 de Fevereiro de 1169) foi príncipe arménio da Cilícia de 1140 até 1169. Sucessor e filho de Leão I da Arménia com a sua segunda esposa, provavelmente uma arménia, fez parte da dinastia dos rubênidas (descendentes de Ruben I).

Teodoro II
Príncipe das Montanhas
(Príncipe arménio da Cilícia)
Príncipe arménio da Cilícia
Reinado 1140 a 1169
Antecessor(a) Leão I
Sucessor(a) Ruben II
 
Morte 6 de Fevereiro de 1169
Dinastia Rubênidas
Pai Constantino I da Arménia
Filho(s) Rita
Ruben II da Arménia

Conflito com o Império Bizantino

editar

Em 1138, Teodoro, o seu irmão mais novo Ruben e o pai foram aprisionados em Constantinopla pelo imperador bizantino João II Comneno durante a invasão deste à Cilícia. Leão I morreu em 1140 e Ruben foi assassinado no ano seguinte. Apenas Teodoro conseguiu se evadir e voltar à Cilícia em 1143 para reconquistar Vahka dos bizantinos, e gradualmente recuperar o seu património.

Depois da conquista arménia de Mamistra e Til Hamdoun em 1151, Manuel I Comneno enviou um exército no ano seguinte, sob o comando do duque Andrónico I Comneno para retomar Mamistra. As forças incluíam vários barões arménios locais, rivais dos rubênidas. Teodoro derrotou as forças sitiantes em uma surtida nocturna: Sempad de Barbaron foi morto na batalha; Oshin II de Lampron, Basílio de Partzerpert e Tigrano de Prakan foram aprisionados. Oshin ofereceu o filho Hetum como refém para garantir metade do seu resgate; recebido na corte arménia, Teodoro propôs armá-lo cavaleiro e casá-lo com uma das suas filhas, o que foi aceite.

De seguida os bizantinos incitaram uma invasão dos turcos seljúcidas do Sultanato de Rum em 1153. Teodoro conseguiu apaziguar o sultão Mas'ud ao o reconhecer como suserano, mas este voltou a tentar invadir a Cilícia no ano seguinte. Durante o cerco a Anazarbo, um destacamento seljúcida enviado contra Antioquia foi emboscado e destruído nas Portas da Síria, um desfiladeiro entre a Cilícia e a Síria, pelos Cavaleiros Templários, o que desmoralizou o exército turco a abandonar o cerco.

Outro cerco turco, a Til Hamdoun em 1155, também fracassou. Com a subida de Quilije Arslã II ao sultanato, foi criada uma paz entre os dois estados. Estêvão da Arménia, irmão de Teodoro, atacou o território seljúcida ao redor de Maraş em 1157 mas fracassou na tentativa de tomar a cidade; Teodoro devolveu os territórios conquistados a Quilije Arslã e a paz foi assegurada.

Aliança com Antioquia

editar
 
Fortaleza de Cirênia no Chipre, atacada de surpresa pelas forças de Reinaldo de Châtillon.

Por esta altura, Teodoro envolveu-se em uma disputa com Reinaldo de Châtillon pelo castelo de Bagras, na fronteira entre o Principado Arménio da Cilícia e o Principado de Antioquia. Construído pelos Templários, tinha sido conquistado pelos bizantinos e depois retomado pelos arménios. Manuel I Comneno encarregou Reinaldo de o recuperar, como vassalo de Constantinopla, mas este foi derrotado em uma batalha travada perto de Alexandreta.

Teodoro acabou por devolver o castelo aos Templários, em troca de um acordo de perpétua aliança; mas a consequência imediata disto foi a recusa de Manuel em compensar Reinaldo pelas despesas desta campanha. Encolerizado, Reinaldo juntou forças com Teodoro, e unidos lançaram um ataque pirata à bizantina ilha de Chipre, iniciativa que se revestiu de crueldade.

Decidido a punir os autores desta afronta, em 1158 Manuel liderou um grande exército que invadiu a Cilícia e o litoral do Mediterrâneo. Teodoro fugiu para Dajikikar, um ponto seguro nas montanhas; através da mediação de Balduíno III de Jerusalém escapou a uma segunda prisão pelo Império Bizantino, mas foi forçado a reconhecer o imperador como seu suserano.

Conflitos internos

editar

Em 1165, o governador bizantino da cidade de Tarso Andrónico Euforbeno convidou Estêvão da Arménia para um banquete, onde o assassinou como vingança pelas incursões que este havia feito em 1157 pelos territórios bizantinos. Teodoro e o seu meio-irmão Melias responderam com um massacre indiscriminado de gregos nos domínios da Cilícia, e uma nova guerra contra Constantinopla só foi evitada pelos esforços diplomáticos de Amalrico I de Jerusalém.

Os últimos anos do reinado de Teodoro foram perturbados pela tentativa de regicídio de Melias, descoberta antes de ser executada. Melias foi despojado de riquezas e autoridade, tendo sido exilado em Antioquia onde se tornou Templário, e depois Alepo, onde se colocou ao serviço de Noradine. Pouco antes da sua morte em 1169, Teodoro retirou-se para um mosteiro, onde morreria a 6 de Fevereiro, e deixou o trono ao seu filho menor Ruben II, sob a regência do seu sobrinho Tomás.

Casamentos e descendência

editar

Teodoro II da Arménia casou-se em 1149 com Isabel de Courtenay, filha do conde Joscelino II de Edessa. Desta união nasceram:

  • Rita, casada em [1153 com Hetum III de Lampron, separada em 1168
  • Provavelmente uma filha, casada com Isaac Ducas Comneno (m. 1195), imperador de Chipre

Depois de enviuvar de Isabel, casou-se em segundas núpcias com uma mulher arménia, de quem nasceu:

Bibliografia e ligações externas

editar

Precedido por
Leão I
 
Príncipe das Montanhas
(Príncipe arménio da Cilícia)

1140 - 1169
Sucedido por
Ruben II