Usuário:DAR7/Testes/Acre

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 Nota: Este artigo é sobre o estado brasileiro. Para outros significados, veja Acre (desambiguação).
Estado do Acre
[[Ficheiro:|140px|Bandeira do Acre]] [[Ficheiro:|95px|center|Brasão do Acre]]
Bandeira Brasão
Hino: Hino do Acre
Gentílico: acriano, acriana[1]

Localização do Acre no Brasil
Localização do Acre no Brasil

Localização
 - Região Norte
 - Estados limítrofes Peru, Bolívia, Amazonas e Rondônia
 - Municípios 22
Capital Rio Branco
Governo
 - Governador(a) Tião Viana (PT)
 - Vice-governador(a) Carlos César de Messias (PP)
 - Deputados federais 8
 - Deputados estaduais 24
 - Senadores Aníbal Diniz (PT)
Jorge Viana (PT)
Sérgio Petecão (PSD)
Área
 - Total 164 122,280 km² (16º) [2]
População 2013
 - Estimativa 776 463 hab. (25º)[3]
 - Densidade 4,73 hab./km² (23º)
Economia 2010[4]
 - PIB R$ Aumento 8.477.000 bilhões (25º)
 - PIB per capita R$ 11.567 (18º)
Indicadores 2008[5]
 - Esperança de vida ({{{esp_vida_ano}}}) 71,7 anos (15º)
 - Mortalidade infantil ({{{mort_infantil_ano}}}) 29,8‰ nasc. (20º)
 - IDH (2010) 0,663 (21º) – médio [6]
Fuso horário UTC-4
Clima Equatorial Úmido Af, Am
Cód. ISO 3166-2 [[ISO 3166-2:BR|]]
Site governamental [ ]

Mapa do Acre
Mapa do Acre

Acre é uma das 27 unidades federativas do Brasil.[7] Localiza-se na parte sul-ocidental da Região Norte do Brasil e faz fronteira com os duas unidades federativas: Amazonas na parte setentrional e Rondônia na parte oriental; e dois países: a Bolívia na parte sul-oriental e o Peru nas partes meridional e ocidental.[8] Sua área é de 164.123,040 km²,[9] que equivale ao Nepal.[10] Essa área responde inferiormente a 2% do todo o país.[11] De acordo com os geógrafos, se trata de um dos estados com menor densidade demográfica do Brasil e foi o mais recente que os brasileiros povoaram de maneira efetiva.[11] Nele localiza-se a extremidade ocidental do Brasil.[nota 1] A cidade onde estão sediados os poderes executivo, legislativo e judiciário estaduais é a capital Rio Branco.[12] Outros municípios com população superior a trinta mil habitantes são: Cruzeiro do Sul, Feijó, Sena Madureira, Senador Guiomard e Tarauacá.[13]

Somente em 1877 teve início no Acre — que naquela época pertencia à Bolívia — a chegada de quase a totalidade dos imigrantes vindos da Região Nordeste do Brasil que colonizaram o atual estado para buscar a borracha que se encontrava em abundância na Floresta Amazônica.[14] Nas últimas décadas do século XIX, moravam cinquenta mil brasileiros na região.[11] Os seringueiros, lutaram com as tropas para realizar a ocupação a região e, em 1903, com o último líder da Revolução Acriana, o gaúcho Plácido de Castro, foram responsáveis pela proclamação do Estado Independente do Acre.[15] Então, a região foi ocupada militarmente pelo governo brasileiro e, depois, e o Brasil conversou diplomaticamente com a Bolívia.[15] O que resultou foi o seguinte: o Brasil comprou o Acre da Bolívia.[15]

O governo brasileiro criou o Território Federal do Acre em 1904.[16] Por força da lei federal nº 4.070, o presidente do Brasil João Goulart elevou o Acre à categoria de Estado em 1962.[17] Foram promovidas pela produção de borracha o fato de o estado ser ocupado e se desenvolver. A produção de borracha declinou desde 1913.[18] Porém, ainda em tempos atuais, o Acre é um dos estados brasileiros que mais produzem e exportam borracha (hévea-latex coagulado).[19]

Um planalto com altitude média de 200m é o relevo dominante da maioria do território acriano.[20] Juruá, Tarauacá, Muru, Embirá e Xapuri são os rios de maior importância do estado.[20] As principais atividades econômicas do estado são o trabalho de extrair borracha e castanha, a pecuária e a agricultura.[20] Com duas horas inferiores relacionadas ao fuso horário de Brasília (DF), nela está localizado a última localidade brasileira a fazer observação do sol nascente, na serra da Moa, na fronteira com a República do Peru. A intensidade do extrativismo vegetal, que tem atingido o auge no século XX, constituiu-se em atração para os brasileiros de uma diversidade de regiões para o estado. Misturando tradições vindas da Região Sul do Brasil, de São Paulo, da Região Nordeste do Brasil e dos povos indígenas do Brasil houve o surgimento de uma culinária com muitas diversidades, que faz a junção da carne-de-sol com o pirarucu, que é um peixe típico muito consumido na região, pratos cujas receitas mandam regar com tucupi, molho que se faz com mandioca. O transporte fluvial, que se concentra nos rios Juruá e Moa, na parte ocidental do estado, e Tarauacá e Envira, na parte parte norte-ocidental, é um dos mais importantes meios de transporte, que faz a junção com a BR-364, ligando de Rio Branco até Cruzeiro do Sul e que o governo brasileiro recentemente asfaltou e construiu na então rodovia as pontes onde antigamente era preciso atravessar por meio de balsas.[21]

Etimologia

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Mapa da Bacia Amazônica com o Rio Acre em destaque.

O topônimo Acre, que foi passado do rio para o território federal, em 1904, e para a unidade federativa, em 1962, é derivado, talvez, da palavra tupi a'kir ü que significa "rio verde" ou de a'kir, do verbo ker que tem o significado de "dormir, sossegar", mas é quase certeza de que essas raízes etimológicas são as que deformam a palavra Aquiri, que é a corruptela do vocábulo do dialeto Ipurinã Umákürü, Uakiry, feita pelos exploradores que chegaram à região. Também existe a opinião da raiz etimológica de Aquiri a partir das palavras Yasi'ri, Ysi'ri, que significam "água corrente, veloz".[22][23]

Na viagem feita por João Gabriel de Carvalho ao rio Purus, em 1878, foi escrita uma carta pelo colonizador que teve como destinatário o comerciante paraense visconde de Santo Elias. Na carta que o colonizador nordestino escreveu, registra-se o pedido de mercadorias que chegaram à "boca do rio Aquiri".[22] Devido à incapacidade de entendimento pela letra de João Gabriel na observação do proprietário e das pessoas que trabalhavam no estabelecimento comercial sediado em Belém, ou por causa da grafia errônea desse colonizador que escreveu às pressas como Acri ou Aqri, no lugar de Aquiri, o destino de chegada das mercadorias e das faturas foi o rio Acre.[22][23]

O Acre possui alguns apelidos: Extremo do Brasil, Estado das Seringueiras, Estado do Látex e Extremo Oeste.[24]

Os habitantes naturais do Acre são denominados acrianos.[25] No singular o gentílico é acriano. Até a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990, a grafia correta era acreano no singular e no plural acreanos.[25] Em 2009, com o novo acordo ortográfico, a mudança do gentílico gerou polêmica entre a Academia Acriana de Letras e a Academia Brasileira de Letras, alegando que a mudança significaria a negação das raízes históricas e culturais do estado, mudando a última letra do topônimo de "E" para "I".[26] Embora ainda gere discussões sobre o assunto, é notório que a imensa maioria da população do estado não gostou e não adotou o "novo" gentílico, continuando a se autodenominarem acreanos.[24]

História

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 Ver artigo principal: História do Acre
 
Geoglifos em terras desmatadas na floresta amazônica do Acre, Brasil.

Na região do atual estado do Acre foram encontrados inúmeros Geoglifos (estruturas feitas no solo), com idade variável em até 2100 anos. Pela complexidade remontam à civilizações pré-colombianas de elevado grau de conhecimento em várias áreas e domínio de avançadas técnicas de movimentação de terra e água. As últimas escavações fizeram uma descoberta importante em Xapuri: um buraco de esteio em boas condições foi localizado em um geoglifo de formato redondo, reforçando a tese de que os índios daquela época poderiam ter usado fortificações paliçadas para habitação e segurança.[27]

Até o início do século XX o Acre pertencia à Bolívia. Porém, desde o princípio do século XIX, grande parte de sua população era de brasileiros que exploravam seringais e que, na prática, acabaram criando um território independente.

Em 1899, os bolivianos tentaram assegurar o controle da área, mas os brasileiros se revoltaram e houve confrontos fronteiriços, gerando o episódio que ficou conhecido como a Revolução Acriana.

Em 17 de novembro de 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, o Brasil recebeu a posse definitiva da região. O Acre foi então integrado ao Brasil como território, dividido em três departamentos. O território passou para o domínio brasileiro em troca do pagamento de dois milhões de libras esterlinas, de terras de Mato Grosso e do acordo de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.

 
Mapa do final do século XIX, em que o Acre aparece como parte da Bolívia.

Tendo sido unificado em 1920, em 15 de junho de 1962 foi elevado à categoria de estado, sendo o primeiro a ser governado por uma brasileira, a professora Iolanda Fleming.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os seringais da Malásia foram ocupados pelos japoneses, além do fato da Tailândia, um grande produtor de borracha, ter participado da guerra ao lado do eixo. Assim, o Acre representou a principal fonte de borracha dos Aliados durante a guerra. (Ver: Segundo ciclo da borracha). Em reconhecimento a contribuição produtiva do Acre em prol da vitória aliada, dentre outras coisas, o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a Companhia Siderúrgica Nacional, e assim alavancar a industrialização até então estagnada do Centro-sul, que não possuía ainda indústrias pesadas de base (Ver: Acordos de Washington).

Em 4 de abril de 2008, o Acre venceu uma questão judicial com o Estado do Amazonas em relação ao litígio em torno da Linha Cunha Gomes, que culminou no anexo de parte dos municípios de Envira, Guajará, Boca do Acre, Pauini, Eirunepé e Ipixuna. A redefinição territorial consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectares do complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre, o que corresponde a 11.583,87 km².

Povoamento inicial

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As secas nordestinas e o apelo econômico da borracha — produto que no fim do século XIX começava sua trajetória de preços altos nos mercados internacionais — inscrevem-se entre as causas predominantes na movimentação de massas humanas em busca do Eldorado acriano.[28] As penetrações portuguesas do período colonial já haviam atingido seus pontos máximos no Brasil durante o século XVIII.[29] Conseqüência inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo terras de posse espanhola, fato que se tornou matéria dos tratados de Madri (1750)[30] e de Santo Ildefonso (1777).[31] Ambos os tratados, partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nas bacias do Guaporé e do Madeira, estabeleceram como linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos do Mamoré e do Guaporé até seu limite máximo ocidental, na margem esquerda do Javari.[28][32][33]

O povoamento da zona, estimulado pela criação da nova capitania real de Mato Grosso (1751), deu-se na direção da fronteira, surgindo alguns centros importantes: Vila Bela (1752),[34] às margens do Guaporé, Vila Maria (1778),[35] no rio Paraguai, e Casalvasco (1783).[28] Até meados do século XIX não se pensou em povoamento sistemático da área.[28] Nessa época, o grande manancial virgem de borracha que aí se encontra atraíra o interesse mundial, provocando sua colonização de modo inteiramente espontâneo.[28]

A política econômica do império, orientada para a atividade agrário-exportadora com base no café,[36] não comportava o aproveitamento e a incorporação dos territórios do extremo ocidental. Desse descaso resultou que no Atlas do Império do Brasil (1868), de Cândido Mendes de Almeida, modelar em seu tempo, não figurassem o rio Acre e seus principais tributários, completamente desconhecidos dos geógrafos.[28][37]

Apesar de tal política, alguns sertanistas brasileiros exploravam aquela região agreste e despovoada, desconhecendo se pertenciam ao Brasil, ao Peru ou à Bolívia.[28][38][39] Assim, ainda em meados do século XIX, no impulso que a procura da borracha ocasionou, solicitada que era no mercado internacional, várias expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instalação dos colonos. Nessa época, João Rodrigues Cametá iniciou a conquista do rio Purus;[40] Manuel Urbano da Encarnação, índio mura grande conhecedor da região, atingiu o rio Acre, subindo-o até as proximidades do Xapuri;[40] e João da Cunha Correia alcançou a bacia do alto Tarauacá.[41] Todo esse desbravamento se deu, na maior parte, em terras bolivianas.[28]

As atividades exploradoras, a importância industrial das reservas de borracha e a penetração de colonos brasileiros na região suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou melhor fixação de limites.[28] Após várias negociações fracassadas, em 1867 assinou-se o Tratado de Ayacucho, que reconhecia o uti possidetis colonial.[42] A divisória foi estabelecida pelo paralelo da confluência dos rios Beni-Mamoré, em direção ao leste, até a nascente do Javari, embora ainda não fossem conhecidas as cabeceiras desse rio.[28]

Ocupação nordestina

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À proporção que subia no mercado o preço da borracha,[43] crescia a demanda e aumentava a corrida para a Amazônia.[nota 2] Os seringais multiplicavam-se, assim, pelos vales do Acre, do Purus e, mais a oeste, do Tarauacá: em um ano (1873-1874), na bacia do Purus, a população subiu de cerca de mil para quatro mil habitantes. Por outro lado, o governo imperial, já sensível às ofertas decorrentes da procura da borracha, considerou brasileiro todo o vale do Purus.[28]

Também na segunda metade do século XIX registraram-se perturbações no equilíbrio demográfico e geo-econômico do império, com o surto cafeeiro no Sul canalizando os recursos financeiros e de mão-de-obra, em detrimento do Nordeste.[44] O empobrecimento crescente dessa região impulsionou ondas migratórias em direção aos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.[44] O movimento de populações tornou-se particularmente ativo durante a seca prolongada no interior nordestino, de 1877 a 1880, expulsando centenas de nordestinos, que rumaram para os seringais em busca de trabalho.[45]

O avanço da migração nordestina processou-se até as margens do Juruá[46] e acelerou a ocupação das terras que mais tarde a Bolívia reclamaria.[28] Os grandes leitos fluviais e a rede de seus tributários eram então intensamente trafegados por flotilhas de embarcações do mais variado porte, transportando colonos, mercadorias e material de abastecimento para os núcleos mais afastados.[28] Os governos do Amazonas e do Pará logo instituíram as chamadas casas aviadoras, que financiavam vários tipos de operações, garantiam créditos e promoviam o incentivo comercial nos seringais.[47]

Planta nativa, a seringueira escondia-se no emaranhado de outras árvores, igualmente nativas, obrigando o homem que saía no encalço da borracha a construir um verdadeiro labirinto, com trilhas em ziguezague na selva.[48] Do seringal surgiu a figura humana do seringueiro, associado à planta para explorá-la. Seringueiro-patrão, beneficiário do crédito da casa aviadora, e seringueiro-extrator, aviado, por sua vez, do patrão.[49] Um morando no barracão, sempre localizado à beira do rio, com aparências de domínio patriarcal, outro, na barraca, de construção tosca, no meio da selva.[49] (De 1920 em diante usa-se o neologismo seringalista para designar o patrão.)[28][48]

Completara-se, assim, antes de findar o século XIX, a ocupação brasileira do espaço geográfico do Acre, onde mais de cinquenta mil pessoas formavam, no recesso da mata dos três vales hidrográficos, uma sociedade original, cujo objetivo único era produzir borracha.[50] Todo esse labor, porém, se operava no solo da Bolívia, país que, por fatalidade da geografia, não pudera completar a integração social e econômica, e mesmo política e geográfica, dos extensos vales do Acre, do alto Purus e do alto Juruá na comunidade nacional.[48]

Com efeito, o artigo 2º do Tratado de Ayacucho, concluído pelo Brasil e pela Bolívia em 1867, mandara que a linha de fronteira fosse uma paralela tirada da foz do rio Beni com o Mamoré (10º20'), até encontrar a nascente do Javari.[51] Com um adendo: se o Javari tivesse as nascentes ao norte dessa linha leste-oeste, a fronteira correria, desde a mesma latitude, por uma reta a buscar a origem principal do Javari.[51]

No ano de 1877, no entanto, época dos primeiros estabelecimentos de brasileiros no Acre, ninguém sabia por onde passava o limite previsto naquele tratado. Ignorava-se, por outra parte, a exata latitude da nascente do Javari. Eram problemas técnico-geográficos difíceis de solver com presteza, devido à falta de recursos materiais. A direção dos rios da borracha foi a trilha natural da conquista nordestina (sobretudo do cearense), da qual também participaram grupos de paraenses e amazonenses.[48]

Revolução Acriana

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 Ver artigo principal: Revolução Acriana
 
Gálvez, Imperador do Acre.

Em 1890, um oficial boliviano, José Manuel Pando, alertou seu governo para o fato de que na bacia hidrográfica do Juruá havia mais de 300 seringais, com a ocupação dos brasileiros implantando-se cada vez mais rapidamente em solo da Bolívia.[48] A penetração brasileira avançara em profundidade para oeste do meridiano de 64º até além do de 72º, numa extensão de mais de mil quilômetros, muito embora já estivessem fixadas as fronteiras acima da confluência do Beni-Mamoré, segundo o tratado de 1867.[48][51]

Nomeou-se, em 1895, nova comissão para o ajuste da divisória.[52] O representante brasileiro, Gregório Taumaturgo de Azevedo, demitiu-se após verificar que a ratificação do tratado de 1867 iria prejudicar os seringueiros ali estabelecidos.[53][54] Em 1899, os bolivianos estabeleceram um posto administrativo em Puerto Alonso, cobrando impostos e lançando taxas aduaneiras sobre as atividades dos brasileiros.[55] No ano seguinte, o Brasil aceitou a soberania da Bolívia na zona, quando reconheceu oficialmente os antigos limites na confluência Beni-Mamoré.[48]

Os seringueiros, alheios às tramitações diplomáticas, julgaram lesados seus interesses e iniciaram movimentos de rebeldia. No mesmo ano em que a Bolívia implantou administração em Puerto Alonso (1899),[55] registraram-se duas sérias contestações.[48]

 
Palácio Rio Branco, sede do governo, e obelisco em homenagem aos heróis da Revolução Acriana.

Em abril, um advogado cearense, José Carvalho, liderou uma ação armada, que culminou na expulsão das autoridades bolivianas. Logo depois a Bolívia iniciou negociações com um truste anglo-americano, o Bolivian Syndicate, a fim de promover, com poderes excepcionais (cobranças de impostos, força armada), a incorporação política e econômica do Acre a seu território. O governador do Amazonas, José Cardoso Ramalho Júnior, informado do ajuste por um funcionário do consulado boliviano em Belém, o espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias, enviou-o à frente de contingentes militares para ocupar Puerto Alonso.[48][52]

Gálvez proclamou ali a República do Acre, tornando-se seu presidente com o apoio dos seringalistas. O novo estado tinha o objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação ao Brasil, a exemplo do que fizera o Texas, na América do Norte. Ante os protestos da Bolívia, o presidente Campos Sales extinguiu a efêmera república (março de 1900, oito meses após sua criação).[52] Luis Gálvez teve que capitular e retirou-se para a Europa.[48]

Reinstalaram-se, então, os bolivianos na região, onde sofreram, a seguir, ataque de uma outra expedição que se constituíra em Manaus, com a ajuda do novo governador Silvério Néri, que também se opunha, nos bastidores, ao domínio da Bolívia sobre o Acre, de onde provinham, em forma de impostos, grandes quantias para o tesouro estadual. Composta de moços intelectuais, da boêmia de Manaus, a "Expedição dos Poetas" desbaratou-se após rápido combate em frente a Puerto Alonso (dezembro de 1900).[48][56]

Ação de Plácido de Castro e intervenção diplomática

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Por fim, comerciantes e proprietários no rio Acre resolveram entregar a chefia de nova insurreição a um ex-aluno da Escola Militar de Porto Alegre, José Plácido de Castro, gaúcho de São Gabriel, que, à frente de um corpo improvisado de seringueiros, iniciou operações na vila de Xapuri, no alto Acre, e aí prendeu as autoridades bolivianas (agosto de 1902).[48][57] Depois de combates esparsos e bem-sucedidos, Plácido de Castro assediou Puerto Alonso, logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro de 1903).[52][57]

Influíra no espírito de Plácido de Castro o fato de haver a Bolívia arrendado o território do Acre a um sindicato estrangeiro (chartered company), semelhante aos que operavam na Ásia e na África.[58] O Bolivian Syndicate, constituído por capitais ingleses e americanos, iria empossar-se na administração do Acre, dispondo de forças policiais e frota armada. Representantes dessa companhia chegaram à vila de Antimari (rio Acre), abaixo de Puerto Alonso, mas desistiram da missão porque os revolucionários dominavam todo o rio, faltando pouco para o fim da resistência boliviana.[59]

 
Ministro Barão do Rio Branco.

Aclamado governador do Estado Independente do Acre, Plácido de Castro organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por diante a questão passou à esfera diplomática. O barão do Rio Branco assumira o Ministério do Exterior e seu primeiro ato foi afastar o Bolivian Syndicate. Os banqueiros responsáveis pelo negócio aceitaram em Nova York a proposta do Brasil: dez mil libras esterlinas como preço da desistência do contrato (fevereiro de 1903).[57][59]

Subsequentemente, Rio Branco ajustou com a Bolívia um modus vivendi que previa a ocupação militar do território, até o paralelo de 10º20', por destacamentos do Exército Brasileiro, na zona que se designou como Acre Setentrional. Do paralelo 10º20, para o sul — o Acre Meridional — subsistiu a governança de Plácido de Castro, sediada em Xapuri.[57][59]

A 17 de novembro de 1903, Rio Branco e o plenipotenciário Assis Brasil assinaram com os representantes da Bolívia o tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil adquiriu o Acre por compra (dois milhões de libras esterlinas, ou 36.268 contos e 870 mil-réis em moeda e câmbio da época), e por troca de territórios (pequenas áreas no Amazonas e no Mato Grosso).[57][59]

Em conseqüência, dissolveu-se o Estado Independente, passando o Acre Meridional e o Acre Setentrional a constituírem o Território Brasileiro do Acre, organizado, segundo os termos da lei n° 1.181, de 25 de fevereiro de 1904, e do decreto 5.188, de 7 de abril de 1904, em três departamentos administrativos: o do Alto Acre, o do Alto Purus e o do Alto Juruá, chefiados por prefeitos da livre escolha e nomeação do presidente da república.[57][59]

Solucionada a parte da Bolívia, um outro caso tinha de ser resolvido com o Peru. O governo de Lima, alegando validez de títulos coloniais, reivindicava todo o território do Acre e mais uma extensa área do estado do Amazonas.[60] Delegações administrativas e militares desse país tentaram estabelecer-se no Alto Purus (1900, 1901 e 1903) e no Alto Juruá (1898 e 1902).[60] Os brasileiros, com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a abandonar o Alto Purus (setembro de 1903).[61]

Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um modus vivendi para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o estabelecimento de uma administração conjunta (julho de 1904). Isso não impediu um conflito armado entre peruanos e um destacamento do exército brasileiro em serviço no recém-criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas.[57][59]

À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do Peru o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909.[62] Com esse ato completou-se a integração político-jurídica do território na comunidade brasileira.[57][62]

Movimento Autonomista - De Território a Estado

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Memorial dos Autonomistas, localizado na capital Rio Branco.

A evolução do Acre aparece como fenômeno típico de penetração moderna na história do Brasil, acompanhada de importantes contribuições na projeção econômica do país. Exercendo papel de destaque na exportação nacional até 1913, quando se iniciou da borracha nos mercados europeu e norte-americano, o Acre conheceu um período de grande prosperidade: na passagem do século, em menos de um década contava com mais de 50.000 habitantes.

Logo após a anexação do Acre ao Brasil, os acrianos esperavam pela sua elevação a Estado o mais rápido possível, uma vez que, nessa época (Auge do Ciclo da Borracha), o Acre representava 1/3 do PIB brasileiro. Porém isso não aconteceu.

Atendendo às disposições jurídicas do Tratado de Petrópolis, o presidente Rodrigues Alves sancionou a lei que criava o Território do Acre (1904) - o primeiro do país - dividindo o Território em três departamentos: o do Alto Acre, o do Alto Purus e o do Alto Juruá, este último desmembrado para formar o do Alto Tarauacá em 1912. A administração departamental exercia-se, até 1921, por prefeitos designados pelo Presidente da República.

Essa subjulgação causou intensas revoltas da população. Foi o caso da revolta de Cruzeiro do Sul, em 1910, que depôs o Prefeito Departamental do Alto Juruá e proclamou criado o Estado do Acre (a chamada Revolta do Alto Juruá). Cem dias depois, entretanto, as tropas federais atacaram os revoltosos e restabeleceram a "ordem" e a tutela. Em 1913, um movimento de revolta ocorreria no Purus, em Sena Madureira, por motivos muito semelhantes ao do Alto Juruá. Em 1918, seria a vez da luta autonomista chegar ao vale do Acre, em Rio Branco, que protestou intensamente contra a manutenção daquela situação de subjugação ao governo federal. Porém ambas as revoltas foram igualmente sufocadas à força pelo governo brasileiro.

A partir do fracasso das revoltas, a luta pela autonomia não recorreu mais às armas. Depois disso, a reforma política de 1920 - que unificou as quatro prefeituras departamentais em um único governo territorial - serviu para acalmar o vale do Acre, que foi beneficiado pela reforma, já que para capital do Território foi escolhida Rio Branco.

Com a queda do Ciclo da Borracha (1920), o movimento autonomista foi perdendo força, ressurgindo apenas uma década mais tarde, quando a Revolução de 1930 alterou completamente os rumos da república brasileira. Nesse momento, os acrianos acreditaram que poderiam, enfim, conquistar a tão sonhada autonomia. Mas foi em vão.

Com a constituição de 1934, o Acre só obteve o direito de eleger dois deputados federais para representá-lo na Câmara Federal, sem alterar o regime de indicação dos governadores do território. Seguiu-se mais um longo período em que as discussões autonomistas não passavam de conversas em intermináveis reuniões e de fundações de agremiações políticas e jornais que tinham como bandeira maior o autonomismo. Multiplicaram-se os simulacros de partidos políticos: Legião Autonomista, Partido Construtor, Partido Autonomista, Partido Republicano do Acre Federal, Comitê Pró-autonomia, etc. Assim como se multiplicavam os títulos de jornais com apelo autonomista, como por exemplo: O Estado, O Autonomista, O Estado do Acre, etc.

Impulso mesmo o movimento autonomista só voltaria a ter em meados da década de 50, quando o PSD, do ex-governador José Guiomard dos Santos, resolveu assumir essa bandeira e elaborar um projeto de lei que transformava o Acre em Estado. Esse projeto causou grande movimentação política em todo o Acre e chegou ao Congresso Nacional em 1957, provocando uma intensa disputa política entre o PTB de Oscar Passos e o PSD de Guiomard Santos, tendo o primeiro se posicionado contra a lei de transformação do Acre em Estado.

Depois de muitas disputas no Congresso Nacional, finalmente em 1962, durante a fase parlamentarista do governo João Goulart, foi assinada a lei 4.070, de autoria do então deputado Guiomard Santos. Por uma ironia política, o Presidente João Goulart era do PTB, o partido que, a nível nacional, se colocava contra o tal projeto. Ainda assim, o projeto foi aprovado e passou a vigorar a partir do dia 15 de junho de 1962.

O PTB, todavia, não foi de todo derrotado. Nas primeiras eleições livres e diretas realizadas na história do Acre, o PTB foi o grande vencedor, fazendo o primeiro governador constitucional do Acre, o Professor José Augusto de Araújo, além de todas as prefeituras municipais acrianas.

Na década de 1960 iniciou-se o segundo ciclo de esforços para acelerar o progresso da área amazônica, com a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM,1966). Procurou-se melhor entrosar os subsetores regionais dentro do próprio Estado, concorrendo para isso os ramais da Transamazônica, que ligaram Rio Branco e Brasileia, no alto curso do Acre, e Cruzeiro do Sul, às margens do Juruá, cortando os vales do Purus e do Tarauacá. Incrementou-se a política de planejamento, destinada a corrigir as distorções demográficas, econômicas e políticas da integração nacional.

Século XXI

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Em 2005 foi iniciada a construção da Rodovia Interoceânica, que dará ao Brasil, pelo Acre, acesso a três portos peruanos no Oceano Pacífico (Ilo, Maratani e San Juán) para facilitar as exportações para a Ásia.[63] Prevista para 2009, a obra já foi adiada para o fim de 2010, com custo de cerca de 2 bilhões de dólares.[64]

Em 2007, a Assembleia Legislativa do Acre aprovou uma regularização fundiária para legimitar a posse e a alienação de propriedades públicas rurais, que beneficia 600 famílias em cerca de dez municípios.[65] Em junho de 2008 entrou em vigor a lei que alterou os fusos horários brasileiros e o Acre passou a ter uma hora a menos, e não duas, em relação ao fuso de Brasília.[66] Apesar do referendo, o Acre mantém o antigo fuso horário[64][66]

Em setembro de 2008 o Brasil reforçou o efetivo do Exército na fronteira do Acre com o departamento boliviano de Pando.[67] Essa se tornara instável com o massacre de 30 camponeses bolivianos, feito por opositores ao referendo de aprovação de uma nova Constituição,[68] mas o conflitos se dissiparam com a realização do referendo na Bolívia, em janeiro de 2009.[69] Nas eleições de outubro de 2008, o prefeito de Rio Branco, Raimundo Argelim (PT), foi reeleito no primeiro turno, com 50,82% dos votos.[64][70]

Em outubro de 2010, Tião Viana (PT) foi eleito governador, com 50,50% dos votos válidos contra o seu adversário, o candidato Tião Bocalom (PSDB).[71]

Em dezembro de 2011 o estado ganhou o seu primeiro shopping center, na cidade de Rio Branco.[72][73][74][75][76]

Geografia

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 Ver artigo principal: Geografia do Acre

O estado do Acre ocupa uma área de 152.581 km², localizado no extremo oeste do Brasil, localiza-se a 70º00'00" de longitude oeste do Meridiano de Greenwich e a 09º00'00" de latitude sul da Linha do Equador e com fuso horário -4 horas em relação a hora mundial GMT. Dista 10º00'00" ao sul da Linha do Equador. No Brasil, o estado faz parte da região Norte, fazendo divisa com os estados do Amazonas e Rondônia e fronteira com dois países: Peru e Bolívia.

Praticamente todo o relevo do estado do Acre se integra no baixo platô arenítico, ou terra firme, unidade morfológica que domina a maior parte da Amazônia brasileira. Esses terrenos se inclinam, no Acre, de sudoeste para nordeste, com topografia, em geral, tabular. No extremo oeste se encontra a Serra da Contamana ou do Divisor, ao longo da fronteira ocidental, com as maiores altitudes do estado (609 m). Cerca de 63% da superfície estadual fica entre 200 e 300m de altitude; 16% entre 300 e 609; e 21% entre 200 e 135.

O clima é quente e muito úmido, do tipo Am de Köppen, e as temperaturas médias mensais variam entre 24 °C e 27 °C, sendo a menor média da Região Norte. As chuvas atingem o total anual de 2.100mm, com uma nítida estação seca nos meses de junho, julho e agosto. A Floresta Amazônica recobre todo o território estadual. Muito rica em seringueiras da espécie mais valiosa (Hevea brasiliensis) e Castanheiras (Bertholletia excelsa), a floresta garante ao Acre o lugar de maior produtor nacional de borracha e castanha. Os principais rios do Acre, navegáveis principalmente nas cheias (Juruá, Tarauacá, Envira, Purus, Iaco e Acre), atravessam o estado com cursos quase paralelos e que só vão confluir fora de seu território.

Demografia

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 Ver artigo principal: Demografia do Acre

De acordo com o Censo brasileiro de 2010, o Acre era habitado por 733 559 habitantes, sendo que haviam 532 279 habitantes em área urbana e 201 280 habitantes em área rural. Quanto à questão de gênero, haviam 368 324 homens e 365 235 Mulheres. Foram identificados 221 108 domicílios, sendo que apenas 191 169 deles eram ocupados, gerando um déficit habitacional de 29 939 domicílios. A média de habitantes por domicílio era de 3,82 pessoas.[77] A capital, Rio Branco, é a maior e mais populosa cidade do estado, com quase 350 mil habitantes, sendo a sexta maior cidade na Região Norte.[78]

De 1991 a 2010, o crescimento demográfico experimentado pelo Acre foi considerado muito alto, atingindo 3,3% ao ano, acima da média nacional. Em 1991, foram contados 417.165 habitantes. 48% da população do estado vive na capital. No interior, a população vive dispersa ao longo dos rios, ocupada na extração de borracha, castanha e madeiras.

As densidades demográficas, em 2006, mostravam-se bastante homogêneas. Na região mais povoada, a do baixo Acre, havia 17,2 hab./km² e, na menos povoada, a do alto Purus, 1,1 hab./km².

Na formação da população acriana entraram, além dos índios, os nordestinos - principalmente cearenses - que aí chegaram maciçamente durante o período áureo da borracha (1880-1913) e os sulistas, que chegaram maciçamente durante a década de 70 em diante.

Houve também imigrações de árabes (principalmente sírios-libaneses) e italianos (sendo ambas as maiores na Região Norte), além de japoneses, alemães e eslavos (esses em pequena escala).

Evolução demográfica

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Evolução demográfica do estado do Acre.


Principais centros urbanos

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  • Rio Branco, capital e centro administrativo, econômico e cultural, e também o mais populoso município, com 335 796 habitantes, quase metade da população estadual.
  • Cruzeiro do Sul é a segunda maior cidade acriana e um porto do rio Juruá, sendo também a mais desenvolvida da mesorregião que recebe o mesmo nome.

Outros municípios mais populosos são (IBGE 2009): Sena Madureira, com 37 993 habitantes; Tarauacá, com 35 526 habitantes; Feijó com 32 311 habitantes e Brasileia, com 21 438 habitantes.

Desenvolvimento Humano

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O IDH do Acre é de 0.751, posicionando-se na décima sétima posição no ranking brasileiro, sendo que 16 estados estão em situação melhor, e 9 estados estão em situação pior ou igual: As cidades com melhor desempenho são: Rio Branco, Senador Guiomard, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Acrelândia.

Posição no ranking brasileiro Município IDH
1767 Rio Branco 0,754
2980 Senador Guiomard 0,701
3244 Epitaciolândia 0,684
3266 Plácido de Castro 0,683
3291 Acrelândia 0,68

Etnias

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Cor/Raça (IBGE 2006)[80] Porcentagem
Pardos 57,5%
Brancos 33,0%
Negros 7,8%
Amarelos ou indígenas 1,7%

Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).

Existem no Acre, 34 terras indígenas ocupadas por mais de 12.000 índios, que representam 2% da população total do Estado. Esse contingente populacional pertence a 14 diferentes etnias, de línguas Pano, Aruak e Arawá: (Yaminawa, Manchineri, Kaxinawá, Ashaninka, Shanenawa, Katukina, Arara, Nukini, Poyanawa, Nawa, Jaminawa-Arara e Isolados). As etnias isoladas, sem contato com a sociedade, têm o seu território tradicional ao longo da fronteira internacional Brasil-Peru.[81]

Política

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Política do Acre
Ficha técnica
Governador Tião Viana (PT).
Vice-Governador Carlos César Messias (PP)
Senadores Aníbal Diniz (PT)

Jorge Viana (PT)

Sérgio Petecão (PMN)

Deputados Federais 8
Deputados Estaduais 24
Eleitores 412.840 (0,3% do eleitorado brasileiro - 2006).
Sede do governo
Nome Palácio Rio Branco
Página governamental
Endereço http://www.ac.gov.br

O estado do Acre é governado por três poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Acre, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Acre e outros tribunais e juízes. Também é permitida a participação popular nas decisões do governo através de referendos e plebiscitos.

A atual constituição do estado do Acre foi promulgada em 1989,[82] acrescida das alterações resultantes de posteriores Emendas Constitucionais.

 
O Palácio Rio Branco, primeira sede do governo do Acre. Só em 1962 o antigo território do Acre se tornou estado.

O Poder Executivo acriano está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. Sua sede é o Palácio Rio Branco, que desde 1930 é a sede do governo acriano.

O Poder Legislativo do Acre é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Acre, localizado no centro de Rio Branco. Ela é constituída por 24 deputados, que são eleitos a cada 4 anos. No Congresso Nacional, a representação acriana é de 3 senadores e 8 deputados federais.

A maior corte do Poder Judiciário acriano é o Tribunal de Justiça do Estado do Acre, localizado no centro de Rio Branco. Compõem o poder judiciário os desembargadores e os juízes de direito.

O Acre está dividido em 22 municípios. O mais populoso deles é a capital, Rio Branco, com trezentos mil habitantes, sendo o município mais rico do estado.

Subdivisões

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O estado do Acre é dividido em duas (2) mesorregiões, cinco (5) microrregiões e vinte e dois (22) municípios, segundo o IBGE.

 
O estado do Acre dividido em suas mesorregiões, microrregiões e municípios.

Economia

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Passarela Joaquim Macedo, símbolo da capital acriana, Rio Branco, centro político e financeiro do estado.

O modelo de desenvolvimento econômico baseia-se, primordialmente, no extrativismo, com destaque para extração de madeira por meio de manejo florestal, o que, teoricamente, garante o uso econômico sustentável da floresta.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID - financia um projeto de US$ 106 milhões no Estado, visando dotá-lo de infraestrutura física e institucional que viabilize o sucesso do projeto de desenvolvimento sustentável.

Controvérsias sobre o modelo de desenvolvimento escolhido passa por questões como a ausência de consenso quanto à recuperação das áreas exploradas pelos planos de manejo e pela exclusão, na prática, de efetivos benefícios às populações locais (apesar de previsão no projeto).

A economia acriana repousa na exploração de recursos naturais. Os mais importantes são a borracha e a castanha, produtos nos quais se basearam o povoamento da região. A extração da borracha se faz ao longo dos rios, pois a seringueira é árvore de mata de igapó. Os tipos produzidos são caucho, cernambi caucho, cernambi rama e cernambi seringa. A maior parte da produção estadual cabe à bacia do rio Purus. Nessa região destaca-se o vale do rio Acre, que, além de possuir o maior número de seringueiras, é também região rica em castanheiras, fazendo do estado o maior produtor e exportador nacional de castanha. A floresta acriana é também objeto de exploração madeireira, e a caça nela praticada parece contribuir de forma substancial para a alimentação local.

A agricultura reduz-se a pequenas culturas de mandioca, feijão, cana-de-açúcar e arroz. A indústria de transformação compreende pouco mais que algumas serrarias e pequenas fábricas de rapadura e de farinha de mandioca.

Como os rios mantêm no estado cursos aproximadamente paralelos, as comunicações entre os diversos vales se fazem pelas confluências, o que envolve longos percursos. Com a conclusão das estradas que integram a ligação Rio Branco-Porto Velho-Cuiabá-Limeira, o Acre passou a contar com transporte rodoviário para o Sudeste do Brasil.

Agricultura

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Extração de látex da seringueira.

Um dos principais produtores de borracha (Hevea brasiliensis) no país, o Acre apresentou em 2008 a produção de 845 t,[83] representando pouco mais de um quarto do total nacional. Na região de Abunã, um seringueiro chega a produzir 1,5 t de borracha por safra. Os tipos produzidos são "caucho", "cernambi caucho", "cernambi rama" e "cernambi seringa". A coagulação ainda é feita pelo processo da defumação. A produtividade média é de dois quilos de látex por hévea.

 
Imagens de Rio Branco, capital do Estado.

A coleta de Castanha-do-Brasil é também atividade importante, realizada, em geral, pelo seringueiro, como ocupação subsidiária, na época das chuvas. Sua safra não é regular. A produção acriana em 2009 foi de 20 t, representando 20% de toda a produção nacional, sendo a maior do Brasil.[84] A madeira tem também importância econômica na região, sendo a produção de lenha em 2008 de 679.077 m³.[83] O método de extração é rudimentar, sendo usadas serras manuais e, assim mesmo, só nos centros mais adiantados. A lavoura é, em geral, de subsistência, não tendo condições para se manter diante dos altos rendimentos da atividade extrativa. Os principais produtos agrícolas do Acre, em 2008, apresentaram os seguintes resultados: arroz (28.569 t),[85] cana-de-açúcar (52.609 t),[85] feijão (5.779 t),[85] mandioca (730.434 t)[85] e milho (61.088 t).[85]

Pecuária, pesca e mineração

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A pecuária começou a ser desenvolvida só a partir da década de 1970. O solo utilizado nos plantios desgasta-se pelas derrubadas e queimadas e passa a construir área de magra pastagem. Não há campos naturais e os que são abertos na mata, se ainda não esgotados pela lavoura, são facilmente invadidos pela capoeira. Em 2008, contava o Acre com 155.861 suínos,[86] 2.425.687 bovinos,[86] 77.623 ovinos,[86] 7.201 muares,[86] 60.668 eqüinos[86] e 15.433 caprinos.[86]

A pesca é praticada em pequena escala, sendo na maioria dos casos de subsistência. Em 2005, foram produzidas 3.510 t de pescado,[87] a antepenúltima produção do país. A mineração é escassa e caracterizada pela garimpagem mais primitiva — feita através de bateias —, sendo desconhecidos dados estatísticos de sua produção.

Indústria

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A indústria do estado, em 2009, ocupava 13 mil pessoas[88] em 1416 estabelecimentos e unidades,[89] que produziram bens no valor de R$ 773 milhões. A indústria ainda é de pouca escala no estado, sendo em grande parte de produtos alimentícios, como queijos, manteiga, refrigerantes e outros; e à transformação rudimentar de alguns produtos agrícolas, como a farinha de mandioca e o açúcar bangüê. O estado também possui indústrias na produção de barcos, carrocerias de caminhões, laminados e pisos de madeira,móveis, vidros temperados, preservativos (sendo a única do mundo a usar borracha natural proveniente de látex nativo), dentre outros produtos. Nas colônias mais importantes do Alto Juruá e do Alto Purus, ou mesmo em locais que possam atender em várias colônias, estão instalados "conjuntos mecânicos", pertencentes quase todos ao governo. Nos conjuntos mecânicos encontram-se máquinas para debulhar o milho, descorticar o arroz, ralar, prensar e cozer a mandioca, além de moendas e tochas para o fábrico de açúcar de cana. A potência instalada das usinas geradoras em 2004 é de 331 GWh, com um consumo mínimo de 405 GWh.[90] Atualmente o estado possui 2 Distritos Indústriais: 1 na capital Rio Branco e outro no município de Acrelândia.

No estado está sendo criada a chamada ZPE (Zona de Processamento para Exportação), um Distrito Industrial incentivado, onde as empresas localizadas operam com redução/suspensão de impostos e contribuições federais e liberdade cambial (podem manter no exterior 100% das divisas obtidas nas exportações), com a condição de destinarem pelo menos 80% de sua produção de bens e serviços ao mercado externo, pretendendo levar os produtos fabricados no Acre para os mercados da Bolívia, Peru e os países asiáticos, quando concluída a Estrada do Pacífico. A ZPE do Acre será localizada na BR-317, entre a capital Rio Branco e o município de Senador Guiomard.[91]

Comércio

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A quase totalidade do comércio do estado é feita por via fluvial e em pequena escala por via aérea. O Acre exporta quase tudo o que produz e importa praticamente tudo que consome. A pauta de exportação resume-se na madeira compensada e perfilada (49%),[92] madeira serrada ou em folha (27%),[92] frutas (21%)[92] e outros (3%),[92] convergindo na totalidade para os estados do Amazonas e Pará, de preferência para Belém, origem também da maioria de suas compras. O comércio com o limita-se a compra de gado em pé e gêneros alimentícios da Bolívia, frequentemente de caráter ilegal. Em março de 2010 o valor da exportação por cabotagem foi de US$ 15.727.499[93] e a importação de US$ 15.059.156.[93]

Composição econômica[94]
Serviços

68,2 %

Agropecuária

17,2 %

Indústria

14,7 %

Produto Interno Bruto

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Evolução do PIB do Estado do Acre[95]


Infraestrutura

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Educação

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Resultados no ENEM
Ano Português Redação
2006[96]
Média
31,05 (25º)
36,90
47,97 (24º)
52,08
2007[97]
Média
43,60 (25º)
51,52
54,78 (17º)
55,99
2008[98]
Média
35,15 (25º)
41,69
57,62 (17º)
59,35
 
Portão de entrada da Universidade Federal do Acre.

O ensino fundamental contava em 2008 com 1.593 escolas, com o corpo docente de 7.476 professores e 164.043 alunos matriculados. Contava o ensino médio com 111 escolas, 1.594 professores e 33.113 matrículas. O ensino infantil calculava 275 pré-escolas, 1.052 professores e 22.104 alunos. O ensino superior era ministrado em 2007, em 9 estabelecimentos, com 17.840 alunos matriculados.

Em 2008, a taxa de analfabetismo no estado é de 13%, uma das mais equilibradas do Brasil. Da população, 36,2% dos acrianos são analfabetos funcionais.

As principais universidades do Acre são: Instituto Federal do Acre, Universidade Federal do Acre (públicas), União Educacional do Norte e Instituição de Ensino Superior do Acre (particulares).

Saúde

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Em 2005, havia no estado 337 estabelecimentos hospitalares, sendo 282 públicos e 55 particulares, com um total de 1.561 leitos. Dos 337 hospitais, 227 eram de finalidade geral e 221 eram especializados. Dos 7 municípios existentes em 1970, apenas Rio Branco possuía abastecimento de água encanada, embora não possuía serviço de esgoto, o que impede o controle de disenteria amebiana endêmica. Em 2005, o estado possuía 48% de acesso à água 44,3% de acesso à rede de esgoto. Em 2006, a mortalidade infantil era de 20,7 por 1.000 nascidos vivos, sendo a malária a principal causa de morte. Povoações distantes entre si por dia de caminhada na floresta, e que por vezes, no período das chuvas, ficam completamente isoladas, dificultam a irradiação da saúde pública.

Segurança pública

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Brasão da Polícia Militar do Estado do Acre.
 
Brasão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre.

Segundo o Exército Brasileiro, o Acre integra o Comando Militar da Amazônia, que tem sede em Manaus, destacando os pelotões de fronteira.De acordo com a Força Aérea Brasileira, o estado integra o VII Comando Aéreo Regional (VII COMAR), também sediado em Manaus, se destacando o Destacamento de Controle de Espaço Aéreo de Rio Branco (DTCEA-RB) e o Destacamento de Controle Aéreo de Cruzeiro do Sul (DTCEA-CZ), ambos pertencentes ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo IV (CINDACTA IV), o estado não possui uma Base Aérea. Não existem, no estado, unidades da Marinha.

A Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC) tem por função primordial o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública no Estado do Acre. Para fins de organização é uma Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, assim como suas co-irmãs e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social brasileiro e está subordinada ao Governo do Estado do Acre. Seus integrantes são denominados militares estaduais (artigo 42 da CRFB), assim como os membros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre.

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC) é uma Corporação cuja principal missão consiste na execução de atividades de Defesa Civil, Prevenção e Combate a Incêndios, Buscas, Salvamentos e Socorros Públicos no âmbito do estado do Acre. Ele é Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social do Brasil. Seus integrantes são denominados Militares dos Estados pela Constituição Federal de 1988, assim como os membros da Polícia Militar do Estado do Acre.

A Polícia Civil do Estado do Acre, é uma das polícias do estado do Acre, Brasil, órgão do sistema de segurança pública ao qual compete, nos termos do artigo 144, § 4º, da Constituição Federal e ressalvada competência específica da União, as funções de polícia judiciária e de apuração das infrações penais, exceto as de natureza militar.

A mais importante instituição penitenciária é a Colônia Penal e Agrícola Evaristo de Morais, em Rio Branco.

Transportes

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Acesso a Senador Guiomard pela rodovia estadual AC-040.

As principais rodovias do Acre são:

  • BR-364 - Juntamente com a BR-317 é a principal rodovia do Acre. A leste liga Rio Branco ao estado de Rondônia e ao restante do país. A oeste corta todo o estado, ligando a capital do estado a Cruzeiro do Sul, segunda principal cidade do estado, passando pelos municípios de Bujari, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Rodrigues Alves.
  • BR-317 - Tem extensão de 330 km, liga a capital ao sul do estado, passando pelos municípios de Senador Guiomard, Capixaba, Brasileia na fronteira com a República da Bolívia, a partir de Brasileia a estrada continua por mais 110 km até chegar na cidade de Assis Brasil, já na fronteira com o Peru. A rodovia tornar-se-á um importante eixo de exportação do Brasil, pois quando a estrada no lado peruano estiver concluída (estima-se que em 2011), o Brasil estará totalmente ligado a Cuzco e aos dois principais portos do país vizinho.
  • AC-040 - Possui extensão de 100 km, liga Rio Branco até a cidade de Plácido de Castro também fazendo fronteira com a Bolívia.
  • AC-401 - Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50 km, liga a cidade de Plácido de Castro à cidade de Acrelândia, já próxima da BR-364.
  • AC-010 - Tem extensão de 55 km, Ligando Rio Branco até a cidade história de Porto Acre, já na divisa com o Amazonas.

Comunicações

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Os principais jornais do estado são: O Estado, A Gazeta, O Rio Branco e A Tribuna. As principais estações e emissoras de televisão do estado são: TV Aldeia, TV Acre, TV 5, TV Rio Branco, TV Gazeta Rio Branco, TV União Rio Branco, TV 40, TV C, TV Cruzeiro do Sul, TV Ituxi e TV Integração. As principais estações de rádio do estado são: Rádio Aldeia FM, Rádio Gazeta FM, Rádio União FM, Rádio Educativa FM, Rádio Acre FM e Rádio Boas Novas FM, Rádio Progresso AM, Rádio Líder AM, Rádio Universitária FM e Rádio Aldeia FM, Juruá FM, Verdes Florestas, Integração FM, sendo que as três ultimas estão localizadas em Cruzeiro do Sul e as demais em Rio Branco.

Cultura

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A cultura do Acre é muito parecida com a dos outros Estados da Região Norte, porém há um alto consumo de cultura nordestina. A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos índios, e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do látex, já que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor qualidade de vida.

 
Usina de arte João Donato, importante polo de produção e difusão cultural.

No artesanato os artigos confeccionados com materiais extraídos da floresta amazônica. Do seringal surgiu a figura do seringueiro, que colaborou em momentos importantes da história brasileira para o desenvolvimento do país, trabalhando duro na extração do látex na floresta amazônica. Da floresta também surgiu Chico Mendes, que hoje é considerado referência internacional na luta em defesa da Amazônia; Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988 e ganhou um prêmio único da ONU, o Prêmio Global 500 Anos, por defender e proteger a floresta amazônica.

Em Rio Branco encontra-se uma comunidade religiosa chamada Alto Santo (Centro de Iluminação Cristã Universal) que pratica o Ritual do Santo Daime, típico do Acre, de origem indígena, que usa o Daime, um chá natural feito com folhas e cipó, usado pelos índios como forma de aproximação a Deus. Todos tomam o chá, inclusive as crianças e os idosos. Os integrantes usam fardas e cantam o hinário.

O Acre já foi retratado como cenário histórico no cinema e na televisão, interpretado por um numeroso elenco de atores consagrados na minissérie Amazônia, de Galvez a Chico Mendes (2007), da mesma autora das telenovelas América (2005) e Caminho das Índias (2009), a acriana Glória Perez.

Ver também

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Notas

  1. Os pontos extremos do Brasil são:
    • Ao norte, a nascente do Rio Ailá, na Serra do Caburá, no Estado de Roraima.
    • Ao sul, o Arroio Chuí, no Estado do Rio Grande do Sul.
    • A leste, a Ponta do Seixas, no Estado da Paraíba.
    • A oeste, a Serra de Contamana, no Estado do Acre.
  2. A borracha foi um produto que causou uma corrida para a Amazônia brasileira, sendo tão importante quanto o café para a economia.

Referências

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