Eleições distritais no Distrito Federal em 2014
As eleições distritais no Distrito Federal em 2014 ocorreram em 5 de outubro como parte das eleições gerais em 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Foram eleitos então o governador Rodrigo Rollemberg, o vice-governador Renato Santana e o senador José Reguffe além de oito deputados federais e vinte e quatro deputados distritais.[1] Como nenhum candidato a governador somou metade mais um do votos válidos, houve um segundo turno em 26 de outubro entre Jofran Frejat e Rodrigo Rollemberg com vitória deste. Pela Constituição, o governador eleito teria um mandato de quatro anos a começar em 1º de janeiro de 2015.[2]
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Eleições distritais no Distrito Federal em 2014 | ||||
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5 de outubro de 2014 (Primeiro turno) 26 de outubro de 2014 (Segundo turno) | ||||
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Candidato | Rodrigo Rollemberg | Jofran Frejat | ||
Partido | PSB | PR | ||
Natural de | Rio de Janeiro, RJ | Floriano, PI | ||
Vice | Renato Santana | Flávia Arruda | ||
Votos | 812.036 | 649.587 | ||
Porcentagem | 55,56% | 44,44% | ||
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Candidato mais votado por zona eleitoral no 2º turno (21):
Rollemberg (12) Frejat (9) | ||||
Titular Eleito | ||||
Mapa Eleitoral do 1º Turno | ||||
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Candidato mais votado por zona eleitoral no 1.º turno (21):
Rollemberg (20)
Frejat (1)
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Natural do Rio de Janeiro, o historiador Rodrigo Rollemberg formou-se na Universidade de Brasília em 1983.[3] Filho de Armando Rollemberg, outrora deputado federal por Sergipe e ministro do Superior Tribunal de Justiça,[4][5][nota 1] Rodrigo Rollemberg ingressou no PSB em 1985, ano de instauração da Nova República. Candidato a deputado distrital em 1990, não foi eleito. Primeiro suplente de sua coligação em 1994, chegou a exercer o mandato quando o governador Cristovam Buarque escolheu Wasny de Roure como secretário de Fazenda, sendo que o próprio Rollemberg seria nomeado secretário do Turismo em 1996.[3] A partir de então foi eleito deputado distrital em 1998 e perdeu a eleição para governador em 2002, mas elegeu-se deputado federal em 2006 e senador em 2010, renunciando a este último mandato após eleger-se governador do Distrito Federal em 2014.[6][nota 2]
Nascido em Brasília, o servidor público Renato Santana foi administrador regional de Ceilândia e depois secretário de Governo nomeado por Rogério Rosso, a convite de quem filiou-se ao PSD e por esta legenda foi eleito vice-governador do Distrito Federal em 2014, aliás, o primeiro brasiliense a atingir tal posto.
Jornalista formado pelo Instituto de Educação Superior de Brasília e também economista formado na Universidade de Brasília, José Reguffe é natural do Rio de Janeiro. Desperto para a política durante o movimento estudantil, sua estreia nas urnas ocorreu através do PSDB como candidato a deputado distrital em 1998, mas não foi eleito, sina que repetiu em 2002 quando repetiu tal candidatura pelo PPS.[1] A seguir migrou para o PDT e foi eleito sucessivamente deputado distrital em 2006, deputado federal em 2010 e senador em 2014.[7][8] Embora tenha engendrado sua vida pública no Distrito Federal, José Reguffe tem parentes no Ceará, pois é neto de Expedito Machado e sobrinho de Sérgio Machado.[9][nota 3]
Pesquisas de intenção de voto
editarGovernador
editarData | Instituto | Candidato | ||||||||
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Rollemberg (PSB) | Agnelo (PT) | Frejat (PR) | Luiz Pitiman (PSDB) | Toninho (PSOL) | Perci (PCO) | Brancos ou Nulos | Nenhum ou Não sabe | |||
18 de setembro | Ibope | 28% | 21% | 21% | 5% | 3% | 0% | 15% | 30 | |
25 a 26/09/2014 | Datafolha[10] | 35% | 22% | 19% | 4% | 3% | 0% | 8% | 9% | |
27 a 29/09/2014 | Ibope[11] | 32% | 19% | 24% | 3% | 3% | 0% | 9% | 10% | |
01 a 02/10/2014 | Datafolha[12] | 39% | 21% | 23% | 4% | 3% | 0% | 4% | 5% |
Senador
editarData | Instituto | Candidato | |||||||||
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Reguffe (PDT) | Magela (PT) | Gim Argello (PTB) | Sandra Quezado (PSDB) | Robson (PSTU) | Aldemário (PSOL) | Expedito Mendonça (PCO) | Jamil Magari (PCB) | Brancos ou Nulos | Nenhum ou Não sabe | ||
21 a 23/09/2014 | Ibope[13] | 37% | 17% | 13% | 3% | 1% | 1% | 0% | 0% | 10% | 19% |
25 a 26/09/2014 | Datafolha[14] | 42% | 20% | 10% | 2% | 0% | 0% | 0% | 0% | 10% | 15% |
Programa eleitoral
editarDe acordo com a lei eleitoral, todas as redes de acesso gratuito de televisão e rádio devem reservar dois programas de 50 minutos por dia. O tempo reservado a cada um dos candidatos é determinado com base no número de assentos ocupados pelos partidos que correspondem a sua coligação na Câmara dos Deputados.[15] Os programas eleitorais são considerados uma ferramenta-chave de campanha no Brasil, onde a televisão e o rádio são as principais fontes de informação para muitos eleitores. O horário eleitoral gratuito também inclui candidatos concorrendo a cargos como governador, senador, deputado federal e deputado distrital.[15]
Primeiro turno
editar
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Caso Arruda
editarNo dia 11 de fevereiro de 2010, numa decisão do Superior Tribunal de Justiça, o então governador José Roberto Arruda teve decretada sua prisão preventiva, junto a mais cinco pessoas, com o objetivo da preservação da ordem pública e da instrução criminal devido as acusações de envolvimento no que ficou conhecido como Mensalão do DEM. O referido político ficou alojado em uma sala da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. O motivo da prisão preventiva foi a suposta participação na tentativa de suborno do jornalista Edson Sombra, testemunha do caso. A punição de Arruda foi o primeiro caso na história do Brasil de um governador que teve sua prisão decretada e depois teve o mandato cassado. Em 2014 ele se candidatou ao governo do Distrito Federal pelo PR e embora tenha sido impugnado em primeira instância com base na Lei da Ficha Limpa, mas a impugnação da candidatura foi suspensa sob liminar.
No dia 12 de setembro de 2014 o Tribunal Superior Eleitoral, seguindo parecer da Procuradoria-geral da República, optou por manter a suspensão da candidatura de José Roberto Arruda, tornando-o inelegível.[16]
Resultado da eleição para governador
editarPrimeiro turno
editarCandidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Rodrigo Rollemberg PSB |
Renato Santana PSD |
(PSB, PSD, PDT, SD) |
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Jofran Frejat PR |
Flávia Arruda PR |
(PR, DEM, PTB, PRTB, PMN) |
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Agnelo Queiroz PT |
Tadeu Filippelli PMDB |
(PT, PMDB, PP, PR, PRB, PSC, PCdoB, PROS, PV, PEN, PHS, PPL, PRP, PSL, PTC, PTN, PTdoB) |
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Luiz Pitiman PSDB |
Adão Cândido PPS |
(PSDB, PPS, PSDC) |
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Toninho Andrade PSOL |
Antônio Guillen PSTU |
(PSOL, PSTU, PCB) |
Segundo turno
editarCandidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Rodrigo Rollemberg PSB |
Renato Santana PSD |
(PSB, PSD, PDT, SD) |
|||
Jofran Frejat PR |
Flávia Arruda PR |
(PR, DEM, PTB, PRTB, PMN) |
Resultado da eleição para senador
editarCandidatos a senador da República |
Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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José Reguffe PDT |
José Carlos Vasconcellos PDT Fadi Faraj SD |
(PSB, PSD, PDT, SD) |
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Gim Argello PTB |
Weslian Roriz PRTB Anicélia de Abreu PTB |
(PR, DEM, PTB, PRTB, PMN) |
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Geraldo Magela PT |
Manoel Ferreira PSC Roberto Barreto PP |
(PT, PMDB, PP, PR, PRB, PSC, PCdoB, PROS, PV, PEN, PHS, PPL, PRP, PSL, PTC, PTN, PTdoB) |
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Sandra Quezado PSDB |
Wander Rodrigues Sobrinho PSDC Leão Magno dos Santos PSDB |
(PSDB, PPS, PSDC) |
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Aldemário Castro PSOL |
Tatiana Maranhão PSOL Clemildo Sá PSOL |
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Robson da Silva PSTU |
Silvio Soares Filho PSTU Francisco Targino PSTU |
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Expedito Mendonça PCO |
Valmir Barbosa da Silva PCO Maria das Graças Barbosa PCO |
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Jamil Magari PCB |
Maria de Fátima Guimarães PCB Tânia Maria da Silva PCB |
Deputados federais eleitos
editarSão relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[17][18]
Número | Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
2525 | Alberto Fraga | DEM | 155.056 | 10,66% | Estância | Sergipe |
5555 | Rogério Rosso | PSD | 93.653 | 6,44% | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro |
1331 | Erika Kokay | PT | 92.558 | 6,37% | Fortaleza | Ceará |
9090 | Ronaldo Fonseca | PROS | 84.583 | 5,82% | Volta Redonda | Rio de Janeiro |
1515 | Rôney Nemer | PMDB | 82.594 | 5,68% | Viçosa | Minas Gerais |
4545 | Izalci Lucas | PSDB | 71.937 | 4,95% | Araújos | Minas Gerais |
7777 | Augusto Carvalho | SD | 39.461 | 2,71% | Patos de Minas | Minas Gerais |
2222 | Laerte Bessa | PR | 32.843 | 2,26% | Goiânia | Goiás |
Deputados distritais eleitos
editarForam eleitos 24 parlamentares para a Câmara Legislativa do Distrito Federal.[1]
Representação eleita
PT: 4PMDB: 3PDT: 3PRTB: 2PRB: 1PV: 1PP: 1PTN: 1SD: 1PTC: 1PTB: 1PR: 1PHS: 1PPL: 1PSDB: 1PEN: 1
Fonteː[1]
Notas
- ↑ Armando Rollemberg foi nomeado ministro do Tribunal Federal de Recursos em 1963 pelo presidente João Goulart e permaneceu nesta condição até que a Constituição de 1988 transformou a referida corte no Superior Tribunal de Justiça, o qual foi instalado em 7 de abril de 1989.
- ↑ A renúncia de Rodrigo Rollemberg ao mandato de senador resultou na efetivação de Hélio José.
- ↑ Seu avô foi deputado federal pelo Ceará e teve o mandato cassado e os direitos políticos suspensos pelo Regime Militar de 1964 dias após deixar o cargo de ministro de Viação e Obras Públicas no governo João Goulart, mas retornou à Câmara dos Deputados em 1986. No pleito seguinte a cadeira foi entregue a seu filho, Sérgio Machado, que em 1994 foi eleito senador pelos cearenses.
Referências
- ↑ a b c d e BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1988». Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ a b «Biografia de Rodrigo Rollemberg no CPDOC/FGV». Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Armando Rollemberg». Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. «Ministros aposentados e ex-ministros». Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ Redação (5 de outubro de 2014). «Eleições 2014 – apuração de votos no Distrito Federal». g1.globo.com. G1 Eleições. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado José Reguffe». Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador José Reguffe». Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ «Biografia de José Reguffe no CPDOC/FGV». Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ «Rollemberg tem 35%, Agnelo, 22%, e Frejat, 19% no DF, aponta Datafolha». G1. 26 de setembro de 2014. Consultado em 26 de setembro de 2014
- ↑ «Rollemberg tem 32%; Frejat, 24%; e Agnelo, 19%, aponta pesquisa Ibope». G1. 30 de setembro de 2014. Consultado em 30 de setembro de 2014
- ↑ «Rollemberg tem 39%, Frejat, 23%, e Agnelo, 21% no DF, aponta Datafolha». G1. 2 de outubro de 2014. Consultado em 2 de outubro de 2014
- ↑ «Ibope: Reguffe tem 37% no DF para o Senado; Magela, 16%; Gim, 13%». G1. 25 de setembro de 2014. Consultado em 30 de setembro de 2014
- ↑ «Datafolha: no DF, Reguffe tem 42% ao Senado, Magela, 20%, e Argello, 10%». G1. 26 de setembro de 2014. Consultado em 26 de setembro de 2014
- ↑ a b c d "Cálculo do tempo de propaganda no rádio e na televisão e o peso dos partidos para coligação" Gurgel, Mônica. Jus Navigandi. Maio de 2014. Página acessada em 29 de junho de 2022.
- ↑ Redação (12 de setembro de 2014). «TSE confirma decisão e nega registro de Arruda a governador do DF». tse.jus.br. TSE. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 5 de julho de 2021
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 6 de julho de 2021